Opinião: O Filho de Deus Morreu para Sempre e Não Apenas Por Algumas Horas

 

O texto abaixo representa única e exclusivamente a atual convicção de seu autor, com referência a esse tema. Não é posição doutrinária deste site, nem do chamado "Movimento Leigo Adventista". Aliás, seu autor ainda integra o rol de membros da IASD.

A publicação do artigo, portanto, não deve ser entendida como um apoio irrestrito ou mesmo parcial do Movimento Leigo ou deste site às idéias nele apresentadas. Significa apenas que demos espaço ao querido colaborador para que nos diga o que pensa, até como forma de provocar uma maior interação entre os leitores, a fim de que estudem bem o que diz a Bíblia e se manifestem por e-mail acerca desta proposição, quer sejam favoráveis ou contrários ao que estará sendo exposto.

Importa dizer também que, ainda que não concordemos com todos os pormenores deste artigo, podemos tranqüilamente concordar com a íntegra dos textos anteriores deste mesmo irmão, uma vez que todos estiveram solidamente fundamentados na Bíblia. Apenas este, como ele próprio esclarece ao final da matéria, representa sua opinião pessoal e provisória sobre o assunto.

Contudo, este alerta também não significa que estejamos dizendo ou sugerindo que ele está errado ao pensar do modo descrito abaixo. Apenas estamos surpresos, como você também ficará. Afinal, para nós, essa é uma abordagem completamente nova acerca do que realmente significou o sacrifício do Filho de Deus por nós. -- Robson Ramos

 

As duas naturezas de Cristo estão separadas no tempo. Cristo sendo sempre a mesma pessoa, possuiu, separadas no tempo, duas naturezas diferentes. Antes da encarnação, nosso Senhor possuía os atributos divinos, tal qual Deus, o Pai.

Os atributos divinos, em Cristo, estão intrinsecamente relacionados com sua condição de Filho de Deus. Jesus é Deus em toda plenitude por ter sido gerado Filho de Deus.  

Jesus como pessoa já existente, não recebe do Pai os atributos que O fazem igual a Deus. Os atributos não vêm de fora. Os atributos lhe são naturais devido sua condição de Filho de Deus. Em linguagem humana, filho de peixe é peixe, Filho de Deus, é Deus.  

Em sua onisciência, prevendo Deus a existência do pecado após a criação do mundo, começa a trabalhar respeitando o limite que estabelecera para Si próprio.  

O limite para Deus é o amor. Para um Deus de amor, outra coisa que não criaturas livres prestando-Lhe adoração, não teria valor algum e tudo se resumiria numa grande falsidade inaceitável à sua onisciência.  

O pecado é sim um intruso, mas não um intruso que não tivesse sido previsto e para o qual antecipadamente não houvesse sido providenciado remédio.  

Tudo no Universo gira em torno da vontade ativa ou permissiva de Deus. O pecado passou a existir porque Deus permitiu e, Deus permitiu a existência do pecado porque Ele trabalha dentro de um limite estabelecido por Ele e para Ele.  

A penalidade para o transgressor que foi instituída por Deus é a morte. O pecador deve pagar com a própria vida por sua transgressão à lei de Deus. Mas como punir com uma penalidade tão drástica alguém que passou a existir por uma ato de Deus, e ato de um Deus que sabia da inevitabilidade do pecado?  

Estar sujeito a uma penalidade tão imensa é para o homem e para todas as outras criaturas livres, o preço da liberdade.  

A entrega de seu Filho para morrer em lugar do homem pecador, foi o preço que o Pai teve que pagar para ter criaturas que no uso pleno de sua liberdade, lhe prestem conscientemente amorável louvor e adoração.  

A morte do Filho de Deus reivindica o caráter do Pai. Cristo hoje está vivo no céu, no entanto, Ele pagou o preço do pecado morrendo em lugar da criatura. Se o preço do pecado era a morte e, como nós sabemos, especificamente a segunda morte, não deveria então Cristo ter morrido eternamente?  

Cristo morreu para nos livrar da segunda morte, morte para a qual não há ressurreição. Se Ele nos substituiu na segunda morte, não deveria estar eternamente morto?  

Diante desta lógica, caso não tenha havido na cruz algo muito mais significativo do que imagina a nossa vã filosofia, a morte de Cristo no calvário não teria passado de uma grande encenação.  

Na cruz, houve uma perda extraordinária para o Filho de Deus; perda de tal magnitude que o Universo pôde aceitar como substituição para segunda morte da criatura.  

Na cruz, além da vida que Cristo perdeu temporariamente, o maior sacrifício foi perder eternamente os atributos divinos.  

A idéia de que Cristo tenha reassumido após a ressurreição seus atributos anteriores, como a onisciência, onipresença e onipotência, é incompatível com toda a lógica do Plano da Salvação. Por outro lado, a perda eterna dos atributos divinos, é compatível com o Plano da Salvação.  

Os atributos divinos eram inerentes à sua condição de Filho de Deus. Eles não vieram de fora. Não foram dados a Cristo posteriormente a sua geração pelo Pai. Sendo assim, uma vez que Cristo voluntariamente tenha aberto mão dos mesmos para tornar-se homem, a morte na cruz sacramentou sua decisão de se fazer homem e, após a ressurreição, Cristo continua sendo homem por toda a eternidade.  

Até antes da cruz, Cristo poderia voltar a sua condição de igual junto ao Pai. Após a cruz, não seria mais possível. A prova que temos disto, é o incidente da transfiguração. Cristo pede ao Pai que Este o glorifique. Cristo já não podia por Si mesmo voltar a condição anterior a encarnação. Cristo é glorificado com o poder vindo do alto e os discípulos tem uma prova da origem divina do Filho de Deus.     

Cristo já não tinha mais poder para se auto-transfigurar. Cristo já estava ligado  a humanidade e após a cruz, a ligação se perpetua.  

No Getsêmani, Cristo sorve o cálice destinado ao homem: A separação eterna de Deus. Jesus, na cruz iria separar-se do Pai, de uma forma eterna. Na cruz, se confirmaria eternamente sua auto-aniquilação como Filho de Deus. Antes da encarnação houve um auto-aniquilamento, auto-despojamento, auto-esvaziamento de todos os atributos divinos do Filho de Deus. Para morrer pelo homem, o Filho de Deus deixou de ser Deus, deixou a natureza divina, a essência, a substância divina e tornou-se homem como um de nós.  

Os atributos divinos Cristo os possuía enquanto existente em forma de Deus. Em forma de homem, Cristo não os possuía mais. Como a natureza humana Cristo agora a tem por toda a eternidade, os atributos divinos desapareceram.  

A Bíblia não apresenta uma segunda transfiguração, muito pelo contrário, o que ela mostra, é que a natureza humana, é agora eterna em Cristo Jesus.  

Sendo que quando há mudança na natureza, há também mudança nos atributos da natureza, ao mudar Cristo de natureza, os seus atributos também sofrem modificação. Na glorificação, quando Deus mudar nossa natureza carnal para natureza espiritual, os atributos da natureza carnal desaparecerão e os atributos da natureza espiritual se farão presentes, e eles são: Imortalidade em Deus e incorruptibilidade.  

Não haverá mudança na pessoa e sim mudança na natureza da pessoa. Seremos as  mesmas pessoas que sempre fomos, só que com natureza diferente, natureza espiritual, corpo espiritual.  

A natureza que desaparece, perde os atributos que lhes são inerentes. Quando desapareceu a natureza divina de Cristo, desapareceram também os seus atributos: Onisciência, onipotência, imortalidade e onipresença.  

A pessoa de Cristo deixou  a natureza de Deus e, por isso, neste sentido deixou de ser Deus e, passou a ser homem, sem nunca deixar de ser Filho de Deus. A mudança que houve foi na natureza, essência e substância e não na pessoa.  

Como exemplo, lembro-me de um texto da Sra. White em que ela sugere a possibilidade de Cristo ter perdido a onipresença, embaraçado por Sua humanidade. A Bíblia fala também de datas, como a da volta de cristo, reservadas à exclusiva autoridade do Pai, o que em certo sentido limita a onisciência do Filho. Como aceitar a idéia de um Deus limitado em Seus poderes? Um Deus que só possui uma parte dos poderes divinos? Um Deus parcialmente divino?  

Há quem veja na declaração de que toda autoridade lhe fora dada no céu e na terra uma evidência ou prova bíblica de que Jesus teria sido novamente elevado à condição anterior à encarnação, mas isto nos coloca diante de uma grande contradição. É o mesmo que dizer que o sacrifício de Cristo foi parcial e transitório, pois Ele teria morrido eternamente por apenas algumas horas!  

Os atributos divinos Cristo não os recebeu por doação e sim por geração. Ao aniquilar se a si mesmo, Cristo os perde definitivamente quando morre na cruz.  

A Bíblia ensina que Deus se fez homem e não que o homem foi novamente feito Deus. Caso o homem pudesse ser feito Deus, agora sim seria um Deus criado e não gerado, pois os atributos viriam de fora, por concessão do Pai.  

Atribuir a Cristo literalmente todo o poder no céu e na terra após a ressurreição, exclui o aspecto da relatividade ou limitação dessa autoridade a Ele concedida. Cristo teria que estar no mesmo nível que o Pai, desde então. Assim, o universo teria que admitir a presença de dois deuses, ainda que Pai e Filho, e, assim, estaria instalado o politeísmo. Para fugir do politeísmo, só aceitando a idéia trinitariana de duas pessoas formando um único Deus.  

Por outro lado, todo o poder, significando o direito que é concedido a Cristo homem para usar toda a plenitude do Pai, em prol do pecador, inclusive mandando o Espírito Santo que procede de Deus, mantém a idéia da soberania única de Deus e de que Ele continua trabalhando para salvar o perdido mesmo após a ressurreição de seu Filho Jesus, agora humano para sempre.  

As idéias que exponho neste texto encaro apenas como uma tese e não como um dogma. O dogma impede que se chegue à verdade. A tese, não. Enquanto não aparecer uma tese melhor, fico com esta. Aguardo comentários e correções. Elpídio da Cruz Silva, adventista há mais de 20 anos.


Comentários do leitor:

Para ser bem sincero, gostaria de poder contestar esse artigo do irmão Elpídio, mas uma lógica tão irresistível em suas palavras que tenho medo de tentar e estar indo contra a Verdade. Destoa de muitas coisas que já ouvi na Igreja e que penso que podem ser provadas biblicamente, pois já li que em Cristo reside corporalmente toda a plenitude da divindade. Mas pode ser que o irmão Elpídio tenha realmente razão.

Imagino o impacto que deve ter diante dos conselhos de justiça do Universo, a figura do Filho de Deus agora humano, Filho do Homem, pleiteando diante do Único Soberano a respeito da salvação de cada um de nós: "Salva também a este! É Meu sangue, Pai. Meu Sangue! Veja estas cicatrizes em Minhas mãos e pés. Agora também sou um deles para sempre, Pai! Temos o mesmo sangue, Pai!"

"Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, HOMEM, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos." I Timóteo 2:3-6.

(Anônimo)


Prezado Robson,

Diante desse novo enfoque sugerido pelo irmão Elpídio para o significado e a extensão do sacrifício do Filho de Deus, muitas daquelas passagens em que Ele próprio se denomina o Filho do Homem parecem adquirir maior sentido, especialmente as que se referem aos acontecimentos finais, que poderíamos classificar como referentes a Jesus Cristo já no período "pós-encarnação":

Mateus 13:41 - Mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniqüidade

Mateus 16:27 - Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras.

Mateus 16:28 - Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu reino.

Mateus 17:9 - E, descendo eles do monte, ordenou-lhes Jesus: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do Homem ressuscite dentre os mortos.

Mateus 19:28 - Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.

Mateus 24:27 - Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem.

Mateus 24:30 - Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.

Mateus 24:37 - Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem.

Mateus 24:39 - ...e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.

Mateus 24:44 - Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá.

Mateus 25:31 - Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória;

Mateus 26:64 - Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.

Marcos 8:38 - Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.

Marcos 10:45 - Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.

Marcos 14:62 - Jesus respondeu: Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu.

Lucas 9:26 - Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos.

Lucas 12:8 - Digo-vos ainda: todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus;

Lucas 12:40 - Ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá.

Lucas 17:24 - ...porque assim como o relâmpago, fuzilando, brilha de uma à outra extremidade do céu, assim será, no seu dia, o Filho do Homem.

Lucas 17:26 - Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem:

Lucas 17:30 - Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar.

Lucas 18:8 - Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?

Lucas 21:27 - Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.

Lucas 21:36 -Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem.

Lucas 22:69 - Desde agora, estará sentado o Filho do Homem à direita do Todo-Poderoso Deus.

João 1:51 - E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.

Atos 7:56 - ...e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus.

Outra passagem chave seria esta:

"Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha: Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte-morte de cruz. Por isso Deus deu a Jesus a mais alta honra e pôs nele o nome que é mais importante do que todos os outros nomes, para que, em homenagem ao nome de Jesus, todas as criaturas no céu, na terra e no mundo dos mortos, caiam de joelhos11 e declarem abertamente que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus, o Pai." Filipenses 2:2-11, A Bíblia na Linguagem de Hoje.

Note que não há nenhum registro bíblico da "desencarnação" de Jesus.

(Não publique meu nome.)


Caro Robson,

Entendo que o novo assunto em debate sobre a divindade de Cristo pode envolver três fases:

1. Cristo antes da encarnação: Completamente DIVINO;
2. Cristo quando se fez carne: Completamente HUMANO;
3. Cristo após a ressurreição: Completamente DIVINO-HUMANO.

Quero apenas tratar do item 2, Cristo como homem apenas. Entendo que, quando a Bíblia diz que o Verbo se fez carne, não diz parte carne, mas carne, integral e exclusivamente.

Entendo ainda que, como homem, Cristo poderia participar da natureza divina, dos mesmo como nós podemos. Em 2 Pedro 1:4, por exemplo, lemos: "pelas quais ele nos tem dado as suas preciosas e grandíssimas promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo."

Uma grande diferença entre nós e Cristo, como homens, é que Cristo sempre escapou da corrupção que há no mundo, porque Seu contato com o Divino era intrínseco. Algo que não temos em nós, mas, com a ajuda divina, poderemos alcançar. Podemos citar o caso de Enoque que não passou pela morte por ter andado com Deus durante toda a sua vida. -- Carlos Alberto, Codó, MA.

Resposta do Editor:

Não diria que o relacionamento do homem Jesus Cristo com a divindade fosse intrínseco, mas contínuo, ininterrupto. Ele colocava o reino de Deus acima de todas as coisas e amava realmente ao Senhor de todo o Seu coração, de toda a Sua alma e de todo o Seu entendimento, como nós deveríamos e podemos fazer, pois as ordens divinas são também capacitadoras. Há poder em Suas palavras. -- Robson Ramos


Caros irmãos,

Gostaria de expor minha opinião sobre o artigo do irmão Elpídio: "O Filho de Deus Morreu para Sempre e Não Apenas Por Algumas Horas".

Já me ocorreu várias vezes o seguinte pensamento: Como poderia ter sido grande o sacrifício do Senhor Jesus, se Ele morreu e ressuscitou exatamente como era antes de vir a este mundo?

Fiquei perplexo há algumas semanas passadas quando o Pastor de minha igreja me disse que o Senhor Jesus morreu, mas não morreu! Porque quem morreu foi o Jesus homem, não o Jesus Deus. Pois de outra forma Ele não poderia "ressuscitar-Se"! Minhas duvidas aumentaram ainda mais.

Como poderia o preço pago ser infinito com uma morte que durou pouco mais que 30 horas? Ainda mais se após esta morte as coisas voltaram a ser como antes? Aliás, o Senhor Jesus teria tido lucro com essa morte, pois além de continuar sendo Deus (conforme o pensamento trinitário) agora tinha também a natureza humana!

Cheguei a especular comigo mesmo algo semelhante ao exposto pelo irmão Elpídio, mas não conseguia formular toda a idéia. A exposição do Irmão Elpídio carece ainda de estudo para se chegar a conclusões mais firmes, mas ela elucida muitos aspectos do plano da salvação que para mim eram obscuros.

O preço foi infinito sim, pois Ele perdeu algo infinito! Diante destes pensamentos tenho uma nova compreensão sobre a conversa do Senhor Jesus com Nicodemos relatada no evangelho de João a respeito da crucifixão do Filho do Homem e do amor de Deus por nós ao nos dar seu Filho (João 3:10 a 21). O Senhor Jesus nos foi dado verdadeiramente! E isso é maravilhoso! Ele é nosso, nos pertence por toda a eternidade!

Não dá pra duvidar de um amor assim! Só nos resta amá-Lo também, tornando-nos a Sua recompensa por Seu tão grande e penoso trabalho (Isaías 53:10 a 12). Amém!

Rogério


Citação de Ellen G. White

Pela Sua vida e morte, Cristo operou ainda mais do que a restauração da ruína produzida pelo pecado. Era o intuito de Satanás causar entre o homem e Deus uma eterna separação; em Cristo, porém, chegamos a ficar em mais íntima união com Ele do que se nunca houvéssemos pecado. Ao tomar a nossa natureza, o Salvador ligou-Se à humanidade por um laço que jamais se partirá. Ele nos estará ligado por toda a eternidade.

"Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito." João 3:16. Não O deu somente para levar os nossos pecados e morrer em sacrifício por nós; deu-O à raça caída. Para nos assegurar Seu imutável conselho de paz, Deus deu Seu Filho unigênito a fim de que Se tornasse membro da família humana, retendo para sempre Sua natureza humana. Esse é o penhor de que Deus cumprirá Sua palavra.

"Um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; e o principado está sobre os Seus ombros." Isa. 9:6. Deus adotou a natureza humana na pessoa de Seu Filho, levando a mesma ao mais alto Céu. É o "Filho do homem", que partilha do trono do Universo. É o "Filho do homem", cujo nome será "Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz". Isa. 9:6.

O EU SOU é o Árbitro entre Deus e a humanidade, pondo a mão sobre ambos. Aquele que é "santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores" Heb. 7:26, "não Se envergonha de nos chamar irmãos". Heb 2:11. Em Cristo se acham ligadas a família da Terra e a do Céu. Cristo glorificado é nosso irmão. O Céu Se acha abrigado na humanidade, e esta envolvida no seio do Infinito Amor. -- O Desejado de Todas as Nações, págs.25-26, versão em CD-Rom 1.0. [Divisões de parágrafo acrescentadas para facilitar a leitura.]

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