Membro da Igreja Batista Também Discorda em Alguns Pontos do Artigo Contra a Música Santa

 

Oi, Flávio!

Acho que você não deve me conhecer. Sou Jilza Feitosa de Araujo e trabalho com música na Igreja Batista Memorial da Tijuca, RJ. Recebi seu artigo através de um e-mail de grupos e fiquei muito feliz com suas considerações e reflexões, que muito me acrescentaram, porém gostaria também de fazer algumas colocações (em vermelho!) sobre seu artigo, não para polêmicas ou discussões infrutíferas, mas para compartilhar com você o que vai no meu coração:

"Não Existe Música Santa. Música é Música"

1. O QUE É MÚSICA

...Uma nova composição original em seu nascimento não tem significado algum. Estou falando que a música ao sair da imaginação do compositor não tem significado espiritual, moral, mundano, etc

Do compositor que se coloca aos pés do Senhor e tem nele a sua inspiração, tem significado, sim; penso que Deus se utiliza de nós, meros pecadores, para mandar a sua música, assim como usou Davi para compor muitos salmos que até hoje nos inspiram.

2. AH! ESSA É A TAL DA ASSOCIAÇÃO?

3. COMO É O PROCESSO DE COMPOSIÇÃO MUSICAL

4. É POSSIVEL UMA MÚSICA SANTA DESASSOCIADA DO MUNDO?

5. E O COMPOSITOR CRISTÃO, O QUE ELE FAZ?

...Por outro lado se a música é destinada para a conversão de pessoas o meio mais eficaz de comunicação é falar na linguagem conhecida e apreciada.

Nem sempre. Muitos casos já aconteceram em que as pessoas se converteram exatamente porque a música utilizada possuía uma linguagem diferente!

6. E A IGREJA COMO SE POSICIONA EM RELAÇÃO À ASSOCIAÇÃO DE SIGNIFICADOS?

7. E O GOSTO MUSICAL COMO É FORMADO?

8. PODE O COMPOSITOR USAR O LIVRE-ARBÍTRIO EM SEU PROCESSO DE CRIAÇÃO?

9. ESTE CHOQUE INCOMODA A QUEM?

...Geralmente boa parte das pessoas que mais se "preocupam" com a música na igreja são aquelas cuja vida foi marcada com experiências questionáveis associadas a música. Vou dar outro exemplo: sabe aquele jovem que se desviou da igreja e foi a todo tipo de ambiente ruim e em todos os lugares ele viu e ouviu música tocada em um piano de cauda branco, no dia que ele voltar para a igreja, se os irmãos resolverem comprar um piano novo para a igreja, pode ter certeza de que o jovem fará de tudo para influenciar na escolha da cor evitando o branco, pois esta cor lhe remete a recordações que não condizem com sua nova vida.

Muitas vezes a pessoa não viveu e nem teve experiências no mundo, mas as presenciou através de filmes, propagandas e outros programas de televisão e associação ou vínculo foi feito, e uma vez ocorrido é para sempre a não ser que se faça uma auto-desprogramação mental.

Ainda está entre nós um famoso e influente Pastor da Igreja Adventista, que apreciava fazer sermões sobre a música na igreja na década de 70-80. Este pastor era o maior combatente dos Heritage Singers no púlpito, mas seus sermões eram só fachada pois na intimidade ele era o maior colecionador de discos dos Heritage e até suas filhas só ouviam e cantavam no colégio as músicas dos Heritage Singers.

As experiências vividas pelas pessoas às vezes as marcam com profundidade, fazendo com que sejam duras, inflexíveis, radicais. Todos nós:  eu, você. . . nossos irmãos da igreja. . . somos marcados por situações que nos levaram ao que somos hoje (Rm 14: 12). Seria muito bom se todos nós pudéssemos dizer como Paulo: ". . .trago no meu corpo as marcas de Cristo". Talvez essas grandes diferenças ficassem mínimas.

10. E O GOSTO DE DEUS?

...Nós só saberemos o gosto musical de Deus quando estivermos na nova terra, tudo que existe de música até hoje foi copiado, modificado ou misturado. O nosso cérebro é um liquidificador que mistura tudo aquilo que ouve e transforma numa coisa nova fruto da combinação daquilo que é conhecido. Na literatura e artes em geral acontece o mesmo, Até a Irmã White foi influenciada pelos escritos de sua época. Com os profetas da Bíblia aconteceu o mesmo, um profeta educado como Paulo produziu um texto muito mais refinado do que um pescador.

Mas tem quem se identifique muito com Paulo (At 22: 3 "...fui criado aos pés de Gamaliel"), mas também tem quem se identifique muito com Pedro, pescador, que não foi educado religiosamente e que possuía forte sotaque da região da Galiléia; era considerado ignorante e sem estudos pelos líderes judaicos em Jerusalém (At 4: 13).

11. SE EXISTISSE UMA MÚSICA SANTA QUAIS SERIAM AS CONSEQÜÊNCIAS?

...Será que a música, velha, desgastada, em desuso pelo mundo é a melhor para comunicar a salvação por meio de Jesus? Ou será que podemos usar o novo as novas tendências musicais para comunicar Jesus?

A melhor música para comunicar a salvação é aquela que é revestida pelo Espírito e executada por aquele que está aos pés do Senhor.

12. QUAL É A SOLUÇÃO PARA ESTA TORRE DE BABEL MUSICAL?

13. O RITMO, ÁFRICA E RACISMO

14. A BÍBLIA E O RITMO

Penso que a igreja deveria rever a questão da percussão na igreja. Um exército não marcha direito se não tiver um tarol, um prato e um bumbo, uma orquestra não toca junto se não tiver um Maestro e uma boa seção de percussão.

A música da igreja teria outra vida se tivesse percussão. O Salmo 150 não deixa dúvida: Louvai a Deus com instrumentos de percussão, mas parece que hoje em dia a Bíblia se tornou uma luz menor para nossos líderes e por isso é difícil colocá-la em prática.

A Bíblia não nos orienta a usar todos os instrumentos de uma vez só. Eu uso percussão e gosto, mas não é em todas as músicas que nós devemos usá-la (a orquestra não trabalha sempre com percussão; imagine " E na terra paz ", de A. Vivaldi com tarol, caixa clara, bateria, congo, ou qualquer similar...). Você, como músico, sabe disto.

Instrumento como o tamboril/tamborim/adufe (Êx 15: 20; Gn 31: 27) era usado em ocasiões festivas, porém não é mencionado nunca o seu uso nos cultos realizados no Templo. Com certeza, essa característica era um costume de época. Nós temos ainda hoje certas situações assim: de uso, de costume, de cultura, de gosto, que precisamos ter muito cuidado para tratar sem constranger, sem violentar, sem entristecer, sem machucar as pessoas que estão à nossa volta. É difícil, eu sei! A vontade do nosso "velho homem" é responder grosseiramente, é "bater de frente", é abandonar a tarefa que Deus nos confiou...  (E como o inimigo gosta, não?)

Penso que uma das soluções é estarmos sempre em busca da maturidade cristã...

E o nosso louvor sem percussão é uma coisa morta sem vida, arrastada bem no espírito da igreja de Laodicéia.

Flávio, já estive em Igrejas em que não havia um instrumento musical, mas senti a presença do Espírito em toda a congregação, de maneira tal, que foi um dos momentos significativos da minha vida espiritual; como também já participei de um culto que contava com um grande contingente instrumental em que não tive o mesmo sentimento. Laodicéia? Esmirna? Éfeso? Difícil avaliar...

Leia o texto que segue. É um dos meus preferidos: Rm 15: 2, 4 a 7.

15. CONCLUSÃO

...temos enfrentado críticas, julgamentos e incompreensão da parte de alguns membros da igreja.    

Imagino que vocês têm sofrido com todas essas situações. Continuem a pedir a Deus sempre muito discernimento, muita sabedoria, muita tolerância, muita compreensão: é aí que podemos exercitar o amor que Deus nos propõe: I Ts 3: 12.

Infelizmente, alguns dos nossos companheiros até já desanimaram da fé. Outros são humanos e por isso erraram e poderão errar. Mas o legado que eles tem deixado para a igreja Adventista Brasileira é inestimável...

Nenhum outro país adventista no mundo tem a música e os músicos que temos e o crescimento da nossa igreja não teria acontecido sem a música.

Teria, sim. Estou certa de que Deus usaria de um outro recurso para o crescimento da Igreja Adventista.

Ou Apolo, ou Paulo, ou a música, ou a ação social, ou o evangelismo. . . "Nem o que planta, nem o que rega, mas Deus dá o crescimento". (I Co 3: 6, 7)

...Flávio Santos

Em Cristo, Jilza.

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