Estamos Todos Vivos, Graças a Jesus Cristo!

Resposta ao artigo de Clifford Goldstein sobre 1888, publicado na Revista Adventista, em agosto de 2002.

“Os próprios mestres do povo não se tornam familiarizados, por viva experiência, com a Fonte de sua confiança e força. E quando o Senhor suscita homens e os envia com a exata mensagem para este tempo [isto é: com a mensagem de 1888], a fim de que seja transmitida ao povo - uma mensagem que não é uma nova verdade, mas exatamente a mesma que Paulo ensinou, que o próprio Cristo ensinou - ela é para eles uma doutrina estranha.” EGW, Manuscrito 27, 1889, incluído em Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 186, ênfases supridas.

O artigo de Clifford nega que ‘todos os seres humanos foram legalmente justificados na cruz’. Ironiza o conceito de que ‘é fácil salvar-se e difícil perder-se’. Conclui que a atual mensagem de 1888 não é a mensagem de 1888.

Como se critica os conceitos do Pr. Wieland, permitamos que este explique, recorrendo à fonte original da mensagem de 1888, a Bíblia:

“O calvinismo afirma que Cristo morreu somente pelos eleitos. O arminianismo protesta e assinala que morreu por ‘todos os homens’, porém, por sua vez, especifica que fez algo somente ‘provisional’ e assim, é possível que ‘todos os homens sejam justificados se tomam a iniciativa de fazer bem certa coisa. Se o pecador não aproveita o oferecimento, então a morte de Cristo não significou nem significará nenhum bem para ele. Tal é a idéia geral que nosso povo veio sustentando.

Os mensageiros de 1888 viram que a cruz significou muito mais que uma mera provisão, em espera da iniciativa do pecador. Cristo fez algo por cada ser humano! ‘Todos os homens’ devem sua vida atual ao sacrifício de Cristo. A salvação do homem depende da iniciativa de Deus, e a condenação depende da iniciativa do homem. [Ver Caminho a Cristo, pág. 27.] Quando o pecador ouve as boas novas e as crê, responde à iniciativa de Deus, e experimenta assim a justificação pela fé.

É aqui onde o conceito de 1888 da justificação pela fé põe em evidência um tipo sutil de legalismo não reconhecido anteriormente. Na pura justificação pela fé que o Novo Testamento apresenta,  ‘a jactância ... é excluída’ (Rom 3.27), porém segundo o ponto de vista popular, o fator chave é a iniciativa do pecador. Pode dizer: [eu] aproveitei o oferecimento, [eu] aceitei a provisão, [eu] fiz a decisão que me levará ao céu. O sacrifício de Cristo não me fez nenhum bem, até que [eu] tomei alguma determinação a respeito. Assim está subjacente um pensamento egocêntrico, e um resíduo de legalismo subliminar.

Essa idéia revela uma trágica carência. Cristo provou realmente a Segunda morte ‘por todos’, e fez propiciação pelos pecados ‘de todo o mundo’ (Heb. 2.9; 1 Jo 2..2). Os pecados de ‘todos os homens’ Lhe foram legalmente imputados em Sua morte, de forma que ninguém até agora teve que suportar a plena carga de sua culpabilidade (Rom 5.16-18; 2 Co 5.19).

O resultado é que ‘todos os homens’ vivem porque Ele morreu por eles, quer creiam ou quer não (2 Co 5.14-15). A cruz do calvário está ‘estampada’ em cada pão. Isso significa que tanto santos como pecadores comem seu alimento diário sendo nutridos pelo sacrifício de Cristo (EGW, DTN 660). Ele ‘trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho’.(2 Tim 1.10). A vida a ‘todos os homens’. A imortalidade, porém, aos que crêem.

Posto que todos os homens vivem devido a que suas transgressões foram imputadas Àquele que morreu em seu lugar, é correto dizer que teve lugar uma justificação do tipo legal, em favor de todos os homens. Alguns preferem chamá-la ‘justificação corporativa’, ou ‘justificação temporal universal’. São termos que se referem à mesma verdade. Posto que ‘todos os homens’ estão debaixo da condenação legal ‘em Adão’, por nascimento, Cristo vem a ser feito o ‘segundo Adão’, em Quem toda a raça humana está legalmente absolvida (1 Cor 15.22; Rom. 5.16-18). Tal é o conceito neotestamentário que encerra a repetida expressão ‘em Cristo’.

Isto não significa que todos os homens serão salvos contra sua vontade. É possível depreciar e rechaçar  o Dom que Cristo deu ‘a todos os homens’. Ele não vai forçar a ninguém. Porém os mensageiros de 1888 explicaram que quando o pecador ouve e crê nessas boas novas, sua experiência de justificação pela fé o TORNA então ‘obediente a todos os mandamentos de Deus’ [i. é: justo], incluindo o Sábado do quarto mandamento. Tal é o único resultado possível, quando um pecador se aferra à justiça de Cristo mediante uma fé inteligente, esclarecida. Não é maravilha que E. White sentisse tanto prazer ao ouvir a mensagem pela primeira vez ... A única razão pela qual um pecador possa perder-se é porque toma a iniciativa de depreciar e rejeitar a justificação que se lhe tem já dado e que se pôs em suas mãos (ver João 3.16-19; 12.48). [Caminho a Cristo, pág. 27].

Assim, a mensagem de 1888 vê o pecado numa luz muito mais séria do que é comum entre muitos adventistas. Não é um passivo ‘não fazer nada’. O pecado é tão terrível que significa a resistência e a rejeição contínuas da graça salvífica de Deus. ...

Quando alguém compreende e crê quão boas são as boas novas, se dá conta de que é fácil ser salvo e difícil perder-se.

A salvação não depende de que busquemos e achemos a Deus (que é o elemento comum a toda religião pagã no mundo), senão de que creiamos que Ele nos está buscando e nos achou. O Espírito Santo é mais forte que a carne (Gál. 5.26-27) e a graça superabundou muito mais do que possa abundar o pecado. (Rom. 5.20).

Em outras palavras, a mensagem de 1888 eleva o amor de Deus como Salvador, muito mais alto que a categoria de algo meramente provisional. Não o apresenta ante o pecador como uma oferta casual de ‘é pegar ou deixar’, ‘se não aproveitas a oportunidade, tanto pior para você’. Não. Cristo Se apresenta como o Bom Pastor que está buscando ativamente a cada ovelha perdida ‘até que a encontra’ (Luc 15.4). É precioso que o pecador ouça novas tão boas quanto essas... Não somos salvos fazendo promessas a Deus, mas crendo nas promessas que Ele nos faz [Ver João 6.29 e Atos 16.31.] ...Portanto, a noção de 1888 da ‘perfeição’ não consiste num anelo por segurança motivado pelo temor, senão numa preocupação centrada em Cristo, no sentido de cooperar para que Ele receba Sua recompensa.” -- Robert J. Wieland, Iluminados Por Sua Glória, capítulo 1.

Mas Clifford parece desconhecer os demais pontos onde se fundamenta ‘a mais preciosa mensagem’: (a) a natureza humana de Cristo pós-lapsariana, (b) a obediência perfeita possível como condição para Jesus voltar, (c) a conexão entre a Purificação do Santuário e a Justificação pela fé, (d) o método de vencer a Satanás: citar-lhe um ‘Está escrito’, (e) etc.

EGW disse: “E. J. Waggoner pode ensinar a Justiça pela Fé mais claramente do que eu posso...Sim, o Senhor deu-lhe luz especial nesta questão. Tenho almejado expor o assunto mais claramente, mas eu não poderia tê-lo exposto tão claramente quanto ele o fez. Mas quando ele expôs o assunto em Minneapolis, reconheci-o". (Entrevista dada, após 1888, pelo Pr. Washburn, www.1888MSC.org)

Portanto, estimado(a) irmão(ã), leia também Waggoner e Jones! -- Olvide Zanella, 1o ancião da IASD de Medianeira – PR, E-mail: farpolito@ar-net.com.br.

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