Saiba Por Que Católicos, Luteranos e Adventistas Estão Unidos no Assunto da Justificação Pela Fé

 

Diálogos entre católicos e Luteranos / Diálogos entre Adventistas e Luteranos

Acordo doutrinal entre Católicos e Luteranos

No passado 31 de Outubro, teve lugar, na cidade de Augsburgo, na Alemanha, um acordo histórico entre católicos e luteranos. As duas delegações, presididas respectivamente pelo Cardeal Edward Cassidy, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, da parte católica e pelo Bispo Christian Krause, presidente da Liga Internacional Luterana (deve ser: Federação Mundial Luterana), encontraram-se, em celebração festiva, na Catedral da referida cidade de Augsburgo, onde, há 500 anos, tinha sido consumada a rotura. A eles se juntaram numerosos convidados vindos de todo o mundo. O acordo assinado remete para uma declaração conjunta, que constitui só o primeiro passo na longa caminhada ecuménica rumo à unidade que as duas confissões cristãs estão dispostas a percorrer.

Esse núcleo de verdades fundamentais pode ser assim resumido:

- A Justificação é obra de Deus Trino.

- A Encarnação, a Morte e a Ressurreição de Cristo são o único fundamento e o pressuposto da Justificação.

- É somente pela graça, mediante a fé na acção salvadora de Cristo e não por qualquer mérito nosso, que nós somos aceites por Deus e recebemos o Espirito Santo, o qual renova os corações e faz desabrochar as boas obras no justificado.

- Sentimo-nos pecadores e reconhecemos que a vida nova em Cristo é unicamente devida à misericórdia de Deus recebida na fé e sem, de qualquer forma, poder ser merecida por nós.

O ponto doutrinal que tradicionalmente dividiu católicos e luteranos foi que Deus justifique o pecador só pela fé, sem as obras (sola fide). Esta afirmação, que os católicos tiveram dificuldade em aceitar, significa para os luteranos, que a pessoa humana deve tudo o que é e em particular a sua nova condição de justificada à bondade e à misericórdia de Deus e não a qualquer mérito pessoal. Com isto não se impede, antes se exige, que as boas obras sejam o desabrochar normal da vida em graça. Relacionado com este ponto doutrinal está a afirmação tradicionalmente luterana de que o homem é justificado "pela fé no Evangelho independentemente das obras da lei". Ora, quando os católicos afirmam que os justificados devem respeitar os mandamentos não querem recusar esta absoluta gratuidade da intervenção salvífica de Deus nas nossas vidas.

Acordo doutrinal entre Adventistas e Luteranos

Documentos produzidos no diálogo entre Adventistas do Sétimo Dia e Luteranos, criados entre 1994 e 1998, foram publicados pelo departamento de Relações Públicas da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Intitulado, Luteranos e Adventistas em Conversação, o livro é uma compilação de relatórios e documentos apresentados nas três sessões internacionais, que lidam com tópicos tão diversos como "justificação pela fé" , "escatologia" e "o entendimento da autoridade da igreja". o Dr. Bert B. Beach, diretor de Relações Entre Igrejas e Sven G. Oppegaard, representando a Federação Mundial Luterana, escreveu que o projeto foi desenvolvido com objetivo de melhorar "o conhecimento mútuo e o entendimento entre as duas comunhões, tanto em nível local como mundial. "[Bettina Krause] - Fonte: Noticiário da AG.

Nas mentes de fiéis Adventistas do Sétimo Dia o alarme soou pelo diálogo mantido com a Federação Mundial Luterana, que por sua vez intensificou quando se tornou conhecido que esta Federação mantinha diálogos com o Vaticano, precisamente quanto ao mesmo tópico, justificação pela fé.

Poderia ser que os líderes Católicos, cientes que muitos Adventistas do Sétimo Dia se levantariam contra estas consultas com o Vaticano e portanto usariam a Federação Mundial Luterana como intermediário para ajudá-los a discernirem formas e meios para debilitar a distinção da Igreja Remanescente de Deus e sua mensagem única para ser levada a toda nação, língua, raça e povo? Não é significante que a Federação Mundial Luterana tenha o seu escritório (matriz) onde o Conselho Mundial de Igrejas tem a sua sede em Genebra, Suíça?

Após 4 anos de diálogos, sai o relatório das conversações (23/05/2000) entre Adventistas e Luteranos.

O modelo soteriológico aceito entre Católicos e Luteranos foi = justificação pela fé + santificação pela fé + natureza humana de Cristo antes da queda - (pré-lapsariana).

Entre Luteranos e Adventistas foi = justificação pela fé + santificação pela fé + natureza humana de Cristo antes da queda - (pré-lapsariana).

Obs. O ensinamento da justiça pela Fé em Cristo é a espinha dorsal da teologia na qual todas as outras doutrinas estão ancoradas e da qual todas dependem. A Apologia afirma literalmente que, na controvérsia sobre a justificação, "a principal doutrina do cristianismo está envolvida". "Apology of Augsburg Confession", Art. IV,2 (Book of Concord, p.107,2).

Se a principal doutrina do cristianismo está em harmonia entre Católicos e Luteranos, podemos declarar o fim da divisão entre protestantes e Católicos e o começo do ecumenismo efetivo; da união incluse da organização adventista. As bases do acordo é um modelo soteriológico chamado de Liberal, pois não reinvidica a santificação semelhante a de Cristo. Exercem fé num Cristo que não assumiu as fraquezas humanas hereditárias concernentes a sua condição caída, um Cristo que apenas salva em seus pecados e não dos seus pecados.

Neste ensino Ele se revestiu de carne mas não a nossa carne pecaminosa, porém todo aquele que ensina que Jesus não veio em carne é o anticristo, (IJo 4:1-3; II Jo 7-10). A participação de Cristo na plena natureza humana em seu estado decaído, é colocada por Ellen White como condição sine qua non para a salvação do homem. “Estava nos planos de Deus que Cristo tomasse sobre Si mesmo a forma e a natureza do homem caído, para que Ele pudesse ser aperfeiçoado através do sofrimento, e suportar em Si mesmo a força das tentações de Satanás, a fim de que conhecesse melhor como socorrer aqueles que são tentados. Por esse ato de condescendência, Ele seria capaz de derramar Suas bênçãos em favor da raça decaída. Assim Cristo nos tornou possível sermos participantes de Sua natureza.” em Review and Herald, 17 de julho de 1900

“O triunfo e a obediência de Cristo são os de um ser humano. Em nossas considerações, podemos cometer muitos erros em razão de equivocados pontos de vista sobre a natureza humana do Senhor. Quando conferimos à Sua natureza humana um poder que não é possível ao homem possuir em seus conflitos com Satanás, destruímos a inteireza de Sua humanidade”. Ellen G. White – Manuscrito 1, de 1892. Citado em Seventh-day Adventist Bible Commentary (Washington, D.C., Review and Herald Pub. Assn., 1953-1957) Ellen G. White Comments, vol. 7,. Pág. 929.

“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que Se manifestou em carne, foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, e recebido acima na glória.” (I Tim. 3:16).

Em sua batalha no deserto, “a humanidade de Cristo foi posta à prova como nenhum de nós jamais poderá saber... Essas foram tentações reais e não simulacros.” E. G. White, Selected Messages, vol. 1, págs. 94 e 95. O apóstolo o confirma quando fala das provações que Jesus teve de suportar: “Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o pecado.” (Heb. 12:4)

A. T. Jones afirmou: “Essas vestes foram tecidas em um corpo humano. O corpo humano – a carne de Cristo – era o tear, não era? Essa roupa foi tecida em Jesus; na mesma carne que você e eu temos, pois Ele tomou parte na mesma carne e sangue que temos. Essa carne, que é sua e minha, foi a que Cristo portou neste mundo, a qual foi o tear no qual Deus teceu os trajes para você e eu vestirmos na carne, e Ele quer que os usemos agora.” Boletim da Conferência Geral, 1893, pág. 207.

Para demonstrar esse ponto, ele citava Hebreus 2:11: “Pois tanto o que santifica, como os que são santificados, vêm todos de um só...” Com base nesse verso, Jones concluiu que “em Sua natureza humana, Cristo proveio do homem de quem todos nós viemos... Um homem é a fonte e cabeça de toda a natureza humana. E a genealogia de Cristo, como um de nós, origina-se em Adão... Todos vêm de um homem segundo a carne; são todos de um. Assim, do lado humano, a natureza de Cristo é precisamente a nossa natureza.” Boletim da Conferência Geral, 1895, pág. 231.

“Que carne é essa, de fato?”, interrogava Jones. “Que espécie de carne somente este mundo conhece? Tão-somente a carne que você e eu temos. O mundo não conhece qualquer outro tipo de carne humana, e não tem sabido de outra pela qual a necessidade da vinda de Cristo foi criada. Por esse motivo, como o mundo conhece apenas tal espécie de carne como a que temos, como é agora, é certamente verdade que quando ‘o Verbo Se fez carne’, foi a mesma carne que a nossa. Isso não pode ser de outro modo.”

De acordo com essa doutrina espúria, “Maria, portanto, deve ter nascido imaculada, perfeita, impecável, e mais elevada que o querubim e o serafim; então Cristo deve ter nascido assim, para tomar dela Sua natureza humana em absoluta impecabilidade. Mas isso O coloca muito mais distante de nós do que um querubim e um serafim estão, e em natureza pecaminosa... Quero que alguém me ajude, alguém que conheça alguma coisa sobre natureza pecaminosa, pois essa é a natureza que eu tenho e é a tal que o Senhor assumiu. Ele Se tornou um de nós.”

Nesse argumento, Jones fazia eco das palavras de Edward Irving, que havia declarado: ‘Que Cristo tomou nossa natureza decaída é mais evidente porque não havia nenhuma outra em existência para tomar’ (Obras 5:15).” (Grotheer, pág. 30)

“Se o grão de trigo [Jesus], caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto [cristãos] [João 12.24]. Se o ‘fruto’ [cada um de nós] é composto da natureza humana pecaminosa + a natureza divina, então, identicamente, ocorreu com o Grão original. O fruto tem as mesmas características da semente e, portanto, Jesus "tornou-Se carne, exatamente como nós somos". Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, pág 472.

Estou impresssionado com a mudança do catolicismo em abandonar os dogmas de Trento, aceitando o novo ensino sobre a justificação pela fé. A vantagem do fiel cristão é que ele deve lutar agora apenas contra este modelo soteriológico que infelizmente foi aceito pela organização adventista.

Agora estão unidos Luteranos, Católicos e Adventistas neste modelo soteriológico, mas creio pessoalmente que toda as confissões religiosas estão de acordo com este modelo, menos é claro o fiel remanescente da Igreja.

Hoje os adventistas estão se dividindo em torno principalmente do assunto da Trindade, mais o assunto que vai dividir a IASD mesmo é o assunto da justificação pela fé. Em breve a mensagem do terceiro anjo há de soar em testemunho a todos os povos. Será como fogo na palha!

Equação "Ecumênica":

Se LUTERANOS = CATÓLICOS
e ADVENTISTAS = LUTERANOS,
logo ADVENTISTAS = CATÓLICOS?

Certamente o iceberg da apostasia está sobre nós. Não há dúvidas, a resposta de muitos fiéis Adventistas do Sétimo Dia deveria ser igual à do Senhor quando ordenou pela Sua serva quase 100 anos atrás: "Enfrentai-o! Não houve um momento de hesitação. Urgia ação rápida." Mensagens Escolhidas, pág.205.

Por Pr. Osvair Munhoz - Ministério Adventista Cristo Nossa Justiça  osvairmunhoz@hotmail.com

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