Defesa Oficial da Trindade:
Má Fé ou Completa Ignorância?

 

Os ilustres doutores em divindade da Andrews University, autores do livro traduzido para a língua portuguesa como A Trindade, demonstraram em sua obra má fé ou completa ignorância.

Caso tenham demonstrado má fé, estão conscientemente abdicando da verdade para sustentar o erro. Caso sejam ignorantes, precisam reestudar o pensamento religioso dos pioneiros na questão da trindade, e compreenderem que os pioneiros da IASD não podem ser colocados no mesmo saco com os denominados "Testemunhas de Jeová".

Por ignorância ou má fé, os ilustres doutores cometeram dois erros: o erro de destinatário e o erro de definição. Eles erraram de destinatário quando dirigiram o seu livro A Trindade aos adventistas a-trinitarianos.

Os adventistas a-trinitarianos, que se utilizam da internet para resgatar o pensamento dos Pioneiros do adventismo, assim como os próprios Pioneiros, não têm, em relação a Jesus Cristo, a mesma idéia dos seguidores da Sociedade Torre de Vigia.

Para os Testemunhas de Jeová, Cristo não é Deus, não possui a natureza, a essência ou a substância divina; Ele não é Filho de Deus, Ele nada mais é que uma criatura de Deus que foi elevada a uma posição de destaque.

Os Testemunhas de Jeová crêem que Cristo não é Filho de Deus. Nós, os adventistas a-trinitarianos cremos firmemente que Nosso Senhor é o Unigênito Filho de Deus, gerado Filho de Deus da mesma substância, essência e natureza que o Pai e, portanto, plenamente Deus (ou divino).

Não é aos adventistas a-trinitarianos que os doutores em divindade devem ensinar que Cristo é Deus (ou divino) e sim, aos que não crêem na divindade do Filho de Deus.

 

Erro de definição

Erraram, portanto, os doutores, de endereço. E erraram também os doutores na definição. Misturaram alhos com bugalhos e cometeram um terrível erro de definição.

A Bíblia chama Cristo de Deus e, como ela também chama o Pai de Deus, concluem então os "iluminados" doutores que ela está falando da mesma pessoa. Os "sábios" doutores se apropriam então do dogma católico e reproduzem então que Deus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

É deprimente ler tanta mentira com ares de erudição, tanta violência ao texto bíblico e tanta falta de honestidade intelectual.

O tempo vai mostrar que o tiro saiu pela culatra e que a igreja institucional deu um tiro no próprio pé. Graças a Deus muitos vão perceber a igreja institucional sem querer confessando seus erros, confessando que abandonou o pensamento dos pioneiros!

 

Violência ao teto bíblico

Uma heresia só pode ser sustentada com outra heresia. Uma mentira só pode ser sustentada com outra mentira. O que os doutores em divindade conseguiram com o livro A Trindade, foi simplesmente violentar o texto bíblico na tentativa de sustentar o grande equívoco da Doutrina da Trindade.

Pretenderam os autores do referido livro demonstrar que a epístola aos Hebreus está cheia de "evidências que poderosamente sugerem que o Jeová do Antigo Testamento incluía em sua identidade a pessoa de Jesus." A Trindade,  pág. 28.

Com essa afirmação, querem os doutores dizer que Jeová, o Deus de Abraão, Isaque, e Jacó, possuía múltipla personalidade. Um Deus de única identidade, mas de dupla personalidade. Os cegos doutores da Andrews University não perceberam que instituíram o modalismo ou modocionismo na doutrina adventista.

Em sua análise deturpada do texto sagrado, os "sábios" da Andrews viram apenas o que quiseram ver. Eles viram a superioridade de Cristo em relação aos anjos, Moisés e os sacerdotes levíticos, viram que Cristo pode ser adorado como Deus, viram que Cristo é o criador do céu e da terra.

Os doutores só não viram ou não quiseram ver, que a superioridade de Cristo em relação aos anjos, Moisés e o sacerdócio levítico; seu direito de receber adoração das criaturas; e o seu ato criador do céu e da terra, tudo está relacionado com sua condição de Filho de Deus.

Não quiseram ver que o texto afirma que foi o Pai que falou "muitas vezes e de muitas maneiras aos pais pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho." Hebreus 1:1.  

Não entenderam, ou fingiram que não entenderam, que não foi uma trindade quem falou e, sim, a pessoa do Pai.  

Não enxergaram ou não quiseram enxergar que foi o Pai quem criou o mundo através da pessoa de Cristo. "A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. " Hebreus 1:2  

"Especialmente devia Seu Filho trabalhar em união com Ele na projetada criação da Terra e de cada ser vivente que devia existir sobre ela. O Filho levaria a cabo  Sua vontade e Seus propósitos, mas nada faria por si mesmo. A vontade do Pai seria realizada nEle." História da Redenção, pág. 14  .

Tanto a Bíblia quanto o Espírito de Profecia asseguram que o ato da criação foi do Filho, porém, dentro de um projeto idealizado pelo Pai, o autor intelectual de toda a criação.  

Cristo é o criador e deve ser reverenciado como tal, no entanto, em última análise,"o Pai é glorificado nele."

 

Jesus é divino, mas não é Deus, o Pai

Outro equívoco dos doutores da Andrews, é achar que o direito que Cristo tem de receber adoração de toda criatura, seja indício da existência de uma trindade impessoal. "A inevitável conclusão parece ser a de que  o 'Filho' (Jesus Cristo) é Deus, uma vez que apenas Deus, no monoteísta Antigo Testamento, é digno de adoração por parte dos seres criados..." A Trindade, pág.29

Como não podem admitir a existência de duas pessoas Deus, eles unem as duas a uma terceira e afirmam que da reunião das três pessoas é que surge um Deus pessoal! Não conseguem enxergar que o direito à adoração que pertence à Cristo, é resultado da sua condição de Filho  de Deus.

Não aceitam a clareza do texto bíblico quando ele diz: "Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? (...) E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. " Hebreus 1:5,6  

Cristo pode receber adoração das suas criaturas em decorrência de sua condição de Filho de Deus. Os anjos e todas as outras criaturas não podem, justamente por sua condição de criaturas.

Porém, mesmo sendo Filho de Deus (ou tão divino quanto o Pai), Cristo precisou ser elevado ao status de Deus no sentido de poder receber adoração e louvor. A exaltação não significa que o Filho de Deus tenha sido feito ou tenha sido criado Deus. Não significa que Ele fosse menor que o Pai em substância, essência e natureza, significa apenas que Ele é Filho de Deus, e que o Pai, sendo a origem e fonte de toda a vida, gera um Filho igual a si mesmo, sua "expressa imagem" e outorga ao Filho não seus atributos divinos (estes lhe eram naturais), mas, sim, o direito de ser adorado como é adorado o próprio Pai.  

O texto de Hebreus é claro e não deixa dúvida.  

"Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de equidade é o cetro do seu reino." Hebreus 1:8  

O texto se refere a palavras do Pai em relação ao Filho. É o Pai colocando o Filho em uma posição suprema.

"Amaste a justiça e aborreceste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros. " Hebreus 1:9  

O texto continua mostrando que é o Pai quem exalta Cristo a uma posição superior. Ele é conduzido a uma posição de igualdade junto ao Pai.  

"O grande Criador convocou as hostes celestiais, para na presença de todos os anjos conferir honra especial a Seu Filho.(...) O Pai então fez saber que por sua própria decisão Cristo, Seu Filho, devia ser considerado igual a Ele, assim em que qualquer lugar que estivesse presente Seu Filho, isto valeria pela Sua própria presença." História da Redenção, pág. 13  

Percebe-se neste trecho dos escritos pelo Dom Profético, uma perfeita harmonia com o texto bíblico, harmonia que eloqüentemente contradiz o raciocínio dos doutores da Andrews, apresentado no livro A Trindade.  

Se os doutores em divindade aceitassem os textos de Ellen G. White como inspirados, não teriam cometido o erro de interpretação que cometeram com o livro aos Hebreus.

Onde estiver presente a pessoa de Jesus, deve-se guardar reverência como se estivesse presente a pessoa do próprio Pai.

O adventista do sétimo dia que aceitar a Doutrina da Trindade, precisa rasgar a Bíblia e também os livros inspirados pelo Espírito de Profecia. Elpídio da Cruz Silva, adventista há mais de 20 anos. [Edição: Robson Ramos.]

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