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A análise das sete objeções comuns contra a interpretação literal de Gênesis 6 demonstra que esse entendimento não é fruto de lendas, misticismo ou imaginação popular, mas uma leitura fiel ao texto bíblico, à tradição judaico-cristã mais antiga e ao próprio contexto das Escrituras.
Cada argumento contrário se desfaz diante de uma investigação séria, revelando que a narrativa dos “filhos de Deus” e dos nefilins é parte essencial da história antediluviana. Negar esse evento é fechar os olhos para passagens claras e ignorar a forma como os primeiros leitores e comentaristas entenderam o texto.
Consistência Bíblica
O relato de Gênesis 6 está entrelaçado com temas centrais:
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A santidade de Deus, que não tolera corrupção extrema;
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A realidade do mundo espiritual, onde anjos podem interagir com o mundo físico;
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O juízo divino, executado de forma decisiva no Dilúvio;
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A distinção entre ordens de criaturas, quebrada de forma ilícita pelos anjos caídos.
Judas, Pedro, Moisés e os autores do Antigo Testamento falam de forma harmônica sobre o assunto, reforçando que a interpretação literal é não apenas possível, mas a mais coerente.
Peso Histórico
As fontes extra-bíblicas mais antigas — como o Livro de Enoque e escritos dos Pais da Igreja — tratam o episódio como fato histórico. Somente séculos depois, influências culturais e apologéticas levaram à adoção da interpretação “setita”, que tenta suavizar ou espiritualizar o texto. Essa mudança não surgiu de um estudo mais profundo, mas do desconforto em lidar com a realidade do mundo espiritual revelada pela Bíblia.
Relevância Teológica
Compreender o que ocorreu “nos dias de Noé” não é curiosidade acadêmica: é alerta profético. Jesus declarou que a Sua volta seria “como nos dias de Noé” (Mt 24:37). Isso significa que o padrão de corrupção, mistura e rebelião visto antes do Dilúvio voltará a se manifestar, de alguma forma, no tempo do fim. Ignorar o que aconteceu é perder a chave para entender o tipo de cenário espiritual que precederá a segunda vinda.
Um Alerta Para Hoje
A história dos nefilins revela um esforço deliberado do reino das trevas para corromper a criação de Deus na sua essência — tanto moral quanto fisicamente. Embora o método exato de Gênesis 6 não se repita hoje, a estratégia de distorção, mistura e deturpação da ordem divina permanece ativa. Tecnologias emergentes, ideologias que desafiam os limites estabelecidos por Deus e o crescente desprezo pela pureza espiritual apontam para uma intensificação da batalha espiritual nos nossos dias.
Conclusão Final
A corrupção antediluviana não é apenas história antiga — é um sinal profético vivo. Rejeitar a interpretação literal de Gênesis 6 é apagar uma das advertências mais explícitas das Escrituras sobre como o inimigo atua e sobre o que esperar nos últimos dias.
Entender e aceitar esse relato não nos leva ao sensacionalismo, mas à vigilância espiritual. Nos lembra que o mundo espiritual é real, que a rebelião contra Deus pode atingir proporções inimagináveis, e que o juízo divino é certo e irrevogável quando a medida da iniquidade se enche.
Assim como Noé foi chamado a preparar a arca em um tempo de zombaria e incredulidade, a geração final é chamada a se manter pura, discernir as estratégias ocultas e permanecer firme até o dia em que o Filho do Homem vier nas nuvens com poder e grande glória.