Talvez as histórias de ficção científica devessem ser
ensinadas nas escolas.
E o futuro está chegando, com uma empresa privada marcando você como gado, controlando
seus passos, controlando seu comportamento e sabendo mais sobre sua vida do que você
mesmo. E que governo não gostaria de controlar estes dados? Mas será que o governo
brasileiro vai permitir isso?
por Aldo Novak, editor do
Relatório Alfa
A empresa VeriChip Corp
assinou, há dois dias, um contrato sigiloso de distribuição exclusiva no Brasil do
VeriChip RFID, para a implantação de milhares de chips localizadores subcutâneos modelo
Solusat. Mais de 800 unidades já estão sendo preparadas para chegar ao país.
Por meio deste chip, inicialmente instalado somente em gatos, cachorros e corpos de
soldados americanos no campo de batalha, qualquer pessoa pode ser localizada em qualquer
lugar do planeta, a qualquer hora, por meio de scanners localizadores especiais. Quando o
scanner é aproximado da pessoa, o chip “liga”, enviando um número de registro com todas as
informações do usuário diretamente para os computadores de controle. A empresa já anunciou
que brevemente a localização será feita diretamente por satélites.
Nos Estados Unidos a FDA (Food & Drug Administration) está proibindo a venda casada com informações sobre os
cidadãos americanos, por isso a empresa se voltou para a América do Sul e alguns países
europeus.
Há discussões, nos Estados Unidos, para exigir que viajantes que entrem no
país, no futuro, usem obrigatoriamente o chip -- informação negada, naturalmente.
A informação foi dada pela revista Business Wire que garante que mais de 5000 chips
localizadores já foram encomendados pelo Brasil e México.
A empresa Metro Risk Management Group, LCC, é o distribuidor exclusivo do sistema no
Brasil. A empresa controladora da VeriChip é a Applied Digital Solutions, Inc., e em um
artigo publicado em janeiro de 2002 na EETimes a empresa controladora informou que este é
um mercado que pode gerar "70
bilhões de dólares por ano", sim, bilhões. Isso, se a sociedade permitir que as
populações sejam numeradas como gado.
O QUE É O CHIP -- e seus perigos
O VeriChip é um microchip transmissor, implantado sob a pele, que emite um sinal
localizador de rádio (radio frequency identification, RFID) que, segundo a empresa, pode
ser usado para uma "variedade de situações de segurança, análise financeira,
identificação de emergência e outras aplicações".
Especialistas em liberdades individuais dos Estados Unidos destacam as "outras
aplicações" e o risco de que, no futuro, todas as pessoas sejam forçadas a ter
implantes identificadores no corpo, tornando os governos totalmente informados sobre quem
é você, onde você vai (durante toda a vida), o que você faz, o que você compra, com quem
você fica.... e uma infinidade de outros perigos. Use a sua imaginação para saber que tipo
de dados estarão nas mãos de algumas poucas pessoas e empresas...
Uma população totalmente controlada seria um prato perfeito para uma nova ditadura
mundial.
A própria empresa informa que os chips podem ser usados para “defesa nacional” e quem tem
dois neurônios sabe o que isso significa realmente para a oposição de qualquer país,
qualquer que seja a época. O que a empresa objetiva é que cada pessoa tenha um chip
verificador para entrar em instalações do governo (usinas nucleares, laboratórios
nacionais de pesquisa, prisões e outro lugares “sensíveis”) e aeroportos, navios e
estações rodoviárias, “para facilitar o trânsito das pessoas e acelerar o gerenciamento de
transportes."
O sonho de ditadores está nascendo. E, por incrível que pareça, agora o Brasil é o país do
“futuro”.
TUDO SOBRE VOCÊ
A empresa acabou de divulgar que, brevemente, estará no mercado o VeriPass e o
VeriTag, que permitirão associar o número da pessoa a sua bagagem (antes e depois da
viagem), aos bancos de dados das companhias aéreas e aos serviços de segurança policial.
Em um país como o Brasil, no qual criminosos se elegem para se protegerem da justiça e em
que a polícia tem parte de sua corporação dominada por “funcionários” de criminosos, não
vai sobrar nenhuma testemunha para mais nada, já que qualquer testemunha terá seus passos
registrados. Cada passo.
Naturalmente, haverá uma montanha de garantias de que a privacidade das pessoas será
mantida e que ninguém mais saberá quando você foi até a igreja, comeu pizza ou fechou um
negócio internacional. Mas todas essas garantias, como sempre, serão esquecidas e
superadas pelos criminosos e pelos futuros ditadores que assumirem este ou qualquer outro
país. São garantias falsas. Ponto final.
A mentirosa explicação de que os celulares pré-pagos precisavam ser registrados para
evitar que fossem usados pelo crime organizado serviu apenas para criar bancos de dados
milionários para as empresas de telecomunicações e para redes internacionais de controle.
Basta dar o nome completo de um brasileiro para algumas empresas americanas e pagar 450
dólares para ter o número de celular desta pessoa, seus dados pessoais, as informações do
banco de dados da Serasa (sim, aquela que garante que isso não acontece) e até o movimento
bancário dessa pessoa.
Ilegal, perigoso e controlado por grupos privados não-brasileiros. Receita para o
desastre.
O LADO BOM
O chip também tem um lado bom. Usuários de marca-passos e outras pessoas
que precisam ser identificadas rapidamente, com seu histórico médico, podem ser salvas
pelo sistema. Na verdade, a empresa usa este "marketing" para conseguir dar os primeiros
passos no mercado. Em um país cheio de sequestros, como o Brasil, o sistema também ajuda
um pouco, mas logo os satélites americanos já estarão aptos a registrar a posição
dos usuários em tempo real em qualquer lugar do planeta e então os
seqüestradores serão detectados rapidamente. Isso até que comecem a cortar braços e pernas
dos sequestrados, para que digam se estão usando um localizador...
O ACORDO COM O BRASIL
Segundo as informações divulgadas pela empresa, 800 chips estão sendo enviados para o
Brasil, além de 24 scanners de detecção. O acordo para distribuição no país tem duração
prevista de 5 anos nos quais 75 mil chips de identificação devem ser implantados em
cidadão brasileiros, além de haver previsão de 3.800 scanners de detecção.
Parabéns. Gado Marcado, Gado Feliz.
Contato com o autor:
aldonovak@relatorioalfa.com.br
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