https://www.youtube.com/watch?v=BivWSn4fopQ
(Configure seu player do YouTube para exibir legendas traduzidas automaticamente em Português do Brasil. Clique primeiro no botão de legendas, depois na engrenagem para configurar.)
O Livro dos Jubileus não é apenas mais um texto religioso -– é um manuscrito proibido que os primeiros líderes da igreja consideraram perigoso demais para incluir na Bíblia. Mas por que um livro que alega ser a palavra de Deus seria considerado mais ameaçador do que as próprias escrituras?
Esse livro misterioso surgiu no segundo século antes de Cristo, escrito por um escriba hebreu que fez uma afirmação incrível. Ele disse que não era de sua autoria, mas uma revelação secreta dada diretamente a Moisés no Monte Sinai. Enquanto Moisés passava quarenta dias e quarenta noites na montanha, um anjo supostamente lhe mostrou tábuas celestiais contendo a verdadeira história da criação, do dilúvio e dos patriarcas. Mas essas não eram as mesmas histórias que você conhece do Gênesis.
O Livro dos Jubileus revelou detalhes chocantes que a maioria das pessoas nunca ouviu falar. Falava sobre anjos sendo criados no primeiro dia, anjos caídos ensinando conhecimento proibido aos humanos e gigantes caminhando sobre a Terra antes do dilúvio.
Segundo esse livro, quando esses gigantes morreram, seus espíritos se transformaram em demônios -– e Deus permitiu que alguns deles permanecessem na Terra para testar a humanidade.
Afirmava ainda que o hebraico era a língua original do Éden, falada tanto por humanos quanto por animais. Mas a verdadeira controvérsia não se resumia a anjos e demônios. Este texto antigo ensinava que a Lei de Deus era eterna e que heróis bíblicos como Adão, Noé e Abraão já seguiam os costumes judaicos milhares de anos antes de Moisés.
Exigia obediência estrita e alertava sobre consequências terríveis para quem não seguisse suas regras. Algumas passagens eram tão extremas que previam a morte na fogueira para certas violações.
O livro também defendia um sistema de calendário completamente diferente – um ano solar em vez do calendário lunar usado pelo Templo. Não se tratava apenas de contar os dias; tratava-se de separar os verdadeiros crentes de todos os outros.
Para a comunidade do deserto de Qumran, que escondia cópias em cavernas, este livro era uma escritura preciosa. Mas para o judaísmo tradicional e o cristianismo primitivo, era radical demais para ser aceito.
Os primeiros cristãos enfrentaram uma escolha difícil. Eles queriam acolher pessoas de todas as nações, mas este livro amaldiçoava os gentios e exigia separação eterna. A mensagem da salvação pela graça não podia coexistir com um texto que insistia que a Lei deveria ser cumprida para sempre.
Os líderes da igreja também temiam que o foco em anjos e demônios distraísse os fiéis do próprio Cristo. Quando chegou a hora de decidir quais livros pertenciam à Bíblia, o Livro dos Jubileus foi discretamente deixado de fora. Não foi destruído, mas banido em silêncio. Somente na Etiópia ele sobreviveu como escritura oficial. Em todos os outros lugares, tornou-se conhecimento proibido –- um livro oculto que alguns acreditavam conter verdades perigosas demais para os fiéis comuns.
Então, o que torna esse antigo manuscrito tão ameaçador? Que segredos ele alega revelar? E por que as autoridades religiosas decidiram que era mais seguro manter essas “revelações” longe das massas? As respostas podem mudar a sua maneira de pensar sobre a própria história bíblica.