ATO I O pastor aposentado vai a farmácia em Colatina comprar um medicamento, e ouve do farmacêutico, velho conhecido, a seguinte história. Um obreiro o havia procurado naquela semana, e feito a seguinte proposta. Ele faria todas as compras do internato naquela farmácia, e em troca, a farmácia lhe daria todos os meses uma nota fiscal de compra de remédio, em seu nome, em um valor bem alto. Com isso, ambos ganhariam. A farmácia venderia mais, e o obreiro poderia receber o auxílio que a obra dá para medicamentos. O farmacêutico disse estar muito desapontado com a igreja adventista, pois jamais imaginou que uma pessoa que ocupa um cargo administrativo na igreja pudesse propor este tipo de ação criminosa. E na hora repreendeu o administrador, disse que respeitasse a Deus, pois ele, embora de outra religião, temia a Deus e jamais faria este tipo de ação. O administrador disse que não havia problema, o colégio passaria a comprar em outra farmácia. O pastor aposentado ouve envergonhado. Muito envergonhado, segundo ele, pois o farmacêutico era seu amigo, e sempre que ia à farmácia, conversava com os funcionários sobre a religião adventista. Este pastor, mesmo depois de aposentado, seguia trabalhando e convertendo muitas pessoas. Ouviu a história, disse ao farmacêutico que, infelizmente, nossa igreja também tem pessoas erradas. E perguntou se ele repetiria a história para duas outras pessoas, que ele levaria lá. O farmacêutico disse que sim, embora não quisesse confusão. Segundo o encarregado de fiscalizar as notas apresentadas pelos obreiros, durante todo aquele ano, este administrador apresentou notas de 300 a 400 reais por mês, de medicamentos. De outra farmácia. Devia andar muito doente, coitado. ATO II O pastor aposentado se encontra, no colégio, com o presidente e o secretário da Associação. E diz a eles que está muito preocupado com o que ouviu, e gostaria que eles fossem até Colatina, ouvir pessoalmente um relato. O presidente pergunta o que é, o pastor repete que gostaria que eles fossem até lá ouvir pessoalmente. Passam-se os meses. Nem o presidente nem o secretário aparecem, nem dão satisfação. O pastor volta a pedir várias vezes que eles fossem até lá, pois era assunto do interesse da igreja. Nada. Eles simplesmente ignoram. Algum tempo depois, o colégio começa a afundar. Este colégio estava na seguinte situação. Havia uma vaca de um lado, e um brejo de outro. Entre a vaca e o brejo, estavam o diretor, depois, alguns professores, e depois o tesoureiro. Primeiro, a Associação tirou o diretor, que foi para Lavras - MG. A vaca deu uns pinotes, mas ainda havia muita gente no caminho. Em seguida, tiraram alguns professores. A vaca veio toda feliz, mas entre ela e o brejo ainda havia o tesoureiro. Finalmente, os gênios administrativos da AES tiraram o tesoureiro. A vaca, então, ao ver o caminho livre, desceu o morro correndo e entrou no brejo até o pescoço, onde se encontra até a presente data. (Nota para leitores de outros lugares: por aqui, a expressão "a vaca foi pro brejo" significa colapso total, derrocada, tragédia.) Este pastor aposentado trabalhou por quase duas décadas na escola. Quando notou que a vaca ia mesmo para o brejo, tentou mais uma vez sensibilizar a administração. Ligou para o secretário, pastor Maurício Pinto Lima. E disse a ele mais uma vez, que tivessem dó do colégio. Que tivessem misericórdia dos jovens que precisavam da escola. Pois o diretor estava arrasando a instituição. E voltou a pedir que eles fossem a Colatina ouvir o relato, pois era coisa muito séria, ele gostaria que os administradores ouvissem pessoalmente. O pastor Maurício disse que o diretor estava certo, e que eles o estavam apoiando totalmente e continuariam apoiando não importa o que acontecesse. O pastor, que entendia bastante do assunto após trabalhar por quase trinta anos em direção de internato, ficou desesperado, pediu que o pastor Maurício, se não como administrador, ao menos como pastor, visse que a situação se encaminhava para o caos, tivesse pena do colégio. O pastor Maurício voltou a repetir que dariam apoio total ao diretor, que estava certo e era um grande administrador. O pastor aposentado, que já fora desrespeitado até na comissão da igreja (conforme cartas comprovam) exasperado, indignado, disse que então o pastor Maurício fizesse um rosário com o nome do diretor e pendurasse no pescoço, e encerrou a conversa. E pediu sua transferência da igreja, com toda a sua família, para outro Estado, outra Associação, para poder continuar na igreja com um mínimo de respeito. ATO III Foram oito meses de farra. O tesoureiro que saiu deixou 300.000,00 reais aplicados no banco. Não construíram nada, não compraram nada. O colégio ainda estava cheio de alunos regulares, pois tinha um ensino de ótima qualidade. Mas quando chegou o final de Setembro, Outubro, o dinheiro acabou. Tinha gente de carrão novo, mas roubar, ninguém roubou, eu acho. Mas o dinheiro sumiu. Trezentos mil reais. Invadiram o lote da viúva para plantar capim para as mulas. Isto merece uma reportagem à parte, com direito a fotos. Os professores questionavam o uso dos carros da escola para fins particulares. No pasto, sete animais, mulas e burros, propriedade particular do "gerente da fazenda", irmão do tesoureiro da AES. Todo mundo falando, todo mundo comentando, mas todo mundo com medo. Eu estava lá, era oficial na igreja, participava da comissão da igreja e escrevi uma carta aos obreiros da escola. Pouco tempo depois, uma ameaça de morte gravada na secretária eletrônica. Um parente do diretor, se identificando. Fiz Boletim de Ocorrência na delegacia. Professores desesperados, professoras chorando. Alunos revoltados, pais de alunos tirando seus filhos da escola. A situação foi ficando cada vez mais crítica até que os alunos, funcionários e professores, em desespero, expulsam o diretor da escola. A administração da AES vai lá, faz um teatrinho, mentem para os professores (ou mentem para meu gravador há poucas semanas). O diretor vai para um distrito, a situação fica mais ou menos calma. O tesoureiro da época da farra dos 300.000,00 é o mesmo de agora. Prometeu de público que iria explicar onde foram parar os 300.000,00 mas depois resolveu não explicar nada, por ordem do pastor Maurício Pinto Lima, atual presidente da AES. ATO IV O EDESSA não vai fechar, como muitos andam falando. O diretor está otimista para o próximo ano. Todos comentam que o tesoureiro da escola, que acha fácil gastar 300.000,00 mas acha difícil explicar, deve sair. O tesoureiro da Associação também, mas ninguém sabe o paradeiro das mulas. Há poucas semanas, houve mesa administrativa na Associação. O diretor do EDESSA, ao ver que estavam destinando uma gorda quantia para o acampamento de Guarapari, onde as beldades bronzeiam as pernas, e nada para o colégio, questionou o que era mais importante para a igreja, a educação dos jovens ou o lazer dos ricos na praia. Responderam que era a praia. Ele se levantou indignado e saiu, batendo a porta. Quem conhece o diretor, homem equilibrado, calmo, muito cristão, acha difícil uma atitude intempestiva desta. Mas é a exasperação, é a indignação frente ao cinismo do pastor Maurício. Para confirmar esta história, fui ao diretor, que, como cristão, não pode mentir. Parabenizei-lhe, expliquei o porque e disse que se não fosse verdade, desmentisse. Ele disse que não podia desmentir, era verdade. Sei que posso prejudicá-lo contando isso, mas acho que sua força moral é tão superior à do presidente mentiroso que, mesmo que o pastor Maurício continue, como dizem já está decidido, não deve mudar muita coisa. ATO V O pastor aposentado esteve muito doente, e ficou hospitalizado várias semanas. Neste período, muitas pessoas o visitaram, pois é muito respeitado no Estado por tudo que fez pela educação adventista. Entre as visitas, esteve o pastor Maurício. Aproveitando que o pastor jubilado estava frágil, debilitado pela doença e dor, vai lá e até conversam sobre o futuro da igreja, e o pastor aposentado comenta favoravelmente sobre o presidente, que parece ter mudado sua visão. Mas, no dia do ex-aluno do EDESSA, na ausência, o pastor Maurício volta a ofender. Volta a levantar falso testemunho contra o outro pastor. Na presença do filho dele, de um membro leigo e de um gravador. E volta a defender o diretor que sumiu com os 300.000,00 reais. E diz que, mesmo que houvesse erro, não há o que fazer, os de cima não são punidos, só os de baixo, foi o lançamento oficial da "Lei de Maurício", já comentada aqui. EPÍLOGO A assembléia quadrienal chegou. Após mudar o local de forma estratégica e acintosa, após mudar a forma como se escolhem os delegados para que eles mesmos pudessem indicar os que vão participar (isto que é democracia!), todos têm como certa a reeleição do pastor Maurício. Estou acompanhando, assim como os outros milhares de leitores deste site, as considerações do ex-pastor "K". Ele mostra o quanto ainda dói o que fizeram a ele os maurícios de sua terra. Peço licença a ele para usar algumas de suas palavras. "São máquinas frias e cruéis que possuem o título de bacharel em teologia." "Eles querem apenas o poder. Poder eclesiástico, financeiro. São arrogantes." "politicagem satânica" "amor ao poder eclesiástico e ao dinheiro." "Por que humilharam, perseguiram, odiaram um jovem pastor que estava marcado para morrer" Pois é. A história se repete, e se repete... O pastor "K", após trazer seu sofrimento a público, recebeu várias manifestações de apoio, e algumas "pedradas cristãs": "O depoimento deste ex-pastor é deprimente e patético". "Talvez sua situação tenha se agravado pela amargura alimentada contra aqueles que ele julga ter-lhe prejudicado" "Agora só não é razoável o transferir culpas, como se só o outro lado cometesse erros”. Quer dizer, segundo estes conselhos "amigos", a culpa é dele! Não há tempo para comentar estas coisas aqui. Acho que nem precisa. Pastor "K", antes da sua história, vários outros sofreram pelo mesmo motivo. Mas como você vê, sempre aparecem uns para colocar a culpa na vítima. Neste exato momento, enquanto você lê isto aqui, eles estão preparando a estratégia para manter os mentirosos no cargo e transferir a culpa para os membros. Chegaram as quadrienais. “Senhoras e senhores, venham ver a história se repetir mais uma vez. E por favor, tragam suas ofertas, pois há um bocado de rombos para cobrir.” Pobre Estado do Espírito Santo! -- Tales Leia também:
|
|