A Natureza de Cristo Ontem, Hoje e Eternamente

 

Solicitação de um irmão da Colômbia:

Para presentar defensa con mansedumbre de nuestra fe y dar testimonio de a quién he creído, les solicito citas del EP y de la Biblia que se complementen sobre la naturaleza plenamente humana de Cristo. En UNAC, Medellìn, los teólogos y pastores afirman que Jesús vino con la naturaleza de Adán antes de la caída. La misma posición de Norman Gulley (nefasta por cierto) y de la Nueva Teología. Gracias, ...

 

O objetivo deste material é determinar, de acordo com a revelação bíblica, qual era a natureza de Cristo antes, durante e depois de Sua encarnação, a fim de auxiliar muitos irmãos que procuram sinceramente conhecer a verdade sobre todas as doutrinas bíblicas, a fim de adorar ao Deus Criador em espírito e verdade, segundo está escrito em João 4:24. É também objetivo deste apresentar o tema de forma simples, com lições concisas e efetivas, de modo que possibilite a qualquer leitor leigo, que não possua conhecimentos de Grego ou Hebraico, a encontrar a verdade manifesta de forma clara nas escrituras sobre este particular.

 

1 - Cristo antes da encarnação

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez." João 1:1-3

No princípio, Jesus, o Verbo, estava com Deus o Pai e Ele também era Deus. Deus o Pai e Jesus Cristo eram "Deus". Havia alguma diferença entre Cristo e Deus?  Deixemos que a Bíblia nos responda. Esta afirma que Jesus é a sabedoria de Deus:

"mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus." 1 Coríntios 1:24 

Lemos em Provérbios, capítulo 8, uma dissertação sobre Cristo, a sabedoria de Deus. Note o que afirma este texto:

"Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e disponho de conhecimentos e de conselhos.... Por meu intermédio, reinam os reis, e os príncipes decretam justiça. Por meu intermédio, governam os príncipes, os nobres e todos os juízes da terra.....

O SENHOR me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes do começo da terra. Antes de haver abismos, eu nasci, e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes que os montes fossem firmados, antes de haver outeiros, eu nasci. Ainda ele não tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo." Provérbios 8: 12, 15, 16, 22-26

O texto acima é claro ao afirmar que Cristo, a Sabedoria de Deus, nasceu. O Espírito da Profecia confirma que o texto de Provérbios 8 mencionado acima refere-se a Cristo:

"E o Filho de Deus declara a respeito de Si mesmo: "O Senhor Me possuiu no princípio de Seus caminhos, e antes de Suas obras mais antigas. ... Quando compunha os fundamentos da Terra, então Eu estava com Ele e era Seu aluno; e era cada dia as Suas delícias, folgando perante Ele em todo o tempo". Prov. 8:22-30." Patriarcas e Profetas, pág. 34

Assim, não temos dúvidas de que é verdadeiro que Provérbios 8:22-30 disserta sobre Cristo. Uma vez que neste texto, mais especificamente no verso 24, lemos: "antes de haver abismos, eu nasci", e posto que tudo o que a Bíblia afirma é verdadeiro, temos como verdade que Jesus Cristo nasceu.Como foi que Jesus Cristo nasceu? As palavras proferidas por Ele mesmo, na oração sacerdotal, registradas em João capítulo 17, nos respondem:

"porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste." João 17:8

Jesus Cristo disse que Ele saiu do Pai. Muitos aqui podem afirmar que não devemos entender o texto exatamente da forma que lemos. Entretanto, não são estas pessoas, e sim Cristo, que deve dizer como devemos entender os trechos da Bíblia. As palavras ditas por Jesus ao fariseu ainda ecoam aos nossos ouvidos nos dias de hoje:

"E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês?" Lucas 10:25, 26 (Versão Almeida Revista e Corrigida)

Segundo nos declara a Bíblia nas palavras do próprio Senhor Jesus, para compreendermos as verdades doutrinárias bíblicas, devemos entender os textos da forma que lemos. "Como lês?" Estas são as palavras de Jesus para nós hoje. Assim, quando lemos em João 17:8 que Jesus saiu de Deus o Pai, entendemos exatamente isto: Jesus saiu de Deus, o Pai. Isto significa o mesmo que dizer que Jesus foi gerado pelo Pai. É por isso que a Bíblia afirma que Deus o Pai é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo:

"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo...." Efésios 1:3

Já vimos a pouco que, de acordo com as palavras de Cristo, a fim de compreender a verdade bíblica sobre assuntos concernentes às doutrinas bíblicas temos que entender os textos da forma que lemos. Assim, conforme está escrito acima, entendemos que Deus o Pai é Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Em que sentido Ele é Pai de Jesus? No mesmo sentido que nossos pais terrenos são nossos pais. Lembremo-nos que a Bíblia foi escrita para os homens - desta forma, os comparativos que ela faz são os comparativos que os homens conhecem, para que eles (os homens) os compreendam. Deste comparativo entre a "paternidade terrena" e a "paternidade divina", podemos tirar lições muito importantes sobre a relação existente entre Cristo e Seu Pai.

A primeira delas é que, assim como nós somos seres humanos porque fomos gerados por nossos pais, que eram seres humanos, Jesus é Deus porque foi gerado por Deus o Pai, que é Deus. Assim como nós possuímos a mesma natureza de nossos pais (a natureza humana pecaminosa), Jesus nasceu possuindo a mesma natureza de Seu Pai (a natureza divina). Por isso, ao nascer, Jesus é um com Seu Pai em natureza.

Quando nascemos, tendo sido gerados a partir de nossos pais terrenos, herdamos também suas tendências pecaminosas, aquelas contra as quais teremos que lutar pelo poder que recebemos de Deus. A estas tendências herdadas por geração, chamamos de "tendências hereditárias". Da mesma forma, ao ser gerado pelo Pai, Jesus herdou as tendências de Seu Pai. Todavia, a Bíblia declara que o Pai não possuía qualquer tendência pecaminosa, e nem sequer podia ser tentado a pecar:

"... Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta." Tiago 1:13

Assim, Jesus, ao ser gerado, herdou exatamente esta característica do Pai. Ele não podia sequer ser tentado a pecar. Ele herdou o mesmo caráter do Pai. Por isso, ao nascer, Jesus era um com o Pai em caráter.

Os filhos que amam muito seus pais tem o desejo de fazer a vontade deles. Chegamos a ver filhos que, por tanto amarem e conviverem com seus pais, têm desejos e propósitos muito semelhantes aos deles. Jesus foi gerado a partir de um Pai perfeitamente amoroso, e possuía perfeito amor por este Pai. Desta forma, os desejos do Pai eram perfeitamente manifestos em Seu Filho, que não procurava a própria glória, senão a daquele que o gerou. Jesus amava tanto a Seu Pai, que fazer Sua vontade era-lhe mais caro que o próprio comer. O testemunho que deu enquanto na Terra confirma isto:

"Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra." João 4:34

O amor perfeito existente entre Cristo e Seu Pai é prova de que ambos possuem o mesmo propósito.

Assim, pelo ensinamento de que Deus o Pai gerou a Jesus Cristo, compreendemos que ambos são um em natureza, caráter e propósito. Isto confirma-nos o espírito da profecia:

"Antes da manifestação do mal, havia paz e alegria por todo o Universo. Tudo estava em perfeita harmonia com a vontade do Criador. O amor a Deus era supremo; imparcial, o amor de uns para com outros. Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai - um na natureza, no caráter e no propósito - o único Ser em todo o Universo que poderia entrar nos conselhos e propósitos de Deus." O Grande Conflito, pág. 493

O fato de Cristo ser o filho unigênito (o único gerado) de Deus o Pai, garantia que Ele era o único que teria a prerrogativa de ser um com o Pai, conforme atesta o texto acima. Ninguém mais possuiria esta prerrogativa, uma vez que ninguém mais foi gerado pelo Pai, e segundo a Bíblia não há nenhum outro Deus além do Pai:

"todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos;" I Coríntios 8:6

Como foi Deus o Pai quem gerou a Jesus Cristo, foi Ele quem proporcionou a Cristo o Ser um com Ele. É por este motivo que Cristo declara:

"Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. Eu e o Pai somos um." João 10: 29, 30

Fica então expressa a verdade de que foi o Pai quem deu a Jesus Cristo o "ser um" com Ele; e sendo Cristo o filho unigênito, ninguém mais teria esta prerrogativa. O Pai, o único Deus, gerou a Cristo, que por ser da mesma natureza que Ele, também é Deus. Uma vez que ninguém mais teria a prerrogativa de Cristo (ser gerado a partir de um Deus), não poderia haver nenhum outro Deus.

Cada um de nós um dia fomos parte integrante do corpo de nossos repectivos pais terrenos. Neste sentido, pode-se dizer que temos a mesma idade que eles, porque uma vez, antes de ter o viver que temos na carne, existíamos como parte de nossos pais. Da mesma forma, Cristo um dia foi parte integrante do Pai; e por isso podemos admitir que ele não é mais novo que Deus o Pai, porque mesmo antes de existir como ser independente do Pai, ele já existia, como parte do Pai, antes de ter sido gerado por Ele. Assim, como o Pai é eterno, Jesus teve sua origem na eternidade, como afirma a Bíblia:

"E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." Miquéias 5:2

Perceba que o texto afirma que Cristo teve origem, mas que esta foi nos dia da eternidade.

Diferentemente de Cristo, Deus o Pai não possui origem. Disto atesta a escritura no livro de Hebreus, pelo comparativo que faz entre Deus o Pai e o sacerdote Melquisedeque:

"Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o abençoou,  para o qual também Abraão separou o dízimo de tudo (primeiramente se interpreta rei de justiça, depois também é rei de Salém, ou seja, rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de Deus), permanece sacerdote perpetuamente." Hebreus 7:1-3

O Espírito da Profecia confirma que Melquisedeque é mencionado como tipo de Deus o Pai:

"Melquisedeque não era Cristo, mas era a voz de Deus no mundo, representante do Pai." Mensagens Escolhidas, Vol. 1, pág. 409

Pelo fato de Deus o Pai não ter princípio de dias, é Ele denominado "Ancião de Dias" em Daniel capítulo 7:

"Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou; sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente....

Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele." Daniel 7:9

No texto acima, Jesus é denominado "Filho do Homem", enquanto Deus o Pai é chamado de "Ancião de Dias".

 

2 - Cristo durante a encarnação

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai." João 1:14

O texto acima afirma que Jesus se fez carne ao vir à Terra. Em que carne veio Jesus à Terra? Era a carne pecaminosa que nós conhecemos, ou existia outra? Deixemos que as Escrituras nos respondam. Em Efésios 6:2, lemos:

"Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo, porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes." Efésios 6:11, 12

Uma análise cuidadosa deste texto nos dará a resposta que precisamos. Nele, o apóstolo Paulo afirma aos crentes Efésios que a luta deles, os cristãos, não era contra a carne e o sangue, e sim contra os principados e potestades, referindo-se a Satanás e seus anjos. Em outras palavras, Paulo está afirmando que a luta dos cristãos não era contra os outros seres humanos enganados e iludidos pelo diabo que tinham possibilidade de se arrepender e serem salvos, e sim contra o próprio diabo e seus anjos, uma vez que estes não possuem possibilidade de salvação e desejam levar tantos quantos puderem ao inferno com eles. Assim, o termo "carne", é utilizado para denominar homens com natureza pecaminosa. O texto de Romanos, capítulo 7 expressa este conceito de forma mais clara:

"Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado." Romanos 7:14

A Palavra de Deus, pelo que lemos no texto acima, atesta que o homem carnal é vendido à escravidão do pecado. Uma vez que Jesus à Terra em carne, Ele veio com a natureza carnal, aquela mesma que segundo lemos acima é vendida à escravidão do pecado, ou seja, uma natureza pecaminosa. Assim, Jesus veio à Terra em natureza pecaminosa.

Podemos compreender qual é a natureza que Jesus adotou quando veio em carne à Terra de outra forma mais simples. Leiamos juntos o seguinte texto de Hebreus:

"Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo,  livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida." Hebreus 2: 14, 15

O texto acima é bem claro. Afirma que, assim como os homens participam de carne e sangue, Jesus igualmente participou. Ora, que natureza tem os que participam da carne e sangue? Já vimos anteriormente que "carne e sangue" se referem à natureza pecaminosa do homem, segundo o texto de Efésios capítulo 6:

"Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo, porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne [seres humanos pecadores], e sim contra os principados e potestades..." Efésios 6:11, 12

A continuação do texto de Hebreus capítulo 2 esclarece o ponto em questão de tal forma que põe termo ao assunto. Referindo-se ainda a Cristo, a palavra de Deus declara:

"Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão.

Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo." Hebreus 2: 14-17

Cristo, em TODAS as coisas, se tornou semelhante aos seus irmãos, os seres humanos caídos. Não foi apenas em alguns aspectos que Jesus se assemelhou ao homem. Foi em todos os aspectos. Note que o texto foi escrito pelo apóstolo Paulo, que era um homem caído. Um homem caído, Paulo, possuidor de natureza humana pecaminosa, coloca a afirmação no tempo presente de que Cristo se tornou semelhante a nós em todas as coisas. Não afirma que Jesus foi semelhante ao homem Adão antes de sua queda, num longínquo passado, mas sim que Ele foi semelhante aos seres humanos contemporâneos de Paulo, que eram todos seres humanos caídos, possuidores de natureza humana pecaminosa.

Concluímos pois que, uma vez que a Palavra de Deus expressa no texto acima afirma que Cristo se tornou semelhante em todas as coisas aos seres humanos de natureza pecaminosa, Cristo veio à Terra em carne pecaminosa.

Uma vez que Cristo foi semelhante a nós em todas as coisas e nenhum de nós é Deus, é certo que Ele não veio à Terra em carne retendo Sua Divindade. Veio como homem exatamente como nós somos. Assim não o fosse, e Satanás teria achado ocasião para denunciar a Deus como sendo injusto por colocar diante do homem um patamar de santidade que este não teria como alcançar, uma vez que Jesus só o teria vencido pelo fato de ser Deus e homem ao mesmo tempo. É por este motivo que Cristo pode ser nosso exemplo em tudo - porque o poder que o habilitou a vencer o diabo está disponível a qualquer ser humano. Isto é confirmado pelo Espírito da Profecia:

"Tenho recebido cartas, afirmando que Cristo não podia ter tido a mesma natureza que o homem, pois nesse caso, teria caído sob tentações semelhantes. Se não possuísse natureza humana, não poderia ter sido exemplo nosso. Se não fosse participante de nossa natureza, não poderia ter sido tentado como o homem tem sido. Se não Lhe tivesse sido possível ceder à tentação, não poderia ser nosso Auxiliador. Era uma solene realidade esta de que Cristo veio para ferir as batalhas como homem, em favor do homem. Sua tentação e vitória nos dizem que a humanidade deve copiar o Modelo; deve o homem tornar-se participante da natureza divina." Mensagens Escolhidas, Vol. 1, pág. 408

Ellen G. White possuía uma natureza humana pecaminosa tal como nós, e no texto acima percebemos que ela afirma que Cristo possuía a mesma natureza que ela e seus contemporâneos.

"Em Cristo combinaram-se divindade e humanidade....

Mas o plano de Deus, delineado para a salvação do homem, previa que Cristo conhecesse a fome, a pobreza e todos os aspectos da experiência do homem. Resistiu Ele à tentação, mediante o Poder que o homem também pode possuir. Apoiou-Se no trono de Deus, e não existe homem ou mulher que não possa ter acesso ao mesmo auxílio, pela fé em Deus. Pode o homem tornar-se participante da natureza divina; não vive uma alma que não possa chamar o auxílio do Céu, quando tentada e provada. Cristo veio para revelar a fonte de Seu poder, a fim de que o homem não confiasse jamais em suas capacidades humanas desajudadas.

Os que querem vencer devem empenhar ao máximo todas as faculdades de seu ser. Devem lutar, de joelhos diante de Deus, pedindo poder divino. Cristo veio para ser nosso exemplo e nos revelar que podemos ser participantes da natureza divina. Como? - Tendo escapado da corrupção que pela concupiscência há no mundo. Satanás não alcançou a vitória sobre Cristo. Não pôs o pé sobre a alma do Redentor. Não atingiu a cabeça, se bem que tenha ferido o calcanhar. Cristo, por Seu exemplo, tornou evidente que o homem pode permanecer íntegro. É possível aos homens ter poder para resistir ao mal - poder que nem a Terra nem a morte nem o inferno conseguem dominar; poder que os colocará onde alcancem vencer, como Cristo venceu. Neles pode combinar-se a divindade e a humanidade." Mensagens Escolhidas, Vol. 1, págs. 408, 409

Pelo texto acima percebemos que o Espírito da Profecia confirma que exatamente porque Cristo veio com a mesma natureza pecaminosa que nós possuímos, cada um de nós pode resistir ao mal tal como Ele resistiu. Pode-se combinar a divindade e a humanidade em nós tal como estas foram combinadas em Cristo.

Como pode Cristo, um Deus, tornar-se um ser humano em carne pecaminosa, exatamente como nós, para ser um exemplo perfeito de nossa condição? Isto é definido pelo Bíblia como sendo um mistério:

"Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória." 1 Timóteo 3:16 

Uma vez que a própria Bíblia afirma ser este um mistério, limitamo-nos a aceitá-lo como tal.

 

3 - Cristo após a encarnação

A palavra de Deus nos atesta que a epístola de Colossensses deve ser lida para os de Laodicéia, ou seja, para nós que vivemos no tempo correspondente a esta igreja:

"E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos laodicenses; e a dos de Laodicéia, lede-a igualmente perante vós." Colossensses 4:16

No texto acima, percebemos um Deus de amor e misericórdia, sabendo das dificuldades que Seus servos teriam no entendimento sobre a divindade neste último período da história, dando instruções claras para que houvessem caminho limpo para os pés dos sinceros pesquisadores da verdade bíblica. Assim, precisamos compreender o que Deus nos escreve através desta carta para Seus servos nos dias de hoje.

Sabemos que a Bíblia, sendo a Palavra de Deus, não pode de maneira alguma mentir. Ela sempre afirma o que é verdade. A carta de Colossenses foi escrita pelo apóstolo Paulo quando em seu ministério. Isto significa que ela foi escrita em um tempo no qual Cristo já havia ascendido ao Céu após ter sido encarnado, pois Paulo iniciou seu ministério de apostolado pouco tempo após a ascensão de Cristo. Assim, tudo o que esta carta afirma como estando no tempo presente a respeito de Cristo, refere-se a seu estado após a encarnação. Leiamos então o que afirma-nos a carta de Colossenses sobre a natureza de Cristo após a encarnação, narrando sobre o tempo presente:

"Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade." Colossensses 2: 8,  9

Perceba que o texto acima apresenta uma afirmação no tempo presente, referindo-se portanto à Cristo após Sua ascensão ao Céu. Este afirma que em Cristo habita, ou reside, toda a plenitude da Divindade. Não apenas uma parte da divindade, mas toda a Divindade reside em Cristo Jesus, na forma que Ele se encontra desde após a Sua encarnação até aos dias de hoje. Temos, portanto, que Cristo é Deus hoje, no mais alto sentido da palavra, de acordo com o que afirma a Palavra de Deus. Por que reside toda a plenitude da Divindade em Cristo nos dias de hoje? Encontramos a resposta na própria carta de Colossensses:

"porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude" Colossensses 1:19

A plenitude da Divindade reside em Cristo até aos dias de hoje porque aprouve a Deus, o Pai que nEle residisse toda a plenitude. Esta é a resposta bíblica. Não há porque contestar isto, pois isto seria contestar a própria Palavra de Deus, esta que sempre diz a verdade.

A ler o exposto acima, muitos podem então perguntar: como harmonizar os textos até aqui apresentados concernentes à natureza de Cristo após Sua ascensão ao Céu com o texto de 1 Timóteo 2:5? Este verso afirma o seguinte:

"Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem," 1 Timóteo 2:5 

O texto acima afirma que Cristo Jesus, homem, é o Mediador entre Deus e os homens. Este também foi escrito pelo apóstolo Paulo durante seu ministério de apostolado e também fala no tempo presente, indicando que refere-se também à natureza de Cristo após Sua ascensão ao Céu. Afirma que Jesus é homem, e isto também é verdade tanto quanto é verdade que em Cristo reside corporalmente toda a plenitude da Divindade, pois a Bíblia sempre atesta a verdade. Como harmonizamos estas duas afirmações? Simplesmente aceitando a ambas - desta forma, aceitamos que Cristo é 100% humano e 100% divino ao mesmo tempo. Como entendemos isto?

"Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória." I Timóteo 3:16

Esta é a melhor resposta que encontramos. A luz que possuímos é que este será o nosso assunto de estudo pelas eras eternas. Assunto este, inesgotável, no qual os anjos mesmo se deleitam em meditar. Portanto, ao nosso bendito Deus e Pai e ao nosso maravilhoso Senhor Jesus Cristo seja a honra e a glória pelos séculos dos séculos. Amém, amém e amém!

Que Deus abençoe a todos, Jairo Carvalho.

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