DESAFIO! Onde Está o Trono Celeste, no Santo ou no Santíssimo?

Prezados irmãos de todo o Brasil,

Os irmãos ECS e MF, assim como muitos outros, insistem que Cristo entrou no Santíssimo logo que subiu ao Céu. Concordamos perfeitamente com eles, pois Daniel 9:24 fala da unção do Santo dos Santos na parte final das 70 semanas e Cristo cumpriu essa profecia entrando no Santíssimo do Santuário Celestial para ungi-lo, assim como fez Moisés no início das atividades do Tabernáculo Terrestre (Êxodo 40:9; e Levítico 8:10). Ainda que em linguagem não tão clara, a senhora White alude a esse evento em O Desejado de Todas as Nações, p. 757. Portanto, estamos de acordo quanto à entrada de Cristo no Santo dos Santos em 31 da Era Cristã. Graças a Deus por isso! Uma discussão a menos!

Entretanto, os irmãos ECS e MF insistem que Cristo entrou no Santíssimo e ali ficou. Apelam para a expressão “para dentro do véu” (ou “para além do véu”) para fundamentar sua posição. Outros teólogos insistem noutros argumentos, tais como o uso da palavra hagia na Septuaginta, os animais mencionados em Hebreus etc., argumentos esses que, aos nossos olhos, apresentam-se como insatisfatórios e insuficientes.

Na verdade, o que está por detrás de todos os argumentos que os opositores da doutrina adventista do Santuário lançam mão é a idéia de que o trono de Deus tem de estar no Santíssimo. Assim, se Cristo Se assentou à destra do trono de Deus no Céu por ocasião de Sua ascensão, então Ele só poderia estar no Santíssimo daí em diante. Esse é ponto central. Tudo o mais é para despistar.

Nós, da equipe do site Www.ConcertoEterno.Com, insistimos enfaticamente que o trono de Deus é descrito no Lugar Santo do Santuário Celestial em Apocalipse 4 e 5. Não há absolutamente nada de especulativo nisso.

Ora, João fala do trono de Deus no mesmo ambiente em que descreve as 7 lâmpadas de fogo (4:5) e o altar de incenso (8:3 e 9:13). Ele não menciona a arca da aliança até Apocalipse 11:19, quando anuncia a abertura de outra divisão do Santuário: evidentemente o Santíssimo. Logo, não há como fugir da evidência: o trono de Deus em Apocalipse 5:6 está no Lugar Santo, onde também é descrito o Cordeiro (Cristo).

Diante disso, desafiamos os irmãos ECS e MF e todos os demais discordantes da doutrina do Santuário a explicar tecnicamente e com objetividade a situação em Apocalipse e, além disso, a mostrar pelo menos um texto bíblico que diga que o trono celeste de Deus se encontra no Santíssimo. Nada de apelar para a arca da aliança, pois, para João, arca é arca e trono é trono. Queremos um texto que traga as palavras “trono” e “Santo dos Santos” (ou “Santíssimo”) em relação ao Templo do Céu.

Aguardamos as respostas dos irmãos!

Equipe do Site Www.ConcertoEterno.Com.


Mandem um texto bíblico que diga que Cristo após sua ascensão ao céu, entrou no santíssimo, fez sua unção, saiu e retornou para o mesmo por uma segunda vez, que eu mostro um texto dando a resposta que os irmãos pedem. -- ECS

Prezado irmão ECS,

Cremos que merecíamos uma resposta ao nosso desafio antes do irmão, mas, para não perdermos tempo, daremos logo o que nos pediu.

1. Texto bíblico falando da unção do Santo dos Santos num contexto messiânico:

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos.” Daniel 9:24.

Ocorrem aí a palavra “ungir” e a expressão “Santo dos Santos”.

2. Textos bíblicos falando de Cristo no Lugar Santo do Céu:

“Razão por que se acham diante do trono de Deus e O servem de dia e de noite no Seu santuário; e Aquele que Se assenta no trono estenderá sobre eles o Seu tabernáculo.” Apocalipse 7:15.

“Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está!” Apocalipse 16:17.

Esses textos deixam claro que o “trono” está no Santuário. Nesses textos ocorrem as palavras “trono” e “Santuário”.

“Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas. Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, Alguém sentado.” Apocalipse 4:1 e 2.

Esse texto fala da “porta aberta” e do “trono”.

“E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete Espíritos de Deus.” Apocalipse 4:5.

Essa passagem fala literalmente de “7 lâmpadas” “diante do trono”. Isso não depende de interpretação. As expressões ocorrem no texto exatamente assim.

“Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono; e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos.” Apocalipse 8:3 e 4.

Nessa passagem ocorre a frase “altar de ouro que se acha diante do trono”. Não há necessidade de qualquer interpretação elaborada. Basta que aceitemos o texto tal como ele está escrito.

“Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra. Veio, pois, e tomou o livro da mão direita dAquele que estava sentado no trono.” Apocalipse 5:6 e 7.

Essa passagem traz as palavras “Cordeiro” e “trono” e diz que o Cordeiro “tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono”. Está tudo exatamente assim no texto, sem tirar nem por.

3. Textos bíblicos falando de Cristo Entrando no Lugar Santíssimo do Céu:

“Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias Se assentou; Sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o Seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros.” Daniel 7:9 e 10.

Esse texto diz que “foram postos uns tronos” e que “o Ancião de Dias Se assentou”.

“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-Se ao Ancião de Dias, e O fizeram chegar até Ele. Foi-Lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas O servissem; o Seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o Seu reino jamais será destruído.” Daniel 7:13 e 14.

Essa passagem fala literalmente do “Filho do Homem” dirigindo-Se “ao Ancião de Dias” e recebendo o “reino”.

“O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo, e Ele reinará pelos séculos dos séculos. E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus, dizendo: Graças Te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o Teu grande poder e passaste a reinar. Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a Tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos Teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o Teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra. Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da Aliança no Seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada.” Apocalipse 11:15-19.

Esse texto fala do “reino” tornando-se de “Cristo” por ocasião do soar da sétima trombeta e fala da abertura do Santuário, quando se vê a arca da aliança. Tudo isso é dito literalmente no texto. Também não há necessidade de qualquer malabarismo exegético para se encontrar essas informações ali.

Bem, aí estão os textos que abordam os pontos solicitados pelo irmão. Agora, esperamos ver também sua resposta ao nosso desafio. Não é nada demais o que estamos pedindo. Dê-nos um texto, pelo menos um, ou quantos o irmão quiser apresentar, que traga as palavras “trono” e “Santo dos Santos” (ou “Santíssimo”) em relação ao Santuário do Céu. Esperamos que o irmão não invente nenhuma desculpa nem se negue em nos dar essa resposta. Aguardaremos ansiosos por ela.

Fique na paz!

Equipe do Site Www.ConcertoEterno.Com.


Réplica do Irmão ECS

Caros irmãos do site concertoeterno.com,

reconheço, graças à resposta dos irmãos, que a expressão “interior do véu” nem sempre se refere ao lugar santíssimo. A ajuda que vocês me deram vai servir para reformular o artigo e alguns conceitos. Sabendo agora que a referida expressão pode ter também um sentido genérico, podendo se referir ao santuário como um todo ou especificamente ao santíssimo, nunca ao santo apenas – nos dois textos que os irmãos citam, a expressão está ligada ao santuário como um como um todo –, devemos então situar a expressão no contexto em que estiver inserida para determinarmos se ela se aplica ao santíssimo ou ao santuário completo.

Quanto às duas perguntas que os irmãos fazem, as respostas são simples: os defeituosos não podiam entrar no santuário como um todo. O todo era composto de duas partes, santo e santíssimo. Para entrar no santíssimo, só passando pelo santo. Como não podiam entrar no santo, naturalmente não tinham acesso ao santíssimo. Arão e seus filhos tinham acesso ao todo. Como o todo era formado pelas duas partes que já sabemos quais são, entrando eles pelo santo, porta de entrada do todo, tinham acesso ao santíssimo. É lógico que para os filhos de Arão entrarem no santíssimo, só quando fossem nomeados sumos sacerdotes.

Entendo que a expressão em questão não pode ser aplicada ao véu do primeiro compartimento para identificar especificamente este compartimento. Nos dois textos que os irmãos citaram, repito, a palavra véu serve de sinônimo para santuário, com o sentido do todo. Sendo assim, se os irmãos quiserem aplicar este princípio ao livro de Hebreus, no máximo poderiam dizer que Cristo entrou no santuário, sem especificar que ele tenha ficado no lugar santo, ou então, atribuir o termo diretamente ao lugar santíssimo. Jamais poderiam usar o termo como palavra sinônima para lugar santo.

Os irmãos então, para defender a Doutrina do Santuário como a IASD ensina, buscam auxílio no livro do Apocalipse. Começam citando Apocalipse 4 sugerindo que a porta que aparece neste capítulo, é a realidade cujo véu do primeiro compartimento era sombra. Acho que neste texto não há elementos bastantes para uma afirmação categórica. João simplesmente viu uma porta aberta no céu sem dizer que era a porta de um santuário. Poderia apenas ser uma porta simbólica, um caminho de acesso ao céu. A porta de abriu, e João foi convidado a subir ao céu. Parece mais uma entrada para o céu do que propriamente a porta/véu do santuário.

Na mesma visão, João vê um trono posto no céu e não dentro de um santuário. Diante do trono, que estava no céu e não dentro de um santuário no céu, havia sete lâmpadas. Não é porque dentro do santuário terrestre havia um candelabro com 7 lâmpadas e na visão aqui tratada João também vê 7 lâmpadas diante do trono, que nós já vamos concluir que este trono, estas lâmpadas e todos os personagens que aparecem na visão, encontravam-se todos dentro do lugar santo no santuário celestial. Logo em seguida, é apresentado um argumento para defender uma imaginada passagem do santo para o santíssimo, baseado no capítulo 11: 19 de Apocalipse.

Nesta passagem João relatou a visão da abertura do templo de Deus, que possibilitou enxergar dentro do templo, a arca da aliança. Os irmãos fazem uma interpretação destes dois cenários que parece se ajustar à lógica da crença adventista. Primeiro, a porta que se abriu no céu pela qual João subiu ao céu, onde viu um trono posto no céu, é interpretada como sendo a porta/véu do lugar santo. Depois, quando é aberto no céu o templo de Deus, essa abertura é interpretada como a abertura da porta/véu do lugar santíssimo.

Esse ajuste aparentemente lógico começa a sofrer abalos quando nós analisamos os acontecimentos ocorridos nos dois cenários mostrados no livro do Apocalipse. No primeiro cenário é mostrada a glória excelsa de Deus, o criador intelectual de todas as coisas, o único Supremo do universo. Neste cenário ainda aparece a exaltação de Cristo, o Cordeiro de Deus que comprou para seu Pai, homens de todas as raças. Todos os seres presentes entoaram glórias ao que estava assentado sobre o trono, o Pai, e ao Cordeiro, o Filho. Este fato aconteceu no céu, mas dá para afirmar sem nenhuma possibilidade de erro que o ocorrido se deu no lugar santo? Não há elementos suficientes.

No segundo cenário, é visto a abertura do templo de Deus. Tal evento é interpretado pelos adventistas como a abertura do lugar santíssimo que ocorreu em 1844 e onde Cristo entrou para realizar o juízo investigativo de duração imprevisível.

Será que Apocalipse 11: 19 fala mesmo do início de um suposto juízo investigativo? Parece muito mais o fim do mundo e a vitória final de Deus e do seu Cristo. Parece que tudo acontece de uma só vez: os reinos do mundo retornam para Deus e seu Cristo, Deus retoma seu poder sobre o universo e reina, chega o tempo de julgar os mortos, dar o galardão aos profetas, aos servos e aos santos, e o tempo de destruir os que destroem a terra. Essa abertura do templo de Deus no céu parece mais o fim do mundo do que qualquer outra coisa. Não é apenas neste capítulo e versículo que o templo de Deus é visto sendo aberto no céu. Em Apocalipse 15: 5 a 8 João também vê ser aberto o “tabernáculo do testemunho”, mas não há nada que sugira o início de qualquer coisa parecida com um juízo investigativo.

Concluindo, não discordo da existência no céu de um santuário dividido em duas partes. Aquele santuário é a realidade cujo terrestre foi uma sombra. Também não discordo que Cristo tenha entrado naquele santuário para oferecer-se pelos meus pecados. Somente não vejo elementos convincentes o bastante para acreditar que somente em 1844, Cristo ofereceu seu sangue por mim para fazer minha expiação e a expiação do santuário. Sem sangue, não há expiação e a expiação que teria começado em 1844, estaria sendo feita sem sangue. Como vocês mesmos dizem, Cristo ofereceu o sacrifício expiatório no lugar santo. Se for assim, então, no lugar santíssimo, ele entrou sem sangue. Mas isso é assunto que está sendo discutido em outro artigo.

Vocês também disseram: “Por outro lado, voltando à expressão “além do véu”, Hebreus 6:19 poderia estar fazendo alusão à entrada de Cristo no Santíssimo, no início de Seu serviço sacerdotal, para ungir o Santuário, como cumprimento de Daniel 9:24. Isso é perfeitamente plausível. De qualquer modo, Apocalipse 4 e 5 continua sendo uma cena do Lugar Santo, sem dúvida alguma, pois as indicações técnicas para isso são abundantes e conclusivas.“

Quando os irmãos abrem a possibilidade de reconhecer que Cristo possa ter entrado no lugar santíssimo logo após a ascensão, já um passo em direção à verdade sobre o santuário celestial. A Bíblia não fala de uma unção do santuário celestial. Só é possível supor essa unção, tendo como base a doutrina adventista sobre o assunto. Quero lembrar que, quando o santuário terrestre foi ungido, ele não o foi com sangue e sim com azeite.

“Então Moisés tomou o azeite da unção, e ungiu o tabernáculo, e tudo o que havia nele, e o santificou”. Levítico 8:10. Quem quiser pode também conferir em Êxodo 30: 22 até 33

Ao que me consta, salvo engano, a Bíblia em lugar nenhum afirma que Cristo tenha levado azeite ao céu para ungir o santuário celestial ou que tenha feito tal obra em algum momento.

 

UMA CONFISSÃO DE ERRO

Os irmãos do site concertoeterno fizeram inadvertidamente uma confissão de erro. Quando disseram que estão empatados com os tradicionais opositores protestantes e católicos à Doutrina do Santuário adventista, reconheceram os limites da sua crença. A confissão feita pelos irmãos do concertoeterno, fere uma regra da lógica filosófica que tem sido uma maravilhosa ferramenta para o avanço da ciência e do conhecimento humano. Essa regra diz que:

“duas opiniões diferentes a respeito do mesmo assunto não podem ser verdades ao mesmo tempo. Se uma opinião estiver certa, a outra estará errada ou as duas estarão erradas ao mesmo tempo”.

Como segundo os irmãos, os adventistas estão empatados com os seus críticos tradicionais, só podem então estar empatados no erro. Se qualquer um dos dois grupos estivesse vitorioso, consequentemente não haveria empate. Se estão empatados, não pode ser na verdade. Duas opiniões diferentes a respeito do mesmo assunto não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Se estão empatados, estão empatados no erro.

Os irmãos já estão perdendo a paciência?


Tréplica do ConcertoEterno.Com

 

Prezado irmão ECS,

 

Graças a Deus por já termos avançado para um acordo no que diz respeito à expressão “para dentro do véu”. Sim, a expressão é genérica e há passagens bíblicas que a empregam em relação ao Santuário como um todo e outras que a aplicam apenas ao Santíssimo.

 

Ainda não aceitamos que a expressão não possa ser aplicada especificamente ao Lugar Santo. Até admitimos a inexistência de passagens claras que atestem seu uso para o Lugar Santo, mas não que isso já exclua definitivamente a possibilidade de que, em Hebreus 6:19, a expressão esteja sendo empregada para o Lugar Santo. Explicaremos a seguir o porquê dessa nossa posição cautelosa.

 

Temos a honestidade de admitir que Hebreus não soluciona o problema, isto é, não deixa claro se a expressão “para dentro do véu” deve ser entendida como uma alusão ao Santuário como um todo ou apenas ao Santíssimo. Do ponto de vista meramente das possibilidades, não concordamos nem mesmo em descartar a opção de que “para dentro do véu” esteja sendo empregada especificamente para o Lugar Santo. Não temos prova de que esse seja o caso, mas não queremos nos fechar prematuramente para a possibilidade.

 

Alguém poderá reclamar dessa nossa colocação, alegando que, se não existem ocorrências de “para além do véu” com o sentido de Lugar Santo, então essa possibilidade não existe e não pode sequer ser considerada. Contra-argumentamos, porém, que Hebreus 6:19 poderia ser justamente essa ocorrência, embora um tanto dúbia. Entenda, irmão, não estamos insistindo nisso. Queremos apenas ressaltar que a possibilidade, ainda que improvável, existe.

 

Para nós, o cerne da questão é que, em Hebreus, a comparação que se estabelece é entre o Santuário Terrestre do Antigo Concerto e o Santuário Celestial do Novo Concerto, de tal forma que a expressão parece designar muito provavelmente o Santuário como um todo, mas admitimos, sem receio algum de causar dano à mensagem adventista, que isso é impossível de ser provado apenas em Hebreus.

 

Em outras palavras, cremos que o autor de Hebreus não estava preocupado em especificar em que divisão do Santuário Cristo começara a ministrar quando de Sua ascensão. Definitivamente, essa não era a preocupação do autor de Hebreus, nem há como saber se ele possuía luz suficiente sobre esse aspecto. Para nós, é a estrutura do Santuário em Apocalipse que tem o condão de esclarecer esse ponto.

 

Falemos então um pouco mais sobre a estrutura do Santuário Celestial em Apocalipse.

 

Quanto à “porta aberta”, em Apocalipse 4:1, admitimos que, se dependêssemos apenas dessa passagem, o argumento seria fraco. Perceba nossa honestidade intelectual mais uma vez. Mas, a questão é que não analisamos o assunto desse ponto de vista tão limitado. Ora, leia novamente Apocalipse 4 e atente exatamente para o que se diz ali: João vê uma “porta aberta” no Céu (v. 1); é então chamado para subir até lá (v. 1); ao subir, ele vê um trono armado, com Alguém assentado (v. 2), para logo em seguida descrever os 24 anciãos (v. 4) e dizer que havia 7 lâmpadas “diante do trono” (v. 5). Irmão, em que compartimento do Tabernáculo Terrestre se encontrava o candelabro? Não era no Lugar Santo? Por certo que era.

 

Mas, João diz mais. Ele descreve também um “altar de ouro que se acha diante do trono” no qual se ofereceu incenso, o qual subiu à presença de Deus (Apocalipse 8:3). Ora, irmão: em que compartimento do Santuário Terrestre se encontrava o altar de ouro, também denominado de “altar dos perfumes”? Não era no Lugar Santo? Por certo que era.

 

A partir desses elementos, não há como fugir à conclusão: o pano de fundo dos eventos que são descritos em Apocalipse 4-11:14 é o Lugar Santo do Santuário Celestial. É ali que tudo está se passando. O cenário por detrás vai ser sempre o mesmo. Se o irmão entender isso, terá dado um passo significativo para entender muita coisa em Apocalipse.

 

Procure imaginar:

 

João está no Santuário, vendo a corte celeste reunida no Lugar Santo;

Em seguida, ele percebe que na mão no Pai há um livro selado;

Quando João descobre que há um Ser com dignidade para desatar os selos e abrir o livro, ele vê logo em seguida um Cordeiro Se aproximar do trono de Deus e tomar o livro;

A corte celeste então exalta a Cristo com poderoso louvor;

Aí, o Cordeiro começa a abrir os selos e as cenas do futuro começam a ser mostradas;

Perceba, porém, que João está o tempo todo no Lugar Santo, contemplando as cenas misteriosas que lhe são mostradas selo após selo, trombeta após trombeta.

 

O irmão diz que João viu um trono armado no Céu e não num Santuário. Ora, irmão: o Santuário está no Céu. Assim, João poderia muito bem dizer que o trono estava no Céu ou no Santuário. Tanto faz. Observe-se:

 

Que o Santuário está no céu:

 

Não temos apenas Apocalipse 11:19 ou Apocalipse 15:5. Temos também:

 

“Então saiu do Santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada.”

 

Que o Trono está no Santuário:

 

“Razão por que se acham diante do trono de Deus e O servem de dia e de noite no Seu santuário; e Aquele que Se assenta no trono estenderá sobre eles o Seu tabernáculo.” Apocalipse 7:15.

 

“Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está!” Apocalipse 16:17.

 

Sim, o trono, as lâmpadas e todos os personagens que são vistos em Apocalipse 4 e 5 estão no Lugar Santo do Santuário. É verdade que, em Apocalipse 5:13, João fala de “toda criatura que há no Céu, e sobre a Terra, debaixo da Terra e sobre o mar, e tudo o que neles há” louvando a Deus e ao Cordeiro. Não obstante, perceba que João não afirma tê-los visto, mas apenas ouvido. Seu louvor é tão forte que ecoa até o Lugar Santo o Santuário. Os 24 anciãos e os 4 seres viventes, ao contrário, assim como Pai e o Cordeiro, João expressamente afirma ter visto no Santuário. Ver Apocalipse 4:2, 4 e 6; e 5:1 e 6.

 

Alguém poderá dizer: “mas será que a porta do Santíssimo não estaria aberta, de tal forma que o trono poderia estar no Santíssimo e as 7 lâmpadas no Santo?”. Respondemos com um enfático NÃO; e dispomos de evidência textual para tanta convicção.

 

João não fala da arca em Apocalipse 4 e 5, o que revela que ele não a viu naquele ambiente. Mas, alguém poderá resmungar: “ah, ele não fala também da mesa dos pães da proposição!”. Sim, de fato João não menciona a mesa em Apocalipse 4 e 5 e concordamos que isso até poderia ser um argumento para se dizer que ele não era obrigado a descrever cada peça do mobiliário do Santuário. Todavia, o anúncio que se faz, em Apocalipse 11:19, de que o Santuário se abriu e que foi vista a arca da aliança lá dentro revela que João realmente não tinha visto a arca até aquele momento. Do contrário, o anúncio perderia a razão de ser.

 

Esse anúncio relativo à arca também destrói o argumento de que a porta de Apocalipse 4:1 poderia ser apenas a porta do Céu e de que a porta do Santuário só teria sido aberta em Apocalipse 11:19. Ora, se o Santuário como um todo só se abriu em Apocalipse 11:19, o que estariam fazendo as 7 lâmpadas e o altar de incenso do lado de fora do Templo?!

 

O irmão cita Apocalipse 15:5 e diz que ali não há nada relativo a um Juízo Investigativo. Bem, nesse sentido o irmão está certo. Querido irmão, nós, da equipe do site Www.ConcertoEterno.Com, estamos nos sentindo angustiados pelo fato de que possuímos um longo estudo sobre a estrutura do Santuário em Apocalipse e gostaríamos muito de lhe apresentar coisas maravilhosas relacionadas ao tema, tais como a questão do duplo pátio, do pátio em si, do altar dos holocaustos, do significado da expressão “santuário do tabernáculo do testemunho”, entre outras, mas infelizmente, com tantos e-mails que temos recebido, não estamos dando conta de esclarecer tudo com eficiência. Cremos que uma conversa pessoal seria muito mais produtiva. Futuramente, esperamos ter todo esse assunto detalhado no site “Concerto Eterno”. Mas, por ora, somos obrigados a lhe adiantar alguma coisa sobre Apocalipse 15:5.

 

Como já demonstramos anteriormente, a “porta aberta” de Apocalipse 4:1 é a do Lugar Santo. Enquanto esta porta se achava aberta, a do Santíssimo se mantinha fechada. Como o sabemos?! Pelo fato de que João, depois ter subido ao Céu, não diz ter visto a arca da aliança até que outra porta se abriu, o que é apresentado em Apocalipse 11:19.

 

Portanto, enquanto a “porta” do Santo estava aberta, a do Santíssimo encontrava-se fechada!

 

Por outro lado, abrindo-se a porta do Santíssimo, fechou-se a do Santo. Como sabemos?! Respondemos: pelo texto de Apocalipse 15:5-8.

 

Ora, se a porta do Santíssimo já estava aberta desde Apocalipse 11:19, como é que agora o Santuário novamente se abre em Apocalipse 15:5? Só pode ser pelo fato de que, quando a porta do Santíssimo se abriu (em Apocalipse 11:19), a do Santo se fechou. Então, para que os anjos que levam as 7 pragas possam sair do Templo, a porta do Santo se abre mais uma vez!!! Mas, isso não quer dizer que o ministério do Santo recomece, pois logo o Santuário se enche de fumaça de maneira que ninguém possa entrar (Apocalipse 15:8). Ninguém poderia, então, ter acesso ao trono da graça (Hebreus 4:14-16).

 

Ora, esse sistema de porta se abrindo e porta se fechando se harmoniza perfeitamente com o texto de Apocalipse 3:7 e 8 e indica que a “porta aberta” de que se fala ali tem de ser a do Santíssimo, a qual se abriu em 1.844!

 

Isso ajuda a fixar a época do cumprimento das igrejas de Filadélfia e Laodicéia em torno de 1.844. Também ajuda a fundamentar a explicação de Ellen G. White em O Grande Conflito sobre a porta que se fechou e a outra que se abriu em 1.844.

 

Nosso objetivo com essa análise é demonstrar que a exposição da senhora White em O Grande Conflito, pp. 429 e 430, pode ser defendida apenas pela Bíblia!

 

Vale ainda esclarecer que nós não fizemos uma transposição de véu para porta, ao analisar a estrutura do Santuário em Apocalipse. É que o Templo Celeste, tal como retratado em Apocalipse, em muitos aspectos se assemelha mais com o Templo de Jerusalém que com o Tabernáculo do deserto.

 

Com respeito às portas, 1 Reis 7:50 afirma que Salomão fez “as dobradiças para as portas da casa interior para o Santo dos Santos, e as das portas do Santo Lugar do templo, também de ouro”. Ver também  1 Reis 6:31; e 2 Crônicas 4:22.

 

Passando agora para outro assunto. O irmão ainda afirma que Apocalipse 11:15-19 parece mais com o fim do mundo do que com um suposto Juízo Investigativo. Caro irmão, isso está correto! Apocalipse 11:15-19 descreve realmente o fim da História deste mundo, mas o irmão sabe que isso se dá num processo, não num ponto.

 

Deixe, por um momento, a interpretação do texto de lado. Ou seja, não queira interpretar o sentido teológico ou histórico do texto. Apenas colete seus dados. Sem interpretar o texto, mas apenas fazendo uma análise literal do que nele se diz, não é evidente que há uma seqüência? Senão, observe-se:

 

Apocalipse 11:18:

 

“Na verdade, as nações se enfureceram...”

“... chegou, porém, a Tua ira...”

“... e o tempo para serem julgados os mortos...”

“...para se dar o galardão aos Teus servos, os profetas, aos santos aos que temem o Teu nome, assim aos pequenos como aos grandes...”

“... e para destruíres os que destroem a Terra.”

 

Primeiro, as nações se enfurecem. Aí, Deus derrama Sua ira, que se materializa nas 7 últimas pragas (Apocalipse 15:1). Mais adiante, depois dos 1.000 anos, vem o tempo para serem julgados os mortos, conforme Apocalipse 20:11-13. Perceba mais uma vez nossa honestidade intelectual, pois não estamos forçando o texto de Apocalipse 11:18 para acomodá-lo ao Juízo Investigativo, pois o Juízo de que fala esse verso não é realmente o Juízo Pré-Advento, mas, sim, o que se realiza após os 1.000 anos. Aí, depois da cena de Juízo de Apocalipse 20, é que os santos recebem seu galardão e os ímpios são destruídos. Há, pois, uma seqüência. Portanto, o irmão está certo: Apocalipse 11:15-19 está falando do fim do mundo, mas esse fim é um processo e não um ponto, assim como todos os demais eventos históricos. E o início desse processo é a abertura do Santíssimo em 1.844.

 

Entendemos que Apocalipse 11:15-19 se aplica perfeitamente à entrada de Cristo no Santíssimo por apresentar o mesmo pensamento de Daniel 7:13 e 14; e lá, a cena é de Juízo:

 

“Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias Se assentou; Sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o Seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros.” Daniel 7:9 e 10.

 

Esse texto de Daniel 7:9 e 10 diz que “foram postos uns tronos” e que “o Ancião de Dias Se assentou”.

 

“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-Se ao Ancião de Dias, e O fizeram chegar até Ele. Foi-Lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas O servissem; o Seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o Seu reino jamais será destruído.” Daniel 7:13 e 14.

 

Essa passagem de Daniel 7:13 e 14 fala literalmente do “Filho do Homem” dirigindo-Se “ao Ancião de Dias” e recebendo o “reino”.

 

“O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo, e Ele reinará pelos séculos dos séculos. E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus, dizendo: Graças Te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o Teu grande poder e passaste a reinar. Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a Tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos Teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o Teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra. Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da Aliança no Seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada.” Apocalipse 11:15-19.

 

Esse texto fala do “reino” tornando-se de “Cristo” por ocasião do soar da sétima trombeta e fala da abertura do Santuário, quando se vê a arca da aliança. Tudo isso é dito literalmente no texto.

 

Portanto, associando corretamente Daniel 7:9, 10, 12 e 14 com Apocalipse 11:15-19, podemos encontrar o firme fundamento da idéia de que Cristo Se deslocou para o Santíssimo, em 1.844, a fim de iniciar o Juízo.

 

Com respeito à unção do Santuário Celestial, não amesquinhemos o assunto questionando se Cristo levou ou não azeite para o Céu. A Bíblia fala, sim, da unção do Santuário Celestial. Isso está em Daniel 9:24 e não perderemos tempo com o assunto, pois os termos “ungir” e “Santo dos Santos” ocorrem literalmente ali. Não dependem de interpretação.

 

Por fim, no tocante à suposta confissão de erro, não a admitimos de maneira alguma, pois não a fizemos. Apenas tentamos deixar clara nossa posição de que não temos como provar, apenas em Hebreus, que Cristo só começou a ministrar no Lugar Santíssimo em 1.844. Mas, também não aceitamos que haja qualquer evidência, por menor que seja, em Hebreus, de que Cristo já tenha entrado no Santíssimo para ali ficar quando de Sua ascensão. O autor de Hebreus não se preocupou com esse aspecto. A intenção dele era outra e precisamos nos contentar com o que ele explicitou. O empate de que falamos se dá apenas no campo da argumentação, quando ficamos a especular as possibilidades de interpretação de Hebreus 6:19. Mas, a estrutura do Santuário em Apocalipse descarta a possibilidade de que Cristo tenha entrado para ministrar no Santíssimo já no ano 31. É por isso que insistimos no estudo do Santuário em Apocalipse e, principalmente, na cronologia profética de Daniel 8 e 9, tal como apresentada na Série de Estudos “A Plenitude dos Tempos”.

 

Bem, era isso o que tínhamos a dizer por enquanto.

 

Solicitamos que o irmão aborde um número mais limitado de pontos em seu próximo e-mail para que não precisemos escrever tanto, possibilitando que enviemos as respostas com mais rapidez, a fim de dar maior agilidade ao debate.

 

Fique na paz!

 

Equipe do Site Www.ConcertoEterno.Com.

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