Lição 1 — Jesus e o Santuário — à Luz da Mensagem de 1888

 

Texto-chave - Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário [Heb. 9:7, 25], pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou [inaugurou, dedicou], pelo véu, isto é, pela Sua carne [Heb. 5:7], e tendo um grande Sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração [Isa. 38:3], em inteira certeza de fé [Heb. 11:4], tendo os corações purificados [cap. 9:19] da má consciência, e o corpo lavado com água limpa [Rom. 6:3-6], retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel [Heb. 3:2, 5-6] é O que prometeu [cap. 4:1]. ... Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se [simpatizar, sofrer] das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado [Rom. 8:2-4]. – Hebreus 10:19-23; 4:15 (os versículos entre colchetes podem ser lidos para um maior entendimento do texto).

 

A importância do santuário - “O assunto do santuário e do juízo de investigação, deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus.” – O Grande Conflito, pág. 488.

“A compreensão correta do ministério do santuário celestial constitui o alicerce de nossa fé.” – Evangelismo, pág. 221.

“Cristo era o fundamento e a vida do templo. Os serviços deste eram típicos do sacrifício do Filho de Deus. O sacerdócio fora estabelecido para representar o caráter mediador e a obra de Cristo. Todo o plano do culto sacrifical era uma representação da morte do Salvador para remir o mundo.” – O Desejado de Todas as Nações, pág. 165.

“O espírito dos crentes devia ser dirigido ao santuário celeste, aonde Cristo entrara para fazer expiação pelo Seu povo.” – Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 67.

“Uma importante fase do ministério de Cristo no santuário celestial tivera início em 22 de outubro de 1844. Gradualmente a largura e a profundidade do assunto abriram-se perante os crentes do advento. Olhando retrospectivamente à experiência nos últimos anos, [Ellen White]... relembrou seus estudos e as manifestas provas da mão guiadora de Deus:

‘Muitos de nosso povo não reconhecem quão firmemente foram lançados os alicerces de nossa fé. Meu esposo, o Pastor José Bates, o Pai Pierce, o Pastor [Hirão] Edson, e outros que eram inteligentes, nobres e verdadeiros, achavam-se entre os que, expirando o tempo em 1844, buscavam a verdade como a tesouros escondidos. Reunia-me com eles, e estudávamos e orávamos fervorosamente. Muitas vezes ficávamos reunidos até alta noite, e às vezes a noite toda, pedindo luz e estudando a Palavra.’...

A compreensão de que Cristo havia entrado no lugar santíssimo do santuário celestial para iniciar a parte final de Seu ministério em nosso favor, tipificada no serviço do santuário observado por Israel no passado, inculcava solenidade ao coração de nossos pioneiros adventistas. As verdades eram tão claras, tão grandiosas, tão vitais, que era difícil o senso de que sobre eles pesava a responsabilidade de comunicar esta luz a outros. ...

[Ellen White escreveu:] ‘Deve o povo de Deus ter agora os olhos fixos no santuário celestial, onde se está processando a ministração final de nosso grande Sumo Sacerdote na obra do juízo – e onde está intercedendo por Seu povo.’” – Cristo em Seu Santuário, págs. 10, 11 e 20.

 

O Santuário e a Mensagem de 1888

A mensagem de 1888 renovou o interesse neste ministério final de nosso grande Sumo Sacerdote e restaurou o seu poder nos corações dos crentes. ... Ellen White compreendeu o seu significado. Tendo experimentado pessoalmente a vibrante expectativa do pronto regresso de Cristo no movimento de 1844, jamais perdeu este “primeiro amor” [Apocalipse 2:4]. Reconheceu quase intuitivamente na mensagem de 1888, as boas novas que anunciavam ao coração anelante: “Aí vem o Esposo, saí-Lhe ao encontro” [Mateus 25:6]. Escutou os benditos passos das pegadas divinas que tão poucos de seus contemporâneos tiveram “ouvidos para ouvir”.

Em uma série de artigos escritos pouco depois da Assembléia de 1888, expôs de forma enfática e insistente, semana após semana, a magnitude de sua profunda impressão. A mensagem de Jones e Waggoner estava vitalmente relacionada com a verdade do santuário. Observe o progressivo crescendo:

“Estamos no dia da expiação, e devemos atuar em harmonia com a obra de Cristo de purificar o santuário dos pecados do povo. Que ninguém que deva achar-se vestindo os vestidos de bodas, resista a nosso Senhor em Sua obra. Seus seguidores neste mundo agirão em conformidade com Ele. Devemos apresentar agora perante o povo a obra que pela fé vemos nosso Sumo Sacerdote realizando no santuário celestial” (Review and Herald, 21 de janeiro de 1890).

“Cristo está no santuário celestial, e está ali para fazer expiação pelo povo... Está limpando o santuário dos pecados do povo. Qual é nossa obra? Nossa obra consiste em estar em harmonia com a obra de Cristo. Devemos atuar com Ele pela fé, estar unidos a Ele... Deve ser preparado um povo para o grande dia de Deus” (Idem, 28 de janeiro de 1890).

“A obra intercessora de Cristo, os grandes e santos mistérios da redenção, não são compreendidos nem estudados pelo povo que pretende ter mais luz que qualquer outro sobre a face da Terra” (Idem, 4 de fevereiro de 1890). ...

 

A Obra de Jesus, Nosso Sumo Sacerdote

A mensagem de Jones e Waggoner dirigia a atenção aos aspectos práticos do ministério de Cristo como Sumo Sacerdote. É ali onde se uniam os dois grandes rios da doutrina adventista, a verdade do santuário e a justificação pela fé. Jones e Waggoner viram claramente esta relação. A mensagem não era somente um chamado à vida santa, mas também provia os meios para obtê-la.

 

O santuário purificado - “A purificação do santuário [no santuário terrestre] consistia em lançar fora do santuário, em limpá-lo ‘das imundícias dos filhos de Israel e das suas transgressões, e de todos os seus pecados’ (Levítico 16:16) que em razão do ministério dos sacerdotes haviam sido levados ao santuário ao longo do serviço durante todo o ano.

A conclusão desta obra do santuário e para o santuário constituía, da mesma forma, a conclusão da obra para o povo... A purificação do santuário afetava e incluía ao povo, tanto quanto ao próprio santuário...

A purificação do santuário era uma representação do verdadeiro, a autêntica purificação do santuário, e daquele ‘tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem’ [Hebreus 8:1] de todas as imundícias daqueles que crêem em Jesus, por causa das rebeliões e de todos os pecados deles. E o momento desta purificação do verdadeiro santuário, nas palavras do Eterno, é ‘até duas mil e trezentas tardes e manhãs’ [Daniel 8:14]... em 1844...

Isto é efetuado na purificação do santuário, justamente ao acabar com a transgressão e dar fim aos pecados [cap. 9:24] no aperfeiçoamento daqueles que crêem em Jesus, em 1844. Mas também ao acabar com a transgressão e dar fim ao pecado quando os ímpios forem consumidos e o universo purificado de toda mancha de pecado que algum dia tenha existido.

 

A remoção dos pecados - A conclusão do ‘mistério de Deus’ [Apocalipse 10:7] é a conclusão da obra do evangelho. Isto é primeiramente a remoção de todo vestígio de pecado e o estabelecimento da justiça eterna –Cristo formado plenamente- no interior de cada crente, Deus manifestado na carne de todo aquele que crê em Jesus. Em segundo lugar significa a extinção de todos aquele que não receberam o evangelho (II Tessalonicenses 1:7-10); já que não está nos planos do Senhor continuar dando vida a homens que nada mais fariam senão acumular miséria e sofrimento sobre si mesmos...

O serviço do santuário terrestre também mostra que a fim de que o santuário pudesse ser purificado e o evangelho seguisse seu curso até a conclusão, deveria primeiro alcançar a conclusão no povo que participava do serviço. Ou seja: no próprio santuário não se podia dar fim ao pecado, não podia terminar-se com a transgressão e expiar a iniqüidade... até que isto se cumprisse em cada pessoa que tomava parte no serviço do santuário. O próprio santuário não podia ser purificado até que cada um dos adoradores fosse purificado. O santuário não podia ser purificado enquanto, através das confissões do povo e da intercessão dos sacerdotes, se continuava introduzindo a ele uma torrente de iniqüidades, transgressões e pecados.

Esta torrente deve ser cortada pela sua raiz, nos corações e vidas dos adoradores, antes que o santuário em si mesmo possa ser purificado.

Portanto, a primeira obra na purificação do santuário é a purificação do povo...

E este é o genuíno objetivo do verdadeiro Sacerdote no real santuário... O sacrifício, o sacerdócio e o ministério de Cristo no verdadeiro santuário tira os pecados para sempre, torna perfeitos os que se aproximam dEle, visto que Jesus ‘aperfeiçoou para sempre os que são santificados’ [Hebreus 10:14]” (Jones, O Caminho Consagrado à Perfeição Cristã, págs. 113-119). – Robert J. Wieland, Introdução à Mensagem de 1888, págs. 143-147.

 

A Importância de Levítico

Devemos nos familiarizar com a lei levítica em todos os seus aspectos, pois contém regras [princípios] que devem ser obedecidas; contém as instruções que, se forem estudadas, nos capacitarão a entender melhor a regra de fé e prática que temos de seguir em nosso trato mútuo. Ninguém tem desculpas para estar em trevas. Aqueles que recebem a Cristo pela fé, também receberão poder para chegar a ser filhos de Deus (Ellen White, Carta 3, 1905). – Comentário Bíblico Adventista, vol. 1, pág. 1124. 

Levítico ocupa um lugar central nos cinco livros de Moisés, ficando Gênesis e Êxodo de um lado, e Números e Deuteronômio de outro. Assim como o santuário era o centro do culto de Israel, também o livro de Levítico contém o cerne da instrução dada a respeito daquele culto. É o Evangelho em forma de embrião. Como ele, podemos compreender melhor o Novo Testamento; sem ele, algumas partes dos Evangelhos e das epístolas estão envolvidas em obscuridade e trevas. Cristo como sacerdote e sumo sacerdote; como Cordeiro de Deus; como nossa oferta pelo pecado; como o sacrifício consumado, com Seu sangue derramado ao redor do altar e sobre ele; como o pão que desceu do céu; como a luz do mundo; como o incenso a queimar -estas e muitas outras alusões seriam pouco compreensíveis sem a luz que Levítico lança sobre elas.

Paulo citou numerosas vezes este livro quando escreveu a epístola aos Hebreus e tratou das doutrinas da fé cristã. Volta a dizer que hoje o Israel espiritual não pode permitir descuidar-se deste livro. Se a verdadeira doutrina da expiação, do dia da expiação, da purificação do santuário, de Cristo como nosso sumo sacerdote e advogado que ministra no santuário celestial, do juízo e do breve regresso de Cristo, da lei e do sábado em seu devido lugar; se todas estas doutrinas são claras contribuições para a religião e para a vida, e são mensagens que devem ser dadas ao mundo, então o livro de Levítico deve ocupar o seu lugar legítimo na plataforma das verdades que devem ser pregadas. “O Evangelho é dado em forma de preceitos em Levítico” (Testemunhos, vol. 6, pág. 392). – Idem, pág. 707. –E-mail do colaborador: EvangelhoEterno@aol.com.

Leia também:

Retornar

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com