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Bullón Modifica Artigo Sobre Sua
Técnica de Pregação
Lembra daquele artigo da Revista Ministério em que o Pastor
Bullón pretendia ensinar aos anciãos e pastores adventistas sua técnica de
como pregar e arrancar, além das lágrimas, elogios e abraços apertados à
saída do culto? Nós o denunciamos aqui como uma inaceitável deturpação da
pregação do Evangelho, porque ensinava que o pregador deveria adeqüar seus
sermões à demanda do público-consumidor e para ser mais impactante, simular a
aplicação individualizada dessa mensagem a perfis específicos de ouvintes:
pessoas solitárias, com problemas financeiros ou familiares, pessoas com medo
do futuro ou sentimento de culpa... "Coce onde o povo sente que está coçando,"
sugeria o pastor Bullón no artigo "A Pregação Efetiva", publicado
na edição de maio-junho de 1998.
Pois bem, embora nunca nos tenha dirigido diretamente qualquer
mensagem ou explicação e até já nos tenha condenado ao lago de fogo e
enxofre em um sermão encomendado pela Organização e que está sendo repetido
por todo o Brasil, Alejandro Bullón finalmente caiu em si e mudou o enfoque do
referido artigo, republicando-o na edição de julho-agosto de 2000 da Revista Ministério, sob novo título: "O Equilíbrio na Pregação".
Além de pequenas modificações ao longo de todo o texto, a
principal alteração do texto foi a inclusão deste parágrafo, em que Bullón
volta atrás e reafirma a necessidade de que a mensagem esteja fundamentada na
Bíblia e não sobre as emoções e necessidades psicológicas do público:
"Um princípio basilar da pregação é que
ela deve estar fundamentada na Bíblia, a Palavra de Deus. Por isso, o
pregador necessitar [sic] ser um homem familiarizado com as Escrituras
Sagradas. Entretanto, mesmo a pregação bíblica pode se tornar árida,
vazia, se não houver o devido equilíbrio entre a interpretação da mensagem
e sua aplicação às necessidades dos ouvintes. As pessoas vão à igreja
esperando soluções divinas para suas tristezas, dificuldades e lutas, e o
pregador tem a oportunidade de apresentar a verdade racional, teológica,
mostrando como Deus, através dessas verdades, está preocupado e ocupado em
ajudar Seus filhos a serem felizes."
Antes tarde do que nunca. Felicitações ao Pastor Bullón por
admitir seu erro e tentar corrigir a mensagem distorcida que passara a seus
"discípulos".
Confira abaixo as duas versões do artigo:
HOMILÉTICA
1998 Edição
3 - Maio/Junho
A pregação efetiva
ALEJANDRO BULLÓN
Secretário ministerial da Divisão
Sul-Americana da IASD
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ATUALIZAÇÃO
PASTORAL 2000
Edição 4 - Julho/Agosto
O equilíbrio na
pregação
ALEJANDRO BULLÓN
D.Min., Secretário ministerial da
Divisão Sul-Americana da IASD
|
Eu havia acabado de
pregar para 20 mil pessoas na praça da apoteose, no sambódromo do Rio
de Janeiro. Ao chegar ao hotel, tirei dos bolsos as cartas e os bilhetes
que algumas pessoas me entregaram, como acontece sempre em reuniões
desse tipo. Um dos bilhetes marcou profundamente a minha vida. Seu autor
dizia: "Esta noite, eu ia acabar com minha vida, porque descobri há
15 dias que estou com Aids. Fui ouvi-lo pregar, esperando um milagre; e,
pela graça de Deus, aconteceu. Não fui curado, mas algo ocorreu em meu
coração, porque não tenho mais medo da morte. O senhor descreveu
minha vida, até a roupa que eu vestia. Depois disse: 'Aconteça o que
acontecer, você nunca mais estará só, se entregar hoje seu coração
a Jesus.'"
Ajoelhado, naquele
momento, disse a Cristo em oração: "Senhor, não sei se preguei
um grande sermão, mas sei que de alguma maneira usaste este sermão
para encontrar uma vida desfeita e transformá-la." |
Eu havia acabado de
falar para 20 mil pessoas na praça da apoteose, no sambódromo do Rio
de Janeiro. Ao chegar ao hotel, tirei dos bolsos as cartas e os bilhetes
que algumas pessoas me entregaram, como acontece sempre em reuniões
desse tipo. Um dos bilhetes marcou profundamente a minha vida. Seu autor
dizia: "Esta noite, eu ia acabar com a minha existência, porque
descobri há 15 dias que estou com Aids. Fui ouvi-lo pregar, esperando
um milagre; e, pela graça de Deus, aconteceu. Não fui curado, mas algo
ocorreu em meu coração, porque não tenho mais medo da morte. O senhor
descreveu a minha vida, até a roupa que eu vestia. Depois disse:
'Aconteça o que acontecer, você nunca mais estará só, se entregar
hoje seu coração a Jesus.'"
Ajoelhado, naquele
momento, eu disse a Cristo em oração: "Senhor, não sei se
preguei um grande sermão, mas sei que de alguma maneira usaste este
sermão para encontrar uma vida desfeita e transformá-la." |
Eficiência ou grandeza
Todos nós, pregadores,
queremos ser usados por Deus; queremos pregar eficientemente e sentir
que o sermão fez bem às pessoas. O problema é que, às vezes,
confundimos eficiência com grandeza. Uma coisa é ser um pregador
eficiente; e outra coisa é ser um grande pregador. Fomos chamados para
ser pregadores eficientes; A grandeza é uma prerrogativa divina. Quando
o pregador procura grandeza, corre o perigo de cair no terreno do
orgulho, da autopromoção ou da auto-afirmação, e nada pode ser mais
fatal do que isso para a eficiência da pregação. Essa eficiência,
por sua vez, encontra-se no resultado verificado na vida das pessoas.
Você não é eficiente quando sente que é um grande pregador, mas
quando o propósito divino para a vida das pessoas se torna realidade.
Uma pregação
eficiente, portanto, é uma pregação que transforma. Mas, o que fazer
para que a nossa mensagem transforme vidas? Como pregar de modo que as
pessoas sintam que foram beneficiadas pela pregação? Para atingir o
coração das pessoas e deixar que o Espírito Santo as transforme, é
preciso entender, em primeiro lugar, que todo mundo vai a algum lugar em
busca de algum benefício. Essa é uma lei da vida. Quando alguém entra
numa loja de sapatos, por exemplo, não quer saber qual é o processo da
fabricação do couro. Deseja simplesmente conseguir o melhor sapato, ao
menor preço. |
EFICIÊNCIA OU GRANDEZA
Todos nós, pregadores,
queremos ser usados por Deus; queremos pregar eficientemente e sentir
que o sermão fez bem às pessoas. O problema é que, às vezes,
confundimos eficiência com grandeza. Uma coisa é ser um pregador
eficiente; e outra coisa é ser um grande pregador. Fomos chamados para
ser pregadores eficientes. A grandeza é uma prerrogativa divina. Quando
o pregador procura grandeza, corre o risco de cair no terreno do
orgulho, da autopromoção ou da auto-afirmação, e nada pode ser mais
fatal do que isso para a eficiência da pregação. Essa eficiência,
por sua vez, encontra-se no resultado verificado na vida das pessoas.
Você não é eficiente quando sente que é um grande pregador, mas
quando o propósito divino para a vida das pessoas se torna realidade.
Uma pregação
eficiente, portanto, é uma pregação que transforma. Mas, o que fazer
para que a nossa mensagem transforme vidas? Como pregar de modo que as
pessoas sintam que foram beneficiadas pela pregação? Para atingir o
coração das pessoas e deixar que o Espírito Santo as transforme, é
preciso entender, em primeiro lugar, que todo mundo vai a algum lugar em
busca de benefício. Essa é uma lei da vida. Quando alguém entra numa
loja de sapatos, por exemplo, não quer saber qual é o processo da
fabricação do couro. Deseja simplesmente conseguir o melhor sapato, ao
menor preço. |
O
problema que nós
enfrentamos, como pregadores, é que, às vezes, estamos mais
preocupados com o nosso sermão do que com as pessoas. Nossos sermões
podem ser obras mestras de homilética, mas se não responderem às
inquietudes íntimas do coração humano, não passarão de uma teoria
maravilhosa, mas que não produz efeito transformador de
vidas.
Se alguém vai a uma
padaria comprar pão e lhe dão pedra, com certeza, jamais voltará àquele
lugar. Isso prova que as pessoas vão a qualquer lugar, inclusive para a
igreja, porque esperam encontrar ali algo que lhes traga benefícios.
Observe, por exemplo,
quando uma loja anuncia pela televisão que no dia seguinte estará
fechada, na parte da manhã, mas que abrirá ao meio-dia com ofertas
incríveis. Geralmente, formam-se enormes filas de pessoas esperando a
abertura do estabelecimento, porque ali existe algo que lhes interessa
muito. Os proprietários da loja souberam despertar o interesse,
mostrando as vantagens dos descontos "fabulosos" que as
pessoas terão apenas naquele dia. |
O
problema que nós
enfrentamos, como pregadores, é que, às vezes, estamos mais
preocupados com o nosso sermão do que com as pessoas. Nossos sermões
podem ser obras mestras de homilética, mas se não responderem às
inquietudes do coração humano, não passarão de uma teoria
maravilhosa, mas que não produz efeito transformador.
Se alguém vai a uma
padaria comprar pão e lhe dão pedra, com certeza, jamais voltará àquele
lugar. Isso prova que as pessoas vão a qualquer lugar, inclusive à
igreja, porque esperam encontrar ali algo que lhes traga benefícios.
Observe, por exemplo,
quando uma loja anuncia pela televisão que no dia seguinte estará
fechada, na parte da manhã, mas que abrirá ao meio-dia com ofertas
tentadoras. Geralmente, formam-se enormes filas de pessoas esperando a
abertura do estabelecimento, porque ali existe algo que lhes interessa
muito. Os proprietários da loja souberam despertar o interesse,
mostrando as vantagens dos descontos "fabulosos" que as
pessoas terão apenas naquele dia. |
Necessidades
do povo
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INTERPRETAÇÃO
E APLICAÇÃO
Um
princípio basilar da pregação é que ela deve estar fundamentada na Bíblia,
a Palavra de Deus. Por isso, o
pregador necessitar ser um homem familiarizado com as Escrituras
Sagradas. Entretanto, mesmo a pregação bíblica pode se tornar árida,
vazia, se não houver o devido equilíbrio entre a interpretação da
mensagem e sua aplicação às necessidades dos ouvintes. As
pessoas vão à igreja esperando soluções divinas para suas tristezas,
dificuldades e lutas, e o pregador tem a oportunidade de apresentar a
verdade racional, teológica, mostrando como Deus, através dessas
verdades, está preocupado e ocupado em ajudar Seus filhos a serem
felizes. |
"De uma maneira ou
de outra, toda empresa que lida com o público começa suas atividades a
partir das necessidades do povo. Só os pregadores agem supondo que as
pessoas vão à igreja ansiosas por descobrirem o que aconteceu com os
amorreus", afirma Harry Fosdick.
Quando Jesus andou na
Terra, preocupou-Se pelas necessidades do povo e dirigiu-Se a cada
pessoa, tocando o ponto nevrálgico da sua vida. A Zaqueu, um homem
rejeitado e desprezado por todos, mostrou os braços abertos da aceitação
e do perdão. À mulher samaritana, vazia e sedenta no coração,
ofereceu água que realmente satisfaz. Ele nunca falava para o ar.
Tocava nas necessidades específicas do ser humano. Por isso, multidões
O seguiam aonde quer que Ele fosse e eram transformadas por Sua pregação.
Multidões assim,
carentes, continuam vivas ainda hoje. Estão sentadas todos os dias de
culto em nossas igrejas. São formadas de pessoas vazias, desesperadas,
angustiadas, aflitas, sentindo-se solitárias, rejeitadas, traídas e
injustiçadas. Pessoas que choram em silêncio, tentando esconder a dor
íntima. Sorriem, fingem que tudo está bem, mas o coração está
dolorido; não sabem mais para onde ir, não têm mais forças para
resistir e, no sábado, no domingo ou na quarta-feira, vão à igreja
esperançosas de que Deus tenha alguma resposta para as inquietudes de
seu coração, através do pregador.
Na próxima vez, quando
você se levantar para pregar, lembre-se de que ali, entre as 30, 50,
100, 200 ou 300 pessoas diante de você existe igual número de pequenos
universos. Cada pessoa tem suas próprias lutas, sonhos e dificuldades.
Ali estará, por exemplo, uma garota de 14 anos que foi abandonada
durante a semana pelo namorado. Seus pais estão felizes, porque não
concordavam com aquele relacionamento, mas a garota está sofrendo por
dentro, pensando que a vida não tem mais sentido, cor ou alegria. Todos
a contemplam sentada no banco da igreja, mas ninguém compreende o vulcão
de tristeza que está prestes a explodir em seu coração. Ela se sente
sozinha, incompreendida pelos pais, traída pelo namorado, injustiçada
pela vida. E Deus tem um instrumento - você - para dizer àquela
menina: "Filha, você não está sozinha. Eu estou aqui com você,
embora não possa Me ver ou Me tocar."
E
aquela garota não será
a única pessoa magoada na congregação. Ali também haverá alguém
que traiu a esposa e levou uma mulher estranha para um motel. Veio à
igreja, sim, mas está perturbado pela voz insistente da consciência. Não
tem paz, não conseguiu dormir, sente-se imundo e perdido. No fundo do
coração, pergunta: "Há perdão para mim?" E você é o
instrumento que Deus tem para dizer àquele homem: "Sim, existe bálsamo
em Gileade."
Da próxima vez que você
se levantar para pregar, pense no pai de família desempregado que
sofrerá uma ação de despejo se não pagar o aluguel atrasado.
Lembre-se da mãe aflita, que luta para manter os filhos na igreja
contra a vontade do marido incrédulo. Não se esqueça do jovem que foi
mal no exame vestibular e está desanimado. Enfim, lembre-se de que você
prega para seres humanos que estão buscando solução para seus
problemas. |
"De uma maneira ou
de outra, toda empresa que lida com o público começa suas atividades a
partir das necessidades do povo. Só os pregadores agem supondo que as
pessoas vão à igreja ansiosas por descobrirem o que aconteceu com os
amorreus", afirma Harry Fosdick.
Quando Jesus andou na
Terra, preocupou-Se pelas necessidades do povo e dirigiu-Se a cada
pessoa, tocando o ponto nevrálgico da sua vida. A Zaqueu, um homem
rejeitado e desprezado por todos, mostrou os braços abertos da aceitação
e do perdão. À mulher samaritana, vazia e sedenta no coração,
ofereceu água que realmente satisfaz. Ele nunca falava para o ar.
Tocava nas necessidades específicas do ser humano. Por isso, multidões
O seguiam aonde quer que Ele fosse e eram transformadas por Sua pregação.
Multidões assim,
carentes, continuam vivas ainda hoje. Estão sedentas todos os dias de
culto em nossas igrejas. São formadas de pessoas vazias, desesperadas,
angustiadas, aflitas, sentindo-se solitárias, rejeitadas, traídas e
injustiçadas. Pessoas que choram em silêncio, tentando esconder a dor
íntima. Sorriem, fingem que tudo está bem, mas o coração está
dolorido; não sabem mais para onde ir, não têm mais forças para
resistir e, no sábado, no domingo ou na quarta-feira, vão à igreja
esperançosas de que Deus tenha alguma resposta para as inquietudes de
seu coração, através do pregador.
Na próxima vez, quando
você se levantar para pregar, lembre-se de que ali, entre as 30, 50,
100, 200, 300 ou mais pessoas diante de você existe igual número de
pequenos universos. Cada pessoa tem suas próprias lutas, seus sonhos e
dificuldades. Ali estará, por exemplo, uma garota de 14 anos que foi
abandonada durante a semana pelo namorado. Seus pais estão felizes,
porque não concordavam com aquele relacionamento, mas a garota está
sofrendo por dentro, pensando que a vida não tem mais sentido, cor ou
alegria. Todos a contemplam sentada no banco da igreja, mas ninguém
compreende o vulcão de tristeza que está prestes a explodir em seu
coração. Ela se sente sozinha, incompreendida pelos pais, traída pelo
namorado, injustiçada pela vida. E Deus tem um instrumento - você -
para dizer àquela menina: "Filha, você não está sozinha. Eu
estou aqui com você, embora não possa Me ver ou Me tocar."
E
aquela garota não será
a única pessoa magoada na congregação. Ali também haverá alguém
que traiu a esposa e levou uma mulher estranha para um motel. Veio à
igreja, sim, mas está perturbado pela voz insistente da consciência. Não
tem paz, não conseguiu dormir, sente-se imundo e perdido. No fundo do
coração, pergunta: "Há perdão para mim?" E você é o
instrumento que Deus tem para dizer àquele homem: "Sim, existe bálsamo
em Gileade."
Da próxima vez que você
se levantar para pregar, pense no pai de família desempregado que
sofrerá uma ação de despejo se não pagar o aluguel atrasado.
Lembre-se da mãe aflita, que luta para manter os filhos na igreja
contra a vontade do marido incrédulo. Não se esqueça do jovem que foi
mal no exame vestibular e está desanimado. Enfim, lembre-se de que você
prega para seres humanos que estão buscando solução para seus
problemas. |
Pensando
nas pessoas
Minha
pergunta é a seguinte: Na sexta-feira à noite, quando você dá os últimos
retoques no sermão, verifica o título, as ilustrações e as frases de
impacto, lembra-se das pessoas? O que você terá para dizer a cada uma
delas? Uma coisa é dizer: "Irmãos, aqui o Senhor afirma que Ele
nos ama e nunca nos abandonará"; e outra coisa é dizer: "Está
você sentindo-se sozinha e traída porque o namorado a abandonou? Está
você angustiado porque não sabe onde conseguir o dinheiro para o
aluguel? Porventura há alguém aqui que falhou com Jesus e entrou num
lugar imundo, onde um filho de Deus nunca deveria entrar? O fogo da
consciência culpada está queimando o seu coração e deixando-o sem
paz? Quero lhe dizer, em nome do Senhor, o que a Escritura afirma nesta
manhã: você não está só. As lágrimas de tristeza podem impedir-lhe
de ver a Cristo, o grito da consciência pode estar dizendo que você se
encontra perdido, sem perdão, mas a Palavra de Deus garante que Ele não
o abandonou. Ele compreende sua dor. Quando você deita na cama e sente
que não existe saída, acredite, Jesus está perto de você pronto a
ajudá-lo e dar-lhe poder para viver uma vida vitoriosa." |
PENSANDO NAS PESSOAS
Minha pergunta é a
seguinte: Na véspera do dia de culto, quando você dá os últimos
retoques no sermão, verifica o título, as ilustrações e as frases de
impacto, lembra-se das pessoas? O que você tem para dizer a cada uma
delas? Uma coisa é dizer: "Irmãos, aqui o Senhor afirma que Ele
nos ama e nunca nos abandonará." Outra coisa é dizer: "Está
você sentindo-se sozinha e traída porque o marido a abandonou? Está
você angustiado porque não sabe onde vai conseguir o dinheiro para
pagar o aluguel? Porventura há alguém aqui que falhou com Jesus e
entrou num lugar imundo, onde um filho de Deus nunca deveria entrar?
"O fogo da consciência
culpada está queimando seu coração e deixando-o sem paz? Quero lhe
dizer, em nome do Senhor, o que a Escritura afirma nesta manhã: você não
está só. As lágrimas de tristeza podem impedir-lhe de ver a Cristo, o
grito da consciência pode estar dizendo que você se encontra perdido,
sem perdão, mas a Palavra de Deus garante que Ele não o abandonou. Ele
compreende sua dor. Quando você deita na cama e sente que não existe
saída, acredite, Jesus está perto de você pronto a ajudá-Lo e
dar-lhe poder para viver uma vida vitoriosa." |
No
momento em que deixarmos de generalizar as coisas e começarmos a
particularizar a aplicação da mensagem, veremos que a menina distraída,
porque estava pensando na traição do namorado, abrirá os olhos e
passará a prestar atenção ao sermão. O mesmo acontecerá com as
outras pessoas. E, quando o culto acabar, certamente ninguém dirá
apenas que aquele foi um sermão extraordinário. As pessoas apertarão
nossas mãos, silenciosas, e veremos o brilho da alegria, da gratidão e
da esperança em seus olhos. São pessoas que entraram destroçadas na
igreja, e voltam para casa reconstituídas pelo poder divino, através
da pregação.
|
No
momento em que deixamos de generalizar as coisas e
vaguear pelos meandros da interpretação teológica e da exegese,
e começamos a particularizar a aplicação da mensagem, vemos que a
menina distraída, porque estava pensando na traição do namorado,
abrirá os olhos e os ouvidos e passará a
prestar atenção ao sermão. O mesmo acontecerá com as outras pessoas.
E quando o culto acabar, certamente ninguém dirá apenas que aquele foi
um sermão extraordinário, ou
elogiará simplesmente o conhecimento que tem o pregador.
As pessoas apertarão nossas mãos, silenciosas, e veremos o brilho da
alegria, da gratidão e da esperança em seus olhos. São pessoas que
entraram destroçadas na igreja, e voltam para casa reconstituídas pelo
poder divino, através da pregação.
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Hoje, os mestres da
homilética falam de "pregação experiencial, encarnacional, terapêutica,
bipolar ou bifocal". Todos esses termos se referem apenas ao estilo
de pregação que se fundamenta na Bíblia, mas que tem como propósito
mostrar a solução divina para os problemas humanos. Halford E. Luccock,
em seu trabalho intitulado Minister's Workshop, pág. 51, comentando
sobre a construção de um sermão, diz o seguinte: "Comece com um
assunto da vida, um problema real, pessoal ou social e jogue sobre ele
toda a luz de Cristo, de modo que as pessoas saiam da igreja dispostas a
enfrentar os problemas em nome de Jesus." Em outras palavras, que
elas retornem para casa reanimadas e transformadas.
Talvez as pessoas durmam
durante a pregação porque estamos pregando sobre assuntos que achamos
ser do seu interesse, mas, na realidade só interessam a nós mesmos.
Imaginemos 50 pessoas
assistindo a um jogo de futebol. No campo estão as seleções do Brasil
e da Argentina, enfrentando-se numa final do campeonato mundial. Faltam
cinco minutos para o encerramento e o placar continua 0 x 0. Você acha
que alguém vai cochilar? Agora, imaginemos outro jogo, entre o
Madureira, do Rio de Janeiro, e Picos, do Piauí. Quem tem disposição
para assistir a uma partida dessa, além dos fanáticos torcedores dos
dois times?
Precisamos aprender a
pregar sobre coisas que interessam ao povo, e não sobre coisas que
interessam apenas a nós. Possivelmente você goste de chocolate, mas
acho que não seria tão ingênuo a ponto de colocar chocolate como isca
no anzol, porque o peixe gosta de minhoca e não de chocolate. E quando
prega, você usa chocolate ou minhoca?
Contextualização da
mensagem
A
essa altura, é possível
que alguns leitores sejam tentados a fazer uma observação: Pastor,
quer dizer que para ser um pregador de êxito devo pregar somente o que
o ser humano deseja ouvir, e não o que ele precisa ouvir?
Evidentemente, não. A
Palavra de Deus é soberana e útil "para ensinar, para repreender,
para corrigir e para instruir em justiça" (II Tim. 3:16). Mas a
lei da mente é que as pessoas só ouvem aquilo que lhes interessa, e o
pregador precisa apresentar os princípios eternos do evangelho,
contextualizados, de modo que o povo queira ouvir. |
Hoje, os mestres da
homilética falam de "pregação experiencial, encarnacional, terapêutica,
bipolar ou bifocal". Todos esses termos se referem apenas ao estilo
de pregação que se fundamenta na Bíblia, mas que tem como propósito
mostrar a solução divina para os problemas humanos. Halford E. Luccock,
em seu trabalho intitulado Minister's Workshop, pág. 51, comentando
sobre a construção de um sermão, diz o seguinte: "Comece com um
assunto da vida, um problema real, pessoal ou social e jogue sobre ele
toda a luz de Cristo, de modo que as pessoas saiam da igreja dispostas a
enfrentar o problema em nome de Jesus." Em outras palavras, que
elas retornem para casa reanimadas e transformadas.
Talvez as pessoas durmam
durante a pregação porque estamos pregando sobre assuntos que achamos
ser do seu interesse, mas, na realidade só interessam a nós mesmos.
Imaginemos 50 pessoas
assistindo a um jogo de futebol. No campo, estão as seleções do
Brasil e da Argentina, enfrentando-se numa final do campeonato mundial.
Faltam cinco minutos para o encerramento e o placar continua 0 x 0. Você
acha que alguém vai cochilar? Agora, imaginemos outro jogo, entre o
Madureira, do Rio de Janeiro, e Picos, do Piauí. Quem tem disposição
para assistir a uma partida dessa, além dos fanáticos torcedores dos
dois times?
Precisamos aprender a
pregar sobre coisas que interessam ao povo, e não sobre coisas que
interessam apenas a nós. Possivelmente você goste de chocolate, mas
acho que não seria tão ingênuo a ponto de colocar chocolate como isca
no anzol, porque o peixe gosta de minhoca e não de chocolate. E quando
você prega, usa chocolate ou minhoca?
CONTEXTUALIZAÇÃO DA
MENSAGEM
A
essa altura, é possível
que alguém esteja sendo tentado a fazer uma observação: "Pastor,
quer dizer que para ser um pregador de êxito devo pregar somente o que
o ser humano deseja ouvir, e não o que ele precisa ouvir?"
Evidentemente, não. A
Palavra de Deus é soberana e útil "para ensinar, para repreender,
para corrigir e para instruir em justiça" (II Tim. 3:16). Mas a
lei da mente é que as pessoas só ouvem aquilo que lhes interessa, e o
pregador precisa apresentar os princípios eternos do evangelho,
contextualizados, de modo que o povo queira ouvir.
Isto é, precisa aplicar a mensagem bíblica à vida das pessoas. |
Quando
meus filhos eram pequenos, havia um que não gostava de vegetais. Era
uma dificuldade fazer com que ele os comesse; mas uma das coisas de que
mais gostava era assistir aos jogos de basquete da NBA. Um dia,
perguntamos para ele: "Você quer crescer e jogar basquete como
Michael Jordan?" A resposta foi "sim". Então
argumentamos: "Pois é, filho, ele comia vegetais quando era criança.
Não há outra forma de crescer forte sem comer vegetais." Aquela
foi a solução. O garoto queria crescer e passou a comer vegetais. Se,
como pais, eu e minha esposa falássemos para ele sobre a composição
química dos vegetais, das vitaminas e outros elementos nutritivos neles
existentes, com certeza, nada conseguiríamos. Mas, sabíamos do seu
interesse em crescer. Ele sentia a necessidade de crescer, não havia
maneira de continuar pequeno e se tornar um "cestinha".
Crescer tinha se tornado para ele uma necessidade; e quando a
relacionamos com o hábito de alimentar-se com vegetais, imediatamente o
garoto abriu a mente, o coração e a boca para eles.
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Quando meus filhos eram
pequenos, havia um que não gostava de vegetais. Era uma dificuldade
fazer com que ele os comesse; mas uma das coisas de que mais gostava era
assistir aos jogos de basquete da NBA. Um dia, perguntamos para ele:
"Você quer crescer e jogar basquete como Michael Jordan?" A
resposta foi "sim". Então, argumentamos: "Pois é,
filho, ele comia vegetais quando era criança. Não há outra forma de
crescer forte sem comer vegetais." Aquela foi a solução. O garoto
queria crescer forte e passou a comer vegetais.
Se, como pais, eu e
minha esposa nos puséssemos a falar para ele sobre a composição química
dos vegetais, as vitaminas e outros elementos nutritivos neles
existentes, com certeza, nada conseguiríamos. Mas, sabíamos do seu
interesse em crescer. Ele sentia a necessidade de crescer, não havia
maneira de continuar pequeno e se tornar um "cestinha".
Crescer tinha se tornado para ele uma necessidade; e quando a
relacionamos com o hábito de alimentar-se com vegetais, imediatamente o
garoto abriu a mente, o coração e a boca para eles. |
É
um exemplo simples, mas evidencia o erro que às vezes cometemos como
pregadores. Gastamos minutos preciosos analisando o texto teologicamente,
apresentamos a doutrina sólida,
fundamentada na Bíblia, e aí paramos. Deixamos de mostrar como essa
verdade teologicamente correta pode ajudar as pessoas a resolverem os
problemas que enfrentam diariamente. Noutras palavras, aquela verdade não
lhes diz muita coisa diante das dificuldades que encontram. Pensemos num
médico lendo um tratado de gastroenterologia para um paciente que está
se contorcendo de dores estomacais. O que deseja o paciente: entender
como funciona o processo digestivo, ou que a dor seja estancada?
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Esse
é um exemplo simples, mas evidencia o erro que às vezes cometemos como
pregadores. Gastamos
minutos preciosos analisando teologicamente o texto, exploramos todos os
seus detalhes, interpretamos maravilhosamente bem as Escrituras
a doutrina sólida, fundamentada na Bíblia, e aí paramos. Deixamos de
mostrar como essa verdade teologicamente correta pode ajudar as pessoas
a resolverem os problemas que enfrentam diariamente. Noutras palavras,
aquela verdade não lhes diz muita coisa diante das dificuldades que
encontram.
Pensemos em um paciente
contorcendo-se de dores estomacais. Chama o médico e este se põe a
descrever o processo digestivo, ou ler um tratado de gastroenterologia. O
que, afinal, deseja o paciente: entender
como funciona o processo digestivo, ou que a dor seja estancada? |
Problemas básicos
Talvez alguns ainda se
perguntem: "Como fazer para falar dos problemas de uma congregação
inteira num período de 45 minutos?" Embora existam dificuldades
específicas, há cinco necessidades básicas e universais que todo ser
humano carrega no coração. Ao falar delas, estaremos tocando o coração
de qualquer pessoa, quer esteja na China ou no México, seja rico ou
pobre, jovem ou velho. Essas necessidades são as seguintes:
Solidão. Todos os seres
humanos se sentem sós, alguma vez. Há pessoas que se sentem usadas,
traídas, rejeitadas. Têm parentes e amigos, trabalham cercadas de
outras pessoas, mas estão sozinhas e o coração dói. Assim, cada vez
que mencionarmos a solidão, podemos estar seguros de que de uma forma
ou de outra, estaremos tocando os corações.
Problemas financeiros. São
problemas comuns a todas as pessoas, ricas ou pobres. O problema
financeiro do pobre é que não tem dinheiro para pagar suas contas. O
problema financeiro do rico é que não pode dormir pensando na queda da
bolsa ou na desvalorização do dólar.
Problemas familiares. Não
se trata apenas da esposa e dos filhos. Todos possuem pais, irmãos,
primos, sobrinhos e netos com os quais se preocupam, de certa forma. O
que fazer com a mãe enferma, que está distante, quando não se tem
tempo nem dinheiro para visitá-la? Como ajudar o filho da irmã, que
está afundando nas drogas? A família é uma das coisas sagradas que
uma pessoa tem. Falemos sobre algo relacionado com ela e estaremos
atendendo a uma necessidade básica.
Medo do futuro. Houve um
tempo quando eu pensava que somente os idosos tinham medo do futuro, mas
um dia, voltando de um cemitério, após o funeral de um amigo, um dos
meus garotos me abraçou forte e disse: "Você não vai morrer, não?"
Perguntei-lhe: "Por que, filho?" Com a voz embargada, o menino
indagou: "Se você morrer, quem vai tomar conta de mim?" E ele
tinha apenas sete anos; mas o futuro lhe causava temor. É uma
necessidade comum a todos.
Culpa. Após o pecado, o
ser humano vem ao mundo com aquilo a que os sociólogos modernos chamam
de culpa existencial. Quer dizer, o indivíduo sente-se culpado e nem
sequer sabe o porquê. É uma sensação esquisita de vazio; e,
naturalmente, fruto na natureza pecaminosa com que nascemos.
Cada vez que você for
preparar um sermão, pergunte-se: De que maneira este sermão vai
atingir as necessidades básicas e universais das pessoas que o ouvirão?
Então, prepare-o de modo que ele responda perguntas que o povo está
fazendo. Certo pregador escocês costumava dizer: "Coce onde o povo
sente que está coçando."
E
lembre-se da cruz de
Cristo. Com um extremo de seu sermão, toque a glória de Deus através
de Sua Palavra. Com o outro extermo, pise a terra onde as pessoas vivem,
toque as feridas dos homens, mulheres e crianças. Coloque nelas o bálsamo
curador do evangelho.
Revista
Ministério (Maio-Junho de 1998) |
PROBLEMAS BÁSICOS
Talvez alguns ainda se
perguntem: "Como fazer para falar dos problemas de uma congregação
inteira num período de 30, 45 minutos, ou
uma hora?" Embora existam dificuldades específicas, há
cinco necessidades básicas e universais que todo ser humano carrega no
coração. Ao falar deles, estaremos tocando o coração de qualquer
pessoa, quer esteja na China ou no México, seja rico ou pobre, jovem ou
velho. Essas necessidades são as seguintes:
Solidão. Todos os seres
humanos se sentem sós, alguma vez. Há pessoas que se sentem usadas,
traídas, rejeitadas. Têm parentes e amigos, trabalham cercadas de
outras pessoas, mas estão sozinhas e o coração dói. Assim, cada vez
que mencionarmos a solidão, podemos estar seguros de que de uma forma
ou de outra, estaremos tocando os corações.
Problemas financeiros. São
problemas comuns a todas as pessoas, ricas ou pobres. O problema
financeiro do pobre é que não tem dinheiro para pagar suas contas. O
problema financeiro do rico é que não pode dormir pensando na queda da
bolsa ou na desvalorização do dólar.
Problemas familiares. Não
se trata apenas da esposa e dos filhos. Todos possuem pais, irmãos,
primos, sobrinhos e netos com os quais se preocupam, de certa forma. O
que fazer com a mãe enferma, que está distante, quando não se tem
tempo nem dinheiro para visitá-la? Como ajudar o filho da irmã, que
está afundando nas drogas? A família é uma das coisas mais sagradas
que uma pessoa tem. Façamos uma aplicação da mensagem bíblica
relacionada com ela, e estaremos atendendo a uma necessidade básica.
Medo do futuro. Houve um
tempo quando eu pensava que somente os idosos tinham medo do futuro, mas
um dia, voltando de um cemitério, após o funeral de um amigo, um dos
meus garotos me abraçou forte e perguntou: "Você não vai morrer,
não?" Perguntei-lhe: "Por que, filho?" Com a voz
embargada, o menino fez outra interrogação:
"Se você morrer, quem vai tomar conta de mim?" E ele tinha
apenas sete anos; mas o futuro lhe causava temor. É uma necessidade
comum a todos.
Culpa. Depois
do pecado, o ser humano vem ao mundo com aquilo a que os sociólogos
modernos chamam de culpa existencial. Querem dizer que o indivíduo
sente-se culpado e nem sequer sabe o porquê. É uma sensação
esquisita de vazio; e, naturalmente, fruto da natureza pecaminosa com
que nascemos.
Cada vez que você for
preparar um sermão, pergunte-se: De que maneira este sermão vai
atingir as necessidades básicas e universais das pessoas que o ouvirão?
Como posso
aplicar estas verdades às necessidades dos meus ouvintes?
Então prepare-o de modo que ele responda perguntas que o povo está
fazendo. Certo pregador escocês costumava advertir: "Coce onde o
povo sente que está coçando."
E
lembre-se da cruz de
Cristo. Com um extremo de seu sermão, toque a glória de Deus através
de Sua Palavra. Com o outro extremo, pise a terra onde as pessoas vivem,
toque as feridas dos homens, mulheres, jovens e crianças. Coloque nelas
o bálsamo curador do evangelho.
Revista
Ministério (Julho-Agosto de 2000) |
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