Risco de Pecar Contra o Espírito Santo Atormenta Jovem Adventista

Mesmo eu sendo batizada no Espírito Santo, se pecar mas me arrepender e reconhecer que errei e daí em diante ter uma vida fiel a Deus, Ele me perdoa? Ou minha alma já estaria condenada? Por favor, ajudem-me, pois fui batizada no Espírito Santo, mas pequei. Porém, reconheci e estou pedindo para Deus me perdoar. Ele me perdoa, ou não tem perdão. Esclareçam-me com urgência. -- A. S.

Resposta do Editor

Há outras passagens correlatas nos outros Evangelhos, mas vou citar inicialmente para você apenas uma delas, Marcos 3:28-30:

28  Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem.
29  Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno.
30  Isto, porque diziam: Está possesso de um espírito imundo.

Observe bem o que está escrito. São palavras de Jesus Cristo.

1. Jesus nos assegura que todos os nossos pecados podem ser perdoados por Deus (verso 28). O texto diz: "TUDO será perdoado". Portanto, nada temos a temer, a não ser que não peçamos a Deus o perdão de nossos pecados em nome de Jesus e não perdoemos a quem nos tiver ofendido, uma vez que o perdão divino está condicionado tanto à confissão e confiança nos méritos de Jesus Cristo, quanto à nossa atitude de tolerância e misericórdia para com o nosso próximo.

2. Jesus, porém, ensina que a blasfêmia contra o espírito santo não tem perdão para sempre (verso 29). Mas o que significa exatamente isto? A resposta está no verso 29.

3. O Evangelho explica que a blasfêmia contra o espírito santo consiste em atribuir o ministério de Cristo a um espírito imundo (verso 29). Ou seja, blasfemar contra o espírito santo equivale a rejeitar a Cristo, dizendo que Ele veio do diabo. Somente neste caso, se rejeitamos os ensinos de Cristo e Seu sacrifício em nosso favor, estaremos cometendo um pecado imperdoável, pois não haverá meio de sermos absolvidos pelo Pai uma vez que rejeitamos o perdão concedido através de Seu Filho unigênito.

Com isto, não estamos afirmando a existência do Espírito Santo, como terceira pessoa divina, separada do Pai e de Seu Filho unigênito. Os outros registros desse mesmo nos diferentes Evangelhos deixam claro que Jesus Cristo Se referia ao poder de Deus, Seu Pai, que agia nEle, e que não poderia ser atribuído a Satanás, uma vez que aquele que o fizesse estaria rejeitando a Cristo como enviado por Deus.

Mateus 12:24-28: "Mas os fariseus, ouvindo isto, murmuravam: Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios. Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? E, se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós."

O que estava em discussão era a fonte do poder presente e atuante nas ações miraculosas de Jesus Cristo: Os fariseus disseram ser "o poder de Belzebu, maioral dos demônios". Jesus afirmava ser o "Espírito de Deus". Note que Ele não disse "o Deus Espírito", mas "o Espírito de Deus".

Atribuir os milagres de Jesus a Satanás, equivalia a rejeitá-Lo. É o que Jesus Cristo mesmo explica na seqüência, em Mateus 12:30-31: "Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada." Leia apenas as partes destacadas e compreenderá melhor o contexto disto que Jesus disse: "Quem não é por mim é contra mim. Por isso, a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada."

O Evangelho de Lucas acrescenta outras informações importantes, como por exemplo o fato de o Espírito Santo ser definido como uma dádiva do Pai celestial àqueles que o pedem e ser descrito não como um terceiro Deus, mas simplesmente como uma extensão do próprio Deus, parte integrante dEle, ou seja "o dedo de Deus":

Lucas 11:13-20: "Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? De outra feita, estava Jesus expelindo um demônio que era mudo. E aconteceu que, ao sair o demônio, o mudo passou a falar; e as multidões se admiravam. Mas alguns dentre eles diziam: Ora, ele expele os demônios pelo poder de Belzebu, o maioral dos demônios. E outros, tentando-o, pediam dele um sinal do céu. E, sabendo ele o que se lhes passava pelo espírito, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e casa sobre casa cairá. Se também Satanás estiver dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Isto, porque dizeis que eu expulso os demônios por Belzebu. E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós."

Já Lucas 12:8-10, na seqüência do episódio mencionado acima, reforça a idéia de que a rejeição de Cristo como enviado por Deus equivale à blasfêmia contra o Espírito Santo: "Digo-vos ainda: todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus; mas o que me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus. Todo aquele que proferir uma palavra contra o Filho do Homem, isso lhe será perdoado; mas, para o que blasfemar contra o Espírito Santo, não haverá perdão.

Note que Jesus admite até que ponham em dúvida sua ascendência humana, como faziam aqueles que O viam como filho bastardo de José, mas não aceita que duvidem de Sua procedência divina, atribuindo Seu ministério ao poder satânico. Perdoaria o que dissessem contra Ele, mas não contra o Pai celestial. Pois Ele afirmava, com absoluta certeza: "O Pai, que permanece em mim, faz as Suas obras." João 14:10. Assim, o Espírito Santo contra o qual não podemos blasfemar é o próprio Deus, o Pai, que jamais pode ser confundido com Satanás. 

Esse não me parece ser o seu caso, pois você não rejeita a Cristo, afirmando que Ele venha do diabo. O que lhe falta me parece ser é maior intimidade com a Bíblia, estudando-lhe diretamente os ensinos. Pois, neste caso, não teria dúvidas quanto à longanimidade e misericórdia do Senhor, que duram para sempre. Segundo imagino, foram as explicações de terceiros, pastores ou irmãos da igreja, que a deixaram confusa.

Aproveito para sugerir-lhe que pesquise sobre a diferença entre ser batizado NO Espírito Santo e ser batizado COM espírito santo. Qual destas alternativas corresponde ao ensinamento bíblico? É um bom tema para você se aprofundar. Ore a Deus e peça-Lhe iluminação durante a pesquisa bíblica e não se deixe levar por ensinos e doutrinas de homens. -- Robson Ramos

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