Jesus Cristo: Divino-Humano Para Sempre

Comentário sobre a “Opinião: O Filho de Deus Morreu para Sempre e Não Apenas Por Algumas Horas

 

Shalom, irmãos!

Em primeiro lugar, quero destacar uma citação de Ellen G. White:

A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo. Cristo foi um homem real; deu prova de Sua humildade, tornando-Se homem. Entretanto, era Ele Deus na Carne. Quando abordamos este assunto, bem faremos em levar a sério as palavras dirigidas por Cristo a Moisés, junto à sarça ardente: ‘Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.’ Êxo. 3:5. Devemos aproximar-nos deste estudo com a humildade de um discípulo, de coração contrito. E o estudo da encarnação de Cristo é campo frutífero, que recompensará o pesquisador que cave fundo em busca de verdades ocultas”. (Mensagens Escolhidas. Vol. 1. 2ª ed. 1985. p.244.)

O estudo da encarnação do Messias, como diz a citação, “é campo frutífero, que recompensará o pesquisador que cave fundo em busca de verdades ocultas”.

Quando comecei a estudar o assunto da trindade, essa citação de Ellen G. White, foi uma que o Eterno e o Seu Filho usaram para me sustentar e fortalecer no estudo de João 17:3, conseqüentemente, no estudo da encarnação do Messias.

Por que essa citação foi e é importante? Porque eu poderia aceitar o Filho do Eterno como um Ser criado ou como um Deus igual a Ele. Até que entendi a diferença entre ser criado e ser gerado pelo Pai.

 

UM SER CRIADO

Como um Ser criado, o Filho jamais poderia ser comparado com o Pai e muito menos ser adorado. (Apoc. 19:10 e 22:8-9).

 

UM SER ABSOLUTAMENTE IGUAL AO ETERNO

Como um Ser igual ao Eterno, o Filho jamais poderia morrer. Porque o Pai é: “O único que possui a imortalidade, que habita na luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!”. (1Tim. 6:16 – ARA – Leia João 5:26).

Quanto ao Filho, a Escritura Sagrada declara que Ele é a “imagem do Deus invisível” (Col. 1:15 – ARA). E “o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa”. (Heb. 1:3 – ARC).

Além do mais, a Escritura declara: “Porque eu, o SENHOR, não mudo...”. (Mal. 3:8 – ARA). Em outro lugar está escrito: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”. Tiago 1:17 – ARA).

 

COMO UM SER GERADO

Como um Ser gerado, o Filho pode  e deve ser adorado. Além do mais, o Pai assim determinou. (Heb. 1:5-6).

 

AS DUAS NATUREZAS DO MESSIAS EM UMA ÚNICA PESSOA

Quanto ao que foi escrito pelo irmão Elpídio da Cruz, vou comentar apenas alguns parágrafos escritos por ele:

As duas naturezas de Cristo estão separadas no tempo. Cristo sendo sempre a mesma pessoa, possuiu, separadas no tempo, duas naturezas diferentes. Antes da encarnação, nosso Senhor possuía os atributos divinos, tal qual Deus, o Pai”.

Ellen G. White escreveu o seguinte:

“... Ele tomou nossa natureza pecaminosa sobre a Sua natureza sem pecado para que pudesse saber como socorrer aqueles que são tentados”.  – (Medicina e Salvação. 3ª ed. 1995. p. 181).

Em outro lugar ela registrou:

Foi a natureza humana do Filho de Maria transformada na natureza humana divina do Filho de Deus? Não; as duas naturezas fundiram-se misteriosamente numa só pessoa – o homem Cristo Jesus. Nele habitava corporalmente toda a plenitude da Divindade. Quando Cristo foi crucificado, foi Sua natureza humana que morreu. A Divindade não sucumbiu e morreu; isso teria sido impossível. ...”.

Essa citação de Ellen G. White, apenas poderá ser bem compreendida, por meio de outras citações:

“... Com pesar e admiração escutaram Suas palavras ao contar-lhes Ele como deveria descer da pureza e paz do Céu, de sua alegria, glória e vida imortal, e vir em contacto com a degradação da Terra, para suportar suas tristezas, ignomínia e morte. ...”. (Patriarcas e Profetas. 12ª ed. 1991. p. 58[63-64].).

Portanto, a morte do Messias, na cruz, apenas foi possível porque antes de Se tornar Homem, Ele abriu mão da Sua glória e da Sua imortalidade. Estas, Ele as devolveu ao Pai. E foi justamente, nesse ato que Ele abriu mão dos Seus atributos para que pudesse tornar-Se o Segundo Adão e viver como Homem. (Leia O Desejado de Todas as Nações. 20ª ed. 1997. pp. 22-23.).

 

O irmão Elpídio escreveu:

A pessoa de Cristo deixou  a natureza de Deus e, por isso, neste sentido deixou de ser Deus e, passou a ser homem, sem nunca deixar de ser Filho de Deus. A mudança que houve foi na natureza, essência e substância e não na pessoa”.

A pessoa de Cristo deixou  a natureza de Deus”. Ou seja: o Filho devolveu ao Pai a glória com os atributos divinos e a imortalidade.

Passou a ser homem, sem nunca deixar de ser Filho de Deus”. Ou seja: Esta é uma transição que não temos como explicar. O Filho do Eterno depois que passou a existir, jamais deixou de existir por um único momento. Exceto na morte que sofreu como um ser humano.

Quanto a encarnação, Ellen G. White escreveu:

A encarnação de Cristo sempre foi e sempre continuará a ser um mistério. O que é revelado é para nós e nossos filhos, contudo, que cada ser humano seja exortado a não colocar Cristo no mesmo patamar humano, tornando-O completamente semelhante a nós mesmos pois não pode ser assim. 5BC p. 1129.”. (OLSON, Robert W. A Humanidade de Cristo. [Excerto dos Escritos de Ellen G. White – Tradução: Sônia Maria Gazeta – Centros de Pesquisas Ellen G. White – IAE – SP. 1990]. p. 10.).

 

OS RISCOS QUE O MESSIAS CORREU AO SE TORNAR HOMEM

“... Não obstante, ao mundo em que Satanás pretendia domínio, permitiu Deus que viesse Seu Filho, impotente criancinha, sujeito à fraqueza da humanidade. Permitiu  que enfrentasse os perigos da vida em comum com toda a alma humana, combatesse o combate como qualquer filho da humanidade o tem de fazer, com risco de fracasso e ruína eterna”. – (O Desejado de Todas as Nações. 20ª ed. 1997. p. 49.).

“Pudesse Satanás ter levado Cristo ao pecado, em um único ponto, ele teria ferido a cabeça do Salvador. Assim como foi, ele poderia apenas tocar o Seu calcanhar. Se a cabeça de Cristo tivesse sido tocada, a esperança da raça humana teria perecido. A ira divina cairia sobre Cristo como caiu sobre Adão. Cristo e a igreja teriam ficado sem esperança. 5BC p. 1131; ST, 9 de junho, 1898”. (OLSON, Robert W. A Humanidade de Cristo. [Excerto dos Escritos de Ellen G. White – Tradução: Sônia Maria Gazeta – Centros de Pesquisas Ellen G. White – IAE – SP. 1990]. p. 18.).

 

O MESSIAS FOI GERADO COM TODOS OS ATRIBUTOS DIVINOS?

O irmão Elpídio diz:

Jesus como pessoa já existente, não recebe do Pai os atributos que O fazem igual a Deus. Os atributos não vêm de fora. Os atributos lhe são naturais devido sua condição de Filho de Deus. Em linguagem humana, filho de peixe é peixe, Filho de Deus, é Deus”.

A Escritura Sagrada declara que o Filho é igual ao Pai, não é pelo fato do Filho possuir os mesmos poderes do Pai, e sim por ser Filho. (“... Porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”. João 5:18 - ARA; Leia também João 10:30-33). Porque no que diz respeito à onisciência, a mesma Escritura declara: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai”. - (Mateus 24:36 – ARA).

Em outro lugar, o apóstolo João escreveu:

Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo”. (João 5:26 – ARA).

Aqui, o Texto é claro. Foi o Pai quem concedeu (passado) ao Filho a vida imortal. E Ellen G. White, como já foi citado, declara que o Filho abriu mão da vida imortal para que pudesse tornar-Se um homem mortal.

O Filho, da mesma maneira que não foi gerado um Ser imortal, contudo, recebeu do Pai a imortalidade. De igual maneira, Ele não foi gerado com o atributo da onisciência. Por que qual a necessidade desta afirmação: “Tu é meu Filho, eu hoje te gerei?”. Um Filho onisciente, já saberia qual a Sua posição em relação ao Seu Pai. Em outro lugar diz: “Então, eu estava com ele e era seu arquiteto...”. (Prov. 8:30 – ARA).

 

EM QUE SENTIDO HOUVE SEPARAÇÃO ETERNA?

O irmão Elpídio, escreveu também: “... Jesus, na cruz iria separar-se do Pai, de uma forma eterna. Na cruz, se confirmaria eternamente sua auto-aniquilação como Filho de Deus. Antes da encarnação houve um auto-aniquilamento, auto-despojamento, auto-esvaziamento de todos os atributos divinos do Filho de Deus. Para morrer pelo homem, o Filho de Deus deixou de ser Deus, deixou a natureza divina, a essência, a substância divina e tornou-se homem como um de nós”.

Jesus, na cruz iria separar-se do Pai, de uma forma eterna. Realmente, não apenas na cruz, mas a partir do Getsêmani é que houve a separação eterna. Pra que o Filho pudesse ser preso, condenado, humilhado e morto. Contudo, após a ressurreição, cumpriu-se o pedido de oração do Filho, conforme está relatado na oração sacerdotal.

E, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo”. – (João 17:5 – ARA).

Foi justamente com essa glória que Ele ressuscitou:

Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida”. – (Rom. 6:4 – ARA).

Essa é a glória que o anjo Gabriel veio trazer ao Messias no dia da ressurreição. Leia o Desejado de Todas as Nações. pp. 779-780. Quanto ao corpo ressuscitado do Messias, leia, na Bíblia, em Lucas 24:39, e no livro DTN, pp. 22-23 e 25-26. No entanto, o Messias também é Espírito: 2Cor. 5:16; 1Tim. 3:16 e 1 Pedro 3:18 (Vivificado Espírito).

Portanto, a separação eterna foi em função dos pecados que o levaram a morte eterna. Se não o Messias não poderia morrer. Pelo simples fato dEle não ter cometido pecado algum. Somente o pecado poderia separar o Pai e o Filho. Então, ao aceitar morrer pela raça humana (no Getsêmani), ocorreu a separação entre ambos. No entanto, após a ressurreição, o Messias volta a ter todos os poderes novamente (Mat. 28:18 e 1Cor. 15:24-28). – josielteli@hotmail.com

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