Se o Movimento Leigo é de Deus, Por Que Há Nele Tantas Discussões Doutrinárias?

 

A pergunta-título reflete a nova argumentação denominacional para tentar desacreditar o movimento leigo. Equivale quase a perguntar: "Se Deus criou a todos os passarinhos, por que eles cantam tão diferente um do outro?" O enunciado pressupõe que entre as criaturas de Deus não possa haver diversidade nem singularidade, apenas uniformidade e unanimidade.

Sob a mesma ótica caolha, pode-se perguntar: "Se a IASD é de Deus, por que já se dividiu tantas vezes e surgiram dela as igrejas dos movimentos de reforma, adventistas da promessa, adventistas evangélicos (que não crêem no juízo investigativo nem no dom profético), Hope International, Steps to Life, movimento da justificação pela fé (1888) e, no Brasil, o próprio movimento leigo? Por que tantos adventistas discutem a natureza humana de Cristo, a música que se canta na igreja, a posição ideal para a oração, existência ou não de santuário no Céu, dom profético da Sra. White, datas proféticas... e outros temas, se a Igreja diz ser de Deus?

O que incomoda mesmo à liderança da IASD é a crescente perda de contribuintes e de autoridade. Por isso, tenta estancar a sangria de membros, provocada especialmente pela inabilidade administrativa de homens como Tércio Sarli, Paulo Stabenow e outros que reproduzem fielmente o estilo autoritário destes. Homens que não admitem que o membro da igreja pense por si mesmo e desfrute a liberdade que há em Cristo Jesus.

Acostumados a controlar a tudo e todos, não admitem que uma doutrina ou prática seja questionada, corrigida ou acrescentada. Para eles, o estudo da Bíblia deve ficar restrito aos seminários de teologia ou apenas à fase pré-batismal do membro comum, assim mesmo com um roteiro sugestivo de temas. Vivem a ilusão de uma "unidade doutrinária", que não passa de desestímulo à pesquisa individual das Escrituras após o batismo.

Entre os leigos, porém, há liberdade de pensamento, expressão e crença, além da consciência da necessidade de estudar cotidianamente a Bíblia e partilhar com os irmãos resultados dessas pesquisas.

Outro fator a ser considerado é o efeito libertador do desligamento da Corporação, que amarra os estudos bíblicos à concordância com as 27 doutrinas. Livres da IASD, os leigos agora excluídos se sentem muito mais à vontade para pesquisar sobre os temas que lhes parecerem mais oportunos e até para rever as antigas crenças à luz da Bíblia, uma vez que já compreenderam que a liderança corrupta que hoje domina à igreja, não merece confiança, uma vez que oculta plágios e interferências de terceiros na obra de sua própria profetisa, altera e reedita convenientemente seus escritos e de outros autores, e muda até a doutrina central de qualquer religião, que é o seu conceito acerca de Deus.

Abaixo, explicitamos outras 20 razões pelas quais discutimos tantas questões doutrinárias neste site e em outros pontos de diálogo entre leigos adventistas, tanto desligados quanto ainda ligados à Corporação.

 

Nós, leigos, discutimos diariamente temas bíblicos diversos pelos seguintes motivos:

 

1. Porque nos declaramos "leigos" diante da Palavra de Deus, precisando ser por ela ensinados a todo momento.

"Com tais armas têm sido, em todos os tempos, atacados os defensores da verdade. Os mesmos argumentos ainda se apresentam contra todos os que ousam mostrar, em oposição a erros estabelecidos, os simples e diretos ensinos da Palavra de Deus. 'Quem são estes pregadores de novas doutrinas?' exclamam os que desejam uma religião popular. 'São indoutos, pouco numerosos, e das classes pobres. Contudo pretendem ter a verdade e ser o povo escolhido de Deus. São ignorantes e estão enganados. Quão superior em número e influência é a nossa igreja! Quantos grandes e ilustres homens existem entre nós! Quanto mais poder há de nosso lado!' Tais são os argumentos que têm influência decisiva sobre o mundo; mas não são mais conclusivos hoje do que o foram nos dias do reformador." O Grande Conflito, pág. 148.

 

2. Porque o livre exame das Escrituras é um direito e um dever individual do crente.

"A Igreja Romana reserva ao clero o direito de interpretar as Escrituras. Sob o fundamento de que unicamente os eclesiásticos são competentes para explicar a Palavra de Deus, é esta vedada ao povo comum. Conquanto a Reforma fizesse acessível a todos as Escrituras, o mesmíssimo espírito que Roma manteve impede também as multidões nas igrejas protestantes de examinarem a Bíblia por si mesmas. São instruídas a aceitar os seus ensinos conforme são interpretados pela igreja; e há milhares que não ousam receber coisa alguma contrária ao seu credo, ou ao ensino adotado por sua igreja, por mais claro que esteja revelada nas Escrituras." O Grande Conflito, pág. 596.

 

3. Porque precisamos conhecer as verdades bíblicas por nós mesmos e independer do "clero".

"Apesar de achar-se a Bíblia cheia de advertências contra os falsos ensinadores, muitos há que estão prontos a confiar ao clero a guarda de sua alma. Existem hoje milhares de pessoas que professam ser religiosas, e no entanto não podem dar outra razão para os pontos de sua fé, a não ser o haverem sido assim instruídas por seus dirigentes espirituais. Passam pelos ensinos do Salvador, quase sem os notar, e depositam implícita confiança nas palavras dos ministros. São, porém, infalíveis os ministros? Como poderemos confiar nossa alma à sua guia, a menos que saibamos pela Palavra de Deus que são portadores de luz? A falta de coragem moral para sair da trilha batida do mundo, leva muitos a seguirem as pegadas de homens ilustrados; e, pela relutância em examinarem por si mesmos, estão-se tornando desesperançadamente presos nas cadeias do erro. Vêem que a verdade para este tempo é claramente apresentada na Bíblia, e sentem o poder do Espírito Santo acompanhando sua proclamação; permitem, todavia, que a oposição do clero os desvie da luz. Embora a razão e a consciência estejam convencidas, estas almas iludidas não ousam pensar diferentemente do ministro; e seu discernimento individual, os interesses eternos, são sacrificados à incredulidade, ao orgulho e preconceito de outrem." O Grande Conflito, págs. 596-597.

 

4. Porque os leigos estão buscando unir-se sobre um fundamento verdadeiro, escriturístico, e não sobre as opiniões de pastores e teólogos.

"Nossos membros de igreja vêem que há diferenças de opinião entre os dirigentes, e eles próprios entram em polêmicas acerca de assuntos em controvérsia. Cristo pede unidade. Não pede, porém, que nos unifiquemos em práticas errôneas. O Deus do Céu traça frisante contraste entre a verdade pura, inspiradora, que enobrece, e doutrinas falsas, desorientadoras. Ele chama o pecado e a impenitência pelo verdadeiro nome. Não encobre o malfeito com uma capa de argamassa não temperada. Rogo a nossos irmãos que se unifiquem em um fundamento verdadeiro, escriturístico. Manuscrito 10, 1905." Mensagens Escolhidas, Vol. 1, pág. 175.

 

5. Porque é necessário estudar a Bíblia todos os dias a fim de não sermos enganados pelos pastores e outros líderes religiosos.

"Precisamos esquadrinhar diariamente as Escrituras, para que conheçamos o caminho do Senhor, e não sejamos enganados pelos erros religiosos. O mundo está cheio de teorias falsas e idéias espiritualistas sedutoras, que tendem a destruir a clara percepção espiritual, e afastar da verdade e da santidade. Especialmente neste tempo, precisamos dar ouvidos à advertência: "Ninguém vos engane com palavras vãs." Efés. 5:6.1 Mensagens Escolhidas, Vol. 1, pág. 170.

 

6. Porque sabemos que já em 1887 a Sra. White alertou que o tempo das heresias perigosas, apresentadas como doutrinas bíblicas, havia chegado.

"É chegado o tempo em que não podemos confiar nas doutrinas que nos chegam aos ouvidos, a menos que vejamos que se harmonizam com a Palavra de Deus. Há heresias perigosas, que serão apresentadas como doutrinas bíblicas; e cumpre-nos familiarizar-nos de tal maneira com a Bíblia, que as saibamos enfrentar. A fé de todo indivíduo será provada, e cada um passará por uma prova de rigorosa crítica. Review and Herald, 3 de maio de 1887." Evangelismo, pág. 591.

"Todos se devem familiarizar com a Palavra de Deus; porque Satanás perverte e cita erradamente a Escritura, e os homens seguem-lhe o exemplo, apresentando parte da Palavra de Deus aos que desejam levar por falsos caminhos, retendo a parte que lhes estragaria os planos. Todos têm o privilégio de familiarizar-se com um claro "Assim diz o Senhor". ... Há falsos pastores que farão e dirão coisas perversas. Evangelismo, pág. 591.

 

7. Porque Ellen White previu que as doutrinas adventistas serão deturpadas após sua morte. Isso nos obriga a reexaminar tudo que a denominação hoje ensina.

"...Surgirão homens com interpretações das Escrituras que para eles são verdade, mas que não o são. Deu-nos Deus a verdade para este tempo como um fundamento para nossa fé. Ele próprio nos ensinou o que é a verdade. Aparecerá um, e ainda outro, com nova iluminação, que contradiz aquela que foi dada por Deus sob a demonstração de Seu Santo Espírito. Vivem ainda alguns que passaram pela experiência obtida quando esta verdade foi firmada. Deus lhes tem benignamente poupado a vida para repetir e repetir até ao fim da existência a experiência por que passaram da mesma maneira que o fez o apóstolo João até ao termo de sua vida. E os porta-bandeiras que tombaram na morte devem falar mediante a reimpressão de seus escritos. Estou instruída de que, assim, sua voz se deve fazer ouvir. Eles devem dar seu testemunho relativamente ao que constitui a verdade para este tempo." Mensagens Escolhidas, Vol. 1, pág. 161.

"Outros e mais outros se levantarão e introduzirão pseudo grande esclarecimento, e farão suas afirmações. Nós, porém, permanecemos com os velhos marcos. (I João 1:1-10.)" Mensagens Escolhidas, Vol. 1, pág. 162.

 

8. Porque as verdades antigas precisam ser redescobertas e restauradas.

"Há uma obra de sagrada importância a ser realizada pelos pastores e pelo povo. Devem estudar a história da causa e do povo de Deus. Cumpre-lhes não esquecer o passado trato de Deus com Seu povo. Devem reavivar e repetir as verdades que chegaram a parecer de pouco valor aos que não conhecem por experiência pessoal o poder e o brilho que as acompanharam ao serem vistas e compreendidas no princípio. Em toda a sua frescura e força originais devem essas verdades ser dadas ao mundo. Manuscrito 22, 1890." Mensagens Escolhidas, Vol. 1, págs. 157-158.

 

9. Para estarmos melhor preparados biblicamente para enfrentar os pastores que nos rotulam como "hereges".

"Quando ensinadores fiéis expõem a Palavra de Deus, levantam-se homens de saber, pastores que professam compreender as Escrituras, e denunciam a doutrina sã como heresia, desviando assim os inquiridores da verdade. Não fosse o caso de se achar o mundo fatalmente embriagado com o vinho de Babilônia, e multidões seriam convencidas e convertidas pelas verdades claras e penetrantes da Palavra de Deus. Mas, a fé religiosa parece tão confusa e discordante que o povo não sabe o que crer como verdade. O pecado da impenitência do mundo jaz à porta da igreja." Mensagens Escolhidas, Vol. 1, pág. 389.

 

10. Porque não confiamos em credos ou listas de crenças fundamentais, estabelecidos por homens.

"A razão por que Ele não escolhe mais vezes homens de saber e alta posição para dirigir os movimentos da Reforma, é o confiarem eles em seus credos, teorias e sistemas teológicos, e não sentirem a necessidade de ser ensinados por Deus. Unicamente os que têm ligação pessoal com a fonte da sabedoria são capazes de compreender ou explicar as Escrituras. Homens que têm pouca instrução colegial são por vezes chamados para anunciar a verdade, não porque sejam ignorantes, mas porque não são demasiado pretensiosos para ser por Deus ensinados." O Grande Conflito, pág. 456.

 

11. Porque Deus deseja que nossa fé esteja fundamentada exclusivamente sobre a Bíblia.

"Mas Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas. As opiniões de homens ilustrados, as deduções da ciência, os credos ou decisões dos concílios eclesiásticos, tão numerosos e discordantes como são as igrejas que representam, a voz da maioria - nenhuma destas coisas, nem todas em conjunto, deveriam considerar-se como prova em favor ou contra qualquer ponto de fé religiosa. Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos pedir em seu apoio um claro - "Assim diz o Senhor".

"Satanás se esforça constantemente por atrair a atenção para o homem, em lugar de Deus. Induz o povo a olhar para os bispos, pastores, professores de teologia, como seus guias, em vez de examinarem as Escrituras a fim de, por si mesmos, aprenderem seu dever. Então, dominando o espírito desses dirigentes, pode influenciar as multidões de acordo com sua vontade." -- O Grande Conflito, pág. 595.

 

12. Porque acreditamos que Deus ainda tenha mais a nos dizer.

"A fim de que todos saibam por si mesmos o que é a verdade, deve haver liberdade para franca pesquisa. Entre os alunos da Escola Sabatina, deve existir um espírito de pesquisa, a fim de que os que têm idade suficiente para discernir evidências, sejam animados a buscar novos raios de luz e apreciar tudo o que Deus enviar a Seu povo. Nunca se há de patentear a luz que Deus deseja dar a Seu povo, a menos que haja diligente exame da Palavra da verdade." Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 27.

"Justamente agora Deus reserva preciosa luz para Seu povo e deveis pesquisar fervorosamente para atingir um perfeito conhecimento de cada ponto da verdade, para que no dia de Deus não sejais achados entre os que não viveram de toda palavra que sai da boca de Deus." Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 32.

O estudo da Bíblia é digno do melhor esforço mental, da mais santificada capacidade. Quando nova luz for apresentada à igreja, ser-vos-á perigoso rejeitá-la. Recusar ouvir a mensagem, por ter preconceito contra ela ou contra o mensageiro, não desculpará vosso caso perante Deus. Condenar aquilo que não ouvistes ou não compreendestes, não vos exaltará aos olhos dos que são sinceros em suas buscas da verdade. É loucura falar com desprezo a respeito dos que Deus enviou com uma mensagem verdadeira. Se os jovens estão procurando educar-se para serem obreiros em Sua causa, devem aprender o caminho do Senhor e viver de toda palavra que sai da boca de Deus. Não devem convencer-se de que toda verdade já foi revelada e que o Ser Infinito não tem mais luz para Seu povo. Se se firmam na crença de que toda verdade já foi revelada, estão em perigo de se desfazerem de preciosas gemas da verdade, que serão descobertas ao volverem os homens a atenção para pesquisar a rica mina da Palavra de Deus." Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 33

 

13. Porque queremos purificar nossa mensagem, aprofundando-nos no conhecimento da verdade.

"Os que entraram para a obra do ensino ou foram chamados para qualquer posição de responsabilidade, não se devem satisfazer com o produto das pesquisas de outras mentes, mas devem pesquisar a verdade por si mesmos. Se não formarem o hábito de estudar por si mesmos os temas da verdade, tornar-se-ão superficiais em sua vida e experiência. As opiniões de vossos companheiros vos podem ser de valor, mas não deveis confiar nelas, sem ter vossas próprias e definidas idéias. Deveis examinar as verdades que fostes levados a crer, até vos certificardes de que não contêm defeito algum. Perdeis muito quando não levais à lei e ao testemunho cada ponto da fé a que vos apegais, pois não vedes nem apreciais a verdade como é." Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 33.

 

14. Porque acreditamos existam novas verdades a serem reveladas por Deus e descobertas por nós na Bíblia.

"Ao que está em viva comunhão com o Sol da Justiça, sempre se revelará nova luz sobre a Palavra de Deus. Ninguém deve chegar à conclusão de que não há mais verdades a serem reveladas. O que busca a verdade com diligência e oração encontrará preciosos raios de luz que ainda hão de brilhar da Palavra de Deus. Ainda se acham dispersas muitas gemas que devem ser reunidas para tornar-se propriedade do povo remanescente de Deus. Mas a luz não é conferida simplesmente para fortalecer a igreja, mas para iluminar os que estão em trevas." Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 34.

Quando o pesquisador da verdade abre a Bíblia para ler com reverência as palavras de Deus, possuído do ardente desejo de saber "o que diz o Senhor" (Miq. 6:1), luz e graça lhe serão dadas e elevará as maravilhas da lei divina. Não considerará a lei de Jeová como um jugo, mas como os graciosos mandamentos dAquele que é todo sabedoria e compaixão. Apressar-se-á a cumprir as exigências divinas. Grandes verdades negligenciadas e não apreciadas durante séculos, serão reveladas pelo Espírito de Deus e os textos familiares brilharão com novo significado. Cada página será iluminada pelo Espírito de verdade. A Bíblia não está fechada, mas aberta. São reveladas as mais preciosas verdades; os homens ouvem maravilhados as palavras vivas que lhes despertam a consciência para a ação.  Conselhos Sobre a Escola Sabatina, págs. 34-35.

 

15. Porque queremos conhecer detalhadamente a vontade de Deus, segundo a Bíblia.

"Devemos pesquisar todos os pontos da verdade, pois não há limites à verdade de Deus, e tanto alunos como professores devem sentir mais vivo interesse em seu estudo, a fim de saber o que Deus disse. Durante anos tem-nos soado a voz divina: "Despertai, despertai, despertai!" Estudai cada ponto da verdade, para que saibais por vós mesmos qual a diferença entre a verdade e o erro. Examinem os estudantes por si mesmos, a fim de conhecer as coisas profundas de Deus. Esse trabalho deve ser feito no Espírito de Cristo. Não imponhais restrições aos estudantes." Conselhos Sobre a Escola Sabatina, págs. 36-37.

 

16. Porque a Bíblia tem muito mais a nos dizer, além de 27 doutrinas e sermões semanalmente repetidos, com outras palavras, pelo Brasil afora.

"Muitas passagens das Escrituras, que homens doutos consideram mistérios ou passam por alto como merecendo pouca importância, estão cheias de conforto para aquele que aprender na escola de Cristo. Uma das razões por que muitos teólogos não têm melhor compreensão da Bíblia é que eles fecham os olhos para as verdades que não lhes convêm praticar. A compreensão da Bíblia não depende tanto da força intelectual posta ao serviço do seu estudo quanto da singeleza de propósito, do sincero desejo de conhecer a verdade." Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 38.

 

17. Porque precisamos estar prontos para apresentar biblicamente as razões de nossa fé.

"Cada ponto da verdade sustido por nosso povo terá que suportar a inquirição dos maiores intelectuais; os mais elevados dos grandes do mundo serão postos em contato com a verdade, e conseqüentemente todas as nossas interpretações devem ser examinadas rigorosamente e conferidas pelas Escrituras. Agora nos parece estarmos ignorados; mas nem sempre será assim. Processam-se movimentos no sentido de pôr-nos em evidência, e se nossas teorias da verdade puderem ser reduzidas a cacos pelos historiadores ou pelos maiores homens do mundo, isso será feito.

"Temos que, individualmente, saber por nós mesmos o que é a verdade, e estar preparados para, com mansidão e temor, dar a razão da nossa esperança não com orgulho, vanglória ou pretensão, mas no espírito de Cristo. Aproximamo-nos do tempo em que teremos que permanecer sós, individualmente para responder pela nossa crença. Estão-se multiplicando e entrelaçando com poderio satânico os erros religiosos entre o povo. Quase não resta uma doutrina da Bíblia que não haja sido negada. Carta 6, 1886." Evangelismo, pág. 69.

 

18. Porque precisamos estar preparados para desmascarar os enganos satânicos misturados à verdade.

"Satanás tem operado com poder enganador, introduzindo uma multiplicidade de erros que obscurecem a verdade. O erro não pode subsistir por si mesmo, e se extinguiria de pronto, não se apegasse como parasita à árvore da verdade. O erro tira sua vida da verdade de Deus. As tradições dos homens, como microrganismos que pairam no ar, agarram-se à verdade de Deus, e os homens as consideram como parte da verdade. Mediante falsas doutrinas, Satanás consegue terreno onde firmar-se, e cativa a mente dos homens, fazendo com que se apeguem a teorias que não têm fundamento na verdade. Eles ensinam ousadamente, como doutrinas, mandamentos de homens; e à medida que a tradição caminha de século para século, vai adquirindo poder sobre o espírito humano. O tempo, todavia, não torna o erro verdade, tampouco seu peso opressivo faz com que a planta da verdade se mude em parasita. A árvore da verdade dá seu genuíno fruto, mostrando sua verdadeira origem e natureza. A parasita do erro também produz seu fruto, e torna manifesto que seu caráter é diverso da planta de origem celeste. Evangelismo, pág. 589.

 

19. Porque seremos responsabilizados também pela luz que poderíamos ter obtido e negligenciamos.

"Não basta meramente ler, mas a Palavra de Deus precisa penetrar-nos no coração e no entendimento, a fim de nos podermos firmar na bendita verdade. Se negligenciarmos pesquisar por nós mesmos as Escrituras, para sabermos o que é a verdade, então se formos desviados, somos responsáveis por isto. Cumpre-nos examinar as Escrituras cuidadosamente, de maneira a conhecermos toda condição que o Senhor nos deu; e se somos dotados de limitada capacidade mental, mediante diligente exame da Palavra de Deus podemos tornar-nos poderosos nas Escrituras, e as podemos explicar aos outros." Review and Herald, 3 de abril de 1888. -- Evangelismo, pág. 366.

 

20. Neste ponto, poderíamos inverter a pergunta e indagar: "Por que não há (aparentemente) discussões doutrinárias na Igreja Adventista do Sétimo Dia?" A resposta divina seria que a a ausência de discussões doutrinárias é evidência de estagnação espiritual.

"Sempre que o povo de Deus estiver crescendo em graça, obterá constantemente compreensão mais clara de Sua Palavra. Há de distinguir mais luz e beleza em suas sagradas verdades. Isto se tem verificado na história da igreja em todos os séculos, e assim continuará até ao fim. Mas à medida que a verdadeira vida espiritual declina, tem sido sempre a tendência cessar o crente de avançar no conhecimento da verdade. Os homens ficam satisfeitos com a luz já recebida da Palavra de Deus, e desistem de qualquer posterior estudo das Escrituras. Tornam-se conservadores, e procuram evitar novo exame.

"O fato de não haver controvérsias ou agitações entre o povo de Deus, não deveria ser olhado como prova conclusiva de que eles estão mantendo com firmeza a sã doutrina. Há razão para temer que não estejam discernindo claramente entre a verdade e o erro. Quando não surgem novas questões em resultado de análise das Escrituras, quando não aparecem divergências de opinião que instiguem os homens a examinar a Bíblia por si mesmos, para se certificarem de que possuem a verdade, haverá muitos agora, como antigamente, que se apegarão às tradições, cultuando nem sabem o quê.

"Tem-me sido mostrado que muitos dos que professam a verdade presente, não sabem o que crêem. Não compreendem as provas de sua fé. Não apreciam devidamente a obra para este tempo. Quando chegar o tempo de angústia, e ao examinarem a posição em que se encontram, homens que agora pregam a outros, verificarão que há muitas coisas para as quais não podem dar uma razão satisfatória. Até que fossem assim provados, desconheciam sua grande ignorância.

"E há muitos na igreja que contam por certo que compreendem aquilo em que crêem, mas que até surgir uma discussão, ignoram sua fraqueza. Quando separados dos da mesma fé, e forçados a estar sozinhos e expor por si mesmos sua crença, ficarão surpreendidos de ver quão confusas são suas idéias do que têm aceito como verdade. É certo que tem havido entre nós um afastamento do Deus vivo, e um voltar-se para os homens, pondo a sabedoria humana em lugar da divina." -- Obreiros Evangélicos, págs. 297-299.

Conclusão

"Devemos estudar a Palavra de Deus com coração contrito, um espírito suscetível de ser ensinado e pleno de oração. Não devemos pensar, como os judeus, que nossas próprias idéias e opiniões são infalíveis, nem como os católicos, que certos indivíduos são os únicos guardiões da verdade e do conhecimento, que os homens não têm o direito de examinar as Escrituras por si mesmos, mas devem aceitar as explanações dadas pelos Pais da igreja. Não devemos estudar a Bíblia com o propósito de manter nossas opiniões preconcebidas, mas com o único objetivo de aprender o que Deus disse.

"Temem alguns que se reconhecerem estar em erro, ainda que seja num simples ponto, outros espíritos serão levados a duvidar de toda a teoria da verdade. Têm, portanto, achado que não se deve permitir a pesquisa; que ela tenderia para a dissensão e a desunião. Mas se tal é o resultado da pesquisa, quanto mais depressa vier, melhor. Se há aqueles cuja fé na Palavra de Deus não suportará a prova de uma pesquisa das Escrituras, quanto mais depressa forem revelados melhor; pois então estará aberto o caminho para lhes mostrar seu erro. Não podemos manter a opinião de que uma posição uma vez assumida, uma vez advogada a idéia, não deve, sob qualquer circunstância ser abandonada. Há apenas Um que é infalível: Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida. -- Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 105.

(Compilado por Robson Ramos.)

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