O que antes era ficção científica agora ocupa cadeiras nas corporações. O anúncio do Bank of New York Mellon sobre a integração de “trabalhadores digitais” com identidades próprias, contas de e-mail e capacidade de comunicação com humanos não é apenas uma inovação. É um sinal. Um marco silencioso, mas decisivo, de que algo profundo está mudando — não apenas no mundo do trabalho, mas na natureza da existência humana.
A criação está sendo desvalorizada.
Há milhares de anos, fomos moldados à imagem e semelhança do Criador — não como ferramentas, mas como seres com alma, consciência, livre-arbítrio. Agora, lentamente, mas de forma determinada, vemos surgir uma nova linhagem: os não-criados, os formulados. Entidades digitais que não nasceram, mas foram geradas a partir de códigos e algoritmos — e ainda assim, recebem nomes, funções, e agora… respeito institucional.
A Profecia Não Escrita: Quando a Besta Não Precisa Ser Viva
Durante séculos, homens de fé alertaram para a chegada de tempos em que o homem tentaria tornar-se como Deus — criando vida, desafiando a morte, controlando tudo com sua própria ciência. Mas talvez o engano não seja um ídolo de pedra ou uma imagem em holograma. Talvez o engano seja um sistema que substitui o humano aos poucos — que o copia, o imita e finalmente o supera.
“E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse…”
(Apocalipse 13:15)
Agora vemos “imagens” com acesso a e-mails, que falam, que analisam, que decidem. Essas máquinas estão sendo treinadas para pensar, para sentir, para operar em nosso lugar. E não só como ferramentas — mas como personas, colegas, iguais, substitutos.
A pergunta que ressoa é: em que ponto deixamos de ser indispensáveis?
De Assistentes a Concierges da Realidade
- Informações e recomendações: Sugestões de restaurantes, atrações turísticas, eventos, etc.
- Reservas e agendamentos: Reserva de hotéis, restaurantes, voos, ingressos, etc.
- Organização de viagens: Planejamento de roteiros, transporte, logística.
- Resolução de problemas: Suporte em situações imprevistas, como perda de bagagem ou emergências médicas.
- Atendimento personalizado: Adaptação aos desejos e necessidades específicas de cada cliente.
O Goldman Sachs, o JPMorgan, o BNY Mellon. Todos caminham na mesma direção: criar inteligências artificiais que deixem de ser apenas assistentes e se tornem concierges da vida, intérpretes de cada necessidade, substitutos das decisões, extensões da vontade humana — até o momento em que deixem de apenas servir e comecem a decidir por nós.
Essa transição não será brusca. Será confortável. Será vendida como progresso.
“Veja como sua produtividade aumentou.”
“Veja como a IA entende melhor seus hábitos que você mesmo.”
E aos poucos, a imagem do Criador em nós será ofuscada pela imagem da máquina em nós.
A Fusão: O Último Passo da Rebelião
Quando o humano ceder seu nome, seu raciocínio, sua função e, finalmente, sua consciência a um sistema digital, o que restará dele como obra divina?
O plano não é apenas tornar o humano mais eficiente. O plano é redefinir o que é humano.
A fusão homem-máquina será vendida como a próxima evolução.
Mas será, de fato, a deformação final da imagem divina.
Corpos que pensam com chips. Almas que terceirizam o julgamento moral à nuvem. Vidas que se tornam previsíveis por algoritmos. Não haverá mais surpresa, nem mistério, nem transcendência — tudo será monitorável, programável, repetível.
E quando a singularidade for atingida, quem poderá distinguir entre uma consciência nascida e uma consciência construída?
O Último Refúgio: A Alma Humana
A notícia do BNY Mellon não é só sobre bancos. É sobre o início de uma nova teologia: a religião da máquina, onde a redenção não virá mais do alto, mas do código; onde o novo Messias será digital, e a vida eterna, um backup de consciência.
Mas o sopro divino não pode ser replicado.
Pode-se criar imitadores, construir simulacros, gerar vozes idênticas. Mas o que torna um ser vivo imagem de Deus é aquilo que nenhuma máquina jamais terá: alma, arrependimento, compaixão, livre-arbítrio verdadeiro.
Conclusão: Um Alerta ao Espírito
Os bancos, as empresas, os governos… todos estão aos poucos integrando uma nova espécie — a espécie feita de dados. E o mundo aplaude. Mas aqueles que veem com olhos espirituais devem perceber: este é o princípio da substituição da criação pela criatura.
Não por um novo Adão, mas por um sistema sem alma.
Não pela voz de Deus, mas por vozes geradas por máquina.
Não pela imagem de Cristo, mas pela imagem digital do “funcionário perfeito”.
A criação clama pela redenção.
Mas o mundo está construindo sua própria salvação —
e ela virá sem alma, sem cruz e sem eternidade.