RACISMO
Igreja Adventista de Brancos: NEGRO NÃO ENTRA!

"Esperamos nós encontrar nossos irmãos no Céu? Se podemos aqui com eles viver em paz e harmonia, poderemos, então, com eles viver lá. Mas como poderemos com eles viver no Céu, se aqui não conseguirmos viver sem lutas nem contendas contínuas? Os que seguem procedimento que os separa dos irmãos, e produz discórdia e dissensão, precisam de conversão radical." Testemunhos Seletos, Vol. 3, pág. 389.

A saída para o tradutor e os editores do livro Breve Histórico dos Adventistas do Sétimo Dia: Uma Igreja Mundial, do festejado pastor George R. Knight, que também assina as Meditações Matinais deste ano, foi manter os eufemismos usados por ele para referir-se aos negros adventistas da América do Norte:americanos de herança africana", "irmãos de cor", "afro-americanos", etc. 

Lançado recentemente pela CPB, o livro conta que desde o início do século o batismo de um crescente número de negros ainda hoje constitui problema para a liderança racista da Igreja Adventista do Sétimo Dia nos Estados Unidos. 

"É lamentável, mas não surpreendente, que os adventistas tenham tido sua parcela de vítimas de questões raciais à medida que aumentava o número de negros na denominação", afirma o autor. Como não nos surpreender com essa revelação absurda dessas? Alguma vez você já imaginou participar de um culto ou reunião da igreja separado de seus irmãos negros? 

A discriminação foi tanta que os próprios negros decidiram ter Associações e Igrejas separadas depois que uma senhora adventista morreu por não haver sido aceita num hospital para adventistas brancos! 

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Uma importante "missão" norte-americana que se tornou cada vez mais integrada ao adventismo durante o século vinte foi o trabalho denominacional entre os americanos de herança africana. Esse processo, contudo, não foi rápido, nem óbvios os resultados desde o início.

Lamentavelmente, o preconceito racial (como outros pecados) não é totalmente erradicado da maioria dos cristãos quando esses se convertem. Nem são as tensões raciais enraizadas numa cultura fáceis de serem superadas pelas igrejas que vivem naquele ambiente social. Sendo assim é lamentável, mas não surpreendente, que os adventistas tenham tido sua parcela de vítimas de questões raciais à medida que aumentava o número de negros na denominação. Um dos primeiros foi L. C. Sheafe. Sheafe teve, até certo ponto, preeminência em círculos adventistas no final da década de 1890, chegando a pregar com freqüência nas assembléias da Associação Geral durante grande parte da década seguinte.

Porém, em 1907, Sheafe, que era pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia Popular em Washington, D.C., estava em via de levar sua congregação para fora da igreja. Parte do motivo consistia na questão da discriminação racial. Tirando vantagem dessa situação, A. T. Jones veio de Battle Creek para inflamar as chamas do descontentamento. Posteriormente, Sheafe, aliado com Jones, tentou alienar da denominação igrejas negras de outras regiões do país.

Dois anos depois, talvez em reação à apostasia de Sheafe, a Associação Geral criou o Departamento dos Negros Norte-Americanos com o fim de cuidar dos interesses dos adventistas negros. Os primeiros três secretários departamentais, como era de se esperar, eram brancos. Isso, no entanto, mudou em 1918 quando um talentoso advogado negro por nome William H. Green tornou-se o secretário do departamento, cargo que ocupou até sua morte, em 1928. Sob a liderança de Green, a obra entre os afro-americanos prosperou, apesar de a discriminação prosseguir.

A discriminação, contudo, estimulou mais uma vez a deserção de um destacado pastor negro. Em 1929, J. K. Humphrey retirou da denominação os 600 membros da Primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia do Harlem, na cidade de Nova lorque, da qual era pastor.

Aquele mesmo ano encontrou os pastores negros mais destacados fazendo um apelo em favor de Associações para negros. Uma organização separada, argumentavam eles, faria prosperar a obra entre os afro-americanos. A maior parte dos líderes brancos viu pouca luz nessa sugestão, e outra década e meia transcorreu antes que as Associações para negros se tornassem uma realidade. Enquanto isso, George E. Peters e Frank L. Peterson lideraram o Departamento dos Negros Norte-Americanos.

A última campanha em favor das Associações para negros ocorreu no princípio da década de 1940. Na vanguarda estavam os membros altamente instruídos da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Éfeso, em Washington, D.C. Localizados bem perto da sede mundial da denominação, os membros de Washington acharam difícil ignorar sua condição racialmente discriminada na igreja. Eles não podiam matricular os filhos no Washington Missionarv College, nem comer na lanchonete anexa à Associação Geral.

A crise chegou ao máximo no outono de 1943, quando o Sanatório Adventista de Washington mandou que Lucv Byard, uma adventista negra de pele clara, fosse transferida para outra instalação depois que o hospital soube de sua identidade racial. Devido a uma série de atrasos em transferi-la para o Hospital dos Alforriados, ela morreu de pneumonia. Uma irada comunidade adventista negra viu a morte de Byard como um martírio provocado pela polifica de exclusividade racial.

O que aconteceu depois, levou a apaixonadas discussões entre lideres adventistas sobre a melhor maneira de atender às necessidades dos adventistas negros, com a liderança ficando mais e mais convencida de que o desejo dos adventistas negros de terem suas próprias Associações era a resposta. Em abril de 1944, na reunião de primavera da Associação Geral, tomou-se uma decisão autorizando a criação das Associações para negros. Em 1º de janeiro de 1945, a Associação da Região do Lago tornou-se a primeira Associação para negros da América do Norte.

Os negros argumentavam que a obra adventista entre as minorias seria mais bem-sucedida se fosse realizada por pessoas da mesma raça. O crescimento do adventismo entre os negros, desde a criação das Associações para negros, parece confirmar amplamente o conceito. Em 1944 o número de membros negros chegou a 17 mil, 8% do total de membros da Divisão Norte-Americana. Na metade de 1997 o número de membros negros havia aumentado para 262 mil, ou 30% do total. Em outras palavras, desde que a obra entre negros norte-americanos ficou sob o próprio controle deles, o setor afroamericano da igreja tem crescido quase quatro vezes mais rápido do que o restante do conjunto de membros da Divisão. -- George R. Knight, em Breve Histórico dos Adventistas do Sétimo Dia:Uma Igreja Mundial (Casa Publicadora Brasileira, 2000), págs. 136-139.

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