Carta recebida pelo Www.Alvorada.Net
em 11/05/00:
"Achei horrível, talvez monstruosa, a Revista Adventista de maio.
Chamar irmãos de 'Sinagoga de Satanás' foi demais! Eu esperava que a Administração
se defendesse das matérias que aparecem neste site. Mas na tentativa de
desacreditá-los, acabaram divulgando. Quem não sabia, ficou sabendo. Mas não
seria mais fácil deixar de fazer coisas erradas, mudar os administradores, do
que agredir os irmãos?" (Nome preservado.)
Igualmente nós, desde o início, aguardávamos exatamente isso: admissão de
culpa, confissão de pecados, nova atitude por parte da Administração e o
início de um mutirão sagrado para a conclusão da Obra de evangelização com
grande poder. (Ou, no mínimo, que desmentissem as denúncias caso fossem
infundadas!) Mas este não está sendo o encaminhamento escolhido pela
Liderança. Os administradores preferem negar sua culpa, permanecer no erro,
ameaçar com processos judiciais e até "demonizar" os que ousam
questionar suas "credenciais divinas".
Se o professor José Carlos Ramos houvesse iniciado seu artigo "Sinagoga
de Satanás", definindo seus objetivos, expondo justificativas e apontando
especificamente os objetos de sua análise, como convém a um pesquisador
sério, imaginaríamos estar diante uma tentativa honesta de avaliação do
conteúdo deste ou daquele site ou publicação. Mas também este
cão-de-guarda do sistema prefere a generalidade irresponsável, que nada tem de
criteriosa e camufla a pretensão de livrar-se do problema, mencionando-o
superficialmente, sem aprofundar-se em análise. A solução que apresenta para
as graves acusações que percorrem o País é apenas mais uma pífia tentativa
de descrédito das fontes, rotulando-as como "Sinagoga de Satanás" e
"dissidência tola".
Recuso-me a acreditar que o artigo seja, na verdade, uma declaração de
fidelidade aos atuais líderes, uma vez que haverá eleições no comecinho de
junho no IAE. Há, porém, quem defenda essa interpretação do fato.
Esperava que logo no início do texto ficasse claro que o "pasquim"
a quem o articulista se refere é uma edição extraordinária do jornal Falando
Sério, "dirigida exclusivamente aos irmãos adventistas do sétimo-dia",
impressa em formato tablóide com vinte páginas de denúncias
gravíssimas.
Imaginei que o Dr. Zé Carlos abriria seu artigo em defesa da honestidade da
Administração, com um contundente depoimento do professor Rubens Alegria,
negando qualquer envolvimento da família Sarli com o envio de crianças
brasileiras para o Exterior. Ou, quem sabe, um pedido público de desculpas do
pastor Manoel Xavier, que até já confidenciou a amigos estar convicto de que
foram incorretas as atitudes tomadas em relação ao pastor Jacob de Oliveira
Pinto, punido por se recusar a ceder o púlpito no sábado pela manhã a uma
irmã influente que era candidata a deputada. O professor Zé Carlos Ramos,
porém, preferiu usar a Revista Adventista para censurar as críticas à
Administração, distorcer a mensagem
bíblica e "diabonizar-nos".
Praxes Absurdas
Outra possibilidade interessante seria ver seu texto interrompido por um
encarte publicitário que, em lugar de promover a "Celebração 2000",
falasse do lançamento de uma edição completa do Livro de Praxes para
toda a igreja. É sobre esse manual secreto da igreja que falam as sete
primeiras páginas do jornal Falando Sério. E suponho que seja novidade
para a maioria saber que são essas tais "praxes" que, entre outras
coisas, definem que:
- A autoridade máxima sobre a Terra é a Associação Geral.
- A "casa do tesouro" de que fala a Bíblia é a tesouraria da
Associação/Missão.
- Fidelidade nos dízimos é tema obrigatório nos púlpitos. (Nenhuma
recomendação existe quanto à pregação de outros temas como o preparo
para a volta de Cristo, justificação pela fé ou o misericordioso caráter
de Deus.)
- Do respeito a todas essas praxes, depende a continuidade do emprego na
Organização.
- Seis por cento das entradas de dízimos devem ser destinados a
construção, reforma e compra de equipamentos nas escolas de primeiro grau.
(Por acaso, o ensino das escolas adventistas tem sido evangelístico e
gratuito?)
- Escolas de segundo grau devem receber 5% dos dízimos. E faculdades, 4%.
- Até 25% dos dízimos arrecadados podem ser trocados com a Divisão por
outros fundos e gastos segundo o entendimento do administrados. (Como se o
dinheiro sagrado pudesse deixar de sê-lo através de uma simples
transação burocrática!)
- Todos os documentos e registros contábeis da igreja pertencem à
Administração que pode preservá-los ou destruí-los segundo sua vontade.
Má Fé
Reduzir a proposta de reorganização do jornal Falando Sério a uma
mera defesa do congregacionalismo e administração pessoal dos dízimos foi
também motivo de decepção para muitos leitores do professor José Carlos
Ramos, que conheciam o conteúdo do impresso que ele insiste em chamar de
"pasquim". O trecho abaixo é apenas uma amostra das sugestões
encontradas exatamente nas páginas 6 e 7 a que ele se refere:
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