Qual é a Vantagem de Desacreditar na Trindade?

Há algum tempo tenho estudado também o assunto da Trindade. Mas não faço isso para encontrar argumentos favoráveis para uma nova idéia que eu queira defender. Pouco deveria importar para mim e para qualquer outra pessoa com um pouco de bom senso, tentar defender um novo ponto de vista sobre qualquer assunto espiritual.

Como cristãos, não nos é permitido ter idéias novas, ou preferências próprias, no que diz respeito à fé. E especialmente quando se trata de assunto tão polêmico que pode confundir ou fazer tropeçar aqueles que ainda consomem apenas leite espiritual. Somos constantemente advertidos de que qualquer doutrina só tem algum valor quando se fundamenta no que "está escrito" na Bíblia.

Você que tem bom senso, responda-me:

De que lado é mais conveniente ficar nesse debate acerca da trindade? Estar do lado oposto a essa doutrina, só traz dissabores, escárnio, perseguição e dor... Que lado escolheria qualquer ser humano, agindo racionalmente? Nem é preciso ser tão inteligente para saber que a escolha penderia para acatar a doutrina. É o que a grande maioria tem feito e segundo o ditado popular: "A voz do povo é a voz de Deus."

Mas... E se para apoiar a doutrina da trindade devo ir contra tudo aquilo que aprendi como fruto de oração e estudo da palavra de Deus? E se para aceitar essa doutrina e conseqüentemente ensiná-la, devo como o apóstolo Paulo "recalcitrar contra os aguilhões"?

• E se para ensinar essa doutrina, devo subir ao púlpito com um peso no coração, pois pela luz que vem de Deus através de Sua Palavra, tenho constatado por texto após texto que a crença na trindade é uma "casa" construída sobre a areia?

Quando a grande norma pela qual todo ser humano será julgado for aberta e o Senhor me fizer a pergunta: "Onde encontraste essa doutrina na Minha Palavra?", que responderei? Farei como os católicos, tentarei provar a Deus que a Tradição fazia parte de Sua mensagem aos homens? Direi que a santa igreja adventista me ensinou e que, portanto, como membro, para não criar divisão, eu deveria aceitá-la?

Se entendo que a ordem: "De graça recebestes, de graça dai..." é um convite e uma missão confiada por Deus a todo sincero cristão, devo eu ficar calado apenas para evitar a perseguição que certamente virá?

Devo confessar que, desde que me tornei adventista, essa questão da trindade e da existência pessoal do Espírito Santo sempre me incomodou. Imagine, então, qual poderia ter sido a minha reação quando descobri amigos tão apaixonados quanto eu por estudos proféticos e que, exceto em relação a um ou outro ponto menos importante, têm sido levados aos mesmos estudos e conclusões? Para completar, esses amigos me apresentaram as mesmas inquietações e questionamentos, sem que nunca tivéssemos falado a respeito e viéssemos estudando cada qual em seu canto!

Quando se estudam profecias, ainda que pensemos de forma diferente da estabelecida pela maioria, há a segurança de saber que nenhuma nova interpretação pode derrubar marcos já estabelecidos. Porém, quando se fala de doutrina, como é o caso da trindade, o problema se agrava, embora esse aparente "marco", não passe de mais que um intruso em meio ao puro evangelho.

O debate não gira em torno da existência do Espírito Santo, como muitos têm feito parecer. Tampouco temos dúvidas acerca da importância de seu ministério. A única questão é: Poderíamos, com toda a luz que temos, estar incorrendo na transgressão do primeiro mandamento, que nos adverte: "Não terás outros deuses diante de Mim"?

Entende o leitor qual é a nossa real preocupação? Tudo que queremos é somente fazer a vontade do Senhor, amparados pela revelação bíblica. Nesse particular, pergunto-lhe mais uma vez, insistindo para que releia com atenção todo o artigo se for necessário, estamos certos ou errados? -- Rogério Buzzi

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