Série Descobrindo as Riquezas da Teologia da Criação no Gênesis
3.
A Criação da Humanidade — Homem, Mulher e Mundo

 

Por Edegard Silva Pereira

Depois de apresentar o principal protagonista —o Deus criador e Senhor da vida—, Gênesis passa a contar, em seu estilo tão denso, a história da criação original deste mundo e de tudo o que nele existe. Vamos deter-nos agora na parte menos compreendida pelos leitores comuns — as narrativas sobre a criação do ser humano, o outro grande protagonista da história das origens. Pois as narrativas atestam que toda a criação de Deus é o mundo do ser humano.

É importante notar que a intenção desses relatos (são dois: 1:26-28 e 2:7, 21-24) é mostrar o que significa existir como ser humano, no sentido de Deus, neste mundo. Neles começa o aprendizado da humanidade do homem, um dos veios mais ricos da Bíblia. Para a teologia da criação não existe humanidade sem Deus; e é no diálogo com Deus que surge a humanidade do homem. Tudo o que a Bíblia diz sobre o ser humano está resumido no Gênesis.

Tais relatos definem o ser humano valendo-se também de metáforas e expressões, as quais têm um certo paralelismo com mitos muito difundidos no Antigo Oriente Médio. O uso delas é propositado e responsável, pois essa é a maneira polêmica que a teologia da criação usa para enfrentar os mitos do ambiente, cujas idéias não correspondem à fé de Israel em seu Deus.  No contexto dessa fé, tais metáforas e expressões adquirem um novo sentido, a tal ponto que os relatos da criação conseguem definir o ser humano de uma maneira elevada e totalmente nova. Definição que não foi superada até os dias de hoje.

 

A criação do ser humano

A primeira referência à criação do ser humano está em Gênesis 1:26-28:

"Aí ele (Deus) disse: — Agora vamos fazer os seres humanos, que serão como nós, que se parecerão conosco. Eles terão poder sobre os peixes, sobre as aves, sobre os animais domésticos e selvagens e sobre os animais que se arrastam pelo chão. Assim Deus criou os seres humanos: ele os criou parecidos com Deus. Ele os criou homem e mulher e os abençoou, dizendo: — Tenham muitos e muitos filhos; espalhem-se por toda a terra e a dominem. E tenham poder sobre os peixes do mar, sobre as aves que voam no ar e sobre os animais que se arrastam pelo chão."

O texto ressalta o seguinte: o ser humano foi criado como homem e mulher e parecido com Deus a fim de exercer o domínio no mundo. Isto significa que o ser humano não é visto como um ser em si, mas em estreita relação com aquilo a que pertence. Sobretudo, é visto como o ser mais próximo de Deus e integrado a seu mundo.

Quais são as intenções da teologia da criação ao apresentar a criação do ser humano dessa maneira?

É uma investida contra os modelos mais influentes de seu ambiente cultural, os quais justificavam a desigualdade entre homem e mulher nas relações domésticas e na vida política e social. Antes de inventariar o significado dos relatos, é conveniente darmos uma olhadela na condição à qual a mulher estava submetida no mundo antigo. 

Esse mundo é o mundo da escravidão, cujo ambiente é profundamente machista, hostil para a mulher e quase sempre a brutaliza. Na sociedade romana, a mulher é considerada uma “pequena criatura”, e na grega é tratada como uma criança irresponsável. Nas mais primitivas, não passa de um “animal doméstico”. Mulheres e escravos não contam; estão lá para ser consumidos.

Para o homem livre da antiguidade, a mulher está ali para fazer filhos e aumentar o patrimônio. É uma ferramenta do trabalho, um elemento que faz parte da casa, com o qual o homem faz o que quer. Por vezes, ela é espancada. Quando é bem tratada, o é em função de seu dote ou de seu pai nobre. Há casamento. Mas não é uma relação de amor; é, isto sim, uma relação de poder machista. Para esse homem, a paixão é boa apenas para os poetas e só existe nos romances. O divórcio se dá da mesma maneira: quando o homem assim o quer.

Para não se deixar dominar, o homem livre da antiguidade é impelido para dominar sempre. Ele vê o amor como o grande perigo, pois ceder aos sentimentos amorosos  significa perder o controle sobre si mesmo e sua propriedade. Por isso, boa parte dos senhores prefere uma opção perfeitamente reconhecida: uma união de segunda ordem com uma mulher inferior ou uma escrava liberta, com a qual viverão em concubinato. O harém de escravos é algo comum entre os senhores. Eles defloram as meninas ou escolhem os garotos, que criam menos dificuldades. Os filhos das concubinas não serão herdeiros do pai.

Até nas melhores sociedades, principalmente nas zonas rurais, as moças são violentadas e ocorrem estupros em grupos. Poucas das escravas libertas mais jovens conseguem sobreviver sem caírem na prostituição ou no concubinato. Em muitos lugares, a função das sacerdotisas é servir nos templos como prostitutas sagradas.

Já veremos como a teologia da criação estabelece a igualdade do ser entre homem e mulher, a fim de resgatar a mulher desse ambiente que lhe é adverso.

 

A igualdade do ser

Os relatos da criação do ser humano estabelecem a igualdade do ser em seu aspecto mais fundamental — a que existe entre o homem e a mulher, mediante o enfoque do que lhes é comum, a saber, a qualidade genérica do ser, o caráter essencial, os traços dominantes, determinados pelo lugar que ocupam na criação em relação a Deus.

A teologia da criação formula a igualdade de estado entre o homem e a mulher de duas maneiras. A primeira (1:26-28), cuja transcrição já foi feita, apresenta ambos como cópia da figura divina. Ou, mais claramente, afirma que também a mulher foi criada parecida com Deus. E essa igualdade de imagem tanto do homem quanto da mulher constitui uma novidade no mundo em que o Gênesis foi escrito, no qual a mulher sempre foi considerada diferente e inferior ao homem. Mais adiante, veremos em que sentido o homem e a mulher são "imagem de Deus".

A segunda (2:21 e 22) descreve assim a criação da mulher:

Então o Deus Eterno fez que o homem caísse num sono profundo. Enquanto ele dormia, Deus tirou uma das suas costelas e fechou a carne naquele lugar. Dessa costela o Eterno formou uma mulher e a levou ao homem.

Esta narrativa acentua a união da mulher com o homem principalmente pelo fato de que ela não foi formada, como o homem e os animais, da terra do campo, mas da costela do homem mesmo. O homem caído no sono profundo não é expectador nesta criação. Mas ele admira jubiloso à mulher e a recebe como realmente aparentada: "Agora sim! Esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos. Ela será chamada de ‘mulher’ porque Deus a tirou do homem."

Com essas palavras, o homem reconhece a igualdade de estado entre ele e a mulher em dois sentidos: 1) igualdade de constituição — "carne da minha carne e osso dos meus ossos" (a fórmula hebraica de parentesco); 2) igualdade do ser — "será chamada de 'mulher' (‘ishsha) porque Deus a tirou do homem (‘ish)".

As duas narrativas salientam que apenas o homem e a mulher juntos, do modo expressado por elas, representam um ser humano inteiro e aceitável.

 

A igualdade no matrimônio

Em 2:24, a igualdade do ser da mulher não resulta só da maneira como ela foi criada, mas também das relações que deve ter como esposa em relação ao marido. "É por isso que o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa”. Afirmando que ambos se tornam "uma só pessoa", ou "um só corpo" (basar), o texto indica que o estado igualitário entre homem e mulher atinge seu ponto culminante na união íntima do matrimônio — o que estava separado pela sexualidade se junta para formar um corpo comum, uma comunidade de vida.

O matrimônio surge da narrativa como algo mais que uma necessidade social ou fisiológica — é a condição na qual o ser humano se completa! Essa relação conjugal igualitária supera qualquer outra relação de parentesco, inclusive entre pai e filho, pois o homem é impelido a deixar pai e mãe para unir-se a sua mulher.

Em que sentido a humanidade do homem e da mulher se completa no matrimônio quando ambos se tornam “uma só pessoa”? Nas Escrituras, tornar-se “um” ou “uma só pessoa” com alguém significa comprometer-se, engajar-se e ligar-se um ao outro por uma vontade comum. Quando isto acontece no matrimônio, a humanidade de marido e mulher se completa, pois foi abolida tanto a diferença sexual quanto à agressividade entre homem e mulher. Mas é o oposto disso o que mais se observa hoje em muitos matrimônios: marido e mulher perdem tempo brigando para ver quem tem razão, ou qual consegue impor sua vontade e transformar o cônjuge em realizador de seus desejos. Esse não é o matrimônio no sentido de Deus.

A mulher também é a parceira igualitária do homem no governo do mundo.

     

A igualdade na administração do mundo

 A apresentação da essência do homem como sendo a "imagem de Deus" não é nova no ambiente cultural do Antigo Oriente Médio. É uma noção fundamental nas culturas arcaicas e nas grandes tradições religiosas do Egito e da Mesopotâmia, nas quais se reservava o privilégio de ser "imagem da divindade" somente para o rei ou faraó. A novidade que a teologia da criação introduz é a afirmação de que todo ser humano foi criado "à imagem e semelhança de Deus", isto é, universaliza o privilégio concedido pelas tradições sociais aos governantes. Vejamos isso com mais detalhes.

Em 1:28, o encargo da multiplicação (assim, com a criação, são dados expressamente a geração e o nascimento) está diretamente relacionado com o governo do mundo pela humanidade. Ora, o crescimento da humanidade para administrar o mundo é impossível sem a participação da mulher. Isso significa que o papel que cabe à mulher no governo do mundo é só o de reprodutora?

O capítulo 2 supõe que não. O dar nome aos animais dos versos 19 e 20 deve ser entendido como a ação inicial do homem no exercício de seu domínio no mundo. Dar nome aos animais significa, para os antigos hebreus, ter domínio sobre eles. Mas o homem sente-se só já na sua ação inicial de administrar o mundo e percebe que necessita de ajuda para cumprir esse encargo divino. Deus também reconhece que o homem necessita de "alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade", ou "uma auxiliadora que lhe seja idônea", como consta em outras versões.

Nessa expressão, há dois termos hebraicos que merecem atenção. O primeiro é 'zer (auxiliadora), que nunca é empregado para designar um auxiliar subordinado a outra pessoa. Refere-se a alguém que está em condições de prestar ajuda. Não denota superioridade do que presta o auxílio quando se trata de outro ser humano. É alguém capacitado para auxiliar, e por isso mesmo se coloca no plano daquele a quem ajuda. O segundo termo é negeda (idônea), que significa "correspondente a", "equivalente a", "complemento", "duplicata", "igual e adequado a", e que reforça a idéia contida no termo anterior. Ambas as palavras expressam claramente a idéia de igualdade entre o homem e a mulher, estabelecida pelo Criador, para que possam, juntos, governar o mundo.

Por outro lado, podemos inferir de tudo o que foi visto, e especialmente da afirmativa "Tanto o homem como a mulher estavam nus, mas não sentiam vergonha” (2:25), que mais que uma diferença causadora de vergonha —como acontece em muitas culturas— a diferença sexual entre o homem e a mulher é vista como aspectos pelos quais o ser humano, além de reproduzir-se,  se complementa e se completa.

Não sem muita luta, a mulher vem conquistando a igualdade com o homem nas sociedades modernas. Mas ainda falta muito para que ela consiga atingir a condição igualitária e a dignidade que o Gênesis lhe concede. O que falta à mulher moderna para abolir a desigualdade entre ela e o homem é explodir o modelo tradicional de vida, que a define como diferente do homem.

 

O modelo tradicional

A teologia da criação apresenta uma forma universalista de vida, na qual a semelhança entre os sexos é mais importante do que as diferenças. Tal visão investe contra os modelos tradicionais de vida que elegem a diferença como prioridade, incluso o modelo tradicional de nosso tempo, conhecido como diferencialismo, que se sustenta sobre idéias da filosofia naturalista e define a mulher pela biologia, por sua capacidade de ter filhos, reduzindo-a aos estereótipos que acompanham essa filosofia.

Foi Beauvoir quem disse que as pessoas que seguem o modelo tradicional definem os homens pelo que eles fazem e as mulheres por sua natureza. Ele chama a atenção para o fato de como isso limita a possibilidade da mulher ter outros modelos mais coerentes com sua condição humana.  E Françoise Héritier faz ver que, quando se elege a diferença como prioridade do modelo de vida, vem a interrogação: “quem é o melhor?” Como resposta, cria-se uma hierarquia que impede de se instalar o sentimento de igualdade, de se abolir a agressividade entre homem e mulher.

O diferencialismo — o caminho escolhido também pelo feminismo radical americano e francês e pelo fundamentalismo islâmico— leva a impasses terríveis. Por esse caminho, o radicalismo feminista do Ocidente constrói um muro de desconfiança entre os dois sexos. Por um lado, estigmatiza um gênero inteiro a partir de exceções patológicas, acentuando a imagem de um homem predador e estuprador. Por outro lado, reproduz a imagem da mulher como a de uma criança impotente que tem de recorrer aos tribunais para coibir o assédio do homem.

Devido à leitura sexista do Alcorão, o fundamentalismo islâmico oprime, tortura e mata mulheres nos países onde se instala como poder político. Por exemplo, meninas africanas são submetidas à excisão (circuncisão feminina). Na Nigéria pode-se lapidar uma mulher adúltera. Na Argélia, de 1992 a 1997, foram degoladas mulheres que não queriam submeter-se à lei islâmica e ao uso do véu.

A imposição do uso do véu na cabeça para evitar que a mulher se torne fonte de tentação, não é somente o sinal sexista da religião muçulmana, mas também o estandarte político de uma ideologia que deteriora ainda mais a dura condição da mulher nas culturas islâmicas do Terceiro Mundo.

A partir de 1970, as mulheres demonstraram, a partir do Ocidente, que podem fazer tudo o que os homens fazem, tão bem quanto eles. Mas se vêem desiludidas porque até hoje não conseguiram que os homens partilhem o mundo privado com elas de igual para igual.

Sem dúvida, a visão do Gênesis sobre a igualdade e a responsabilidade dos sexos continua sendo atual, e pode ajudar a explodir o modelo tradicional que limita a mulher a uma função biológica.

Resta uma questão importante: como deve ser o governo da humanidade sobre a criação?

 

Que tipo de domínio?

Já vimos que o relato de 1:26-28 estabelece uma vinculação entre o conceito de imagem de Deus e a missão do ser humano de exercer o domínio no mundo. Tal vinculação fica mais clara projetando-a sobre o fundo cultural.

Era costume dos grandes reis do Antigo Oriente Médio erigirem estátuas suas, como distintivo emblemático de sua soberania, nas províncias de seu reino, às quais não iam pessoalmente porque estavam muito distantes. Por exemplo, no século treze antes de Cristo, o faraó Ramsés III fez esculpir sua imagem na rocha, na desembocadura do Rio dos Cães, no Mar Mediterrâneo, ao norte de Beirute. Essa imagem significava que ele era o dominador dessa região.

De modo correspondente, o ser humano foi colocado na terra como "estátua" de Deus no mundo, isto é, como signo da majestade divina. Portanto, a semelhança de imagem entre Deus e o ser humano é a expressão simbólica da semelhança existente entre Deus e o ser humano e da relação dela decorrente: que o ser humano é a criatura mais próxima de Deus e o representa no governo do mundo.  

Ao apresentar o ser humano como "cópia plástica" de Deus, a teologia da criação tem as seguintes intenções:

1) Indicar que o caráter peculiar do ser humano na criação deve ser entendido a partir de sua relação especial para com Deus. Ou, de outro modo, quer indicar que a compreensão que o homem tem de si mesmo resulta da relação de Deus para com o homem. A expressão “imagem de Deus” deve ser vista, em primeiro lugar, como a capacidade que Deus deu a homem de corresponder à palavra de Deus, escutando, e a seguir obedecendo e respondendo. 

2) Pôr o ser humano numa relação especial para com os seres vivos criados anteriormente — plantas e animais. O domínio do homem no mundo deve ser visto assim: ele se ocupa com as mesmas coisas que Deus criou. As plantas e os animais,  com os quais tem que lidar sempre, são criaturas de Deus. Sempre que ele entra em relação com os seres e coisas do mundo, entra sempre em relação com Deus, com o seu criador que lhe confiou os seres e coisas.

3) Esclarecer que é exatamente como dominador da criação que o homem é "imagem de Deus"; e que o seu direito de domínio e a sua obrigação de dominar não são autônomos, mas tem caráter de imagem. "Semelhança" acompanha "imagem" porque, com esse reforço, quer sublinhar não só a proximidade e o parentesco do homem com Deus, mas também deseja impedir o equívoco de que correspondência só significasse identidade e não também diferença na semelhança. Entre Deus e o ser humano existem as semelhanças e as diferenças que há entre o original e a sua estátua.

E assim a teologia da criação documenta que Deus é o Senhor da criação, e o homem é lembrado de que também pratica o domínio como o administrador posto por Deus. O homem deve encarregar-se da sua tarefa não com a arbitrariedade de dono, mas como administrador responsável, cuidando de que o mundo seja sempre um lar deleitoso para ele e para as outras criaturas de Deus, o que está implicado no nome Éden (delícia), dado ao jardim que foi a morada original do ser humano e dos animais.

4) Deixar muito claro que a administração do mundo é um encargo divino dado a uma humanidade grande (resultante, segundo 1:26, da multiplicação dos seres humanos até encherem a terra), e não a nenhum homem eminente em particular. Em 1:26, o relato diz que os seres humanos foram criados "parecidos com Deus" para que "eles dominem". Note-se o plural "eles", que está relacionado com "façamos a humanidade (‘adam)". Logo o governo do mundo não é dado a grandes indivíduos ou a um grupo de indivíduos, mas a toda a grande comunidade humana na multiplicidade de seus membros.

5) Quer desmiticizar o mundo. Em oposição aos mitos do ambiente, as narrativas movem-se num mundo totalmente desmiticizado. Afirmam que tudo e cada ser ou coisa em particular que se encontra no mundo é criação de Deus, e foi criado fora de Deus e distinto de Deus. Portanto, não há terra divina, nem animais divinos, nem astros divinos ou outros âmbitos inacessíveis ao ser humano. Todo o mundo desmiticizado é o ambiente do ser humano, seu espaço vital, que ele pode modelar a fim de instalar-se nesse mesmo mundo e fazer dele seu lar. "Para nós —cito a Gerhard von Rad—, más também para a antiguidade, isto parece um paradoxo: Quanto mais conseqüentemente o mundo é visto como criação, com tanto mais conseqüência se pode falar da sua natureza de mundo".

6) Finalmente, o relato de 1:26-28 dá a entender que a única maneira do ser humano encontrar o sentido da vida é valorizar o outro. Algo que tem sido sempre difícil para os homens impulsionados por seus próprios interesses.

 

Indubitavelmente, o encargo da humanidade de administrar o mundo como imagem de Deus ainda não foi cumprido. Mas a humanidade como tal está ameaçada por sua falta de unidade e porque há o perigo de lhe fugir o domínio pelo desconhecimento das tarefas de sua supremacia. A maneira irresponsável como a humanidade sujeita e explora o mundo a faz perigar e adultera a imagem de Deus.  

Se a humanidade tivesse vivido de acordo com os desígnios originais de Deus vistos aqui, sem dúvida teria evitado alguns problemas graves que são hoje suas maiores dores de cabeça. Teria evitado criar modelos de vida que elegem a diferença como prioridade e são os principais responsáveis pela decadência das relações domésticas, políticas e sociais. Teria evitado a destruição que provocou no mundo durante milênios. E teria evitado as formas de poder que excluem milhões de pessoas e as condenam a viver na pobreza e a morrer de fome ou de doenças evitáveis. 

Tendo em vista tais desígnios, pergunto ao leitor: Sua igreja permite que as mulheres exerçam o pastorado e participem da administração em igualdade com os homens, ou ainda as discrimina e só permite que elas exerçam funções menores? Sua igreja tem um modelo de vida religioso que faz o homem aparecer como melhor que a mulher? Se esse modelo existe, você o aprova? Se descobrisse que sua igreja não vê a mulher como Deus a vê, o que você faria?

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