Excelente Artigo da Revista Adventista Sobre o Espírito Santo Como o "Sopro de Deus"
Publicado na Revista Adventista brasileira (junho de 2003) e na Adventist Review americana (13/02/2003).
DESCANSO SABÁTICO
Um oásis na
semana
Para mim, o sábado é ressurreição, segunda
criação,
sopro de vida nova em mim, a
cada sete dias.
por Mankyu Oh
Em artigo da Adventist Review, edição de 14 de junho de 2001, a atenção da leitora Ella Rydzewski foi atraída para João 20:21 e 22, passagem muito interessante das Escrituras quanto ao conceito de sopro: "Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai Me enviou, Eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo."
Quero repartir minhas considerações a respeito desses versículos e sobre a idéia de fôlego, em ligação com nossa experiência quanto ao sábado.
Muitos anos atrás, na Coréia, em conformidade com João 20:22, um missionário canadense traduziu para o coreano o termo espírito como sopro de Deus. Desde quando eu houvera começado a ler acerca de idéias antigas, essa tradução foi a que me causou entusiasmo por excelência. Notei, igualmente, a ênfase de Ellen G. White quanto a fôlego, destacando o benefício da respiração profunda para a saúde e a vida. Tendo sido motivado a realizar estudo bíblico a respeito de sopro e respiração, ao pesquisar as páginas sagradas, fiquei surpreso quando percebi o quanto o assunto é relevante.
Compreendi que, na definição de humanidade, respiração é elemento essencial. Mais que qualquer outro aspecto, as Escrituras apresentam os seres humanos como criaturas que respiram. O homem começou a existir com a respiração provinda do Criador, o sopro de Deus: "Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e o homem passou a ser alma vivente (Gên. 2:7). Assim, podemos pensar no ser humano como ser vivo. Ao receber de Deus o fôlego da vida, o homem tornou-se sopro vivo. Se em nós for enfraquecido o fôlego da vida, tornamo-nos débeis. Somos revigorados, fortalecidos, quando o fôlego da vida é renovado em nós. Igualmente, nos tornamos espirituais quando em nós passa a ser espiritual o fôlego da vida.
"Toda sexta-feira, Deus desce ao
pó
a fim de encontrar-me. Ele sopra em minhas
narinas o fôlego da vida até que
eu esteja
revigorado como ser vivo."
Em busca da Fonte - Onde podemos achar o refrigério do fôlego da vida? Na segunda epístola a Timóteo, capitulo 3, versículos 16 e 17, Paulo diz:
"Toda a Escritura é inspirada ["assoprada", na Bíblia em inglês] por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." A Bíblia é o reservatório do sopro divino da vida. Quando abro a santa Bíblia, imagino que estou me dirigindo à praia do fôlego da vida. Vejo-me diante do oceano do sopro, inalando profundamente o alento revigorante da vida que emana das Escrituras.
Quando poderemos estar nessa praia a fim de sorver profundamente o sopro de vida? É então que surge o sábado. Em Êxodo 23:12, Moisés diz ao povo: "Seis dias farás a tua obra, mas, ao sétimo dia, descansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua serva e o forasteiro." A sentença para que tome alento pode ser compreendida como
para que retomes o teu fôlego. Pode significar reabastecer, renovar por meio da respiração o sopro exaurido nos dias de trabalho. Todo sábado, devemos trocar o hálito corrompido da semana pelo frescor do alento sabático divino. Para mim, o sétimo dia é outro reservatório especial de fôlego.Temos, então, duas fontes: a Biblia e o Sábado. Cada sétimo dia, temos oportunidade especial em que seres humanos debilitados são refrigerados ao receber o sopro divino de vida.
Todos conhecemos a condição em que nos encontramos sexta-feira à tarde: após a semana de trabalho, completamente exaustos. À noite, sentimo-nos como que reduzidos a poeira, e clamamos a Deus: "A minha alma está apegada ao pó; vivifica-me segundo a Tua Palavra" (Sal. 119:25). O apóstolo Paulo ensina que a Palavra do Senhor é o fôlego de Deus. Assim, podemos ler esse texto como segue: "Tornei-me pó. Renova em mim o Teu fôlego de vida." Todo crepúsculo de sexta-feira, ao sentir a exaustão do fim de semana, tenho proferido esta oração. Sempre o Senhor responde minha prece. Ele desce ao pó a fim de encontrar-me.
[Estes dois parágrafos constam do artigo original, mas foram omitidos, provavelmente por razões de espaço, na edição em português da Revista Adventista:]
Em II Reis 4:32-35, lemos uma história muito interessante que ilustra este tema: "Tendo o profeta chegado à casa, eis que o menino estava morto sobre a cama. Então, entrou, fechou a porta sobre eles ambos e orou ao SENHOR. Subiu à cama, deitou-se sobre o menino e, pondo a sua boca sobre a boca dele, os seus olhos sobre os olhos dele e as suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre ele; e a carne do menino aqueceu. Então, se levantou, e andou no quarto uma vez de lá para cá, e tornou a subir, e se estendeu sobre o menino; este espirrou sete vezes e abriu os olhos."
Quando penso sobre esse incidente, imagino o momento quando o Deus-Criador soprou nas narinas de Adão e ele se tornou uma alma vivente (Gen. 2:7). Se pensarmos em nossa salvação como uma segunda criação, então poderemos também ligar esse relato com a nossa salvação. A salvação é Deus Se estendendo sobre nosso corpo frio até que comecemos a nos aquecer. Você poderia dizer que os adventistas do sétimo dia são convidados a receber a ressurreição, uma segunda calorosa criação e novo fôlego todo sábado.
Em João 20:22, temos o relato de que, da mesma forma com que Deus houvera soprado em Adão no princípio, Jesus soprou sobre os discípulos o fôlego do Espírito. Ao soprar Jesus sobre eles, os discípulos tornaram-se pessoas do Espírito, assim como Adão tornou-se ser vivo ao rece
ber de Deus o alento.Em Êxodo 23:12, Deus diz: "Ao sétimo dia, descansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua serva e o forasteiro." O sétimo é o dia em que nós, nosso cônjuge, nossos filhos, empregados, animais e nossos hóspedes, sejam refrigerados com o fôlego da vida. É o dia do sopro restaurador de Cristo. -- Mankiu Oh dirige o Departamento de Teologia da Sahmyook University, em Seul, Coréia do Sul. (Texto extraido da Revista Adventista, edição de junho de 2003, pág. 16)
Fonte do original em inglês: http://www.adventistreview.org/2003-1507/story1.html
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