Denúncia de Leigo Estraga a Festa da Reeleição na AES

 

RELATÓRIO DA XIX ASSEMBLÉIA ORDINÁRIA DA AES (PARTE – I)
Domingo, dia 08/12/02

Ao chegarmos no Acampamento Adventista de Guarapari, fomos envolvidos em  um clima muito agradável e espiritual. Encontramos grandes amigos, que ali estavam para buscarem de Deus a orientação a fim de que pudessem fazer boas escolhas para eleições dos cargos administrativos da AES. Foi muito salutar encontrar pastores daqueles que, verdadeiramente marcam as nossas memórias pelo bom testemunho de uma vida em comum com a do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Como foi bom ter aqueles momentos onde nos sentimos em uma única família. Partilhar da mesma fé, acreditar que Deus ainda está no controle desta igreja e que nós seríamos verdadeiras ferramentas nas mãos de Deus, a partir daqueles momentos.

Tudo transcorria de forma muito organizada. O refeitório, as equipes de apoio, e a forma de como éramos recebidos, sinalizavam para um verdadeiro show de organização. Todos estávamos encantados.

Logo após o jantar fomos encaminhados para o nosso primeiro encontro oficial  e  em seguida para a verificação da porcentagem dos delegados presentes a fim de que pudesse o presidente dar legalmente abertura para a XIX Assembléia Ordinária da AES da IASD.

Tendo dado a abertura oficial da Assembléia, começaram os trabalhos com a apresentação do relatório do Presidente Pr. Maurício Lima. O seu relatório mostrou-se quase impecável,  teria ocorrido crescimento da igreja, a AES  teria batizado muito neste quadriênio, comparado com o anterior, e teria havido um aumento considerável nos dízimos. (Ao ser feita a comparação com a administração anterior, um pastor comentou perto de mim que o secretário daquela época havia feito um “expurgo” nos números, tirando das estatísticas os membros que saíam da igreja, daí a diferença).

Logo em seguida foi apresentado um vídeo muito bem feito, contando a história do início da nossa igreja aqui no Espírito Santo e estabelecendo uma relação com o presente bem estruturado, graças ao simples mas determinado início de nossos pioneiros. Foram apresentadas as obras sociais desenvolvidas pela igreja como as clínicas que foram construídas em parceria com as prefeituras municipais, além do importante trabalho desenvolvido pela odontoclínica coordenado pelo Pr. Falcão.  Ficaram registradas também as várias outras atividades que são desenvolvidas com a rádio Novo Tempo e os projetos desenvolvidos pelos departamentos da igreja.

Ao concluir estas apresentações o Pr. Wandir fez vários elogios pelo crescimento da igreja e fez os devidos encaminhamentos para que o relatório fosse aceito e aprovado pela plenária. No momento concedido para as observações, antes da aprovação final do relatório, eu pedi a palavra para fazer as seguintes observações:

Há várias pesquisas de cientistas políticos, sociólogos e  psicólogos que apontam que o brasileiro vota não em função do bem comum, ele vota em função de conveniências, conveniências próprias e da imagem que lhe é vendida.

A realidade não é tão objetiva como a gente imagina que seja. Mui belo o relatório, realmente podemos constatar que houve crescimento, fico encantado também com o número de almas que desceram às águas batismais e este para mim é o maior milagre o milagre da conversão. Entretanto, há partes do corpo que sofrem, há feridas que dóem e que não foram saradas e que ainda estão sangrando. Há uma grande ferida neste conjunto do corpo que está coberta que eu sou testemunha ocular dela.

Eu fui secretário do EDESSA no período de 1993 à 1999, presenciei a administração do professor Josias, do Pr. Ervino Will e do Pr. Samuel Küster. E infelizmente o Pr. Maurício deu apoio à administração corrupta do Pr. Samuel Küster.”

Pastor Wandir me interrompe neste momento:

“Irmão por favor, o irmão seja mais educado.

- Eu sou educado.

“Então o irmão maneire suas expressões, porque nós vamos pedir a esta assembléia se ela admite que assim continuemos com expressões assim. Dê o seu relatório mas mantenha-se no nível que este povo merece.”

- Sim, vou manter o “nível” então. Se querem palavras mais recheadas vou manter o “nível”.

“O EDESSA possuía R$ 300.000,00 em caixa quando o tesoureiro professor Ney de lá saiu, e em apenas oito meses estes trezentos mil reais de lá desapareceram. Para onde foram estes trezentos mil reais? Já foram pedidas explicações mas tais pedidos são ignorados. Não se construiu nada, e em nada foi investido para que rendesse divisas para a escola. O Pr. Maurício faltou com a verdade e eu tenho provas contundentes disto e eu não posso admitir que a mentira, a desonestidade e a ingerência sejam permitidas nesta igreja.  É bom lembrar que o mau uso do dinheiro de Deus também é roubo. Não se pode administrar a igreja como se estivesse no Palácio do Planalto onde os recursos não cessam. 

E  educação não se constrói  com um ou dois anos apenas. O EDESSA levou em torno de 30 anos para atingir o seu ápice e com menos de três anos foi à ruína, ele foi sucateado. Graças a Deus entrou um homem que tem promovido a reconstrução das muralhas de Jerusalém. Contudo, os que o sucatearam deveriam ser punidos, embora, segundo o Pr. Maurício, não haja como puni-los.

Eu fui demitido por este Pr. Samuel Küster , fiquei um ano e meio desempregado e não recebi uma sequer visita de algum pastor para saber como me encontrava, sofri muito, mas isto não interessa agora. O que está em jogo é o EDESSA.

Hoje eu trabalho na maior rede escolar deste estado, que possui em torno de sete mil alunos. Esta rede não foi construída da noite para o dia, não foi construída alterando aqueles que estavam fazendo o trabalho de forma correta, como o professor Josias fez no EDESSA e mostrou-se ser um grande administrador e um grande homem.

Hoje em conseqüência dos graves erros cometidos pelo Pr. Samuel e apoiados pelo atual presidente, o nosso educandário está passando por muitas dificuldades.

Eu quero explicação do desaparecimento dos trezentos mil reais e que os seus culpados sejam punidos.”

Logo após a estas observações, um irmão leigo pediu explicações sobre a venda do Hospital Adventista de Vitória e em seguida a algumas declarações do Pr. Wandir sobre a situação dos Hospitais Adventistas no Brasil, foi votado o relatório do Pr. Maurício. 

No retorno para o alojamento vários pastores me procuraram para dizer que estavam comigo, só que não podiam abrir a boca pois seria um suicídio profissional. Um dos que comigo conversou parafraseou: “Imagine você com um carrão zero quilômetro, cor prateada, estacionado em frente da sua igreja, todos os membros admirando, e ao você sair o encontra todo arranhado. Assim foram suas denúncias: estragaram a pintura do carro zero do pastor Maurício. -- Enoch Lellis de Oliveira.

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