Como Apontar o Dedo para um Ungido Sem Contrair Lepra - 2
O Pastor Rui Nagel é o presidente da Divisão Sul Americana. É um cargo muito importante, acima só o presidente da Conferência Geral, (e depois Deus, ou o pastor Vilson, dependendo do assunto). Pode ser criticado? Este homem representa a igreja frente aos líderes de outras igrejas e aos políticos em geral. Precisamos ter cuidado e respeito ao usar seu nome. Não é correto fazer alguma crítica apenas baseada em suspeitas ou “eu acho”, ou “ouvi dizer”. É preciso ter certeza do que será dito, provar sem deixar dúvidas. E mesmo que todos os requisitos acima tenham sido cumpridos, ainda é necessário primeiro procurá-lo para ouvir sua opinião, e tentar resolver o problema sem barulho. Pode ser que ele esteja certo, e nós, errados. Bom, estas regras valem para qualquer membro da igreja, não é privilégio do presidente da D.S.A. Só que uma crítica pessoal a um representante da igreja, que não seja correta, traz grande prejuízo para toda a igreja. E mesmo que correta, se for possível resolver o problema sem trazer isto a público, melhor para todos. Mas, e se ele estiver cometendo um grave erro, for procurado, admitir o erro, mas ficar rindo da nossa cara dizendo que não pode ser punido?
Situações reais E quando a gente procura o pastor, não nos responde, procura a comissão da igreja, não nos respondem, procuramos o presidente, e ele diz que não vai responder mesmo e que se dane? Estou falando de situações reais, mas não com o presidente da DSA. O presidente a que me referi linhas atrás existe, mas é presidente de Associação, e será reeleito daqui alguns dias. Como começamos falando do pastor Rui Nagel, retornamos a ele. Pode ser criticado? Posso criticá-lo? Posso dar uma opinião em algo que vi, que tenho absoluta certeza, e que posso provar. Há mais de 10 anos, quando ele ainda era tesoureiro da DSA, pude vê-lo frente a uma situação difícil. Ele teria que tomar uma decisão, onde poderia prejudicar ou não um humilde membro que teve a petulância de pedir auxílio à Divisão, já que a Associação ignorou e a União desconheceu o choro do insignificante. Digo que acompanhei o caso de perto, pois li a carta que foi escrita para a Divisão, quando foi escrita, e li a carta em resposta. Não podemos derrubar um Presidente só porque deixou de atender o pedido de um dos milhões de membros. E sabemos que há centenas de membros que vivem pedindo e pedindo, sempre para ter benefício próprio, cada um só vê o seu lado, e a igreja não pode atender a todos. E se a União negou, é porque não deve ter razão mesmo. Certo? Bem, poucos dias após o insignificante enviar a carta, recebeu a resposta. A Divisão, por ordem do pastor Rui Nagel, além de dar ao humilde membro tudo que ele merecia, ainda lhe pediu desculpas pelos erros dos outros. Este é o Pastor Rui Nagel que pude ver atuar pessoalmente. Um Pastor que respeito e admiro.
E o Bullón? Outro nome bem conhecido é o pastor Bullón. Após ver o crime organizado entrar na minha igreja, escrevi algumas apostilas. Algum tempo depois me perguntaram se eu não tinha medo de ter lepra nas mãos, pois mostraram um vídeo na igreja onde o pastor Bullón ia criar um sério problema de saúde pública causando lepra nos que escrevem. Para os membros, repreender a liderança, mesmo em erro gravíssimo, é criticar a igreja. Templo do Senhor, Templo do Senhor, Templo do Senhor (Jer.7:4). O pastor Bullón é um homem que está na linha de frente, ganhando almas. Não está à toa fazendo armações para a próxima quadrienal ou criando mulas no pasto da igreja. E seu nome causa polêmica. Já foi objeto de muitos ataques e defesas. É perigoso criticá-lo ou defendê-lo, pois será comprar briga com um dos dois lados. Será que arrisco? Arrá! Também pude ver um caso bem de perto, com provas inquestionáveis. Ele estava na véspera de um grande evento, ocupado com um livro que estava escrevendo, e havia um grande número de pastores e tubarões que queriam falar com ele. Ele avisou ao seu assistente, que não iria receber ninguém, porque não tinha tempo disponível. Dentre os pedidos, havia o de um peixinho que os tubarões haviam mordido e devorado o resto de sua família. O assistente achou engraçado o pedido de audiência, pois, se ele não recebia nem pastores... Mas, avisou ao pastor Bullón mais este pedido. Ao saber que se tratava de um peixinho ferido, ele interrompeu sua atividade, e, a sós, para surpresa (e inveja) do tubaronato de alta patente, atendeu ao moribundo, dando-lhe, segundo o próprio, o cuidado amoroso de um pastor com a ovelha ferida. Tenho pelo pastor Bullón grande respeito, e mais, gosto dos livros e dos sermões dele na televisão. (Nos showmícios não vou e não admiro a indústria de estrelas que se formou ao seu redor), mas aprecio sua argumentação, não considero “teologia barata”, como afirmou o departamental de educação da AES há alguns anos (Era branco! Era branco!) ao ver no consultório do dentista em Vitória vários livros do pastor Bullón que eram doados aos clientes. Quanto ao caso da lepra... Isto merece considerações mais profundas, fica para uma próxima oportunidade.
Wandir Mendes O pastor Wandyr Mendes de Oliveira é o presidente da UEB. Tenho que prestigiar o presidente da minha União, claro. Pude vê-lo atuar em diversas ocasiões, trabalhei com ele alguns anos (na UNB). É gaúcho, o que para uns é qualidade e para outros é defeito. Preconceitos à parte, como administrador, sempre o vi agindo com equilíbrio e equidade, não é destes que gostam de trabalhar só com um grupo de bajuladores. Administrava com transparência, não gostava de fofocas, e quando questionado, ao invés de perseguir quem o questionava, ele preferia argumentar, usar a razão para mostrar ao outro o porque de suas atitudes. Tinha defeitos também, é claro. Um deles era falar muito quando nas mesas da União, a gente queria contra-argumentar, ele falava tanto que quando chegava a nossa vez já tínhamos esquecido o argumento. Vejam que uso todos os verbos no passado, pois, estou falando de algo do qual tenho absoluta certeza. Como estou propondo aos leitores um juízo sobre a minha conduta ao questionar os líderes, vou buscar uma situação em que a regra será usada. Alguns já podem estar cansados de ler e acham que já sabem a regra, mas talvez vocês estejam olhando do lado errado. Certa ocasião, ele foi obrigado a resolver um problema onde uma médica não podia receber aluguel de sua casa por que era mulher, e não homem. Naquela época, a obra era machista, hoje já não é, vejam o grande número de mulheres que são presidentes e departamentais. O secretário da União, um espanhol que me lembrava algo que aconteceu na Espanha na idade média, provou que pela praxe não podia, e a praxe não pode ser desobedecida e se insistíssemos seríamos todos queimados vivos. Após a mesa decidir, com vários obreiros médicos dispostos a sair da obra antes que Torquemada voltasse, o pastor Wandyr, sem contrariar o livro de praxes, sem ir contra as ordens da santa inquisição e sem ofender ao clube do Bolinha, resolveu a questão de forma favorável à parte mais frágil. Não vou entrar em detalhes para não lhe criar problemas. Aliás, há umas histórias interessantes que podemos contar depois.
Vilson, o temido Na União Este Brasileira, o pastor Vilson Francisco de Oliveira há vinte anos é Deus. Calma, vamos explicar. Quando o membro dá o dízimo, para quem é dito que ele está dando o dinheiro? Para Deus. Mas esta brincadeira não vai funcionar, todos sabem que o tesoureiro só administra, etc, etc. Entretanto, seria ele quem põe, tira e transfere os obreiros, como um estrategista. Todos os obreiros o temem. Havia uma grande expectativa que este ano ele saísse, muitos obreiros, eu disse muitos, ansiavam por uma renovação. Eu mesmo queria isto, pois sempre me dizem que é ele que mantém o sr. Heliomar Possmoser e o pastor Maurício no cargo. Dizem inclusive que ele teria afirmado que vai manter os dois na AES, mas outros já falaram que o Heliomar sai, deve ir para algum lugar no Rio, e o pastor Maurício fica. Esse assunto deve voltar em outro artigo. Observem como usei os verbos “seria”, “dizem”, “falaram”... Não posso provar nada do que dizem contra ele. Que o sr. Heliomar está há oito anos na AES, que fecharam hospital, escolas, congregações, que sumiram com 300.000 reais no EDESSA, que aqui na AES a coisa está feia, é fácil provar. Mas que a culpa é do pastor Vilson, aí não sei. Portanto, devo tratá-lo com respeito, assim como eu gostaria de ser tratado (e não sou, pastor Vilson. Seu tesoureiro aqui nos trata com descaso). Não gosto dele porque me dizem coisas que me fazem ter este preconceito. Tirando fora o preconceito, não poderíamos dizer que, havendo uma organização, alguém precisa mandar, mesmo? E que, se ele não exercer este poder, alguém teria que exercê-lo? Não sei de fato algum que desabone sua conduta profissional e pessoal. E, principalmente, vamos à regra, jamais o vi em situação que tivesse que decidir entre a empresa e o membro, entre o dinheiro e a ovelha. Por isso não posso e não devo criticá-lo. Mas pastor Vilson, se é verdade que o sr. tem mesmo todo este poder, tenha pena do EDESSA! Tenha pena da AES! Ajuda nóis! Sem querer, acabei facilitando e expus a regra que pedi para vocês julgarem. Além de só repreender quando se tem certeza absoluta, eu avalio o trabalho do pastor quando ele precisa decidir entre...
Pastor que é Pastor Ele era (ainda é) um grande amigo meu. Médico, professor universitário. Mas estava com um sério, grande, terrível problema. Eu não sabia como ajudá-lo, não sabia o que dizer. O capelão do hospital foi à sua casa, várias vezes. Abandonava todas as suas outras atividades e ficava lá muitas horas, o dia inteiro às vezes. Este pastor era muito culto, sempre nos trazia artigos sobre ética, filosofia... Eu fiquei curioso para saber o que ele dizia ao meu amigo, para lhe confortar naquelas horas tão terríveis. Alguns meses depois, meu amigo, superada a tragédia, esteve conosco em uma reunião onde nos despediríamos do pastor, que fora chamado para São Paulo para outro ramo da Obra. Em sua vez de falar, ele não conteve as lágrimas. Sem muita filosofia, resumiu tudo o que pensávamos. O pastor .... é Pastor, disse ele. Ele é Pastor. De verdade. Todo mundo chorou, certas coisas se entendem mesmo sem palavras. Alguns anos antes este Pastor fora transferido de distrito, por que havia um membro leigo escalado para pregar, e que preparara seu sermão com muita antecedência e dificuldade, mas no sábado chegou um departamental da Divisão e disse que iria pregar naquela igreja. O Pastor disse que não, que quem iria pregar era o irmão leigo, conforme a escala. O departamental se sentiu desprestigiado, se queixou, e o Pastor foi então “punido”, e transferido para a capelania. Onde fez um trabalho que é lembrado até hoje. Muito tempo depois, visitando meu amigo lá no norte do Brasil, perguntei-lhe o que, afinal, o Pastor conversava com ele. O que ele lhe dizia, pois eu não conseguia encontrar palavras para aquelas horas de angústia. Meu amigo, com emoção, recordou: “ele não me dizia nada. Apenas ficava ao meu lado. Ficava aqui, comigo, compartilhando minha dor.” Eu não consigo lembrar disso sem me emocionar também, nem me sinto apto a comentar mais nada aqui.
Aconteceu nas Trienais Trienais na AES, quatro anos atrás. Agora são quadrienais, mas naquela época, quando o presidente era mau, tínhamos que sofrer apenas três anos. Durante a fase mais “quente” da assembléia, um pastor foi procurado por um membro. Este membro me procurou, e ao ver Satanás agindo bem diante de mim, indiquei a ele este pastor. Ele era um dos mais cotados para ocupar um dos departamentos, e até cargo “mais alto”. Ele aguardava para entrar na plataforma, mas assim que viu o início do problema, largou tudo, abandonou praticamente a Trienal para dar atenção ao membro. Era um caso de ovelha caída em um buraco cheio de lobos em volta, desses que a gente diz chiiii... tem jeito não. Mas este Pastor foi lá. Gastou um dia, gastou a noite, o outro dia... Ficou sabendo do resultado das trienais depois. E continuou a luta. Eu vi, com medo, com respeito, com admiração. E ele venceu, quer dizer, Deus venceu o diabo, através do trabalho daquele pastor, que abandonou tudo para ir atrás da ovelha caída. Sem que ninguém soubesse. Alguns anos depois, ele pediu licença da Obra para estudar Direito, e quando quis voltar, os líderes da AES, estes que aí estão e deverão ser reeleitos, disseram que não o queriam. Não era do time deles. Tenho vontade de dizer umas coisas aqui mas o Robson vai brigar, afinal, este é um site de família. Mas o mesmo Deus que ajudou este pastor a vencer o inimigo, abriu as portas para ele nos Estados Unidos, hoje é um pastor importante naquele país, pós-graduado, e eu fico com muita pena dele pois deve ser horrível ganhar salário naquelas notinhas verdes com a inscrição “in God we trust...”
Enfim, a Regra! Se todos os pastores do mundo se corromperem, se todos derem mais valor ao seu emprego, à sua carreira, que às ovelhas, apenas por estes dois que comentei por último, ainda continuarei a respeitar o cargo de Pastor. Minha regra para avaliar um pastor é esta: Como ele trata a ovelha, principalmente a mais fraca, a doente e extraviada. Como disse, não quero ensinar nada nem criar um modelo. Se alguém souber uma forma melhor, por favor nos ensine. Parece que acabou? Ainda não. Mas vamos a um rápido intervalo comercial (viram como este site está cheio de propagandas de Natal?), e já voltamos com a terceira parte. Seria injusto não nomear os dois pastores que citei por último, e que honram o cargo de Pastor em nossa igreja, mas, como as ovelhas gordas e perfumadas não vêem com bons olhos quem é citado neste site, fico receoso de prejudicá-los. Mas não vou conseguir sair daqui sem ao menos dizer que o sobrenome dos dois é Lemos. -- TF Leia também:
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