Pr. Lindenberg Explica Porque Não Cita EGW como Autoridade em Seus Artigos - Parte 2

Continuando com o Desejado de Todas as Nações. Em conversas com alguns pastores evangélicos (batistas, presbiterianos, etc), eles não compreendem como a IASD tem um entendimento diferente quanto à questão de José e Maria terem gerado mais de um filho, além do Senhor Jesus. Muito mais porque Jesus não foi filho natural do casal. Na verdade, Maria foi escolhida soberanamente por Deus para “emprestar” seu ventre para abrigar o Filho do Altíssimo. E ao utilizar o ventre de Maria, Jesus torna-Se verdadeiramente humano, com todas as implicações que isso lhe impôs.

Enquanto carne, Jesus era humano e tão somente humano. Todos os milagres que fazia dependia diretamente do Pai para os realizar. Era limitado e estava condicionado há um único lugar. Enquanto na Judéia, não poderia estar em Jerusalém. Em Jerusalém, não poderia estar simultaneamente em Roma ou Atenas. Jesus, devido à sua condição humana, estava limitado no tempo e espaço.

Como o objetivo desses artigos não é discutir a natureza divino-humana de Jesus, pois este assunto eu abordo na série sobre o Deus Altíssimo, voltemos aos filhos de José e Maria. Veja o que diz Ellen White neste particular:

“A vida de Cristo foi assinalada pelo respeito e o amor à Sua mãe. Maria acreditava em seu coração que a santa Criança dela nascida, era o tão longamente prometido Messias; não ousava, entretanto, exprimir essa fé. Foi, através de sua existência terrestre, uma partilhadora dos sofrimentos do Filho. Com dor testemunhava as provações que Lhe sobrevinham na infância e juventude. Por justificar o que sabia ser direito em Seu procedimento, via-se ela própria em posições probantes. Considerava as relações domésticas, e a terna solicitude da mãe em torno dos filhos, de vital importância na formação do caráter. Os filhos e filhas de José sabiam isto e, prevalecendo-se de sua ansiedade, procuravam corrigir as atitudes de Jesus segundo norma deles”.  Ibidem, p.90.

O primeiro problema que encontramos nessa citação é o fato de que, segundo a Srª.White, Maria não expressava ou manifestava sua crença de que Aquele que ela tinha gerado era o prometido Messias. Ellen usa o seguinte termo: “...não ousava, entretanto, exprimir essa fé...”.  A pergunta é: qual era o medo de Maria? Teria o Anjo Gabriel se equivocado? Será que Maria duvidava das palavras do Anjo do Senhor? Ou será que José a proibiu de falar que Jesus era filho de “outro Homem”? Ela levou esse “silêncio” por quanto tempo? Será que em nenhum momento ela falou aos irmãos de Jesus Quem era a pessoa de Jesus? Complicado isso! Ou isto foi um devaneio de Ellen White, ou devaneio de um terceiro de quem ela ou sua "assistente literária" copiou!

Por outro lado, onde foi que a Srª. White tirou essa idéia que os irmãos de Jesus eram filhos somente de José? Qual a base teológica para ela fazer tal afirmação? A tradição católica, para enfatizar a pureza de Maria, criou a idéia de que José era viúvo e que sendo assim, ele possuía filhos e filhas de um casamento anterior. Por isso Jesus tinha “meio-irmãos e irmãs”. Assim, para a tradição da igreja romana, Maria só teve um filho: Jesus. Permanecendo como a “imaculada” e virgem até a sua morte! Este pensamento não é bíblico. Não há o menor suporte para esta teoria.

Quando analisamos a Palavra de Deus, o relato que temos é o seguinte:

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz; Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco. E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus”. S.Mt.1:18 a 25.

“E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres... E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus... Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus”. S.Luc.1:26 a 27, 31 a 35.

Observe, prezado leitor, Maria era desposada (igual à casada, ou comprometida) com José por ocasião da visita do Anjo Gabriel. Eles ainda não havia tido relações sexuais e as razões especificamente não sabemos. Mas pelos costumes da época, uma mulher prometida (noiva) e com o consentimento dos pais dela a um homem, já era considerada como sua mulher, apenas não podiam ter relações sexuais.

O anjo Gabriel fui muito claro, quando disse: não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo”. Este filho foi o primeiro filho de José: o seu PRIMOGÊNITO. Antes do nascimento de Jesus, Maria, Sua mãe, era uma mulher virgem. Portanto, eu prefiro ficar com o relato bíblico que afirma que Jesus foi o filho mais velho do casal José e Maria. Mateus foi um discípulo de Jesus, portanto, profundo conhecedor da família de Jesus. Se ele afirma que Jesus foi o primogênito de José, qual a conclusão que podemos chegar?

Para um casal, daquela época, ter o primeiro filho (primogênito) homem era motivo de orgulho. O que poderia se dizer do sentimento de José? Verdadeiramente eu não sei! Se eu continuar, vou cair no campo da especulação. Como pregador, posso até imaginar algumas coisas, mas não posso afirmar, e isso eu preciso deixar bem claro aos ouvintes. Quanto a narração do DTN, mais uma vez Ellen colide frontalmente com o texto bíblico.

Assim, vimos que a influência da igreja católica não foi somente quanto à questão da trindade no seio da igreja adventista, mas também uma certa “mariolatria” velada. Talvez isso se explique a “whiteolatria” declarada por parte de muitos membros. Mas vimos também acima que a Srª.White errou, e errou feio! E não me venham os teólogos de plantão com as tais diferenciação entre o prototokos e o monoguenês, que teremos um grave problema a considerar!

Outro detalhe que foge ao leitor não muito atento é quando ela afirma: “...Os filhos e filhas de José sabiam disto e, prevalecendo-se de sua ansiedade, procuravam corrigir as atitudes de Jesus segundo norma deles...”. Em qual parte dos evangelhos é comentado que Jesus era repreendido e corrigido por seus irmãos? Se eles eram irmãos mais novos que Jesus, já que o primogênito era o mais respeitado na família, logo, com qual autoridade esses irmãos poderiam corrigir a Jesus? Cuidado, irmã White!

Temos absoluta certeza que os irmãos de Jesus, à medida que foram nascendo e crescendo, Maria explicava a cada um deles, de acordo com a capacidade de compreensão, que Jesus era O Filho de Deus, o Messias. A raiz de Davi, o Filho da Promessa feito a Abraão. Creio que diante do testemunho vivo da conduta irrepreensível de Jesus, seus irmãos tinham a certeza que realmente Ele era O Filho do Altíssimo. Não dá para acreditar numa Maria, sendo testemunha ocular da visita de Gabriel, vivendo em silêncio, ocultando aos irmãos de Jesus quem era a Pessoa do Filho de Deus.

Creio piamente que Gabriel não tenha se equivocado entre as tantas Marias que havia naquela época. Deus sabia muito bem de sua conduta. Sabia que ela saberia orientar não somente a Jesus, quando criança, mas igualmente orientaria nos caminhos do Senhor os demais filhos. Era fiel a Deus, tendo sido eleita por Ele para abrigar em seu ventre Seu único Filho.

Devido à religiosidade (fidelidade) e autoridade de Maria, a Bíblia mostra que os irmãos de Jesus eram submissos a ela, pois em vários relatos encontramos juntos: Maria e os irmãos de Jesus,veja:

“Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele. Depois disso desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias”. S.João 2:11-12;

“Enquanto ele ainda falava às multidões, estavam do lado de fora sua mãe e seus irmãos, procurando falar-lhe... Disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, e procuram falar contigo...”. S.Mt.12:46-50

“Chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando da parte de fora, mandaram chamá-lo. E a multidão estava sentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te procuram...”. S.Mc.3:31-35;

“Vieram, então, ter com ele sua mãe e seus irmãos, e não podiam aproximar-se dele por causa da multidão. Foi-lhe dito: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora, e querem ver-te.
Ele, porém, lhes respondeu: Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a palavra de Deus e a observam”. S.Luc.8:19-21;

“E, entrando, subiram ao cenáculo, onde permaneciam Pedro e João, Tiago e André, Felipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, Simão o Zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos estes perseveravam unanimemente em oração, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele”. Atos 1:13-14.

Desde cedo, os irmãos compreenderam a missão de Jesus. Por isso não é de se estranhar que onde Maria estava, os irmãos de Jesus também se faziam presentes. Seus irmãos seguiam sua mãe desde o primeiro milagre realizado em Caná da Galiléia. Por várias vezes, como mostra o relato sagrado, os encontramos junto à mãe, como revelam os textos supra-citados. Não sabemos qual a idade de cada um, mas todos eram menores que Jesus, pois Ele era o primogênito de José.

A família de Jose e Maria, apesar de residir numa das piores cidades, tinha um bom conceito entre os seus patrícios. Por ser uma cidade pequena, a família era bem conhecida. Se esta família gozasse de má reputação, com certeza o relato bíblico seria diferente. Por muito tempo Jesus tinha freqüentado aquela sinagoga com sua família. E quando olhamos o que os evangelhos dizem, o que encontramos é o seguinte:

“E, chegando à sua terra, ensinava o povo na sinagoga, de modo que este se maravilhava e dizia: Donde lhe vem esta sabedoria, e estes poderes milagrosos? Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? E escandalizavam-se dele. Jesus, porém, lhes disse: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra e na sua própria casa. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles”. S.Mt.13:54-58;

Saiu Jesus dali, e foi para a sua terra, e os seus discípulos o seguiam. Ora, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ao ouví-lo, se maravilhavam, dizendo: Donde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe é dada? e como se fazem tais milagres por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? e não estão aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se dele”.S. Mc.6:1-3;

Observe, prezado leitor, que Maria tinha forte influência, pois, a Bíblia menciona o nome dela e dos filhos, mas não menciona o nome de José; descreve-o como “o carpinteiro”. Nem os nomes das irmãs de Jesus são mencionados, mas o de Maria, sim. Isso revela o quão Maria era dedicada à família, o quanto era comprometida com os seus filhos. Por outro lado, se Maria não fosse a mãe dos irmãos de Jesus, será que esses “filhos” seriam assim tão unidos a Maria?

Em outro momento, no livro DTN, a Srª.White faz declara:

Seus irmãos, como eram chamados os filhos de José, tomavam o lado dos rabinos. Insistiam em que a tradição deveria ser atendida, como se fossem ordens divinas. Consideravam até os preceitos dos homens como mais altos que a Palavra de Deus, e ficavam sobremaneira aborrecidos com a clara penetração de Jesus em distinguir entre o falso e o verdadeiro. Sua estrita obediência à lei de Deus, condenavam como obstinação. Ficavam surpreendidos do conhecimento e sabedoria que revelava em Suas respostas aos rabis. Sabiam que não recebera instruções dos sábios e, no entanto, não podiam deixar de ver que era para eles um instrutor. Reconheciam que Sua educação era de mais alta ordem que a deles próprios. Não discerniam, entretanto, que havia tido acesso à árvore da vida, fonte de saber para eles desconhecida”. DTN, 86.

Veja o que ela diz:

1) Seus irmãos, como eram chamados os filhos de José, tomavam o lado dos rabinos;

2) Insistiam em que a tradição deveria ser atendida;

3) Consideravam até os preceitos dos homens como mais altos que a Palavra de Deus;

4) Ficavam sobremaneira aborrecidos com a clara penetração de Jesus em distinguir entre o falso e o verdadeiro;

5) Sua estrita obediência à lei de Deus, condenavam como obstinação;

6) Ficavam surpreendidos do conhecimento e sabedoria que revelava em Suas respostas aos rabis;

7) Reconheciam que Sua educação era de mais alta ordem que a deles próprios;

8) Não discerniam, entretanto, que havia tido acesso à árvore da vida, fonte de saber para eles desconhecida.

Querido leitor, o que você pensa dessas oito frases ditas por Ellen G. White? Analise cada uma delas e veja se há alguma lógica, se tem suporte bíblico! Se acaso essas frases fossem verdadeiras, Maria teria falhado e muito, como mãe, conselheira e educadora. Teria sido omissa, pusilânime e parcial, o que a descredenciaria para tão nobre missão. Será que Deus “correria esse risco”, sabendo que Maria poderia apresentar essas características depois de ser mãe de Seu Filho? Sinto muito, amigo leitor, eu não posso aceitar nenhum desses oito itens como “inspirados” por Deus. 

Ellen coloca a situação entre Jesus e seus irmãos em permanente estado de conflito. Parece que o clima familiar era de constante tensão. Seus irmãos querendo fazer prevalecer suas vontades e Jesus, por outro lado, tentando se defender de suas injustiças. Parece que as divisões, discórdias, ciúmes, rancores e mágoas eram o que predominavam no lar de José e Maria. Será que, diante desse tenso clima, os anjos de Deus eram bem-vindos naquele lar? Será que o Pai estava satisfeito com a escolha que fizera? Olhando diariamente para aquela situação de brigas e constantes disputas, não estaria Gabriel a se perguntar: Será que realmente Maria era a pessoa mais indicada para receber o Filho do Altíssimo? Sinto muito prezado leitor, gosto muito do livro DTN, mas não posso imaginar que o lar de José e Maria fosse como é descrito neste livro.

Obviamente que conflitos ocasionais entre irmãos é coisa normal. Às vezes, um deseja uma coisa enquanto que outro deseja o oposto. Uma mãe prudente e conciliadora sabe muito bem administrar a situação. Porém, se o DTN tiver razão, Maria foi uma incompetente neste particular. Que pena! Porém, não é isso que o registro bíblico nos dá a entender. Maria foi uma mulher vitoriosa até o último momento. Foi uma mulher que honrou o compromisso que dela era esperado. Criou seus filhos nos caminhos do Senhor e trabalhou para que eles ficassem ao lado de Jesus. E o seu galardão está guardado. Lucas abre a história da igreja primitiva com o seguinte relato:

“E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago. Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos”. Atos 1:13 e 14.

Essa é a Maria da Bíblia. Uma mulher competente e que procurava guiar seus filhos sob a orientação divina. Ela e seus filhos estavam juntos no início e permaneceram juntos até fim do ministério terrestre de Jesus. E mais, dois de seus filhos tornaram-se escritores do Novo Testamento: Judas e Tiago. Que mulher abençoada! Louvado seja Deus por Maria ter cumprido todos os propósitos de Deus! Amém!

Aguarde a parte três.

Obs. Se você mora em Sorocaba e região e gostaria de saber mais sobre este e outros assuntos. Entre em contato comigo. Terei um imenso prazer em lhe revelar, através do estudo da Bíblia, um Deus maravilhoso, que tem profundo interessa em derramar em sua vida não somente o Seu eterno e sublime amor, mas fazê-lo conhecer a Sua real vontade. Entre em contato comigo pelo e-mail logo abaixo. E grato por estar acompanhando este tema. Que Deus abençoe você. -- Pr. Lindenberg Vasconcelos. pastorlindenberg@yahoo.com.br

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