Como Apontar o Dedo para um Ungido Sem Contrair Lepra

Li com muita ansiedade o primeiro artigo do irmão Rafael, Como Intimidar a Oposição, Manipular as Decisões e Amordaçar os Fiéis Adventistas. Ao ver meus artigos citados, dentro de uma argumentação coerente, imaginava um bom problema se lá pela metade do artigo aparecesse aquele “mas...”  e em seguida viessem argumentos defendendo o crime organizado. Ao final, além de me sentir prestigiado por ser citado como gente grande, fiquei feliz por ver que há mais pessoas esclarecidas que se preocupam.

Não posso ficar elogiando os artigos dele, pois vai parecer que estamos combinados (embora não nos conheçamos.) E apesar de ter sido tratado com todo respeito, vou observar uma falha ao final dos três artigos, onde aparece: Rafael Moraes Silveira, membro leigo, porém esclarecido. Ora, a grafia correta seria “membro leigo, esclarecido e que se importa”, ou, “membro leigo, esclarecido e responsável”.

Há muitos membros esclarecidos, que vêem esta situação da igreja, mas preferem ficar calados para não perder o cargo de ancião e o prestígio. À noite, acessam o “adventistas.com” e comentam com a esposa, “que tragédia a nossa administração”. De dia, na frente da igreja, ajudam a falar mal “destes sites que só sabem criticar”.

 

Respeito é bom e ungido gosta!

Nossa igreja se organizou, apareceram  níveis hierárquicos. Conseqüentemente, o poder. Surgiram os presidentes. Eles estão lá para servir, são apenas pastores que possuem mais responsabilidade que outros. Mas as instituições prosperaram, veio a riqueza... e os cargos se tornaram muito importantes. Os presidentes são também empregadores (e desempregadores!), e isto lhes dá mais poder. Mas nossos presidentes, por mais presidentes que sejam, não deixam de ser pastores. E nossa igreja, por mais empresa que seja, não deixa de ser igreja. Assim, surge o problema quando os de baixo vão repreender os de cima: “Não pode, pois eles são ungidos”.

Eles são ungidos! E precisam ser respeitados. A Bíblia em muitos lugares diz isto de forma inequívoca. E quanto mais responsabilidades têm, mais são alvos dos ataques do inimigo, portanto precisamos apoiá-los, tratá-los com respeito, com carinho. A Bíblia ensina, Ellen White dá ênfase a esse ensino bíblico. Precisamos respeitar e honrar os ungidos.

Há uma outra classe que a Bíblia também determina que merece respeito, com muito mais ênfase e com muito mais versículos. Falamos dela depois.

 

Puxão de orelha

Outro princípio que a Bíblia ensina claramente é que devemos chamar o pecado pelo nome, nós devemos agir corretamente e falar para os que estão errados que eles estão errados, não importa o grau de autoridade que tenham. Quer dizer, ungido ou não ungido, quando em erro, precisa levar puxão de orelha. “Antes importa obedecer a Deus do que aos Homens.”  Devemos defender o que é certo mesmo com o risco de perder a vida. Ou o emprego. Ou a reputação.

Muitas críticas são feitas por pessoas com má intenção, apenas para fins políticos e egoístas. Satanás se alegra quando um honrado servo de Deus, trabalhador, é atacado por gente que não faz nada, só sabe criticar. Há pessoas que nada produzem, mas como sanguessugas, sentem prazer em chupar o sangue de quem trabalha.

Há também os que estão no cargo, e não fazem nada. Ou fazem errado. Como sanguessugas bem mais gordas, chupam o sangue dos pobres. São os tubarões. Quando repreendidos, se escondem atrás da igreja, se misturam entre os que trabalham, e pedem imunidade.. Quando exortados a abandonar o erro, correm para dentro do templo e reivindicam sua condição de ungidos, o que lhes daria autorização para errar sem precisar dar satisfações a ninguém.

Essa atitude não é nova:

“Os profetas não falam a verdade, e, apoiados por eles, os sacerdotes dominam o povo. E o meu povo gosta disso.”  (Jer.5:31)

Até os profetas e os sacerdotes enganam as pessoas. Eles tratam dos ferimentos do meu povo como se fossem uma coisa sem importância. E dizem: "Vai tudo bem", quando na verdade tudo vai mal.”  (Jer. 6: 13,14)

Do tempo de Jeremias para cá não mudou muito. Mentem, fazem pouco do sofrimento dos que estão embaixo, e – vejam as notícias oficiais! – não se pode dizer que há erro na igreja. “Tudo vai bem!” Mas como estes maus líderes faziam no tempo de Jeremias quando atacados?

Não confiem mais nestas palavras mentirosas: “Nós estamos seguros! Este é o Templo do Eterno, este é o Templo do Eterno, este é o Templo do Eterno. (Jer. 7:4).

Fazem coisas que eu detesto, depois vêm e ficam na minha presença, no meu próprio Templo, e dizem: "Nós estamos seguros!" (Jer 7:10)

E isto se repete há séculos. Para os que estão oprimindo, tudo vai bem, a Associação prospera, e quem reclama é o “perturbador de Israel”. Quando exortados a mudar de conduta, se escondem dentro do Templo. Eles são “a igreja”, e quem denuncia o roubo (que prejudica a igreja verdadeira e beneficia o ladrão), está “contra a igreja”. Eles estão seguros porque estão “na obra”. Templo do Senhor, Templo do Senhor, Templo do Senhor!

 

Problema e solução

Temos um problema. Não devemos criticar os verdadeiros pastores, e devemos apoiar com todas as nossas forças o trabalho dos líderes honestos. Por outro lado, precisamos denunciar de forma clara e honesta os que estão em erro.

Só que, por nossa natureza, a tendência será criticar os que não gostamos e defender os que gostamos. Fazemos uma tempestade por um erro pequeno do nosso inimigo, e tratamos como “um pequeno deslize” o monstruoso pecado do nosso aliado. Esta é a natureza humana. Não somos bons juízes.

Qual a solução?

A maioria da administração, os teólogos subvencionados pelo contribuinte, as simpáticas senhoras da AEPORR (Associação das Esposas de Pastor que Odeiam Robson Ramos), os membros da igreja ricos e esclarecidos, mas que estão felizes com os cargos e a honra que recebem, dirão em uníssono: ENTÃO, QUE NÃO HAJA CRÍTICA! NO DEVIDO TEMPO O SENHOR, E APENAS ELE, VIRÁ E CONSERTARÁ O QUE ESTÁ ERRADO EM SUA IGREJA!

Tá bom, não precisava gritar. Pessoal nervoso este.

Mas não é isso que a Bíblia ensina. Por mais artigos que escrevam na Revista Adventista, por mais vídeos que passem nas igrejas assustando os membros, o ensino bíblico é outro.

O erro precisa ser repreendido, não importa se é do presidente ou do faxineiro.

 

Mandamento de mão única

A crítica é uma arma que pode ser usada para o bem ou para o mal. Por isto, devemos estar seguros, antes de sair dando tiros nos outros, se realmente o que estamos defendendo é o certo, se estamos com a verdade.  Se há dúvida, ou se a questão é apenas pessoal, de gostar ou não gostar, melhor ficar calado. (Há uma enorme exceção aqui, mas vou reservá-la para responder a algum crítico deste artigo).

Sei que há muita gente esclarecida e mesmo administradores que lêem este site. Vou, portanto, mostrar qual a minha conduta ao desaprovar líderes e pastores. Ao fazer isto, gostaria de receber a crítica dos irmãos.

Os lá de cima não admitem que erram, nem que alguém possa discordar deles. Atualmente, em todo o Brasil, está havendo um intenso esforço para ensinar aos membros que não é correto criticar. Mas o ensino, utilizando o 11º mandamento “não criticarás” (acrescentado há pouco tempo) é apenas em um sentido, o membro leigo não pode criticar os de cima, o pastor, no caso. Já o pastor distrital sabe que não pode criticar seus superiores hierárquicos. Mas de cima para baixo está totalmente liberado. Eles podem se reunir em comissões secretas noturnas para falar mal, caluniar, dizer falso testemunho sobre os de baixo, mesmo que ausentes.

Ao dizer que vou mostrar minha conduta, não pretendo que seja um modelo, nem que só eu esteja certo, ou querendo ensinar como fazer. Não estou propondo uma regra, apenas vou mostrar como faço, e submetê-la ao juízo dos leitores, como disse o irmão Rafael, citando a Bíblia, na multidão de conselhos há sabedoria. Quem sabe apareça um artigo na Revista Adventista, nos ensinando de forma cristã, como fazer quando até os sacerdotes e profetas estiverem corrompidos? Claro que a lei de Maurício será citada.

Para facilitar a compreensão e a crítica dos leitores, mostrarei na prática. No próximo artigo, farei comentários sobre alguns líderes e pastores conhecidos, e  ficará claro qual o critério que uso. (Bem que as senhoras da AEPORR podiam ajudar, causando suspense: “Ele vai falar do pastor Rui Nagel! Vai falar do pastor Wandyr!...” -- Tales Fonseca

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