Como a Sra. White Descreve o Fenômeno Sobrenatural Ocorrido no Pentecostes Acompanhe o texto do capítulo "O Pentecostes", que se encontra a partir da pág. 35, do livro Atos dos Apóstolos, e verá que ela nada diz sobre o Espírito Santo como a terceira pessoa divina da Trindade:
Ao voltarem os discípulos do Olivete para Jerusalém, o povo
fitava-os, esperando descobrir-lhes no rosto expressões de tristeza, confusão e
derrota; mas viram a alegria e triunfo. Os discípulos não pranteavam
desapontadas esperanças. Viram o Salvador ressurgido, e Sua promessa de
despedida lhes ecoava constantemente aos ouvidos.
Em obediência à ordem de Cristo, esperaram em Jerusalém o cumprimento da
promessa do Pai - o derramamento do Espírito. Não esperaram ociosos. Diz o
registro que "estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus". Luc.
24:53. Reuniram-se também para, em nome de Jesus, apresentar seus pedidos ao
Pai. Sabiam que tinham um representante no Céu, um advogado junto ao trono de
Deus. Em solene reverência, ajoelharam-se em oração, repetindo a promessa: "Tudo
quanto pedirdes a Meu Pai, em Meu nome, Ele vo-lo
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há de dar. Até agora nada pedistes em Meu nome; pedi, e recebereis, para que o
vosso gozo se cumpra." João 16:23 e 24. Mais e mais alto eles estenderam a mão
da fé, com o poderoso argumento: "É Cristo quem morreu, ou antes quem
ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede
por nós." Rom. 8:34.
Ao esperarem os discípulos pelo cumprimento da promessa, humilharam o coração em
verdadeiro arrependimento e confessaram sua incredulidade. Ao trazerem à
lembrança as palavras que Cristo lhes havia dito antes de Sua morte, entenderam
mais amplamente seu significado. Verdades que lhes tinham escapado à lembrança
lhes voltavam à mente, e eles as repetiam uns aos outros. Reprovavam-se a si
mesmos por não haverem compreendido o Salvador. Como numa procissão, cena após
cena de Sua maravilhosa vida passou perante eles. Meditando sobre Sua vida pura,
santa, sentiram que nenhum trabalho seria árduo demais, nenhum sacrifício
demasiado grande, contanto que pudessem testemunhar na própria vida, da
amabilidade do caráter de Cristo. Oh! se pudessem viver de novo os passados três
anos, pensavam, quão diferentemente agiriam! Se pudessem somente ver o Mestre
outra vez, com que ardor procurariam mostrar quão profundamente O amavam, e
quanto se haviam entristecido por terem-nO ferido com uma palavra ou um ato de
incredulidade! Mas estavam confortados com o pensamento de que haviam sido
perdoados. E determinaram que, tanto quanto possível, expiariam sua
incredulidade confessando-O corajosamente perante o mundo.
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Os discípulos oraram com intenso fervor para serem habilitados a se aproximar
dos homens, e em seu trato diário, falar palavras que levassem os pecadores a
Cristo. Pondo de parte todas as divergências, todo o desejo de supremacia,
uniram-se em íntima comunhão cristã. Aproximaram-se mais e mais de Deus, e
fazendo isto sentiram que era um privilégio o ser-lhes dado associar-se tão
intimamente com Cristo. A tristeza lhes inundava o coração ao se lembrarem de
quantas vezes O haviam mortificado por terem sido tardos de compreensão, falhos
em entender as lições que, para seu bem, estivera buscando ensinar-lhes.
Esses dias de preparo foram de profundo exame de coração. Os discípulos sentiram
sua necessidade espiritual, e suplicaram do Senhor a santa unção que os devia
capacitar para o trabalho de salvar almas. Não suplicaram essas bênçãos apenas
para si. Sentiam a responsabilidade que lhes cabia nessa obra de salvação de
almas. Compreendiam que o evangelho devia ser proclamado ao mundo, e reclamavam
o poder que Cristo prometera.
Durante a era patriarcal a influência do Espírito Santo tinha sido muitas vezes
revelada de maneira muito notável, mas nunca em Sua plenitude. Agora, em
obediência à palavra do Salvador, os discípulos faziam suas súplicas por esse
dom, e no Céu Cristo acrescentou Sua intercessão. Ele reclamou o dom do Espírito
para que pudesse derramá-lo sobre Seu povo.
"E cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e
de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu
toda a casa em que estavam assentados." Atos 2:1 e 2.
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O Espírito veio sobre os discípulos, que expectantes oravam, com uma plenitude
que alcançou cada coração. O Ser infinito revelou-Se em poder a Sua igreja. Era
como se por séculos esta influência estivesse sendo reprimida, e agora o Céu se
regozijasse em poder derramar sobre a igreja as riquezas da graça do Espírito. E
sob a influência do Espírito, palavras de penitência e confissão misturavam-se
com cânticos de louvor por pecados perdoados. Eram ouvidas palavras de gratidão
e de profecia. Todo o Céu se inclinou na contemplação da sabedoria do
incomparável e incompreensível amor. Absortos em admiração, os apóstolos
exclamaram: "Nisto está a caridade!" I João 4:10. Eles se apossaram do dom que
lhes era repartido. E que se seguiu? A espada do Espírito, de novo afiada com
poder e banhada nos relâmpagos do Céu, abriu caminho através da incredulidade.
Milhares se converteram num dia.
Disse Cristo a Seus discípulos: "Digo-vos a verdade, que vos convém que Eu vá;
porque, se Eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se Eu for,
enviar-vo-Lo-ei." "Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará
em toda a verdade; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido, e vos anunciará o que há de vir." João 16:7 e 13.
A ascensão de Cristo ao Céu foi, para Seus seguidores, um sinal de que estavam
para receber a bênção prometida. Por ela deviam esperar antes de iniciarem a
obra que lhes fora ordenada. Ao transpor as portas celestiais, foi Jesus
entronizado em meio à adoração dos anjos. Tão logo foi esta cerimônia concluída,
o Espírito Santo desceu em ricas torrentes sobre os discípulos, e Cristo foi de
fato glorificado com aquela glória que
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tinha com o Pai desde toda a eternidade. O derramamento pentecostal foi uma
comunicação do Céu de que a confirmação do Redentor havia sido feita. De
conformidade com Sua promessa, Jesus enviara do Céu o Espírito Santo sobre Seus
seguidores, em sinal de que Ele, como Sacerdote e Rei, recebera todo o poder no
Céu e na Terra, tornando-Se o Ungido sobre Seu povo.
"E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram
sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar
noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." Atos 2:3
e 4. O Espírito Santo, assumindo a forma de línguas de fogo, repousou sobre a
assembléia. Isto era um emblema do dom então outorgado aos discípulos, o qual os
capacitava a falar com fluência línguas com as quais não tinham nunca tomado
contato. A aparência de fogo significava o zelo fervente com que os apóstolos
trabalhariam, e o poder que assistiria sua obra.
"E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações
que estão debaixo do céu." Atos 2:5. Durante a dispersão os judeus tinham sido
espalhados por quase todas as partes do mundo habitado, e em seu exílio tinham
aprendido a falar várias línguas. Muitos desses judeus estavam nessa ocasião em
Jerusalém assistindo às festas religiosas que então se realizavam. Cada língua
conhecida estava por eles representada. Esta diversidade de línguas teria sido
um grande embaraço à proclamação do evangelho; Deus, portanto, de maneira
miraculosa, supriu a deficiência dos apóstolos. O Espírito Santo fez por eles o
que não teriam podido
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fazer por si mesmos em toda uma existência. Agora podiam proclamar as verdades
do evangelho em toda parte, falando com perfeição a língua daqueles por quem
trabalhavam. Este miraculoso dom era para o mundo uma forte evidência de que o
trabalho deles levava o sinete do Céu. Daí por diante a linguagem dos discípulos
era pura, simples e acurada, falassem eles no idioma materno ou numa língua
estrangeira.
"E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada
um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam,
dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão
falando? Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos
nascidos?" Atos 2:6-8.
Os sacerdotes e príncipes estavam excessivamente enraivecidos ante essa
manifestação extraordinária, mas não ousavam demonstrar sua má disposição, por
temor de se exporem à violência do povo. Tinham assassinado o Nazareno; mas eis
que ali estavam os Seus servos, indoutos da Galiléia, contando em todas as
línguas então faladas, a história de Sua vida e ministério. Os sacerdotes,
resolvidos a atribuir o poder miraculoso dos discípulos a alguma causa natural,
declararam estarem eles embriagados por terem bebido demais do vinho novo
preparado para o banquete. Alguns dos mais ignorantes dentre o povo creram na
acusação, mas os mais inteligentes sabiam ser isto falso; e os que compreendiam
as diferentes línguas testificavam da correção com que eram usadas pelos
discípulos.
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Em resposta à acusação dos sacerdotes, Pedro mostrou que esta demonstração era
um direto cumprimento da profecia de Joel, onde é predita a descida de tal poder
sobre homens a fim de habilitá-los para uma obra especial. "Varões judeus, e
todos os que habitais em Jerusalém," disse ele, "seja-vos isto notório, e
escutai as minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós
pensais, sendo a terceira hora do dia. Mas isto é o que foi dito pelo profeta
Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do Meu Espírito derramarei
sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, e os
vossos mancebos terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do
Meu Espírito derramarei sobre os Meus servos e Minhas servas naqueles dias, e
profetizarão." Atos 2:14-18.
Com clareza e poder Pedro testificou da morte e ressurreição de Cristo: "Varões
israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus
entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por Ele fez no meio de
vós, como vós mesmos bem sabeis; a Este... crucificastes e matastes pelas mãos
de injustos; ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era
possível que fosse retido por ela." Atos 2:22-24.
Pedro não se referiu aos ensinos de Cristo a fim de justificar sua atitude,
porque sabia que o preconceito de seus ouvintes era tal que suas palavras sobre
o assunto seriam de nenhum efeito. Em vez disso falou de Davi, que era
considerado pelos judeus como um dos patriarcas da nação. "Porque", declarou,
"dEle disse Davi:
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Sempre via diante de Mim o Senhor, porque está à Minha direita, para que Eu não
seja comovido; por isso se alegrou o Meu coração, e a Minha língua exultou; e
ainda a Minha carne há de repousar em esperança; pois não deixarás a Minha alma
no Hades, nem permitirás que o Teu santo veja a corrupção. Atos 2:25-27.
"Varões irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi,
que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura." Ele
"disse da ressurreição de Cristo: que a Sua alma não foi deixada no Hades, nem a
Sua carne viu a corrupção. Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos
testemunhas". Atos 2:29, 31-32.
É uma cena cheia de interesse. Eis o povo afluindo de todas as direções para
ouvir os discípulos testificarem da verdade como é em Jesus. Eles se acotovelam,
lotando o templo. Sacerdotes e príncipes estão presentes, fisionomias carregadas
de negra malignidade, o coração ainda cheio de permanente ódio contra Cristo, as
mãos maculadas com o sangue do Redentor do mundo, sangue esse derramado quando O
crucificaram. Pensavam encontrar os apóstolos acovardados e temerosos sob a mão
forte da opressão e assassínio, mas encontraram-nos acima de todo o temor,
cheios do Espírito, proclamando com poder a divindade de Jesus de Nazaré.
Ouvem-nos declarando com ousadia que Aquele tão recentemente humilhado,
escarnecido, ferido por mãos cruéis e crucificado é o Príncipe da vida, agora
exaltado à mão direita de Deus.
Alguns dos que ouviam os apóstolos tinham tomado parte ativa na condenação e
morte de Cristo. Suas vozes tinham-se misturado com a da turba, pedindo Sua
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crucificação. Quando Jesus e Barrabás foram colocados perante eles no tribunal,
e Pilatos perguntou: "Qual quereis que vos solte?" (Mat. 27:17) eles clamaram:
"Este não, mas Barrabás." João 18:40. Quando Pilatos lhes apresentou Cristo,
dizendo: "Tomai-O vós, e crucificai-O; porque eu nenhum crime acho nEle" (João
19:6), "Estou inocente do sangue dEste justo", eles exclamaram: "O Seu sangue
caia sobre nós e sobre nossos filhos." Mat. 27:24 e 25.
Agora eles ouviam os discípulos declararem que era o Filho de Deus que havia
sido crucificado. Sacerdotes e príncipes tremeram. Um sentimento de convicção e
angústia se apoderou do povo. "E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu
coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões
irmãos?" Atos 2:37. Entre os ouvintes dos discípulos havia judeus devotos,
sinceros em sua fé. O poder que acompanhou as palavras de Pedro convenceu-os de
que Jesus era de fato o Messias.
"E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;
porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que
estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar." Atos 2:38 e 39.
Pedro deixou claro ao povo convicto o fato de que haviam rejeitado a Cristo por
terem sido enganados pelos sacerdotes e príncipes; e que se eles continuassem a
buscar conselho desses homens, e esperassem por eles para reconhecerem a Cristo
em vez de ousar fazê-lo por si mesmos, jamais O aceitariam. Esses homens
poderosos,
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embora fazendo profissão de piedade, eram ambiciosos de riquezas e glórias
terrestres. Não desejavam vir a Cristo para receber esclarecimento.
Sob a influência desta celestial iluminação, as passagens da Escritura que
Cristo tinha explanado aos discípulos apresentavam-se perante eles com o brilho
da verdade perfeita. O véu que os impedia de ver o fim do que fora abolido
estava agora removido, e eles compreendiam com perfeita clareza o objetivo da
missão de Cristo e a natureza de Seu reino. Puderam falar com poder a respeito
do Salvador; e ao desdobrarem perante seus ouvintes o plano da salvação, muitos
ficavam convictos e vencidos. As tradições e superstições inculcadas pelos
sacerdotes eram varridas de sua mente, e os ensinos do Salvador, aceitos.
"De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e
naquele dia agregaram-se quase três mil almas." Atos 2:41.
Os líderes judeus tinham imaginado que a obra de Cristo terminaria com Sua
morte; mas em vez disto, testemunharam as maravilhosas cenas do dia do
Pentecoste. Ouviam os discípulos dotados de poder e energia até então
desconhecidos pregando a Cristo, suas palavras confirmadas por sinais e
maravilhas. Em Jerusalém, o baluarte do judaísmo, milhares declararam
abertamente sua fé em Jesus de Nazaré como o Messias. Os discípulos estavam
assombrados e sobremodo jubilosos com a abundante colheita de almas. Eles não
consideravam essa maravilhosa colheita como resultado de seus próprios esforços;
sabiam que estavam entrando no trabalho de outros homens. Desde a queda de Adão,
Cristo
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estivera confiando a servos escolhidos a semente de Sua Palavra, para ser
lançada nos corações humanos. Durante Sua vida na Terra Ele semeara a semente da
verdade e regara-a com Seu sangue. As conversões havidas no dia do Pentecoste
foram o resultado dessa semeadura, a colheita da obra de Cristo, revelando o
poder de Seus ensinos.
Os argumentos dos apóstolos somente, conquanto convincentes e claros, não
haveriam removido o preconceito que resistira a tanta evidência. Mas o Espírito
Santo com divino poder convenceu o coração pelos argumentos. As palavras dos
apóstolos eram como afiadas setas do Todo-poderoso, convencendo os homens de sua
terrível culpa em haverem rejeitado e crucificado o Senhor da glória.
Sob a influência dos ensinos de Cristo, os discípulos tinham sido induzidos a
sentir sua necessidade do Espírito. Mediante a instrução do Espírito receberam a
habilitação final, saindo no desempenho de sua vocação. Não mais eram ignorantes
e iletrados. Haviam deixado de ser um grupo de unidades independentes, ou
elementos discordantes em conflito. Sua esperança não mais repousava sobre a
grandeza terrestre. Todos eram "unânimes" (Atos 2:46) e "era um o coração e a
alma da multidão dos que criam". Atos 4:32. Cristo lhes enchia os pensamentos; e
visavam a avançamento de Seu reino. Na mente e no caráter haviam-se tornado
semelhantes a seu Mestre, e os homens "tinham conhecimento que eles haviam
estado com Jesus". Atos 4:13.
O Pentecoste trouxe-lhes uma iluminação celestial. As verdades que não puderam
compreender enquanto Cristo estava com eles, eram agora reveladas. Com uma
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fé e certeza que nunca antes conheceram, aceitaram os ensinamentos da Sagrada
Palavra. Não mais lhes era questão de fé, ser Cristo o Filho de Deus. Sabiam
que, ainda que revestido da humanidade, Ele era de fato o Messias, e contaram
sua experiência ao mundo com uma confiança que inspirava a convicção de que Deus
estava com eles.
Eles podiam falar no nome de Jesus com segurança; pois não era Ele seu Amigo e
Irmão mais velho? Levados em íntima comunhão com Cristo, assentaram-se com Ele
nos lugares celestiais. Com que abrasante linguagem vestiam suas idéias quando
testificavam dEle! Seus corações estavam sobrecarregados com benevolência tão
ampla, tão profunda, de tão vasto alcance que foram impelidos a ir aos confins
da Terra, testificando do poder de Cristo. Foram cheios de um intenso desejo de
levar avante a obra que Ele tinha iniciado. Sentiram a enormidade de seu débito
para com o Céu, e a responsabilidade de sua obra. Fortalecidos pela concessão do
Espírito Santo, saíram com zelo para estender os triunfos da cruz. O Espírito
animava-os, e falava por intermédio deles. A paz de Cristo brilhava em suas
faces. Tinham-Lhe consagrado a vida para serviço, e seu próprio semblante
evidenciava a entrega que haviam feito.
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