Messias, o Rei Co-Regente da Graça e da Glória

O Sacerdócio Segundo a Ordem de Malki-Tsédec (Parte 1)

 

Devemos entender as implicações do grande juramento feito por Yahweh: “O SENHOR jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”. – (Salmo 110:4 – ARA).

Em primeiro lugar o que é digno de nota nesse juramento, é o fato de que Yahweh confiou plenamente em todos os atos de Adonai (Salmo 110:1), Seu Filho. Em segundo lugar, o que se pode destacar aqui, é a preposição da Língua Hebraica: לע (‘al) – que na ARA foi traduzida por: “segundo”. Na Língua Grega, a preposição correspondente é: κατα (katà) – também traduzida na ARA por: “segundo”.

Portanto, o que podemos entender é que o Ministério do Messias tem uma conformidade ou concordância com o ministério de Malki-Tsédec. Esta conformidade é visivelmente percebida no duplo ofício de Malki-Tsédec, pelo fato dele ser apresentado na Escritura Sagrada como rei de justiça e rei de paz. (Heb. 7:2).

Por isso, é nosso dever e privilégio compreender o Ministério do Messias como Rei-Sacerdote. Assim saberemos e entenderemos, dentro do Plano da Salvação, cada passo que Ele deu e está dando para nos salvar. Nesta matéria, estudaremos os ofícios do Messias como Rei e Sacerdote. Serão duas partes. A primeira: O Rei Co-Regente do Grande Rei do Universo (Salmo 48:2; 95:3; Mat. 5:35). Dentro desta, será estudado também: O Reino da Graça e o Reino da Glória.

A outra parte será: O Grande Ministro do Santuário Celestial. Nessa, estudaremos os papéis do Messias como: Cordeiro e Sacerdote. Todas essas funções do Messias, que estudaremos, são claramente apresentadas na Escritura Sagrada e nos escritos de Ellen G. White.

 

Messias, Rei Co-Regente

O Ministério do Messias como Rei e os tipos de Reinos em que Ele é o Soberano, não são facilmente percebidos pela maioria das pessoas que tem contato com a Escritura Sagrada. Por isso, antes de estudarmos sobre o Messias como Sacerdote e Cordeiro, iremos conhecê-Lo como Rei.

Depois de ser posto em operação o Plano da Redenção; bem como depois de tantas quedas do ser humano, o Criador instituiu o ministério sacerdotal que ficou sob a responsabilidade de uma das tribos de Israel – a tribo de Levi. Contudo, dentro do Sacerdócio segundo a Casa de Arão, não coube aos sacerdotes e levitas a função de rei em Israel. Porque o Filho do Eterno era o Rei Co-Regente.

Infelizmente Israel não quis mais que o Príncipe do Exército de Yahweh e Yahweh (Josué 5:14; Num. 23:21; Deut. 33:5) reinassem sobre eles. (1Sam. 8:4-9). Então, da tribo de Benjamim foi escolhido o novo rei de Israel. No entanto, depois, Yahweh estabeleceu a sua Aliança com a Casa de Davi, da tribo de Judá.

Portanto, jamais foi propósito do Grande Rei e do Seu Co-Regente que a tribo de Levi ficasse com o duplo ministério: reino e sacerdócio. Porém, no Messias encontramos o duplo ofício de Rei e Sacerdote. Aqui, deveremos meditar e responder na seguinte pergunta: desde quando o Filho do Eterno reina como rei Co-Regente do Grande Rei do Universo?

 

Messias, Rei desde quando?

A comunidade judaica sabia que o Messias prometido era Filho do Grande Rei e Criador do Universo. Sabia também que Ele, além de Rei Co-Regente do Universo, era Rei de Israel.

Os magos do Oriente quando chegaram em Jerusalém disseram: “Onde está o recém-nascido Rei dos judeus?”. (Mat. 2:2 – ARA).

Com a mesma segurança, e semelhantes palavras, Natanael dirigiu-se ao Messias: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!”. (João 1:49 – ARA). No final de Seu Ministério terrestre, quando o Messias estava perante o Sinédrio, o sumo sacerdote perguntou: “És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito?”. A resposta do Messias foi: “Eu Sou...”. (Mar. 14:61-62 – ARA).

E uma das acusações do Sinédrio para condenar o Messias à morte foi:

Levantando-se toda a assembléia, levaram Jesus a Pilatos. E ali passaram a acusa-lo, dizendo: Encontramos este homem pervetendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei”. (Luc. 23:1-2 – ARA).

Diante dessas passagens percebemos claramente que a comunidade judaica sabia que o Messias é um personagem singular, muito especial, pois além de Rei, Ele é Filho do Eterno.

Portanto, o Messias prometido para Israel, é o Rei de Israel. No entanto, o que eles, os líderes judeus não aceitaram foi a maneira que o Messias veio ao mundo. Pobre, Manso e Humilde.

No que se chama Antigo Testamento, foram registrados alguns testemunhos sobre o Rei Co-Regente. No Salmo 2:6 está escrito: “Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião”. (ARA). E no Salmo 74:12 está escrito: “Ora, Deus, meu Rei, é desde a antiguidade; ele é quem opera feitos salvadores no meio da terra”. (ARA). Depois temos o seguinte: “O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu os teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!”. (Salmo 84:3 – ARA).

O profeta Isaías assim exclamou: “Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos”. (Isaías 6:5 – ARA). E o apóstolo João comentando essa visão do profeta (em relação aos versos 9-10) afirmou:

Por isso, não podiam crer, porque Isaías disse ainda: Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam por mim curados. Isto disse Isaías porque viu a glória dele e falou a seu respeito”. (João 12:39-41 – ARA).

O profeta Jeremias também deu seu testemunho: “Tão certo como vivo eu, diz o Rei, cujo nome é SENHOR dos Exércitos...”. (Jer. 46:18; “diz o Rei, cujo nome é SENHOR dos Exércitos...” 48:15; 51:57 – ARA).

A Escritura Sagrada declara que o Messias é o Rei da Glória. (Salmos 24:7-10). Por isso, Ellen G. White escreveu o seguinte sobre esses versos:

Todo o Céu estava esperando para saudar o Salvador à Sua chegada às cortes celestiais. Ao ascender, abriu Ele o caminho, e a multidão de cativos libertos à Sua ressurreição O seguiu. ...

Ao aproximar-se da cidade de Deus, cantam, como em desafio, os anjos que compõem o séqüito:

Levantai, ó portas, as vossas cabeças; Levantai-vos, ó entradas eternas, E entrará o Rei da Glória”!

Novamente se faz ouvir o desafio: “Quem é este Rei da Glória?” pois os anjos nunca se cansam de ouvir o Seu nome ser exaltado. E os anjos da escolta respondem:

O Senhor dos Exércitos; Ele é o Rei da Glória’”! – (WHITE, Ellen G. O Desejado de Todas as Nações. 20ª ed. 1997. p. 833.)

O Messias não Se tornou o Rei da Glória, ao ascender ao Céu, após a Sua ressurreição. Ele, antes de Se tornar Homem, já era reconhecido como o Rei da Glória, Yahweh dos Exércitos. E foi desta Glória que possuía junto ao Pai que Ele abriu mão para Se tornar Homem.

“... O Filho de Deus partilhava do trono do Pai, e a glória do Ser eterno, existente por Si mesmo, rodeava ambos. ...”. – (Idem. Patriarcas e Profetas. 12ª ed. 1991. p. 16.)

Em outro lugar, Ellen G. White escreveu:

Foi um sacrifício voluntário. Jesus poderia haver permanecido ao lado de Seu Pai. Poderia haver retido a glória do Céu, e as homenagens dos anjos. Mas preferiu entregar o cetro nas mãos de Seu Pai, e descer do trono do Universo, a fim de trazer luz aos entenebrecidos, e vida aos que estavam prestes a perecer”. – (Idem. O Desejado de Todas as Nações. 20ª ed. 1997. pp. 22-23.).

Somente entendendo esta verdade de que o Messias era o Rei da Glória, antes de Se tornar Homem, podemos entender uma afirmação feita pelo Ele, na conhecida Oração Sacerdotal.

Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti... Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo”. – (João 17:1, 4 e 5 - ARA).

Mas além de Rei da Glória, o Messias também é conhecido como sendo “o Senhor da Glória”. Enquanto o Pai é conhecido na Escritura como sendo “o Pai da Glória”. – (1Cor. 2:8 e Efésios 1:17 – ARA).

Ao concluirmos esta seção, não poderíamos deixar de comentar o que a Escritura Sagrada e os escritos de Ellen G. White afirmem sobre o Pai. Já sabemos que o Filho do Eterno era Rei, antes de Se tornar Homem. E do Pai, o Grande Rei, está escrito:

Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!”. “... Único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores; o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!”. (1 Tim. 1:17 e 6:15-16 – ARA).

Portanto, podemos concluir dizendo que o Pai é o Grande Rei do Universo e o Filho é o Rei Co-Regente. Por isso, no livro do Apocalipse, sobre a Nova Terra, está escrito:

Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro”. – (Apoc. 22:1 – ARA).

E desde a eternidade o Filho reina como Rei Co-Regente do Grande Rei do Universo. E por toda a eternidade ambos reinarão.

 

O Reino da Graça

Este Reino é pouco conhecido, embora a Graça do Messias seja bastante divulgada. Por isso, torna-se importante respondermos duas perguntas: Quando foi instituído o Reino da Graça? Quem instituiu o Reino da Graça?

Estas perguntas, como veremos, são fáceis de se responder. Contudo, antes iremos saber qual era a posição de Adão e Eva no Jardim do Éden. Ellen G. White escreveu: “Adão foi coroado rei no Éden. ...”. – (No Deserto da Tentação. 2ª ed. 1994. p. 13.). Contudo, com a transgressão de Adão e Eva houve uma mudança:

Satanás exaltou-se orgulhosamente diante de Cristo e diante dos anjos leais por tido êxito em levar uma parte dos anjos do Céu a unir-se a ele em sua presunçosa rebelião, e agora, que fora bem-sucedido em dominar Adão e Eva, afirmava que o lar edênico era seu. Orgulhosamente se jactansiava de que o mundo que fora criado por Deus era seu domínio; tendo conquistado Adão, o monarca do mundo, ganhara a raça humana, como seu vassalo e deveria agora possuir o Éden, fazendo dele o seu quartel general; ali estabeleceria o seu trono e seria o monarca do mundo”. – (Ibidem. pp. 19-20.)

Mesmo sendo por usurpação, o Messias reconheceu que Satanás era o Príncipe deste mundo. “Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim”. Depois Ele disse: “... O príncipe deste mundo já está julgado”. – (João 14:30 e 16:11 – ARA).

Conquanto seja verdade que Satanás por usurpação tornou-se o Príncipe deste mundo. Também é verdade que o Reino deste mundo pertencia ao Filho do Eterno e Adão reinava em sujeição a Ele.

Quando Satanás declarou a Cristo: O reino e a glória do mundo me foram entregues, e dou-os a quem quero, disse o que só em parte era verdade, e disse-o para servir a seu intuito de enganar. O domínio dele, arrebatara de Adão, mas este era o representante do Criador. Não era, pois, um governador independente. A Terra pertence a Deus, e Ele confiou ao Filho todas as coisas. Adão devia reinar em sujeição a Cristo. Ao atraiçoar Adão sua soberania, entregando-a às mãos de Satanás, Cristo permaneceu ainda, de direito, o Rei. Assim disse o Senhor ao rei Nabucodonossor: ‘O Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens; e os dá a quem quer’. Satanás só pode exercer sua usurpada autoridade segundo Deus lho permitia”. (Idem. O Desejado de Todas as Nações. pp. 129-130.)

A Escritura Sagrada declara: “Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”. – (João 1:16-17 – ARA). Depois, em outro lugar diz: “A graça do Senhor Jesus, e o amor de Deus o Pai, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. (2Cor. 13:13 – ARA).

Em outro lugar está escrito:

Acheguemos-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. – (Heb. 4:16 – ARA).

“... Conforme é usada na Bíblia, a expressão ‘reino de Deus’ designa tanto o reino da graça como o de glória. O primeiro é apresentado por S. Paulo na epístola aos hebreus. Depois de apontar para Cristo, o compassivo Intercessor que pode ‘compadecer-Se de nossas fraquezas,’ diz o apóstolo: ‘Cheguemos, pois com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça.’ Hebreus 4:16. O trono da graça representa o reino da graça; pois a existência de um trono implica a de um reino. Em muitas parábolas Cristo usa a expressão ‘o reino dos Céus,’ para designar a obra da graça divina no coração dos homens”. - (Idem. O Grande Conflito. 33ª ed. 1987. p. 347.).

“... ‘... O reino de Deus está próximo’ ... ‘O reino de Deus,’ que eles declararam estar próximo, foi estabelecido pela morte de Cristo. Este reino não era, como eles haviam sido ensinados a crer, um domínio terrestre. Tampouco devia ser confundido com o reino futuro, imortal que será estabelecido quando ‘o reino, o domínio, e majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo’ – reino eterno, no qual ‘todos os domínio O servirão e Lhe obedecerão.’ Daniel 7:27. ...”

O reino da graça foi instituído imediatamente depois da queda do homem, quando fora concebido um plano para a redenção da raça culpada. Existiu ele então no propósito de Deus e pela Sua promessa; e mediante a fé os homens podiam tornar-se súditos seus. Contudo, não foi efetivamente estabelecido antes da morte de Cristo. Mesmo depois de entrar para o Seu ministério terrestre, o Salvador, cansado pela obstinação e ingratidão dos homens, poderia ter-Se recusado ao sacrifício do Calvário. No Getsêmani, a taça de amarguras tremia-Lhe na mão. Ele poderia naquele momento ter enxugado o suor de sangue da fronte, abandonado a raça criminosa para que perecesse em sua iniqüidade. Houvesse Ele feito isto, e não teria havido redenção para o homem caído. Quando, porém, o Salvador rendeu a vida, e em Seu último alento clamou: ‘Está consumado,’ assegurou-se naquele instante o cumprimento do plano da redenção. Ratificou-se a promessa de libertamento, feita no Éden, ao casal pecador. O reino da graça, que antes existira pela promessa de Deus, foi então estabelecido”. (Ibidem. pp. 346, 347-348.).

Uma terrível guerra está diante de nós. Aproximamo-nos da batalha do grande dia do Deus todo-poderoso. O que tem sido mantido sob controle será solto. O anjo da misericórdia está fechando suas asas, preparando-se para sair do trono e deixar o mundo sob o domínio de Satanás. Os principados e potestades da terra estão amargamente revoltados contra o Deus do Céu. ... – RH 13-5-1902”. – (Idem. Meditações Matinais. Minha Consagração Hoje. 1ª ed. 1989. p. 308.).

“‘NAQUELE tempo Se levantará Miguel, o grande príncipe, que Se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.’ Daniel 12:1.”

Quando se encerrar a mensagem do terceiro anjo, a misericórdia não mais pleiteará em favor dos culpados habitantes da Terra. O povo de Deus terá cumprido a sua obra. Recebeu a ‘chuva serôdia,’ o ‘refrigério pela presença do Senhor,’ e acha-se preparado para a hora probante que diante dele está. No Céu, anjos apressam-se de um lado para o outro. Um anjo que volta da Terra anuncia que a sua obra está feita; o mundo foi submetido à prova final, e todos os que se mostraram fiéis aos preceitos divinos recebem ‘o selo do Deus vivo.’ Cessa então Jesus de interceder no santuário celestial. Levanta as mãos, e com grande voz diz: ‘Está feito;’ e toda a hoste angélica depõe suas coroas, ao fazer Ele o solene aviso: ‘Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.’ Apocalipse 22:11. Todos os casos foram decididos para vida ou para morte. Cristo fez expiação por Seu povo, e apagou os seus pecados. O número de Seus súditos completou-se; ‘e o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu,’ estão prestes a ser entregues aos herdeiros da salvação, e Jesus deve reinar como rei dos reis e Senhor dos senhores”. – (Idem. O Grande Conflito. 33ª ed. 1987. pp. 619.620.).

Assim, segundo o que está escrito acima, o Reino da Graça existia baseado na promessa do Grande Rei e do Seu Amado Filho, que Este iria resgatar a raça humana do pecado e de Satanás, por meio da Sua morte. Contudo, o Reino só foi ratificado com a morte do Messias na cruz do Calvário. E o que era baseado em uma promessa agora é uma bendita realidade. Diante disso, todos os seres humanos vivem no Reino da Graça; embora a Graça do Messias, o Filho do Eterno, não esteja dentro do coração de cada ser humano.

Portanto, agora podemos responder as perguntas que foram feitas: Quando foi instituído o Reino da Graça? Quem instituiu o Reino da Graça? A primeira resposta é: Após a queda de Adão e Eva no Jardim do Éden. A segunda é: O Grande Rei e o Seu Amado Filho. Porque assim está escrito:

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. – (João 3:16 - ARA).

“... Antes que os fundamentos da Terra fossem lançados o Pai e o Filho Se haviam unido num concerto para redimir o homem, se ele fosse vencido por Satanás. Haviam-Se dado as mãos, num solene compromisso de que Cristo Se tornaria o fiador da raça humana. Esse compromisso cumprira Cristo. Quando, sobre a cruz soltara o brado: ‘Esta consumado’, dirigira-Se ao Pai. O pacto fora plenamente satisfeito. Agora Ele declara: ‘Pai, está consumado. Fiz, ó Meu Deus, a Tua vontade. Concluí a obra da redenção. Se a Tua justiça está satisfeita, ‘quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo’.” – (Idem. O Desejado de Todas as Nações. 20ª 1997. p. 834.)

Agora a grande pergunta é: o Filho do Eterno deixou de ser Rei quando Se tornou Homem? A resposta não pode ser dada de maneira precipitada. Porque seguramente Ele deixou de ser o Rei da Glória. Simplesmente por ter vindo como um ser humano que sentia fome e tinha sede. Como um ser humano que dependia do Pai para ser glorificado (João 17:1-5). Além do mais, se Ele não houvesse abdicado do Reino da Glória, Ele não poderia ser tentado e muito menos viver como um homem e morrer. Contudo, uma coisa é certa, o Messias jamais deixou de Ser o rei da Graça. Por isso, João escreveu: “... A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”. – (João 1:17 - ARA).  Portanto, mesmo quando viveu entre nós como um Homem, Ele era Rei. E como já foi dito acima, ser chamado de Messias, é o mesmo que ser chamado de Rei, e Filho do Eterno.

E o próprio Messias declarou a Pilatos:

Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta pergunta ou to disseram outros a meu respeito?... Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz”. – (João 18:33-34 e 36-37 – ARA).

A profecia do profeta Zacarias também é muito significativa. E de maneira clara é apresentada pelos quatro evangelistas quando relatam a entrada triunfal do Messias em Jerusalém.

Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta”. (Zac. 9:9 – ARA – cf. Mat. 21:4-5; Mar. 11:10; Luc. 19:38).

O apóstolo João escreveu: “... Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel! E Jesus, tendo conseguido um jumentinho, montou-o, segundo está escrito: ‘Não temas, filha de Sião eis que o teu Rei aí vem, montado em um filho de jumenta”. (João 12:13-15 – ARA).

Ellen G. White escreveu o seguinte;

Mas hoje, no mundo religioso, existem multidões que, segundo crêem, trabalham pelo estabelecimento do reino de Cristo como um domínio terrestre e temporal. Desejam tornar nosso Senhor o governador dos reinos deste mundo, o governador em seus tribunais e acampamentos, em suas câmaras legislativas, seus palácios e centros de negócios. Esperam que Ele governe por meio de decretos, reforçados por autoridade humana. Uma vez que Cristo não Se encontra aqui pessoalmente, eles próprios empreenderão agir em Seu lugar, para executar as leis de Seu reino. O estabelecimento de tal reino era o que desejavam os judeus ao tempo de Cristo. Teriam recebido Jesus, houvesse Ele estado disposto a estabelecer um domínio temporal, impor o que consideravam como sendo leis de deus, e faze-los os expositores de Sua vontade e os instrumentos de Sua autoridade. Mas Ele disse: ‘O Meu reino não é deste mundo.’ Não quis aceitar o trono terrestre”. – (Ibidem. p. 509.)

Depois ela escreveu:

Antes de deixar os discípulos Cristo declarou positivamente a natureza de Seu reino. Trouxe-lhes à memória o que lhes disse anteriormente a respeito do mesmo. Disse-lhes não ser desígnio Seu estabelecer no mundo um reino temporal, mas sim espiritual. Não havia de governar como rei terrestre no trono de Davi. ...”. – (Ibidem. p. 820.)

Diante disso, entendemos que de fato o Messias é Rei e está reinando efetivamente. E assim está escrito:

E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos seus pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará aquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos”. – (1Cor. 15:24-28 – ARA).

E pra concluir esta seção, entendemos que a descida do Espírito Santo sobre o Messias, após o Seu batismo, corresponde a Sua unção pública como Rei de Israel – o Messias prometido, o Filho do Eterno.

 

O Reino da Glória

Quanto ao Reino da Glória, é mais fácil entendermos o seu início. Ele, logicamente, será estabelecido logo após o encerramento do Reino da Graça. No entanto, para os salvos, aqui na Terra, só terá início efetivamente com a segunda vinda do Messias com poder e grande Glória.

Assim, o trono de glória representa o reino de glória; e a este reino fazem referência as palavras do Salvador: ‘Quando o Filho do homem vier em Sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então Se assentará no trono de Sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dEle’. S. Mateus 23:31 e 32. Este reino está ainda no futuro. Não será estabelecido antes do segundo advento de Cristo”. – (Idem. O Grande Conflito. 33ª ed. 1987. p. 347.).

No monte da Transfiguração, o Messias fez uma pequena demonstração deste Reino a três dos Seus apóstolos.

“... Unicamente os três que Lhe hão de testemunhar a angústia no getsêmani foram escolhidos para estar com Ele no monte. Agora, a nota predominante de Sua prece é que lhes seja dada uma manifestação da glória que Ele tinha com o Pai antes que o mundo existisse, que Seu reino seja revelado a olhos humanos e que os discípulos sejam fortalecidos pela contemplação do mesmo. Roga que testemunhem a manifestação de Sua divindade que, na hora de Sua suprema agonia, os conforte com o conhecimento de que Ele é com certeza o Filho de Deus, e que Sua ignominiosa morte é uma parte do plano da redenção”.

Cumpriu-se então a promessa do Salvador aos discípulos. Sobre o monte, foi representado em miniatura o futuro reino da glória – Cristo, o Rei, Moisés como representante dos santos ressuscitados, e Elias dos trasladados”. – (Idem. O Desejado de Todas as Nações. 20ª 1997. pp. 420-421 e 422.)

E esta é a promessa que temos: “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas”. – (Fil. 3:20-21 – ARA – cf. 1Cor. 15:51-54).

No entanto, a coroação final do Filho do Eterno, após o milênio, não é para que Ele passe a reinar; mas como reconhecimento do Seu grande sacrifício e conquistas na luta do grande conflito cósmico contra o pecado e Satanás e os seus anjos.

Satanás parece paralisado ao contemplar a glória e majestade de Cristo. Aquele que fora um querubim cobridor lembra-se de onde caiu. Ele, um Serafim resplandecente, ‘filho da alva’ – quão mudado, quão degradado! Do conselho onde tantas honras recebera, está para sempre excluído. Vê que agora um outro se encontra perto do Pai, velando Sua glória. Viu ser colocada a coroa sobre a cabeça de Cristo por um anjo de elevada estatura e presença majestosa, e sabe que a exaltada posição deste anjo poderia ter sido sua”. – (Idem. O Grande Conflito. 36ª ed. 1988. p. 669.).

Contudo, sobre o Messias, em linguagem simbólica e profética, o apóstolo e profeta João escreveu: “Olhei e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada”. (Apoc. 14:14 – ARA – cf. Apoc. 17:14 e 19:16).

 

Conclusão

Muito ainda poderia ser escrito sobre tanto sobre o Reino da Graça bem como sobre o Reino da Glória. Além das diferentes fases que o Messias reinou. Contudo, o objetivo principal desta matéria é apresentar um dos motivos pelo qual o apostolo Paulo escreveu as seguintes passagens:

Se, portanto a perfeição houvesse sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a lei), que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão? Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei. Porque aquele de quem são ditas estas coisas pertence a outra tribo, da qual ninguém prestou serviço ao altar; pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo da qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes. E isto é ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de Melquisedeque, se levanta outro sacerdote, constituído não conforme a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel”. – (Heb 7:11-16 – ARA).

Em outro lugar ele escreveu:

Ora, se ele estivesse na terra, nem mesmo sacerdote seria, visto existirem aqueles que oferecem os dons segundo a lei, os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes, assim como foi Moisés divinamente instruído, quando estava para construir o tabernáculo. ...”. – (Heb. 8:4-5 – ARA).

Essa lei de mandamento carnal é uma referência ao direito de hereditariedade que é parte da Aliança de Yahweh com a Casa de Arão. Por isso, aqui na Terra, o Messias não poderia ser sacerdote segundo a ordem de Arão. Porque no Sacerdócio Levítico, os sacerdotes e sumos sacerdotes deveriam ser constituídos de homens da linhagem de Arão. Como está escrito:

Mas a Arão e a seus filhos ordenarás que se dediquem só ao sacerdócio, e o estranho que se aproximar morrerá”. “Mas tu e teus filhos contigo atendereis ao vosso sacerdócio em tudo concernente ao altar, e ao que estiver para dentro do véu, isto é vosso serviço; eu vos tenho entregue o vosso sacerdócio por ofício como dádiva; porém o estranho que se aproximar morrerá”. – (Num. 3:10 e 18:7 – ARA).

Por outro lado, como já estudamos, o cetro em Israel, não coube ao Sacerdócio Levítico. E depois, Yahweh estabeleceu uma Aliança perpetua com a Casa de Davi. Por isso, da linhagem de Davi veio o Rei de Justiça e de Paz. E segundo o juramento de Yahweh, do qual Ele disse “não se arrependerá” o Messias é Rei e Sacerdote segundo a ordem de Malki-Tsédec.

Assim foi escrito: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim”. (Luc. 1:32-33 – ARA).

Portanto, mesmo vivendo como Homem, o Filho do Eterno, era Rei de fato e de direito. Por isso, Natanael declarou: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!”. (João 1:49 – ARA). E o próprio Messias afirmou a Pilatos: “... Tu dizes que sou rei. Eu para isto nasci e para isto vim ao mundo...”. “...O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora, o meu reino não é daqui”. (João 18:37 e 36 – ARA). – josielteli@hotmail.com

Obs. No próximo artigo, serão apresentadas algumas implicações do sacerdócio segundo a ordem de Malki-Tsédec, o Sacerdócio do Messias, e por último, uma comparação entre o Sacerdócio segundo a ordem de Arão e o Sacerdócio do Messias.

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