Lição 12 à Luz da Mensagem de 1888
(Lição 12, para 21 de dezembro de 2002) Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Efés. 4:13)
Apresentar uma frente unida O testemunho de todo crente na verdade deve ser como se fosse um só. Todas as vossas pequenas divergências, que suscitam o espírito combativo entre os irmãos, são ardis de Satanás para desviar as mentes da grande e terrível questão que está diante de nós. A verdadeira paz advirá entre o povo de Deus quando mediante zelo unido e fervorosa oração for perturbada a falsa paz que existe em grande medida. Agora há diligente trabalho a ser feito. Agora é o tempo de manifestardes vossas qualidades soldadescas; apresente o povo do Senhor uma frente unida aos inimigos de Deus, da verdade e da justiça. ... Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja primitiva, "da multidão dos que creram era um o coração e a alma". Atos 4:32. O Espírito de Cristo tornou-os um. Este é o fruto de permanecer em Cristo (Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 20).
Não Agir Independentemente Nenhum conselho ou sanção é dado na Palavra de Deus para que os que crêem na mensagem do terceiro anjo sejam levados a supor que podem agir independentemente. Podeis assentar isso para sempre em vossa mente. São as maquinações de espíritos não santificados que tendem a promover um estado de desunião. Os sofismas de homens podem parecer corretos a seus próprios olhos, mas não são verdade e justiça. "Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, ... reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz." Efés. 2:14-16. Cristo é o elo de ligação na áurea corrente que vincula os crentes em Deus. Não deve haver separações neste grande tempo de prova. Os componentes do povo de Deus são "concidadãos dos santos, e... da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor". Efés. 2:19-21. Os filhos de Deus constituem um conjunto unido em Cristo, o qual apresenta Sua cruz como o centro de atração. Todos os que crêem são um nEle. Sentimentos humanos levarão os homens a tomar a obra em suas próprias mãos, e assim o edifício se torna desproporcionado. O Senhor emprega, portanto, uma variedade de dons para fazer que o edifício seja simétrico. Nenhum aspecto da verdade deve ser ocultado ou receber pouca consideração. Deus só pode ser glorificado se o edifício, "bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor". É abrangido aqui um grande assunto, e os que compreendem a verdade para este tempo devem atentar para a maneira como ouvem, e como edificam e educam outros para pô-la em prática. Manuscrito 109, 1899. (Idem, págs. 21 e 22).
O Senhor Justiça Nossa Davi diz: "Tua lei é a verdade". Sal. 119:142. Não é apenas a verdade, mas é a somatória de toda a verdade; conseqüentemente, a nação que observa a verdade será uma nação que observa a lei de Deus. Tais serão os cumpridores de Sua vontade, e eles entrarão no reino do céu. Mat. 7:21. [Jesus é "o caminho, a verdade, e a vida" (João 14:6), "o Verbo de Deus" (João 1 e Apoc. 19:13); portanto, Jesus é a perfeita encarnação da verdade da lei dos dez mandamentos, a expressa imagem de Seu pai celestial; portanto, Jesus é a lei dada -proferida pelo Verbo de Deus- e Jesus é o que entrega a lei -o Criador]. A questão, portanto, é, como pode ser obtida a justiça necessária para que alguém entre naquela cidade? Responder a esta pergunta é a grande tarefa do evangelho. Obtenhamos primeiramente uma lição objetiva sobre justificação ou concessão de justiça. O fato pode ajudar-nos a uma melhor compreensão da teoria. O exemplo é dado em Lucas 18:9-14, nestes dizeres: "Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um fariseu e o outro publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Oh Deus, graças Te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta, será humilhado; mas o que se humilha, será exaltado". Isto foi dado para demonstrar como podemos, e como não podemos, alcançar a justificação. Os fariseus não estão extintos; há muitos nestes dias que esperam obter justificação por seus próprios atos bons. Eles confiam em si mesmos de que são justos. Nem sempre se gabam tão abertamente quanto a sua justiça, mas revelam doutros modos que estão confiando em sua própria justiça. Talvez o espírito do fariseu -- o espírito que relata a Deus as próprias boas ações da pessoa como razão para obter-Lhe favor -- é tão freqüente como em qualquer outra parte entre professos cristãos que se sentem encurvados sob o peso de seus pecados. Sabem que pecaram, e sentem-se condenados. Lamentam o seu estado pecaminoso e deploram sua fraqueza. Os testemunhos deles nunca se elevam acima desse nível. Freqüentemente evitam, por mera vergonha, falar na reunião social, e muitas vezes não ousam aproximar-se de Deus através da oração. Após terem pecado em grau maior do que o costumeiro, às vezes deixam a oração por algum tempo até que o vívido senso de sua falha tenha passado ou até que imaginem que tenham feito uma compensação para tanto por especial bom comportamento. De que é isso uma manifestação? Daquele espírito farisaico que exibiria a justiça própria diante de Deus; de que não virá diante dEle a menos que possa apoiar-se sobre a falsa noção de sua suposta bondade. Desejam ser capazes de dizer ao Senhor: "Vê quão bom eu tenho sido nos últimos dias; certamente me aceitarás agora". Mas qual é o resultado? O homem que confiou em sua própria justiça não dispunha de nenhuma, enquanto o homem que orou, em profunda contrição, "Deus, tem misericórdia de mim, pecador", (Luc. 18:13) dirigiu-se para sua casa como um homem justificado. Cristo declarou que ele foi justificado". Observe que o publicano fez mais do que remoer sua pecaminosidade; ele suplicou misericórdia. O que é misericórdia? É um favor imerecido. É a disposição de tratar um homem melhor do que ele merece. Agora a Palavra da Inspiração declara que "quanto o céu se alteia acima da Terra, assim é grande a Sua misericórdia para com os que O temem". Salmo 103:11. Isto é, a medida pela qual Deus nos trata melhor do que merecemos quando humildemente vamos a Ele é a distância entre a Terra e o mais alto céu. E em que respeito Ele nos trata melhor do que merecemos? Em remover de nós os nossos pecados, pois o verso seguinte diz: "Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões". Com isto concordam as palavras do discípulo amado: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça". I João 1:9. Para obter uma declaração adicional da misericórdia de Deus, e de como é manifestada, leia Miquéias 7:18,19: "Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas a iniqüidade e Te esqueces da transgressão do restante da Tua herança? O Senhor não retém a Sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar". (Ellet J. Waggoner, Cristo e Sua Justiça, págs. 23 e 24).
"Deus é amor", portanto, amor é poder. Se é que a manifestação final do Espírito Santo tem de demonstrar ao mundo o poder do amor de Deus, primeiro deve ocorrer na igreja uma nova compreensão do mesmo:
A maioria de nós estará de acordo que o cumprimento do que foi dito está situado no futuro. Oxalá o vejamos logo finalmente realizado!
O amor como fogo consumidor e purificador O amor ágape nada tem que ver com o frágil sentimentalismo. O mesmo Deus que é ágape, é também "fogo consumidor" (Heb. 12:29). Este fogo significa morte ao egoísmo, sensualidade, amor ao mundo, orgulho e arrogância. Significa também morte a mornidão. Por estranho que possa soar para ouvidos legalistas, é impossível que uma igreja permaneça débil e doentia, quando esse amor é compreendido e aceito. Quando inflamar à igreja como o fogo faz entrar em combustão ao carvão, ela se tornará eficiente no ganho de almas. Cada congregação deverá ser o que Cristo a faria ser se Ele Se encontrasse em carne no meio dela. Purificada no fogo consumidor (que consome o pecado), purificada neste fogo que é o amor ágape, a igreja deverá ser a extensão do poder de Cristo para redimir aos perdidos. Então o Espírito Santo fará por fim Sua obra culminante nos corações humanos. A razão é que os membros do corpo terão recebido "a mente de Cristo". Ficamos com o pulso acelerado ao apenas pensar nisto:
Que outra coisa poderia ser estes "raios de luz", senão o amor de Deus manifestado em Seu povo? Imaginemos a alegria transbordante que fluirá como rio saindo de seu leito, quando as Boas Novas do Senhor avançarem em sua pureza, glória e poder. Quantos corações que estão agora em trevas encontrarão a Cristo e saciarão nEle os desejos de sua alma! Enquanto isso, as congregações podem dar com muita facilidade a impressão de ser um clube religioso confortável, exclusivo; sendo que –pelo contrário– o Senhor declarou que " será chamada casa de oração para todos os povos" (Isaías 56:7). Isso deve incluir "pecadores" em que não tínhamos pensado muito até agora. O Senhor Se dirige a Seu verdadeiro povo disperso ainda em "Babilônia", como "povo Meu" (Apoc. 18:4). Mas pode que não sejam gente "de bem" que esperávamos que se unisse a nosso clube. Estamos desejosos de que gente "má" saia de Babilônia, para unir-se conosco? O Senhor está! Porque faz brilhar o sol, e cair a chuva "sobre justos e injustos", inclusive sobre seus inimigos? A resposta: Seu amor não é o tipo de amor que possuímos de forma natural. Se estivesse em nosso poder o manipular as forças da natureza, parece-nos que seria nossa discriminação entre gente boa e má mais eficiente em persuadir aos maus a que se fizessem bons, que o proceder de Deus ao outorgar bênções a ambas as partes? Deus considera como Seus a muitos dos que hoje temos por casos perdidos. Há Marias Madalenas e bons ladrões na cruz. No momento em que começamos a ser seletivos em nosso amor, perdemos o vínculo com o Espírito Santo. Temos a mesma facilidade para murmurar que a demonstrada pelos fariseus e escribas. Escandalizamo-nos rapidamente ao ver que Cristo "recebe pecadores" (Luc. 15:1 e 2). Mas quanto maior é a maldade do pecador, maior a glória de Deus ao redimi-lo:
O arrependimento põe em marcha o processo Como podemos aprender um amor assim? Há um só método que funciona: contemplar a Cristo tal como Ele é. Era perfeitamente impecável; entretanto, amou aos pecadores. Seu arrependimento "em favor dos pecados do mundo" ensinou-Lhe quão fraco era, se não contasse com a força de Seu Pai. Sabia que podia cair. Nasceu no mesmo rio que nos arrasta ao pecado com a força de seu corrente, mas Se manteve firme na rocha da fé em Seu Pai. Resistiu exitosamente a esta corrente, inclusive quando todas as evidências Lhe indicavam que tinha sido abandonado. O Pai enviou a Seu Filho "em semelhança de carne pecaminosa". É verdadeiramente nosso "irmão". Levou a culpa de cada pecador. Quando aprendermos a olhá-Lo sob esta luz, experimentaremos um sentimento de unidade com Ele. Sentiremos para Ele uma atração do coração que varrerá as seduções do mundo e a preocupação pelo eu. A profecia de Zacarias sobre a "casa de Davi" que olha a Cristo "a quem transpassaram", é uma promessa explícita do dom do arrependimento. O arrependimento corporativo em relação à culpa corporativa, tornará possível a recepção e o exercício deste amor transbordante. A habilidade para sentir e amar a todo pecador é a única forma em que o ágape de Cristo pode ser fiel a si mesmo. Sua expressão foi o resultado direto de Sua experiência de arrependimento corporativo, em nossa carne. Colocou-se verdadeiramente no lugar de "todo homem", e "provou a morte" por ele. Convida-nos a que também nós aprendamos a amar como Ele nos amou e nos ama.
A justiça pela fé leva ao arrependimento Somente um arrependimento assim pode dar significado à expressão "O Senhor, Justiça Nossa" (Jer. 23:6). Aquele que sente que tem por natureza ao menos uma certa justiça procedente de si mesmo, logicamente perceberá que nesta mesma medida é melhor que algum outro. Sentindo desta maneira, Cristo será um estranho para ele. E em conseqüência, o pecador Lhe será também um estranho. Para a natureza humana é muito natural aborrecer a genuína verdade da justiça de Cristo. Resulta-nos hostil a contrição que implica ver em Cristo a totalidade de nossa justiça. Retrocedemos perante a idéia de nos pôr no lugar do alcoólico, do drogado, do criminoso, da prostituta, do rebelde, do indigente. Nosso coração se inclina muito facilmente a pensar, "eu seria incapaz de me afundar até esse ponto". Enquanto este continua sendo nosso sentimento, seremos incapazes de pronunciar palavras de autêntica ajuda, como o foram as de Cristo. O amor pelas almas está congelado. Restringido e conduzido de forma egoísta, deixa de ser ágape. É uma desgraça fatal que recusemos entrar no reino dos céus por não permitir que o Espírito Santo subjugue nossos corações profundamente endurecidos. Mas é ainda pior que fechemos materialmente as portas do reino, de forma que as Marias Madalenas ou os bons ladrões da cruz não possam entrar. Melhor seria atar uma pedra de moinho ao pescoço, e jogar-se no profundo do mar, disse Jesus, que confrontar no julgamento os resultados de uma vida desprovida de amor. "Seria melhor não existir do que viver dia a dia vazio daquele amor que Cristo preceituou aos Seus filhos" (Conselhos aos Pais, pág. 266). Chegou o tempo de compreendermos que a culpa dos pecados de todo o mundo, a frustrada inimizade para com Deus, o desespero, a rebelião, seriam minha parte, de não ser pela graça de Deus. Se Cristo retirasse de mim essa graça, se incorporaria a plenitude da maldade, já que "em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum" (Rom. 7:18). Até que apreciemos plenamente essa verdade, não poderemos compreender plenamente a justiça comunicada de Cristo. (R.J. Wieland Sê pois zeloso, e arrapende-te, povo Meu, págs. 127 e 131). (Seleção: F.C. Tradução: Matheus.) Www.Libros1888.Com Leia também: |
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