Ellen White Condena o Despotismo e Incompetência Administrativa

 

Nova série de artigos: A Ideologia do Poder na IASD e as Lições de Ellen White aos Presidentes de Associação e Outros Administradores

Como temos visto, é alto tempo de os fiéis líderes em meio ao povo de Deus (e eles existem em grande número, estou convicto disso), pensarem e repensarem as suas práticas – nas assembléias, mesas administrativas ou, “simplesmente”, no exercício diário da função – e, movidos pelo amor a Deus e à Sua herança, reassumirem o propósito Divino: “Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória” (I Pedro 5:2-4).              

Objetivando auxiliá-los nesta tão solene tarefa, a seguir passamos a analisar uma série de textos da Sra. Ellen White que, com toda precisão e segurança, fornecem os referenciais e  instrumentos adequados para aferição de todas as ações dos administradores cristãos:           

 

O Verdadeiro Papel dos Departamentais e Presidentes de Associações: Aconselhar, Orientar e, Principalmente, Motivar:

A nenhum homem foi designada a tarefa de dominar sobre seus semelhantes. Cada homem deve suportar seu próprio fardo. Deve proferir palavras de encorajamento, fé e esperança a seus coobreiros; deve ajudá-los a suportar fardos especiais, sugerindo-lhes melhores métodos de trabalho; contudo, em nenhum caso deve desencorajá-los e enfraquecê-los a fim de que o inimigo não obtenha vantagem sobre suas mentes – uma vantagem que, em tempo, reagiria sobre ele mesmo”. – Manuscrito 20, 1907, pp. 9-10.

 

Condenadas a Tirania e Despotismo

“Homens que são chamados por Deus para ocuparem elevadas posições devem cultivar humilde dependência dEle. Não se espera que eles usem de excessiva autoridade, pois Deus não os chamou para governar, mas para planejar e aconselhar outros coobreiros. Cada obreiro, indistintamente, deve submeter-se às instruções e exigências de Deus”. – Testimonies,vol. 9, p. 270.

Devo dizer-vos que não deveis assumir o cargo de presidente de uma associação se sentis que deveis moldar as experiências de outros conforme vossas próprias idéias. Vosso curso de ação tem revelado falta de sábia percepção. Vosso caráter necessita de reforma. Eu vos exorto agora, diante de Deus, a fazerdes um árduo trabalho de arrependimento e reforma. ... Deus proíbe que homens exerçam jurisdição arbitrária sobre a mente de seus irmãos”.  Carta 380, 1907.

É um erro para uma associação eleger como presidente alguém que considere que seu cargo lhe conferirá poderes ilimitados em suas mãos. O Senhor me instruiu a dizer-vos que não sabeis quando usar a autoridade e quando deveis parar de usá-la insensatamente. Tendes muito o que aprender antes de fazerdes o trabalho de presidente de uma associação sabiamente. Deveis ter em mente que na causa de Deus há um Diretor principal, cujo poder e sabedoria está acima das mentes humanas”. – Carta 290, 1907, págs. 2 e 3.

 

Liderança Não é Domínio, Nem Tampouco a Posição de Pastor ou Administrador Purifica – o “ungido” – ou Santifica Ninguém:

Homem algum deve colocar-se como ditador, como um senhor sobre seus semelhantes, para agir de acordo com seus impulsos naturais. Jamais deve permitir-se que a voz e a influência de um só homem se tornem um poder dominante. Estou instruída pelo Senhor a dizer que a posição jamais comunica ao homem graça, ou o torna justo. ‘O temor do Senhor é o princípio da sabedoria’ (Prov. 1:7). Alguns homens aos quais se confiaram posições de responsabilidade, alimentam a idéia de que a posição é favorável ao engrandecimento do eu”. – Medicina e Salvação, pág. 165.

 

Condenada a Administração Centralizadora – Aquela Em Que Tudo Gira em Torno do “Líder”, Em Que Todos Devem Buscar Seu Aval e “Benção” Para Tudo:

Às vezes um homem é colocado em posição de responsabilidade, como chefe, concebe a idéia de que está numa posição de suprema autoridade e que todos os seus irmãos, antes de fazerem qualquer movimento de avanço, devem primeiro dirigir-se a ele pedindo permissão para fazerem aquilo que eles sentem que se deve fazer. Tal homem está numa posição perigosa. Perdeu de vista a obra do verdadeiro Líder do povo de Deus. Em vez de agir como sábio conselheiro, assume as prerrogativas de um governante exigente.

Deus é desonrado em toda a exibição de autoridade e exaltação própria dessa natureza. Nenhum homem que está em sua própria força deve jamais ser mente e juízo para outro homem que Deus está usando em Sua obra. Ninguém deve estabelecer regras e regulamentos feitos pelo homem para governar arbitrariamente seus colaboradores que têm uma viva experiência na verdade”. – Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 491-492.

 

Uma Solene e Terrível Advertência

“Tal poder que tem se desenvolvido como se as posições transformassem homens em deuses, amedronta-me e deve causar apreensão onde quer que exerça tal tipo de conduta. Esse domínio sobre a herança de Deus provocará tal repulsa nos subordinados que resultará em um estado de revolta. As pessoas estão aprendendo que os homens que ocupam posições elevadas não podem dirigir e moldar a mente e o caráter de outros homens. Isso resultará em falta de confiança até mesmo na administração de homens confiáveis”. - Carta 55, 1895 (19 de setembro, 1895 ).

 

Nota: Sumariando, temos os seguintes conceitos e conclusões da Mensageira do Senhor concernente às manipulações e arbitrariedades cometidas pelos administradores da nossa Obra:

1) Esse estado de coisas, já em fermentação naqueles dias, causou perplexidade, espanto e verdadeiro pavor em EGW: “Tal poder que tem se desenvolvido como se as posições transformassem homens em deuses, amedronta-me...”

2) Causa e Efeito: EGW responsabiliza os tiranos e déspotas da Obra, através de seus atos levianos e arbitrariedades, pela insatisfação e revolta que campeiam em nossa Igreja: “Esse domínio sobre a herança de Deus provocará tal repulsa nos subordinados que resultará em um estado de revolta”.

3) EGW fala sobre a positiva “politização” dos membros e obreiros, percebendo a manipulação que corre solta em nossos arraiais: “As pessoas estão aprendendo que os homens que ocupam posições elevadas não podem dirigir e moldar e mente e o caráter de outros homens”.

4) EGW faz um poderoso e solene alerta aos líderes fiéis, e não são poucos, em nossa Obra – ela diz que, se não tomarem as devidas e corajosas providências, eles acabarão pagando pelos pecados dos maus administradores: “Isso resultará em falta de confiança até mesmo na administração de homens confiáveis”.

 

Conclusão

Há um velho e oportuno ditado que diz: “Uma laranja podre, põe todo o saco a perder”. Ao entrar no processo de putrefação, uma única fruta poderá “contaminar” todas as demais, levando todas as demais a se perderem. Os líderes, muitos deles sinceros e fiéis, têm agido, via de regra, como se o inimigo fosse o denunciante e não o culpado e autor dos delitos que provocaram a saudável denúncia e, com isso, estão atirando no próprio pé.

É preciso que acordem para o fato de que a sua credibilidade junto aos fiéis, e sua própria sobrevivência, estão diretamente ligadas à maneira como lidam com o pecado e pecadores nos altos escalões: “E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]” (I Coríntios 5:2-5).

Diante do Justo, Imparcial e Soberano Juiz do Universo, a falha do irmãozinho obscuro, “simples leigo”, não possui a mesma gravidade das falhas dos seus líderes, superiores hierárquicos:

Deus perdoara ao povo maiores transgressões, mas não podia tratar com o pecado nos dirigentes do mesmo modo que naqueles que eram dirigidos. Honrara a Moisés mais do que a todos os outros homens na Terra. Revelara-lhe a Sua glória, e por meio dele comunicara Seus estatutos a Israel. O fato de que Moisés gozara tão grande luz e saber, tornara mais grave seu pecado. A fidelidade passada não expiará um mau ato sequer. Quanto maior a luz e os privilégios concedidos ao homem, maior é sua responsabilidade, mais grave a sua falta, mais severo o seu castigo”. – Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág. 420.   

Está decretado, portanto, em caráter definitivo e irrevogável, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo o fim da Lei de Maurício (Pinto de Lima, Presidente da AES), que afirma:

Os administradores erram, sim. Mas isso não é da conta de ninguém. Erram, mas não precisam prestar contas de seus atos, e, principalmente, não podem receber qualquer tipo de punição. Só os leigos podem ser punidos.

É exatamente isso que nós iremos ver na Parte III: Ellen White Rompe, Em Definitivo, O Discurso e Esquemas Ideológicos de Proteção dos Maus Líderes na IASD. Aguardem! -- Rafael Moraes Silveira, membro leigo, porém esclarecido.

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