PESQUISA: Como os Pioneiros e Ellen White Confirmaram o Valor Inspirado dos Apócrifos

A revelação que a História Adventista tentou esquecer

Introdução — O Assunto que Ninguém Quer Tocar

Nas sombras da história adventista repousa um conjunto de livros que os pioneiros liam, citavam, respeitavam e até consideravam inspirados: o Apócrifo. Um tema que desperta polêmica, mas que está registrado em documentos oficiais, manuscritos originais e publicações centenárias — e que não pode mais ser ignorado.

Os pioneiros tinham suas Bíblias com os Apócrifos incluídos, e a própria Ellen White recebeu visões específicas sobre ele.

A narrativa a seguir expõe esses fatos, sem filtros.


O Que É, Afinal, o Apócrifo?

O Apócrifo compreende livros do Antigo Testamento preservados por cristãos não protestantes, mas abandonados por protestantes somente após a década de 1820. Ou seja: a geração de Miller, Bates, Ellen White e os demais pioneiros ainda usava Bíblias que continham o Apócrifo (conjunto desses livros) como parte normal do volume.

Assim, quando os pioneiros adventistas falam de Bíblia, visão, profecia e revelação, eles estão falando de uma Bíblia que incluía o Apócrifo como material sagrado e instrutivo.


PIONEIROS QUE USARAM, CITARAM E HONRARAM O APÓCRIFO

1. Joseph Bates — Chamando Esdras Apócrifo de “Profeta”

Em The Opening Heavens (1846), Bates cita 2 Esdras e declara:

“O profeta diz…”

Para ele, Esdras apócrifo é um verdadeiro profeta. E, antecipando a crítica protestante, Bates ironiza:

“Talvez você não creia que Esdras seja um verdadeiro profeta. Então, acreditará em São Paulo?”

Se isso não é reconhecimento de autoridade profética, nada mais é.


2. Hiram Edson — Esdras lado a lado com Isaías e Jeremias

Edson, o homem cuja visão em 23 de outubro de 1844 moldou toda a doutrina do santuário, cita 2 Esdras no Review and Herald (setembro de 1850) exatamente como cita Isaías e Jeremias.

Nenhuma distinção.
Nenhum aviso.
Nenhuma ressalva.

2 Esdras aparece como Escritura válida.


3. J. N. Andrews — O Apócrifo dentro do Índice de “Escrituras”

Em History of the Sabbath (1873), Andrews inclui no índice de “Escrituras”:

  • Jeremias

  • Ezequiel

  • Malaquias

  • 2 Esdras

  • Eclesiástico

  • 1 e 2 Macabeus

  • Mateus

O Apócrifo não está em notas de rodapé.
Não está em apêndice.
Não está em letras menores.

Está dentro do “Índice das Escrituras”.


4. Sophronia Peckham — “Para uma definição completa, veja Sabedoria de Salomão”

Na Review and Herald de 18/12/1855, Sophronia Peckham escreve um testemunho devocional e recomenda:

“Para uma definição completa, veja Sabedoria de Salomão 7:22–29… veja também capítulo 6:12–21.”

Ou seja: quando buscava definição teológica completa, ia ao Apócrifo.


5. Os Editores da Review (1858) — “Contém muita luz e instrução”

Em 5 de agosto de 1858, os editores da Review respondem ao leitor D. G. Needham:

“Consideramos que porções do Apócrifo contêm muita luz e instrução.”

E listam:

  • 2 Esdras

  • Sabedoria de Salomão

  • 1 Macabeus

Sobre 1 Macabeus:

“Mais confiável até do que Josefo.”

Ao serem perguntados se consideravam esses livros inspirados, afirmam:

“Não estudamos suficientemente o assunto para responder sim ou não.”

Ou seja: não negaram a inspiração.
Preferiram suspender juízo — o que, em termos teológicos, é revelador.


6. James White — Esdras como Profeta Inspirado

Em A Word to the Little Flock (1847), James (Tiago) White descreve visões proféticas e lista:

  • Ezequiel viu.

  • João viu.

  • Esdras viu.

Não há distinção entre os três.
Ele os coloca no mesmo plano profético.

Mais tarde, em 1869, James White pede fundos para imprimir novos materiais, e inclui na lista:

“Uma edição do Apócrifo.”

Ou seja: os pioneiros queriam publicar o Apócrifo para a igreja.


ELLEN WHITE E O APÓCRIFO: VISÕES DO “LIVRO OCULTO”

Nada supera isso.
Nada é mais impactante do que o que vem a seguir.
Porque não se trata de opinião humana — mas de visão profética de Ellen White.


Visão de 1849 — O Apócrifo em Suas Mãos

No Manuscrito 5 (1849), a cena é registrada:

“Tomando a grande Bíblia que continha o Apócrifo…”

Em visão, Ellen White declara:

“Uma parte dele está queimada…
uma parte do Livro Oculto… (o Apócrifo).”

E repete:

“O Livro Oculto.”

Exatamente o significado da palavra Apócrifo (apokryphos = escondido).

A visão não critica o Apócrifo.
Não o denuncia.
Não o condena.

A visão lamenta que parte dele esteja perdida ou destruída.


Visão de 1850 — “Os sábios dos últimos dias o entenderão”

No Manuscrito 4 (1850), Ellen White registra:

“Vi que o Apócrifo era o Livro Oculto e que os sábios destes últimos dias o entenderão.”

Palavras fortes.
Diretas.
Claras.

Segundo Ellen White, o povo sábio dos últimos dias — ou seja, o remanescente verdadeiro — deve entender o Apócrifo.

Isso elimina qualquer superficialidade protestante sobre o assunto.


Conclusão Editorial — A Revelação que Precisa Voltar à Luz

Não há como negar:

Os pioneiros adventistas liam o Apócrifo.
Citaram o Apócrifo como autoridade.
O chamaram de Escritura, profecia e sabedoria.
Defenderam sua publicação.
Diziam que continha “muita luz”.
Ellen White o segurou em visão.
Deus disse a ela que o Apócrifo é o “Livro Oculto”.
E declarou que os sábios dos últimos dias DEVERÃO compreendê-lo.

A história está registrada.
Os documentos existem.
Os fatos falam por si.

O que a liderança moderna fez com isso é outra história — uma que ainda precisa ser contada.

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