Quem é Descendente do Primeiro Homem (Adão), Tem o Quê? E Perdeu o Quê?

· 1Cor. 15:49; (Rom. 3:10-12, 23; e 5:12); Gên. 5:3;  ...

Continuando o estudo comparativo entre o primeiro e o Segundo Adão, encontraremos outros detalhes importantes para nossa vida espiritual.

O primeiro verso diz: “E, assim como trouxemos a imagem do terreno”. (1Cor. 15:49 – primeira parte).

Tudo o que já foi dito sobre o primeiro Adão, pode ser aplicado (relaciona-se) a essa parte do verso.

Em Romanos 3:10-12 diz: “Como está escrito: Não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só”.

De acordo com 1Cor. 15:49, nós temos (trouxemos) “a imagem” do primeiro Adão. E Gên. 5:3, diz: “Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete”. Portanto, nós fomos gerados à “semelhança” do primeiro Adão, e conforme a sua “imagem”.

Ao pecar, como já dissemos, Adão e Eva perderam a glória do Criador. Era essa glória, que os tornavam seres, “à imagem e semelhança” do Criador. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu: “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. (Rom. 3:23). Portanto, esse verso é o foco principal deste capítulo.

Sobre a glória ou vestimenta que Adão e Eva possuíam, Ellen G. White escreveu o seguinte:

O homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência exterior como no caráter. Cristo somente é a ‘expressa imagem do Pai (Hebreus 1:3); mas o homem foi formado à semelhança de Deus. Sua natureza estava em harmonia com a vontade de Deus. A mente era capaz de compreender as coisas divinas. As afeições eram puras; os apetites e paixões estavam sob o domínio da razão. Ele era santo e feliz, tendo a imagem de Deus, e estando em perfeita obediência à Sua vontade.” 1

No mesmo livro ela escreveu:

Depois da sua transgressão, Adão a princípio imaginou-se a entrar para uma condição mais elevada de existência. Mas logo o pensamento de seu pecado o encheu de terror. O ar que até ali havia sido de uma temperatura amena e uniforme, parecia resfriar o culposo par. Desapareceram o amor e paz que haviam gozado, e em seu lugar experimentavam uma intuição de pecado, um terror pelo futuro, uma nudez de alma. ...” 2

Em outro lugar ela diz:

Deus instruíra nossos primeiros pais quanto à árvore do conhecimento, e eles foram plenamente informados da queda de Satanás, e do perigo de ouvirem as suas sugestões. Ele não os privou da faculdade de comerem do fruto proibido. Deixou que como agentes morais livres cressem na Sua palavra, obedecessem a Seus mandamentos e vivessem, ou crescem no tentador, desobedecessem e morressem. Ambos comeram, e a grande sabedoria que obtiveram foi o conhecimento do pecado e o senso de culpa.” 3

Em Gên. 2:25 diz: “E ambos estavam nus, o homem e sua mulher; e não se envergonhavam”.

“... A veste de luz que os rodeara, agora desapareceu; e para suprir sua falta procuraram fazer para si uma cobertura, pois enquanto estivessem desvestidos, não podiam enfrentar o olhar de Deus e dos santos anjos.” 4

Em outro lugar foi escrito:

“... A veste de luz que os rodeara, agora desapareceu, e sob um senso de culpa e a perda de sua divina cobertura, um tremor tomou posse deles, e procuraram cobrir suas formas expostas.” 5

“... Pela vez primeira puseram sua atenção no exterior. Eles não tinham estado vestidos, mas rodeados de luz como os anjos celestiais. Esta luz com a qual estavam circundados tinha sido retirada. Para aliviar o senso de carência e nudez que experimentavam, trataram de procurar uma cobertura para suas formas, pois como podiam, desvestidos, defrontar o olhar de Deus e dos anjos?” 6

De acordo com o que está escrito, acima, Adão e Eva foram criados à “imagem e semelhança” do Criador. À “imagem e semelhança”, pode-se entender, perfeitamente, que diz respeito não apenas ao “caráter”, mas “a glória do Grande Criador” que os rodeava.

Ellen G. White, ainda escreveu:

A veste branca de inocência foi usada por nossos primeiros pais, quando foram postos por Deus no santo Éden. Viviam eles em perfeita conformidade com a vontade de Deus. Todas as suas afeições eram devotadas ao Pai celeste. Luz bela e suave, a luz de Deus, envolvia o santo par. Esse vestido de luz era um símbolo de suas vestes espirituais de celeste inocência. Se permanecessem leais a Deus, continuaria sempre a envolvê-los. Ao entrar o pecado, porém, cortaram sua ligação com Deus, e desapareceu a luz que os aureolava. Nus e envergonhados, procuraram suprir os vestidos celestiais, cosendo folhas de figueira para uma cobertura.

Isto fizeram os transgressores da lei de Deus desde o dia em que Adão e Eva desobedeceram. Coseram folhas de figueira para cobrir a nudez causada pela transgressão. Cobriram-se com vestidos de sua própria feitura; por suas próprias obras procuraram encobrir os pecados e tornar-se aceitáveis a Deus.

Isto jamais pode ser feito, porém. O homem nada pode idear para suprir as perdidas vestes de inocência. Nenhuma vestimenta de folhas de figueira, nenhum traje mundano, pode ser usado por quem se assentar com Cristo e os anjos na ceia das bodas do Cordeiro.

Somente as vestes que Cristo proveu, podem habilitar-nos a aparecer na presença de Deus. Estas vestes de Sua própria justiça, Cristo dará a toda alma arrependida e crente. ...

Este vestido fiado nos teares do Céu não tem um fio de origem humana. Em Sua humanidade, Cristo formou caráter perfeito, e oferece-nos esse caráter. ‘Todas as nossas justiças’ são ‘como trapo da imundícia.’ Tudo que podemos fazer de nós mesmos está contaminado pelo pecado. Mas o Filho de Deus ‘Se manifestou para tirar os nossos pecado; e nEle não há pecado.’ ...

Por Sua obediência perfeita tornou possível a todo homem obedecer aos mandamentos de Deus. Ao nos sujeitarmos a Cristo, nosso coração se une ao Seu, nossa vontade imerge em Sua vontade, nosso espírito torna-se um com Seu espírito, nossos pensamentos serão levados cativos a Ele; viveremos Sua vida. Isto é o que significa estar trajado com as vestes de Sua justiça. Quando então o Senhor nos contemplar, verá não o vestido de folhas de figueira, não a nudez e deformidade do pecado, mas Suas próprias vestes de justiça que são a obediência perfeita à lei de Jeová. – Parábolas de Jesus, págs. 310-312.” 7

Por tudo o que foi dito, faz-se necessário que seja repetido, parte da primeira citação:

O homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência exterior como no caráter. Cristo somente é a ‘expressa imagem do Pai (Hebreus 1:3); mas o homem foi formado à semelhança de Deus ... Ele era santo e feliz, tendo a imagem de Deus, e estando em perfeita obediência à Sua vontade.” 8

Portanto, conclui-se, que por causa do pecado de Adão e Eva, eles deixaram de ter o “caráter do Criador”, bem como “a glória do Grande Criador”. Por isso, todos nós temos a imagem do primeiro Adão. Ou seja, “todos” nós estamos “destituídos” “da glória de Deus”. Esta é a razão. Todos nós somos gerados segundo a imagem e semelhança do primeiro Adão, após o pecado. Como está escrito: “Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete”. (Gên. 5:3). Embora o texto fale apenas de Sete, sabemos que, também, refere-se a todos os descendentes de Adão. Sete representa a linhagem perfeita, da qual veio o Messias. E se ele foi gerado a semelhança e imagem de Adão, então, como podemos imaginar os outros descendentes de Adão? -- josielteli@hotmail.com


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1 WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas. 12ª ed. Tatuí – SP, Casa Publicadora Brasileira - CPB, 1991. p. 28 [44-45].

2 Ibidem. p. 49 [56-57].

3 Idem. História da Redenção. 3ª ed. Santo André – SP, CPB, 1981. p. 37.

4 Idem. Patriarcas e Profetas. 12ª ed. Tatuí – SP, Casa Publicadora Brasileira - CPB, 1991. p. 49 e 51 [56-57].

5 Idem. História da Redenção. 3ª ed. Santo André – SP, CPB, 1981. p. 37.

6 Idem. p. 38.

7 Idem. Meditações Matinais. Exaltai-O!. 1ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1992. p. 164.

8 Idem. Patriarcas e Profetas. 12ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1991. p. 28 [44-45].

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