Ex-Adventistas
Sobreviventes de
Tragédia no Texas Exigem Indenização
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O cerco de 51
dias acabou com o incêndio da granja (Arquivo/Reuters) |
Segunda, 19 de junho de
2000, 16h02min Sete anos depois da desastrosa operação
do FBI contra uma granja da seita dos davidianos em Waco, no Texas,
sobreviventes e as famílias das vítimas exigem das autoridades
federais uma indenização de US$ 675 milhões.
O julgamento,
que começou segunda-feira em Waco com a escolha do júri, decidirá se
o governo é responsável pela morte de 86 membros da seita, entre
eles 17 crianças, durante o ataque ao local, em seguida a um cerco
de 51 dias.
"De um lado há um grupo de cidadãos que denunciam
graves abusos de poder cometidos pelo Estado. Do outro, há um
governo que terá que explicar seus atos", disse Bill Underwood,
professor de direito da Universidade de Baylor.
Dia 28 de
fevereiro de 1993 centenas de agentes do órgão federal encarregado
de fiscalizar as armas de fogo foram em busca de armas e explosivos
à granja ocupada por adeptos da seita Davidiana, grupo dissidente da
Igreja Adventista do Sétimo Dia liderado por David Koresh.
Os
agentes foram recebidos a bala. No tiroteio morreram quatro agentes
e numerosos integrantes da seita.
Em resposta, o FBI cercou a
granja e, ao final de 51 dias, Koresh aceitou libertar algumas
mulheres e crianças, mas não quis se render.
Dia 19 de abril,
o FBI tentou atacar a granja numa ação que incluiu o uso de carros
blindados, granadas e gases lagrimogêneos. A granja não demorou a
ser devorada por um incêndio e apenas poucos membros da seita
conseguiram se salvar.
A ministra da Justiça, Janet Reno, que
deu a ordem de ataque, chegou a dizer que "não há absolutamente
nenhuma dúvida que (o incêndio) tenha sido iniciado pelos membros da
seita".
Oito davidianos sobreviventes foram condenados em
1994 a penas de até 40 anos de prisão por homicídio e posse ilegal
de armas. Há uma semana a Suprema Corte reduziu as sentenças por
considerar que o juiz se excedeu.
As circunstâncias exatas da tragédia continuam polêmicas. Os
davidianos dizem que o incêndio começou com o uso de gás inflamável
por parte dos federais. Também dizem que os agentes dispararam
contra os membros da seita que tentavam fugir do incêndio.
A descoberta de dois filmes sobre o ataque feitos por um avião de
vigilância forçou o FBI a admitir o uso de gás inflamável, um fato
que negou durante seis anos.
Copyright 2000 AFP
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