Qual o Significado Profético da Recente Aproximação
de Líderes Judeus em Relação ao Papa?
Leia os textos abaixo, retirados de um site
oficialmente católico, e envie-nos sua opinião para:
adventistas@adventistas.com.
Rabinos de Israel pedem para o
Papa instituir a Jornada para o Diálogo com os Judeus
Pedem que o pontífice se junte às celebrações do «ano de
Maimónides»
ROMA, segunda-feira, 19 de janeiro de 2004 (ZENIT.org).-
Os grão-rabinos de Israel expressaram a João Paulo II seu desejo de que os católicos no
mundo celebrem uma Jornada de Diálogo com os Judeus.
Desta forma, o rabino Yona Metzger (asquenaze) e o rabino Slomo Amar (sefardi), sugeriram
ao Papa que se junte com um gesto significativo à celebração do ano de Maimónides,
filósofo e teólogo de Córdoba (1135-1204).
Foi o que revelaram os rabinos na sexta-feira, após o encontro de cerca de 35 minutos que
mantiveram com o Papa, em uma coletiva de imprensa celebrada na Sala do Conselho da Grande
Sinagoga de Roma.
A Jornada para o Diálogo com os Judeus já existe na Itália há anos e é celebrada em 17 de
janeiro, na véspera da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. É um dia no qual judeus
e católicos se encontram em conferências, visitas às sinagogas, ou convivência para
conhecer-se melhor.
Os rabinos expressaram o desejo de que, com motivo do oitavo centenário da morte do grande
filósofo e teólogo judeu «Rambam» Maimónides, a Santa Sé empreste (durante um tempo ou
inclusive de maneira indefinida) algum de seus preciosos manuscritos conservados na
Biblioteca do Vaticano para que possam ser expostos em Israel.
Maimónides, que formulou os «Treze artigos de fé», um dos diversos credos utilizados por
judeus ortodoxos ainda hoje, é reconhecido como o filósofo judeu mais importante da Idade
Média.
Em «Guia de perplexos», escrito em árabe (c. 1190), Maimónides tenta harmonizar fé e razão
conciliando os dogmas do judaísmo rabínico com o racionalismo da filosofia aristotélica em
sua versão árabe, que inclui elementos de neoplatonismo.
Esta obra, que traz considerações sobre a natureza de Deus e a criação, sobre o livre
arbítrio e o problema do bem e do mal, teve grande influência em filósofos cristãos como
São Tomás de Aquino e Santo Alberto Magno.
Os rabinos pediram também que o Papa doe um objeto de culto judeu em posse da Igreja
Católica. Interrogados sobre qual objeto seria, os rabinos responderam que caberia a João
Paulo II decidir.
Os rabinos se dirigiram ao Papa na audiência em hebraico moderno. O intérprete ao italiano
foi o embaixador de Israel ante a Santa Sé, Obed Ben-Hur, que desempenha sua missão desde
junho de 2003. Estiveram acompanhados na audiência pelo grão-rabino de Roma, Riccardo Di
Segni.
Em seu encontro posterior com os jornalistas, os dois rabinos insistiram no caráter
«cordial», «afetuoso» e «amigável» do encontro. O rabino Metzger sublinhou que o Papa
esteve muito «atento» a tudo o que se dizia a ele e muito «afetuoso» ao receber seus
hóspedes.
O rabino Amar reconheceu que esse encontro havia «feito crescer a esperança na
reconciliação e na fraternidade entre as duas religiões», assim como a «intensificação das
relações» sublinhando que o Papa e seus colaboradores utilizaram no passado palavras
«fortes» para condenar o anti-semitismo.
Ante a pergunta sobre os rumores, segundo os quais, no Vaticano se encontra a «Menorá»
(candelabro de sete braços do Templo de Jerusalém), os rabinos declararam que não queriam
fazer considerações sobre «rumores» e que preferiam concentrar sua atenção sobre os
importantes temas que haviam proposto ao Papa.
Por ocasião do décimo oitavo aniversário da visita de João Paulo II à grande sinagoga
judaica de Roma, que celebra seus cem anos, o rabino Metzger renovou ao Papa o convite a
regressar a Jerusalém e recordou que no ano 2004 se celebra também o décimo aniversário do
«Acordo fundamental» entre a Santa Sé e o Estado de Israel.
Para o rabino Amar, a maior dificuldade entre as pessoas e as comunidades é «a falta de
comunhão», a impossibilidade de «compreender» ou de «escutar» o outro, de maneira que cada
um permanece em suas posições. «É preciso dialogar», insistiu o rabino.
Neste momento em que nos falamos «de maneira autêntica», dá-se «uma semente, um início de
esperança». Estes encontros inter-religiosos, sublinhava, podem «superar as dificuldades
existentes em nível político».
O grão-rabino Metzger revelou que na audiência foi abordado o tema da luta contra o
anti-semitismo e o terrorismo: «Ontem nos perseguiam porque não tínhamos Estado e hoje
porque o temos». Ele disse que lançou um chamado aos chefes religiosos muçulmanos para que
impeçam o crescimento do terrorismo com pretextos religiosos.
Todos somos «filhos de Abraão», recordou, e é impossível que «este pai se alegre ao ver
que os irmãos se matam uns aos outros». «Já se derramou muito sangue!», afirmou recordando
o mandamento «não matarás».
Há que voltar a sentar-se «em torno a uma mesa» para dialogar, insistiu o rabino Amar,
pois quando há diálogo começa a solução. Faz falta «paciência» e «tolerância» que conduzam
ao diálogo e que permitam «escutar a sabedoria dos demais», quando cada um «pensa que tem
razão».
«Se todos tivéssemos esta disponibilidade, o mundo já seria diferente», concluía o rabino.
-- Código: ZP04011901. Data de publicação: 2004-01-19.
Fonte:
http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=47581
Mensagem do Papa ao inaugurar a
Casa da Galiléia em Tiberíades (Israel)
O Papa recorda com emoção sua peregrinação jubilar à Terra Santa
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 19 de janeiro de 2004 (ZENIT.org).-
A celebração de 11 de janeiro passado do rito de Dedicação da Capela do Centro
Internacional «Domus Galilaeae» (Casa da Galiléia) --no Monte das Bem-aventuranças, em
Tiberíades (Israel)--, foi ocasião para que João Paulo II recordasse «com emoção» sua
viagem a este lugar, «não longe de onde Jesus realizou a primeira multiplicação dos pães».
Assim reconhece em uma mensagem --difundida este sábado pela sala de Imprensa da Santa
Sé-- à Sua Beatitude Michel Sabbah, Patriarca de Jerusalém dos Latinos, que presidiu na
festa do Batismo de Jesus a solene dedicação desta capela.
O núncio apostólico em Israel --o arcebispo Pietro Sambi--, o custódio franciscano da
Terra Santa --padre Giovanni Battistelli--, alguns bispos e superiores de comunidades
religiosas na Terra Santa, professores das Faculdades bíblicas de Jerusalém e
representantes de movimentos eclesiais estiveram nesta celebração junto aos iniciadores do
Caminho Neocatecumenal --promotor do «Domus Galilaeae»--, Kiko Arguello, Carmen Hernández
e o padre Mario Pezzi.
A celebração aconteceu no marco de um importante encontro internacional de 250
«itinerantes» do Caminho Neocatecumenal procedentes de 108 países. A todos o Papa quis
dirigir sua saudação desejando que «este importante evento» alente a «renovar a própria
adesão a Cristo, Redentor do mundo».
«A Virgem de Nazaré, mãe da Igreja e Estrela da Nova Evangelização, guie o caminho dos
crentes na Terra Santa e obtenha para eles o dom de uma fidelidade cada vez mais valente
ao Evangelho», expressou João Paulo II.
«Domus Galilaeae», um complexo de linhas extremamente modernas que se fundem com a
natureza do arredor, é um grande centro de formação, principalmente para sacerdotes e
seminaristas, de estudo e de acolhida de peregrinos.
Compreende atualmente a nova igreja, o auditório, alojamento para pelo menos 200 pessoas e
o santuário da Palavra, este último um «lugar acolhedor --diz o Papa, que o abençoou em 24
de março de 2000-- para quem deseja escrutar as Sagradas Escrituras em um clima de oração
e de contemplação».
«Recordo com emoção (esta) peregrinação apostólica, quando precisamente no Monte das
Bem-aventuranças, não muito longe de onde Jesus realizou a primeira multiplicação dos
pães, teve oportunidade de celebrar a Eucaristia ante muitos fiéis da Terra Santa e
numerosíssimos jovens do Caminho Neocatecumenal».
Naquela ocasião, cem mil jovens desafiaram a chuva e o frio para ver o Papa e participar
sa celebração eucarística. A metade dos participantes daquele encontro era membro das
comunidades neocatecumenais. Em total, não menos de oitenta países estiveram
representados, com a presença também de cristãos ortodoxos, judeus e muçulmanos que
convivem com as comunidades cristãs locais.
«A Capela que agora é solenemente dedicada --continua o Papa em sua mensagem a Dom Sabbah--,
oferece a possibilidade de contemplar o sumo mistério de Cristo no Sacramento da
Eucaristia, e o afresco do Juízo universal, que enriquece o ápice, convida a dirigir o
olhar às realidades últimas da fé que iluminam nossa peregrinação diária sobre a terra».
Inspirado em um ícone do século XV, junto a conteúdos «da pintura moderna, como a de
Matisse», o afresco foi pintado por Kiko Arguello: «É importantíssimo encontrar novas
fórmulas estéticas para a evangelização», explicou a «Rádio Vaticano».
«Se quis nesta igreja, desde o alto do Monte das Bem-aventuranças, este afresco do Juízo
Universal no qual se vê no alto o Pai e Jerusalém Celeste; no centro Cristo, a Virgem,
João Batista, Adão e Eva, e abaixo estão o inferno e o paraíso», descreveu Arguello.
Mais informações em www.domusgalilaeae.org.
Código: ZP04011906. Data de publicação: 2004-01-19
Fonte:
http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=47591
João Paulo II constata o progresso
ecumênico entre católicos e luteranos
E pede um impulso na prática de uma espiritualidade de comunhão
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 19 de janeiro de 2004 (ZENIT.org).-
No segundo dia da Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos e cinco anos depois da
histórica assinatura da Declaração Conjunta da Doutrina da Justificação, esta
segunda-feira João Paulo II expressou seu «agradecimento pelo progresso ecumênico
realizado entre católicos e luteranos».
Assim expressou ao receber os membros da Delegação Ecumênica da Finlândia, encabeçada pelo
bispo luterano de Helsinki Eero Huovinen, com ocasião da festa de Santo Enrique, primeiro
bispo e patrono da Igreja luterana no país, onde atualmente os luteranos representam 85,7%
de uma população de 5 milhões de habitantes.
«Nesta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, desejo expressar minha gratidão pelo
progresso ecumênico realizado entre católicos e luteranos nos cinco anos transcritos desde
a assinatura da Declaração conjunta da doutrina da justificação», disse o Papa em sua
mensagem à delegação finlandesa.
O Santo Padre reconheceu também como «um sinal prometedor deste progresso em nosso caminho
para a plena e visível unidade» o «estabelecimento de um novo grupo de diálogo entre
luteranos e católicos na Finlândia e na Suécia».
A Declaração Comum da Igreja Católica e da Federação Luterana Mundial sobre a doutrina da
justificação pela fé --firmada em 31 de outubro de 1999 em Augsburgo, Alemanha-- foi
acolhida pela Igreja Católica como uma etapa significativa «na mútua compreensão e na
aproximação das partes no diálogo», mostrando «numerosos pontos de convergência» sobre uma
questão tão controvertida durante séculos».
Afirmou-se então que «as verdades fundamentais da salvação doada por Cristo e acolhida na
fé, do primado da graça sobre toda iniciativa humana, do dom do Espírito Santo que nos faz
capazes de viver conforme a nossa condição de filhos de Deus» «são aspectos essenciais da
mensagem cristã que deverão iluminar os crentes de todos os tempos».
«É minha esperança --manifestou o Papa ante a delegação ecumênica da Finlândia-- que
luteranos e católicos pratiquem cada vez mais uma espiritualidade de comunhão baseada
naqueles elementos de vida eclesial que já compartilham, e que reforcem suas relações na
oração e o testemunho do Evangelho de Jesus Cristo».
«O caminho ecumênico avança», afirmou ante os microfones de «Rádio Vaticano» o cardeal
Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos.
O processo apresenta «problemas» e «dificuldades»: «não somos ingenuamente otimistas, mas
temos a promessa do Espírito Santo, e na força do Espírito Santo avançamos, sobretudo com
nossos irmãos e irmãs da Escandinávia, que temos muito próximos», acrescentou afirmando
estas «ótimas relações» e sua alegria porque cada ano vão a Roma para celebrar a festa de
Santo Enrique.
Em uma celebração ecumênica na qual também participou a delegação da Finlândia, o
purpurado abriu no domingo o Octavário de oração na Igreja de Santa Brígida de Roma.
De 18 a 25 de fevereiro, em todo o mundo, cristãos das diferentes confissões e tradições
se reúnem para rezar pelo reforço do «compromisso comum por sua plena união».
O próprio cardeal Kasper encerrará a Semana no próximo domingo, na Basílica de São Paulo
Fora dos Muros, com uma solene liturgia na qual participarão delegações das diferentes
confissões cristãs. -- Código: ZP04011908. Data de publicação:
2004-01-19.
Fonte:
http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=47592
João Paulo II: O mundo sedento de
paz necessita da unidade dos cristãos
Intervenção antes de rezar a oração mariana do «Angelus»
CIDADE DO VATICANO, domingo, 18 de janeiro de 2004 (ZENIT.org).-
Publicamos a intervenção que João Paulo II pronunciou ao meio-dia deste domingo da janela
de seu escritório antes de rezar a oração mariana do «Angelus» junto a milhares de
peregrinos congregados na Praça de São Pedro no Vaticano.
* * *
1. «Minha paz eu vos dou». Estas palavras de Jesus,
tomadas do Evangelho de João (cf. 14, 27), constituem o tema da anual Semana de Oração
pela Unidade dos Cristãos que começa hoje. É significativo que o tema tenha sido proposto
pelas Igrejas do Oriente Médio, onde a unidade e a paz são as prioridades mais sentidas.
Durante os próximos oito dias, em todas as partes do mundo, os cristãos das diferentes
confissões e tradições se reunirão para pedir intensamente ao Senhor que reforce o
compromisso comum por sua plena unidade. O farão precisamente a partir da riqueza contida
na promessa de Cristo, meditando, dia a dia, em seu dom evangélico da paz e nos
compromissos que esta comporta.
2. Ao prometer sua paz, Cristo assegurou aos discípulos o apoio nas provas. E, não é acaso
uma prova dolorosa a duradoura divisão entre os cristãos? Por este motivo, sentem a
profunda necessidade de dirigir-se ao único Senhor para que lhes ajude a vencer a tentação
do desalento no difícil caminho que leva à comunhão plena.
Em um mundo sedento de paz, é urgente que as comunidades cristãs anunciem o Evangelho de
maneira vigorosa. É indispensável que testemunhem o Amor divino que lhes une e que levem
alegria, esperança e paz, convertendo-se em fermento de nova humanidade.
3. Desejo de coração que esta Semana de Oração produza abundantes frutos para a causa da
unidade dos cristãos. Que seja uma ocasião propícia para que quem crê em Cristo troque um
abraço fraterno, na paz do Senhor. Que a intercessão materna da Virgem Maria, mãe de
Cristo, nos alcance este dom. -- Código: ZP04011801. Data de publicação: 2004-01-18.
(Tradução realizada por Zenit)
Fonte:
http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=47535
João Paulo II inicia a Semana
pela Unidade dos Cristãos
O mundo, «sedento de paz», precisa da unidade dos cristãos;
constata
CIDADE DO VATICANO, domingo, 18 de janeiro de 2004 (ZENIT.org).-
João Paulo II lançou este domingo um grande chamado à unidade dos cristãos, separados em
diferentes confissões, ao iniciar a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
«Em um mundo sedento de paz, é urgente que as comunidades cristãs anunciem o Evangelho de
maneira vigorosa --reconheceu--. É indispensável que testemunhem o Amor divino que lhes
une e que levem alegria, esperança e paz, convertendo-se em fermento de nova humanidade».
O Santo Padre pronunciou seu convite antes de rezar a oração mariana do «Angelus», falando
da janela de seu escritório, ante milhares de peregrinos congregados ao meio-dia na praça
de São Pedro no Vaticano.
O pontífice recordou que neste ano o Programa da Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos leva por lema as palavras de Jesus: «Minha paz eu vos dou».
O documento foi redigido pelas diferentes confissões cristãs que vivem na cidade de Alepo
(Síria) por encargo do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Igreja
Católica) e pela Comissão Fé e Constituição (Conselho Ecumênico das Igrejas).
«É significativo que o tema tenha sido proposto pelas Igrejas do Oriente Médio, onde a
unidade e a paz são as prioridades mais sentidas», constatou o pontífice, que leu com voz
clara e na íntegra sua intervenção.
Nos próximos oito dias, como disse o Santo Padre, em todas as partes do mundo, cristãos
das diferentes confissões e tradições se reunirão para rezar pelo reforço do «compromisso
comum por sua plena unidade».
O programa redigido pelos cristãos sírios --católicos, ortodoxos e protestantes-- oferece
orações para cada um dos dias da semana em que representantes dos mais de dois bilhões de
cristãos do mundo se reunirão em encontros ecumênicos.
Os cristãos, sublinhou João Paulo II, «sentem a profunda necessidade de dirigir-se a seu
único Senhor para que lhes ajude a vencer a tentação do desalento no difícil caminho que
leva à comunhão plena».
O bispo de Roma concluiu encomendando à intercessão da Virgem Maria esta Semana para que
«produza abundantes frutos para a causa da unidade dos cristãos».
«Que seja uma ocasião propícia para que quem crê em Cristo troque um abraço fraterno, na
paz do Senhor», desejou.
A Semana da Oração para a Unidade dos Cristãos tem suas origens no movimento pentecostal
na Escócia com vínculos nos Estados Unidos. Em 1894, o Papa Leão XIII já animava a prática
do Octavário de oração pela unidade no contexto de Pentecostes.
As celebrações desta semana foram inauguradas de maneira oficial este domingo em Roma pelo
cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos
Cristãos, ao presidir um ato ecumênico na igreja de Santa Brígida em Roma junto ao bispo
luterano de Helsinki.
O próprio cardeal Kasper encerrará a Semana no próximo domingo, na Basílica de São Paulo
Extramuros, com uma solene liturgia na qual participarão delegações das diferentes
confissões cristãs. -- Código: ZP04011802. Data de publicação:
2004-01-18.
Fonte:
http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=47539
«Concerto da reconciliação» exige dos crentes a
rejeição da violência
Reúne líderes judeus, cristãos e muçulmanos no Vaticano
CIDADE DO VATICANO, domingo, 18 de janeiro de 2004 (ZENIT.org).-
Um concerto no Vaticano, com a participação de João Paulo II, de importantes rabinos e
clérigos islâmicos, converteu-se na noite desse sábado em um grande chamado à
reconciliação entre judeus, católicos e muçulmanos.
Ao finalizar o encontro musical, o pontífice tomou a palavra para reconhecer que os
crentes das religiões monoteístas «não podem aceitar que a terra esteja afligida pelo
ódio, que a humanidade fique transtornada por guerras sem fim».
Deste modo o pontífice encerrou o «Concerto da reconciliação» entre judeus, cristãos e
muçulmanos, que aconteceu na Sala Paulo VI em presença de numerosos líderes religiosos,
entre eles o rabino chefe de Israel, Jona Metzegher, e o secretário geral do World Islamic
Call Society, Mohamed Ahmed Sharif. Participaram também representantes das igrejas
ortodoxas, da Federação de Igrejas Evangélicas e da Comunhão Anglicana.
«A história das relações entre judeus, cristãos e muçulmanos está marcada por luzes e
sombras e, por desgraça, experimentou momentos dolorosos», reconheceu o Papa, que tinha à
sua direita o antigo rabino chefe de Roma, Elio Toaf,f e à sua esquerda o emane da
mesquita de Roma, Abdulawahah Husein Gomaa.
«Hoje se sente a grande necessidade de uma reconciliação sincera entre os crentes no único
Deus», acrescentou o Papa, que falou com voz clara apesar do cansaço acumulado durante a
jornada e o encontro.
«Juntos expressamos o desejo de que os homens se purifiquem do ódio e do mal que
continuamente ameaçam a paz, e saibam estender-se reciprocamente mãos desnudas de
violência e dispostas a oferecer ajuda e consolo a quem se encontra na necessidade»,
afirmou o Santo Padre.
«O judeu honra o Onipotente como “protetor da pessoa humana” e Deus das “promessas de
vida” --recordou--. O cristão sabe que o amor é o motivo pelo qual Deus entra em relação
com o homem e que o amor é resposta que se espera do homem. Para o muçulmano, Deus é bom e
sabe encher o crente de suas misericórdias».
«Apoiados nestas convicções --afirmou--, judeus, cristãos e muçulmanos não podem aceitar
que a terra esteja afligida pelo ódio, que a humanidade fique transtornada por guerras sem
fim».
«Sim --afirmou-- temos de encontrar em nós a valentia da paz. Temos de implorar do Alto o
dom da paz. E esta paz se estenderá como o azeite, se percorrermos sem descanso o caminho
da reconciliação».
«Então --concluiu citando o profeta Isaías-- o deserto se converterá em um jardim no qual
reinará a justiça, e o efeito da justiça será a paz».
O Concerto, organizado pela Comissão da Santa Sé para as Relações Religiosas com o
Judaísmo, o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e o Conselho
Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, comemorou o primeiro encontro de líderes
religiosos pela paz presidido há 18 anos por João Paulo II em Assis.
O cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos e
da Comissão para o diálogo religioso com o judaísmo, dirigiu as palavras de saudação
destacando alguns dos gestos mais destacados deste pontificado a favor da reconciliação
entre os filhos de Abraão, como a visita do Papa à sinagoga de Roma em 1986, a oração ante
o Muro das Lamentações de Jerusalém no ano 2000, a visita à Universidade de Al Azhar do
Cairo nesse mesmo ano jubilar, e à mesquita dos Omeyas de Damasco em 2001.
Depois do apóstolo Pedro, João Paulo II foi o primeiro bispo de Roma que visitou uma
sinagoga e foi o primeiro a pisar numa mesquita.
«Graças por seu exemplo ante o desprezo, o ódio ou a violência, graças por suas mensagens
que exortam o respeito recíproco entre os homens e todas as religiões, graças por sua
contribuição à paz no mundo», afirmou o cardeal alemão, que sintetizou a mensagem do
encontro invocando «paz, shalom, salaam».
O concerto foi oferecido pela “Pittsburgh Symphony Orchestra” e coros de Ancara, Cracóvia
e Petersburgo, dirigidos pelo maestro Gilberto Levine.
Foram interpretados o inédito (Abraham) de John Harbison e a Sinfonia no. 2 de Gustav
Mahler, «Ressurreição» (movimentos I, IV e V), que --como recordou o Papa-- se inspira no
poema «Dziady» do ilustre dramaturgo polonês Adam Mickiewicz.
O «Concerto da reconciliação» foi celebrado um dia depois de que o Papa recebera no
Vaticano os dois rabinos chefes de Israel, Jona Metzgher (asquenaze) e Slomo Amar (sefardi),
em um encontro definido como «histórico» pela embaixada de Israel ante a Santa Sé. --
Código: ZP04011805. Data de publicação: 2004-01-18.
Discurso do Papa no «Concerto da
reconciliação»
Entre judeus, católicos e muçulmanos
CIDADE DO VATICANO, domingo, 18 de janeiro de 2004 (ZENIT.org).-
Publicamos o discurso que João Paulo II pronunciou na noite deste sábado ao final do
«Concerto da reconciliação» entre judeus, cristãos e muçulmanos, realizado na Sala Paulo
VI no Vaticano.
* * *
1. Com profunda comoção participei do concerto desta noite dedicado ao
tema da reconciliação entre judeus, cristãos e muçulmanos. Escutei com participação
interior a esplêndida interpretação musical, que foi para todos nós motivo de reflexão e
de oração. Saúdo e agradeço de todo coração os promotores da iniciativa e todos que
contribuíram para sua concreta realização.
Saúdo os presidentes e membros dos Conselhos Pontifícios que patrocinaram este
acontecimento sumamente significativo. Saúdo as personalidades e representantes das
diferentes organizações judaicas internacionais, das igrejas e comunidades eclesiais e do
islã que, com sua participação, fazem ainda mais sugestivo nosso encontro. Meu
agradecimento particular se dirige aos Cavaleiros de Colombo, que ofereceram seu apoio ao
concerto, e a RAI, representada aqui por seus diretores, que permitiram uma difusão
adequada.
Dirijo também minha saudação ao ilustre maestro Gilbert Levine e aos membros da
«Pittsburgh Symphony Orchestra», assim como aos coros de Ancara, Cracóvia e Londres. A
seleção das passagens desta noite quis chamar nossa atenção sobre dois pontos importantes
que, em certo sentido, unem todos que se identificam no judaísmo, no islã e no
cristianismo, mesmo que seus respectivos textos sagrados os tomem de diferentes maneiras.
Os dois pontos são: a veneração pelo patriarca Abraão e a ressurreição dos mortos.
Escutamos o magistral comentário no motete sagrado «Abraão», de John Harbison, e na
sinfonia número 2 de Gustav Malher, inspirada no poema «Dziady» do ilustre dramaturgo
polonês Adam Mickiewicz.
2. A história das relações entre judeus, cristãos e muçulmanos está marcada por luzes e
sombras e, infelizmente, experimentou momentos dolorosos. Hoje se sente a grande
necessidade de uma reconciliação sincera entre os crentes no único Deus.
Esta noite nos encontramos aqui reunidos para expressar de maneira concreta este
compromisso de reconciliação através da mensagem universal da música. Foi-nos recordada a
advertência: «Eu sou o Deus onipotente, caminhe em minha presença e seja perfeito»
(Gênesis 17, 1). Em todo ser humano ressoam em seu interior estas palavras: sabe que um
dia terá que prestar contas a esse Deus que, desde o alto, observa o caminhar na terra.
Juntos expressamos o desejo de que os homens se purifiquem do ódio e do mal que
continuamente ameaçam a paz, e saibam estender-se reciprocamente mãos desnudas de
violência e dispostas a oferecer ajuda e consolo a quem se encontra na necessidade.
3. O judeu honra o Onipotente como «protetor da pessoa humana» e Deus das «promessas de
vida». O cristão sabe que o amor é motivo pelo qual Deus entra em relação com o homem e
que o amor é a resposta que se espera do homem. Para o muçulmano, Deus é bom e sabe encher
o crente de suas misericórdias. Apoiados nestas convicções, judeus, cristãos e muçulmanos
não podem aceitar que a terra esteja afligida pelo ódio, que a humanidade fique
transtornada por guerras sem fim.
Sim! Temos que encontrar em nós a valentia da paz. Temos que implorar do Alto o dom da
paz. E esta paz se estenderá como o azeite, se percorrermos sem descanso o caminho da
reconciliação. Então o deserto se converterá em um jardim no qual reinará a justiça, e o
efeito da justiça será a paz (Cf. Isaías 32, 15-16).
«Omnia vincit amor!». -- Código: ZP04011804. Data de publicação: 2004-01-18
(Tradução realizada por Zenit)
Fonte:
http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=47542
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