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SÍNODO: BISPO, “NOS EUA UM ATAQUE CONTRA O PODER ECONÔMICO MUNDIAL”
05/10/2001 21:36

Cidade do Vaticano, 05 out (SN) – “O verdadeiro assalto de 11 de setembro não foi contra uma grande e trabalhadora nação, os EUA, mas contra o poder econômico mundial, contra os grandes poderes que aniquilam inteiras populações com a fome, às vezes abertamente, mas mais freqüentemente através de subterfúgios”. É o que afirmou ontem dom Cosmo Francesco Ruppi, arcebispo de Lecce (sul da Itália), falando durante a sexta Congregação geral do Sínodo dos Bispos, que acontece no Vaticano até o próximo dia 27 do corrente. 

“Nos grandes temas da justiça social, da solidariedade e do re-equilíbrio econômico-social – continuou o arcebispo – a Igreja não é e não pode ser neutra, como nunca o pode ser nos temas da paz, da liberdade, do diálogo. Os homens de hoje, crentes e não crentes, governantes e governados, devem saber que a Igreja é prudente e paciente, mas não se cala quando está em jogo o direito à vida, à saúde, à sobrevivência, isto é, os direitos fundamentais reconhecidos a cada pessoa e a todas as pessoas”. 

Para dom Ruppi, “a caridade da Igreja se faz sentir concretamente a favor dos migrantes, às vezes entre sacrifícios, incompreensões e ofensas, mas ninguém nunca vai segurar a Igreja em sua obra de acolhida”. 

Hedonismo, consumismo, economia de mercado: são estes, concluiu o arcebispo de Lecce definindo o bispo “profeta da justiça” e “apóstolo da caridade”, os “pecados sociais” que os pastores da Igreja têm o dever de denunciar, colocando-se ao lado dos pobres sem titubeios e ser reservas” para “levar o evangelho da esperança aos pobres, doentes, refugiados, aos refugiados, aos presos, a todos os oprimidos e perseguidos do mundo”.

Fonte: http://www.msmtnews.com.br/noticias/ultimasnoticias/index.php3?data2=20011005213636 


Busca Ecumênica de Justiça e Paz Deve Levar à Reconciliação com Roma

Cardeal Arinze: O diálogo interreligioso não pode cair no sincretismo
Pede aos bispos no Sínodo anunciar com clareza o Magistério

CIDADE DO VATICANO, 3 outubro 2001 (ZENIT.org).- Consciente da importância que alcançou o diálogo entre as religiões depois dos atentados contra Estados Unidos de 11 de setembro, o cardeal Francis Arinze tomou a palavra no Sínodo para explicar quais são os caminhos que este desafio deve percorrer.

«Se o diálogo interreligioso pode começar pela dimensão horizontal --a busca conjunta da justiça, da paz, da harmonia e dos valores religiosos--, deve levar sobre tudo de maneira clara à dimensão vertical: a busca de Deus, a busca da verdade religiosa, o esforço por uma maior abertura à ação divina», constatou o prefeito do Conselho Pontifício para o Diálogo Interreligioso.

Deste modo expôs uma pergunta fundamental: «Se o bispo não ensinar e difundir estas verdades, quem o fará?».

«A relação da Igreja com as pessoas de outras religiões se funda na fé de Jesus Cristo», esclareceu o cardeal nigeriano. «Para a Igreja o diálogo ou a colaboração interreligiosa se caracterizam pela esperança, a esperança em que um dia todo e todos se reconciliem em Cristo, Senhor da história, e desejo de todos os corações».

«No mundo de hoje --seguiu dizendo o cardeal de 68 anos--, o bispo não tem eleição entre promover ou não promover o diálogo interreligioso. A pluralidade das religiões é um fato em grande parte das sociedades. Os movimentos populacionais foram facilitados pelos modernos meios de transporte seja por motivos econômicos, culturais, políticos ou de outro tipo».

«Agora», continuou dizendo Arinze, o diálogo «deve fundar-se na ortodoxia». E se explicou: «O bispo é acima de tudo professor da doutrina da fé».

«Naturalmente tem que vigiar sobre as idéias teológicas em matéria de diálogo interreligioso em sua área de competência», reconheceu, mas sobre tudo «deve alimentar a seu povo com a rica doutrina do Magistério».

Por último, Arinze explicou o sentido evangélico do diálogo interreligioso: «Um cristão, ao encontrar-se com pessoas de outras religiões, é acima de tudo uma testemunha de Cristo. Através desse cristão, outros crentes devem ver, ouvir, viver, tocar, falar e trabalhar com Cristo». --
Código: ZS01100309, Data publicação: 2001-10-03.

Fonte: http://zenit.org/spanish/visualizza.phtml?sid=10709


 

Não pode haver colegialidade sem primado do Papa
Bispos recordam que o papel do bispo de Roma é «irrenunciável»

CIDADE DO VATICANO, 4 outubro 2001 (ZENIT.org).- As petições de uma maior colegialidade no governo da Igreja não devem menosprezar a autoridade do Papa, pediram nas últimas sessões do Sínodo vários dos bispos que tomaram a palavra perante a assembléia geral.

Diferentes prelados, como o monsenhor José Mario Ruiz Navas, presidente da Conferência Episcopal do Equador, ou monsenhor Amédée Grab, bispo do Chur (Suíça) e presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, tinham pedido em dias anteriores à Assembléia que se desse maiores poderes às Conferências de Bispos e ao Sínodo.

Dois participantes na assembléia -- o cardeal László Paskai, arcebispo do Esztergom-Budapest (Hungria), e monsenhor Luis Morais Reis, presidente da Conferência Episcopal Mexicana-- tomaram a palavra para recordar com vigor que a colegialidade não pode pôr em julgamento o primado papal, pois tem um caráter «insubstituível» na Igreja.

O cardeal húngaro confessou ante os prelados que se sentia com a obrigação de falar em defesa do ministério do bispo de Roma, pois considerou que hoje em dia é necessário «expressar com mais clareza a doutrina da Igreja de nosso tempo por causa do sentimento comum que existe contra a autoridade e a hierarquia».

O primado da Hungria, de 73 anos, que sofreu durante décadas na própria carne a repressão comunista, recordou além disso que «a pessoa e o serviço do Supremo Pontífice deram uma grande força espiritual e de ânimo aos fiéis durante a perseguição dos cristãos».

Por sua parte, monsenhor Morais Reis, arcebispo de São Luis do Potosí, confrontou a questão do sucessor do Pedro, explicando com clareza que «a fidelidade a esse primado, é parte integrante e irrenunciável da fé cristã».

«A colegialidade episcopal deve ser entendida à luz das fontes da revelação e não de modelos humanos ou sociais com os que pudesse ter alguma semelhança aparente», afirmou.

«Os dados bíblicos e o ensino da Igreja pedem que esta Assembléia Sinodal aprofunde no tema da espiritualidade da colegialidade, no tom com "Novo Millennio Ineunte" -- a carta programática do Juan Pablo II para o novo século que começa --, para fazê-la mais dinâmica e vivencial», constatou.

Finalmente Morais Reis confessou seu grande «desejo»: «Que se siga aprofundando na natureza teológica e jurídica das Conferências dos bispos, particularmente no referente a seu magistério colegial e a sua relação com a Cúria Romana, e que "a espiritualidade da colegialidade" penetre-as e transforme para fazer de cada Conferência "a casa e a escola da comunhão"». --
Código: ZS01100406, Data publicação: 2001-10-04.

Fonte: http://zenit.org/spanish/visualizza.phtml?sid=10632

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