Assembléia Ordinária, Festa da DEMO-Cracia na AES

Está praticamente certa a reeleição do pastor Maurício,
mas há reclamações sobre a escolha de vários delegados
de forma obscura. O discurso de um leigo fez o tempo esquentar em Guarapari, ES.

Estivemos no acampamento J.A. de Guarapari,ES, nesta tarde de 08/12/02. Um grupo de leigos, eu entre eles, aguardava o pastor Wandyr para conversar sobre o caso do pastor Alcy, mas, como não haviam combinado com o presidente da União, este não apareceu antes da hora da abertura.

Fizemos então um passeio pelo acampamento, que estava muito bonito para receber os delegados, que vieram participar da escolha dos líderes da AES para os próximos 4 anos.

Andamos por entre as casas, que abrigavam os representantes das igrejas. Durante a caminhada, íamos ouvindo as opiniões dos membros. A maioria dos que conversamos acha que está praticamente certa a reeleição do pastor Maurício, só por algum fator surpresa isto não aconteceria. Ouvi muitas reclamações, sobre a escolha de vários delegados de forma obscura.

Um membro da igreja de São Gabriel da Palha me mostrou um delegado, que estava conversando animado em um grupo próximo, e disse, "este aí é da minha igreja, mas não sei como veio parar aqui". Ouvi também muitos reclamando que foram escolhidos 20 delegados dos grupos, que como não são igrejas organizadas, a Associação administra. Eles não foram escolhidos pelos membros, mas indicados pela administração. Nada mais DEMO-crático.

Encontramos com um pastor muito respeitado por aqui, um dos homens fiéis a Deus e honestos que ainda sustentam a dignidade da igreja neste campo. Ele nos disse que estávamos saindo um pouco de nosso estilo "elegante" ao escrever. E pediu que mantivéssemos uma linha mais sóbria nos artigos que saem aqui no "adventistas.com". Que não era correto, por exemplo, chamar o presidente de "Lesma".

Esclarecemos que várias pessoas escreveram sobre a AES nos últimos tempos, e que não é do nosso estilo "baixar o nível", embora ao ver como os poderosos atuam, às vezes é difícil não usar uma linguagem mais agressiva. Sempre que nos referimos ao presidente, o tratamos por pastor Maurício, pois ele merece respeito.

Perguntamos ao nosso querido pastor se ele achava correto, então, que o pastor Maurício ofendesse nossos familiares, ou que chamasse, na ausência, o editor deste site de desonesto, imoral e sujo. Ele sorriu, e de forma paternal, nos exortou mais uma vez a usar uma linguagem cristã no que escrevemos. Concordamos com ele. Afinal, o pastor Maurício realmente não é um bom exemplo a ser seguido.

Continuamos nossa caminhada. Ganhei um livro de presente. Conversamos com vários membros sobre o caso do pastor Alcy. Eles estavam animados, não dissemos nada para não atrapalhar sua esperança, mas tudo indica que não haverá mudança, o cadáver continuará na sala do presidente, o mesmo presidente, por mais quatro anos, e quem falar no assunto considere-se discriminado. Parece que é ordem da Divisão que o assunto não pode ser retomado. Dissemos "parece" apenas para efeitos jurídicos, mas a nossa fonte é bem segura.

Tivemos o privilégio de ver alguns tubarões. Alguns responderam nosso cumprimento, outros foram mais coerentes e fizeram de conta que não existimos, como o fazem em todos os aspectos. Encontramos vários pastores distritais, a AES tem em seu quadro de pastores ótimos profissionais. Não ficamos muito tempo conversando com nenhum deles, para que não fossem marcados pela gestapo. E por falar nisso, rodamos todo o acampamento, e em nenhum lugar encontramos as mulas. Isto é, não as de quatro patas...

Oops, olha o conselho do pastor, nada de baixar o nível. Mas, lembrando como acontecia no EDESSA, quando havia alguma ocasião importante, as mulas sumiam. Eram muito tímidas. Quando as visitas saíam, as mulas voltavam felizes para o pasto. Ah, sim, agora entendemos melhor o que disse nosso pastor amigo, sobre baixar o nível. É que saiu um artigo junto ao nosso comparando pessoas a mulas. Não fomos nós.

Quando falamos de mulas, estamos nos referindo a animais mesmo, de quatro patas, que eram mantidas no pasto sem pagar aluguel, com a conivência da administração da AES. Isto é ilegal. Imoral. Mas não pode usar palavra feia aqui, tipo corrupção.

Por falar em corrupção, soubemos que a noite o tempo esquentou. O pastor Maurício, conforme previmos há alguns dias, fez uma apresentação impecável, em vídeo, de sua eficiente administração. Com qualidade profissional, mostrou que a AES só teve vitórias no período, crescimento, etc. Só que a realidade é outra bem diversa. Bom, todos já esperavam a menti... Oops, vamos caprichar na linguagem,  já era esperado que ele faltasse com a verdade, conforme predito aqui no "Réquiem para o Espírito Santo".

O que não era esperado é que um membro leigo fosse a frente e questionasse todo aquele trabalho com padrão globo de qualidade. Em seu discurso, emocionado, usou a palavra "corrupção". O pastor Wandyr imediatamente tomou seu microfone, e, primeiro de forma áspera, depois, também pedindo desculpas, solicitou que o discurso fosse em tom educado. Serenados os ânimos, os 300.000,00 reais vieram à tona. Sim, onde foram parar os trezentos mil reais?

O senhor que está no centro, na foto acima, é o tesoureiro do EDESSA, sr. Francisco. Ele estava no colégio quando o dinheiro sumiu. Ele foi o tesoureiro por cujas mãos o dinheiro obrigatoriamente passou antes de desaparecer. Em duas ocasiões, em público, nos foi garantido que seria dada uma explicação para o estranho sumiço do dinheiro.

Ele, o sr. tesoureiro, em duas reuniões oficiais no EDESSA, garantiu que nos responderia. Mas, após conversar com o pastor Maurício, resolveu não dar mais explicações. E nem fala conosco. Quando perguntamos, olha para a frente, sem nos fitar, e só diz duas palavras: "Quem sabe..." 

Quem sabe? Ora, ele sabe. Só não vai dizer. Sumir com o dinheiro é bem mais fácil que explicar. Mas há dois anos que estamos pedindo uma explicação, e eles não vão dar. O presidente fez seu magnífico relatório.

“Os profetas não falam a verdade, e, apoiados por eles, os sacerdotes dominam o povo. E o meu povo gosta disso.”  (Jer.5:31)

Até os profetas e os sacerdotes enganam as pessoas. Eles tratam dos ferimentos do meu povo como se fossem uma coisa sem importância. E dizem: "Vai tudo bem", quando na verdade tudo vai mal.”  (Jer. 6: 13,14)

O membro leigo citou este último verso de Jeremias. Estragou a festa do presidente, conforme lhe disse um pastor ao final da reunião. Mas nesta segunda, provavelmente eles já terão encontrado a fórmula para neutralizar os que questionarem:

Não confiem mais nestas palavras mentirosas: “Nós estamos seguros! Este é o Templo do Eterno, este é o Templo do Eterno, este é o Templo do Eterno.” (Jer. 7:4).

Fazem coisas que eu detesto, depois vêm e ficam na minha presença, no meu próprio Templo, e dizem: "Nós estamos seguros!" (Jer 7:10)

Soubemos, por fontes externas à reunião, que realmente já está decidido, fica o pastor Maurício, sai o Heliomar. Há alguns delegados articulando a entrada de outro presidente, mas o nome que nos disseram, também não passa pelo aval da Divisão. Como sei disso tudo? Não sei. Mas em cada lugar que se vai, sempre há um que sabe tudo o que vai acontecer. Isto é rotineiro. Só que quando todos os "informantes" falam a mesma coisa, é difícil que seja diferente.

Quer dizer, por mais quatro anos, teremos por aqui um presidente ment... Isto é, um presidente que não é muito chegado a falar a verdade, e que acha que os administradores podem errar à vontade, que não precisam dar explicações e nem ser punidos por seus atos. Seus amigos serão beneficiados, e seus desafetos podem arrumar as malas ou se preparar para quatro anos de perseguição implacável. 

Há quem pense que tudo isto é apenas política, que sempre foi assim mesmo, que todo presidente sempre tem seus amigos e inimigos. Isto é verdade. Mas nossa intenção não é política. Na verdade, não é de nosso interesse pessoal que o presidente saia, mas sim que seja responsabilizado por seus atos. Que assim como eles punem os membros humildes e pobres, os de cima também paguem por seus crimes.

Assim como esta semana, um pastor bajulador do presidente, cortou alguns membros de sua igreja em uma tacada só. Sem conhecê-los. Sem visitá-los. Sem verificar do que se tratava. Um destes membros, no mesmo dia que foi cortado da igreja, estava sendo operado de câncer. Ainda não sabe do seu diagnóstico, e ainda não sabe que foi cortado da igreja. Qual notícia deve ser dada primeiro? Ah, sim, isto não tem nada a ver com a quadrienal, vamos voltar a falar de coisas importantes.

Alguém escreveu para este site dizendo que as quadrienais seriam a hora da verdade, que então seria esclarecido quem está com a verdade, se nós mentimos ou o presidente mentiu. É pouco provável que se esclareça alguma coisa. O presidente tem o microfone, tem o "Templo do Senhor, Templo do Senhor, Templo do Senhor" (Jer. 7:4), tem o apoio de dezenas de obreiros que ganham bons salários, e o de membros que crêem que a liderança é infalível e inquestionável. E teria o apoio do pastor Vilson, o que equivale a um aval divino.

Nós nada temos, além da verdade. Mas temos a verdade. Desculpe-me, pastor amigo, mas não consigo seguir seu conselho, de escrever de forma "elegante". O momento não permite. Nesta segunda feira, estará sendo reeleito um presidente mentiroso, que desrespeita os mais fracos e crê que os administradores não são passíveis de punição por seus erros. Um presidente bonzinho com seus amigos, mas cínico e cruel com os que não fecham os olhos para seus erros.

O acampamento está muito bonito. O Espírito Santo está muito bonito. Venha nos visitar. Mas aguarde alguns dias, após as quadrienais, para dar tempo de eles varrerem a sujeira que falta para debaixo do tapete. -- Tales Fonseca

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