Mexericas: O Novo Fruto Indigesto da IASD

Laranjas são pessoas usadas por empresas ou mesmo pessoas físicas para burlar o imposto de renda. Políticos usam este recurso para escapar da fiscalização quando cobram alguma percentagem sobre as obras públicas. Funciona assim: a pessoa que tem muito dinheiro mas não quer que o governo fique sabendo – não necessariamente para não pagar imposto, pode ser só por modéstia, para que o Leão não fique impressionado com a riqueza – esta pessoa faz depósitos no nome de outra pessoa, que não é alvo dos olhares cobiçosos do Leão. Esta segunda pessoa, que normalmente não paga imposto de renda, funciona então como “laranja”.

Ok, isto vocês já sabiam. Vamos então mudar de fruta.

 

Nem Caixa 2, nem laranjas

A igreja adventista é uma grande empresa multinacional. Possui muitas instituições, empregados, movimenta muito dinheiro. A filosofia que está por trás desta empresa a impede de ter caixa 2, e que faça uso de “laranjas”. Todo o movimento financeiro precisa estar estritamente dentro da lei, e assim funcionam a maioria das Associações.

Mas, alguns administradores, mesmo sem desobedecer às leis do País, acabam trabalhando em proveito próprio. Desrespeitam a ideologia da igreja. Outros, além de aproveitar bastante todos os benefícios que a Obra permite, passam a acreditar que são Deus, e tomam decisões que causam muito sofrimento em pessoas indefesas. Em alguns lugares, formam verdadeiras quadrilhas, um protegendo o outro que acoberta o outro...

Assim como é difícil na vida política encontrar provas suficientes para desbaratar os grandes esquemas de corrupção, na obra é mais difícil ainda, pois os membros são instruídos constantemente  a não duvidar da honestidade dos líderes, e quem o faz, passa a ser intensamente discriminado. Os adúlteros, ladrões, ex-usuários de drogas, são tratados com muito mais respeito na igreja que os que em algum momento ousaram questionar os poderosos.

Mas, como deuses no Olimpo, sabendo que não podem ser questionados, os corruptos muitas vezes abusam. E, ao contrário da dificuldade que o ministério público tem para encontrar provas contra Jáder Barbalho, as provas ficam à vista de todos, mas os “bons”, os “denominacionais”, fazem de conta que não estão vendo nada, e os leigos inocentes tomam isto como sinal de virtude. “Isto não é problema meu. No devido tempo Deus virá consertar...” dizem, com ar de sabedoria e piedade.

 

Fim do sossego

E tudo corria às mil maravilhas, até que em uma manhã ensolarada, enquanto os passarinhos cantavam alegremente junto às janelas da Associação, o presidente navegando pela internet encontra o “adventistas.com”.

Quando o membro questiona na igreja, é só não deixá-lo falar. Se distribui cartas, é só proibir os irmãos de recebê-las. Mas como proibir os membros de acessar um site na internet? E agora? Não sendo possível proibir os membros ter acesso à informação,  só há uma alternativa: desacreditar. Demonizar o site e tudo o que nele há.

No início, a estratégia foi ignorar. Como os membros são teimosos e a audiência dos sites de oposição aumentou, os melhores teólogos e pastores tentaram calar o “adventistas.com”. O resultado foi o contrário do esperado, mais pessoas passaram a acessar.

Não que os articulistas não tenham se esforçado, fizeram artigos excelentes, argumentaram muito bem, merecem uma nota de louvor por seu esforço, principalmente considerando que é muito difícil provar algo quando a Bíblia ensina exatamente o contrário. Além de não ter em lugar nenhum uma passagem proibindo criticar líderes corruptos, a Escritura Sagrada está cheia de exemplos de homens que se levantaram e criticaram os líderes em erro.

 

Não criticarás...

Os novos teólogos criaram até uma lei para acrescentar aos 10 Mandamentos, que diz, “não criticarás, pois no devido tempo, Deus virá consertar o que está errado...” É bonito ver teólogos, líderes, anciãos e o próprio povo repetindo esta lei acrescentada, como se Deus a houvesse escrito no Sinai.

A Bíblia realmente ensina esta parte: No devido tempo. No devido tempo, Deus sempre veio e agiu para ajudar sua igreja e seu povo. Quando os líderes começavam a se corromper, Deus fazia com que homens que não se vendem fossem até lá e reprovassem o erro. Como conseqüência, eles eram perseguidos.

Nenhuma autoridade gosta de ser questionada. E Deus usava, além de profetas, até os inimigos de Israel para corrigir a corrupção do sacerdócio. Sempre, no devido tempo, Deus usava alguém para repreender os corruptos. E sempre, invariavelmente, os corruptos não aceitavam a repreensão e desfaziam do caráter e das intenções dos que denunciavam os erros.

“A igreja erra, sim, mas só Deus, no devido tempo, pode vir consertar o erro”, gritava o rei de Israel, enquanto ia oferecer sacrifícios a Baal. E mandava matar e perseguir o profeta que lhe questionava. Morto o profeta, Deus, sempre no devido tempo, lhes enviava os filisteus, ou os babilônios, que “consertavam” a igreja de uma forma bem mais rude que as críticas da internet...

 

No devido tempo!

O grande problema desta neo-teologia é que Quem determina este devido tempo é o próprio Deus, não os homens, por mais importantes que eles sejam. E o líder corrupto e mentiroso, se entendesse melhor o ensino bíblico, veria que as críticas que recebe estão vindo exatamente no devido tempo, Deus não deixaria sua igreja, a qual tanto ama, ser sacudida fora do devido tempo. Ou deixaria?

O que eles querem dizer, com esta nova lei, é que a oposição está atuando fora do devido tempo, como se eles soubessem qual é o tempo de Deus! Quem denuncia também não sabe, mas que as mulas estão lá, estão! Que o dinheiro sumiu, sumiu! Porque os santos líderes não informam, então, para onde foi o dinheiro? Porque escondem? Escondem dos leigos, dizem que eles não merecem explicações. Esconderiam também de Deus?

Passada a fase do “vamos fazer de conta que não existe”, veio a fase do “vamos dizer que é do Diabo”, e instituiu-se a Sinagoga de Satanás com direito a lepra nas mãos. Mas a porcaria da oposição não se cala. Houve um suspiro de alívio quando a oposição começou a discutir doutrinas, pois isto deveria afugentar os irmãos mais conservadores. Mas a audiência continuou...

 

Mexericas em ação

Para uma nova forma de comunicação, a internet, as defesas clássicas dos líderes corruptos não mais funcionam. É preciso inovar também. E, no raiar do novo milênio, eis que surge a mais nova arma para contra-atacar os críticos da internet:

(Trombetas, fogos de artifício, salva de palmas...)

"Senhoras e senhores, a rede dos administradores corruptos e corruptores, desonestos e mentirosos, tem a honra de apresentar... O MEXERICA!

Os laranjas servem para burlar a lei. O dinheiro existe, pertence ao prefeito.  Mas para fins contábeis, está na conta do Zé Ninguém. O laranja. Agora, o presidente é denunciado na internet. Desapareceram com 300.000,00 reais. As mulas estavam lá, centenas de pessoas viram, um desgraçado foi lá e tirou fotos. Mas o presidente não pode se defender!

Nunca um presidente iria escrever para um site maldito, só os leprosos se misturam com aquele tipo de gente lá. Seria bom se pudessem fechar o site – como tentaram fazer com o site da AEXAE. Seria bom se o povo não lesse... mas, ó povo ingrato!... E agora? E agora, meus amiguinhos, chegou a hora do Mexerica!

Ele não é importante. Não ocupa cargos de confiança. Necessariamente, ele precisa ser alguém considerado “povão”. E o que ele faz? Escreve para o “adventistas.com” defendendo seus líderes. Líderes em erro.

Ah, dirão os mais sabidos, mas isto é democracia! Até os líderes mais corruptos têm o direito à defesa, e qualquer um tem o direito de gostar deles e defendê-los. Certo. Perfeito. Mas observem. Há muito tempo o editor do “adventistas.com” vem recebendo este tipo de e-mail, e agora, ultimamente, os que denunciam os pecados do pastor Maurício Pinto Lima, também foram atacados. Há um padrão constante neste tipo de carta. 

 

Missão: Desviar a atenção!

Os artigos teológicos são publicados nas revistas oficiais. Os Mexericas servem então “à causa”, fazendo o serviço sujo. Primeiro, desviar a atenção do verdadeiro problema. Desviar o fogo contra seus amados líderes. Não respondem à questão em si, nem tocam no assunto. Ao invés disso, atacam os críticos.

A igreja-empresa (sob domínio dos maus) massacra pessoas que não têm como se defender, como um tanque de guerra entrando em uma aldeia de doentes. Quando os nativos que ainda têm forças reagem, jogando pedras (quem é massacrado costuma reagir jogando pedras, é difícil filosofar vendo o pai enfermo ou o filho inocente sendo agredidos) aparece o fiscal dos direitos humanos (assalariado pelo dono do tanque) para dizer que aquela não é uma atitude civilizada.

Observem o padrão. Em geral usam uma linguagem simples, em português não muito bom, mas por trás da lengalenga é passada a mesma filosofia exposta com ares doutorais na literatura oficial. Ao invés de defender seus líderes, dizer que a informação ou o argumento não é verdadeiro, isto é, ver o problema de forma objetiva e honesta, eles simplesmente ignoram a questão importante e passam a atacar os críticos, suas intenções, sua fé, sua crença em Deus e sua honra.

Quando são contra-atacados, aí, eles não são os poderosos, não estão defendendo os corruptos.  São apenas humildes irmãos cheios de boas intenções. “Tadinho, gente! Ai, pobrezinho!”  E a estratégia continua, desviar a atenção dos verdadeiros problemas, não responder ao assunto em si. Agora, o que atacou vira vítima. E os que estavam sendo humilhados, passam a ser os algozes. E o tanque volta pelo mesmo caminho que veio, os habitantes da aldeia já não fazem nada. Sabem que não adianta. A vida é assim, resignam-se. “Na Obra, é assim mesmo”, diz a doutora Eglantine.

O editor deste site já está experiente em descascar mexericas, está tão acostumado que a alguns ele nem responde mais.

O problema quando a gente descasca este tipo de fruta é que o cheiro demora a sair, impregna as mãos e a roupa por um bom tempo. É, mas mexericas nem são tão ruins assim, contém fibras e vitaminas. O fedor mesmo, que emporcalha as mãos, a roupa e até a alma, é trabalhar com os sepulcros caiados e a raça de víboras tão bem identificadas em Mateus 23. -- TF

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