Jesus Cristo NÃO Disse:
"Sobre Esta Pedra Edificarei a Minha IASD"

Durante muito tempo fui condicionado, ou treinado, a ler muitos textos dos Testemunhos, falando a cerca da vitória ou triunfalismo da Igreja, como se fosse aplicado a IASD. Quantas vezes usei textos e mais textos para “provar” que a “IASD, embora fraca e defeituosa . . .” finalmente venceria! É bem verdade que ela fala da igreja adventista, mas também, e principalmente, ela fala de uma Igreja que independe de placas denominacionais.

É sobre essa Igreja vitoriosa que desejo compartilhar uma releitura dos mesmos textos (de alguns) que, anteriormente, os utilizava para falar que os tais estavam se referindo ao triunfalismo da IASD, quando na verdade, não era isso que a Srª White queria dizer. Para justificar a argumentação, falava que em todos os tempos sempre houve adventistas do sétimo dia, desde Adão até o tempo presente, a IASD sempre existiu.

Como é impressionante o equívoco que cometemos quando lemos e interpretamos textos para apoiar e justificar que a IASD é a verdadeira igreja de Deus! Na verdade, confundimos textos que se referem à vitória final da Igreja de Deus, aquela que não está presa a placas de igrejas, com a denominação adventista.

Como fiel e bom adventista eu queria provar, para as demais igrejas, que nós tínhamos a verdade, e as demais não. E ainda hoje é assim. Quantas vezes fiquei horas e horas convencendo a “gregos e troianos” de que a IASD: “Embora fraca e defeituosa...”, cheia de problemas, erros,  etc, etc, um dia triunfaria. Eu era um sonhador!

Depois de 32 anos de adventismo do sétimo dia, vejo que a verdade de Deus não é exclusiva da IASD. Que a luz do evangelho está esparramada sobre todas as igrejas que aceitam as verdades bíblicas, seguem a vontade do Pai e guardam seus mandamentos.

No final da história terrestre haverá apenas duas igrejas: a de Deus – aquela que cumpriu a sua missão, que levou a mensagem do Cristo, em todas as eras, a todas as nações, tribos, línguas e povos, que fez e faz a Sua vontade e tem o Seu sinal; e a do Diabo -  que fez e faz a sua vontade e tem a sua marca.  SegueM alguns textos tirados do primeiro e do último capítulo de apenas um livro da Srª White: Atos dos Apóstolos.

(1) A igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi organizada para servir, e sua missão é levar o evangelho ao mundo. Desde o princípio tem sido plano de Deus que através de Sua igreja seja refletida para o mundo Sua plenitude e suficiência. Aos membros da igreja, a quem Ele chamou das trevas para Sua maravilhosa luz, compete manifestar Sua glória. A igreja é a depositária das riquezas da graça de Cristo; e pela igreja será a seu tempo manifesta, mesmo aos “principados e potestades nos Céus”, (Efés.3:10) a final e ampla demonstração do amor de Deus (p.09);

(2) A igreja é a fortaleza de Deus, Sua cidade de refúgio, que Ele mantém num mundo revoltado. Qualquer infidelidade da igreja é traição para com Aquele que comprou a humanidade com o sangue de Seu unigênito Filho. Almas fiéis constituíram desde o princípio a igreja sobre a Terra. Em cada era teve o Senhor Seus vigias que deram fiel testemunho à geração em que viveram. Essas sentinelas apregoaram a mensagem de advertência; e ao serem chamadas para depor a armadura, outros empreenderam a tarefa. Deus pôs essas testemunhas em relação de concerto com Ele próprio, unindo a igreja da Terra à do Céu. Enviou Seus anjos para cuidar de Sua igreja e as portas do inferno não puderam prevalecer contra Seu povo (p.11);

(3) Através de séculos de perseguição, conflito e trevas, Deus tem amparado Sua igreja. Nenhuma nuvem sobre ela caiu, para a qual Ele não tivesse preparado; nenhuma força oponente surgiu para impedir Sua obra, que Ele não houvesse previsto. Tudo  sucedeu como Ele predisse. Ele não deixou Sua igreja ao desamparo, mas traçou em declarações proféticas o que deveria ocorrer, e aquilo que Seu espírito inspirou os profetas a predizerem, tem-se realizado. Todos os Seus propósitos serão cumpridos. Sua lei está vinculada a Seu trono, e nenhum poder do mal poderá destruí-la. A verdade é inspirada e guardada por Deus; e ela triunfará sobre toda oposição (11 e 12);

(4) Durante séculos de trevas espirituais a igreja de Deus tem sido como uma cidade edificada sobre um monte. De século em século, através de sucessivas gerações, as puras doutrinas do Céu têm sido desdobradas dentro de seus limites. Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção. É o cenário de Sua graça, na qual Se deleita em revelar Seu poder de transformar corações (12);

(5) Maravilhosa é a obra que o Senhor Se propõe realizar por intermédio de Sua igreja, afim de que Seu nome seja glorificado (13);

(6) Desde o início tem Deus operado por intermédio de Seu povo a fim de trazer bênçãos ao mundo. Para a antiga nação egípcia Deus fez de José uma fonte de vida. Através de sua integridade a vida de todo o povo foi preservada. Por meio de Daniel salvou Deus a vida de todos os sábios de Babilônia. E esses livramentos são como lições objetivas; eles ilustram as bênçãos espirituais oferecidas ao mundo, pela ligação como o Deus a quem José e Daniel adoravam. Todos aqueles em cujo coração Cristo habita, cada um que mostre Seu amor ao mundo, é um cooperador de Deus, para bênção da humanidade. À medida que recebe do Salvador graça para reparti-la com outros, de seu próprio ser fluem torrentes de vida espiritual (p.13);

(7) Deus escolhera Israel para revelar Seu caráter aos homens. Ele queria que eles fossem fontes de salvação no mundo. A eles foram entregues os oráculos do Céu, a revelação da vontade de Deus. Nos primeiros dias de Israel, as nações do mundo, mediante práticas corruptas tinham perdido o conhecimento de Deus. Eles O haviam conhecido antes; mas porque “não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram... o seu coração insensato se obscurece”. Rom.1:21. Mas em Sua misericórdia Deus não as riscou da existência. Ele Se propôs dar-lhes nova oportunidade de se familiarizarem com Ele por intermédio de Seu povo escolhido (p.14);

(8) Mediante os ensinos do serviço sacrifical, Cristo devia ser exaltado perante todas as nações, e todos os que olhassem para Ele viveriam. Cristo era o fundamento da organização judaica. Todo o sistema de tipos e símbolos era uma compacta profecia do evangelho, uma representação em que se continham as promessas de redenção (p.14);

(9) Mas o povo de Israel perdeu de vista seus altos privilégios como representantes de Deus. Esqueceram-se de Deus e deixaram de cumprir Sua santa missão. As bênçãos por eles recebidas não produziram bênçãos para o mundo. Apropriaram-se de todas as suas vantagens para glorificação própria. Excluíram-se do mundo para escapar à tentação. As restrições por Deus impostas na sua associação com os idólatras como um meio de prevenir-lhes o conformismo com as práticas pagãs, eles as usaram para levantar um muro de separação entre si e as demais nações. Roubaram a Deus no serviço que Ele requerera deles e roubaram ao próximo na guia religiosa e santo exemplo (14 e 15).

(10) Sobre o fundamento que o próprio Cristo assentara, os apóstolos construíram a igreja de Deus. A figura da ereção de um templo é freqüentemente usada nas Escrituras para ilustrar a edificação da igreja. Zacarias se refere a Cristo como Renovo que edificaria o templo do Senhor. Fala dos gentios como auxiliares nessa obra: “Aqueles que estão longe virão e edificarão o templo do Senhor”, e Isaías declara: “E os filhos dos estrangeiros edificarão os teus muros.” Zac.6:12 e 15; Isa.60:10 (p.595);

(11) Escrevendo sobre a edificação desse templo, Pedro diz: “E, chegando-vos para Ele – pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas sois edificados casa espiritual  sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I S. Pedro 2: 4 e 5 (p.595);

(12) Nas pedreiras do mundo judeu e do mundo pagão os apóstolos trabalharam, trazendo pedras para colocar sobre o fundamento. Em sua carta aos crentes de Éfeso, Paulo disse: “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.” Efé.2:19-22 (p.596);

(13) Séculos de feroz perseguição se seguiram ao estabelecimento da igreja cristã, mas nunca faltaram homens que tomassem a construção do templo divino como mais cara do que a sua própria vida. De tais pessoas está escrito: “E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, cerrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pela covas cavernas da Terra.” Heb.11:36-38 (p. 597 e 598);

(14) ...como os apóstolos, muitos deles tombaram em seus postos, mas a construção do templo avançou firmemente. Os obreiros foram mortos, mas a obra prosseguiu. Os valdenses, João Wicliffe, Huss e Jerônimo, Martinho Lutero e Zwínglio, Cranmer, Latimer e Knox, os huguenotes, João e Carlos Wesley, e uma hoste de outros, contribuíram para o fundamento com material que permanecerá por toda a eternidade. E em anos posteriores os que tão nobremente têm procurado promover a disseminação da Palavra de Deus, e por seu serviço em terras pagãs têm preparado o caminho para a proclamação da última grande mensagem – também esses têm estado a ajudar na estrutura (p.598):

(15) Através de todos os séculos que se passaram desde os dias dos apóstolos, a construção do templo de Deus jamais cessou. Podemos olhar para os séculos que estão para trás, e veremos as pedras vivas de que é composto, fulgurantes como jatos de luz em meio às trevas do erro e da superstição. Através da eternidade as jóias preciosas brilharão com brilho sempre maior, testificando do poder da verdade de Deus. O foco de luz dessas pedras polidas revela o forte contraste entre luz e as trevas, entre o ouro da verdade e a escória do erro (p. 598 e 599);

(16) A igreja é o instrumento de Deus para a proclamação da verdade, por Ele dotada de poder para fazer uma obra especial; e se ela for leal ao Senhor, obediente a todos os Seus mandamentos, nela habitará a excelência da graça divina. Se for fiel a sua missão, se honrar ao Senhor Deus de Israel, não haverá poder capaz de a ela se opor (p.600);

(17) Se a igreja se revestir do manto da justiça de Cristo, deixando qualquer aliança com o mundo, raiará para ela o amanhecer de um dia brilhante e glorioso. As promessas de Deus a ela feitas serão sempre firmes. Ele fará dela uma excelência eterna, um gozo de muitas gerações. A verdade, passando de largo aqueles que a desprezam e rejeitam, triunfará. Conquanto às vezes pareça haver retardado, seu progresso nunca foi impedido. Quando a mensagem de Deus se defronta com a oposição, Ele lhe concede força adicional, para que ela exerça maior influência. Dotada de energia divina, abrirá caminho através das mais fortes barreiras e triunfará sobre todos os obstáculos (p.601).

Logo seguirão outros textos, do Espírito de Profecia, falando sobre a Igreja de Deus. Aguardem, por favor. E se alguém encontrou outros textos semelhantes, os compartilhem com a gente. Ficaremos muitos felizes em saber que mais pessoas têm pesquisado sobre este tópico. Você poderá enviá-los diretamente ao adventistas@adventistas.com ou a psicolin@cable.splicenet.com.br. -- Compilação do livro Atos dos Apóstolos de Ellen G. White. Por Dr. Lindenberg Vasconcelos.

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