Lição 13 da EscSab à Luz da Mensagem de JustFé 1888
Pensamentos sobre “As coisas definitivas” Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida” (Rom. 5:17 e 18).
(1) A revelação da proximidade do Salvador. A frase "Cristo, nossa justiça", significa que Cristo "venceu" e "condenou" ao pecado na mesma natureza caída e pecaminosa que nós temos. Veio tão próximo de nós há 2000 anos, e para sempre a partir de então, que "condenou ao pecado na carne" (Apoc. 3:21; Rom. 8:3). Sendo que o Pai e o Filho são Um, e que o Pai estava em Cristo em Sua encarnação, apresenta-se também ao Pai como "justo" (II Cor. 5:18 e 19; Rom. 3:26). Cristo fez do pecado algo antiquado. Não há já mais desculpa para ele. Fez-Se na verdade um de nós, 100% Deus, e no entanto, também 100% homem. "Tomou sobre Sua natureza sem pecado a nossa pecaminosa natureza" (Medicina e Salvação, pág. 181), e assim pode salvar a cada um de nós de nossos pecados, não neles. Ele conhece nossas tentações, sendo que, "como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado" (Heb. 4:15). Essas Boas Novas comovem o coração humano. Aí está a raiz da verdade que explica os 2000 anos transcorridos sem que Cristo tenha vindo, algo que as igrejas populares não podem explicar.
(2) O ministério de Cristo no santuário, na expiação final. Aqui é onde a verdade sobre a natureza de Cristo brilha em seu esplendor, e transcende a estéril argumentação teológica. O livro de Apocalipse nos mostra um povo que por fim constitui "primícias" do sacrifício de Cristo, constituída por "irrepreensíveis" perante o Seu trono (Apoc. 14:4-12). A chave de sua vitória está em vencer como Ele venceu (cap. 3:21). Brilha aqui por si mesma a verdade da natureza de Cristo. O ministério sumo-sacerdotal no lugar santíssimo do santuário celestial, desde 1844, é uma grande verdade que tem ainda que iluminar a Terra com sua glória, e concentrar a atenção sobre os temas do fim do grande conflito (Evangelismo, págs. 222 e 223). A identidade de nossa Igreja Adventista depende do fundamento dessa verdade do santuário. Entretanto, é bem conhecido o seu virtual desaparecimento das pregações em nossos dias. E nossos irmãos evangélicos não ensinam nada que se pareça com esse ministério do Dia da Expiação.
(3) A mensagem de 1888 une a justificação pela fé com essa obra especial da expiação final. É por isso que Ellen White viu nela de forma singular e única "a mensagem do terceiro anjo, em verdade". Alegrou-se em reconhecer a tão longamente esperada conexão entre ambos. Nos primeiros meses de 1890, escreveu uma série de artigos na Review and Herald [Revista Adventista], que demonstraram de que forma esta mensagem é a essência da verdade da purificação do santuário (de 21 de janeiro até 3 de junho).
(4) A mensagem não consiste em uma ordem severa de "preparai-vos, senão…", mas de gloriosas boas novas de como preparar-se. Transforma os imperativos adventistas em habilitações evangélicas. Revela o Salvador como o divino Médico da alma, que está "próximo, à mão", Aquele que cura toda ferida causada pelo pecado na mente do homem. É o grande Originador de todo bálsamo que cura, o elaborador do único programa eficaz para confrontar a desesperada necessidade dos viciados em qualquer coisa, do alcoólico, até o comprador compulsivo. É também a única esperança para o vício dos santos da Laodicéia de mornidão e mundanismo. Era a intenção do céu que os viciados da classe que fosse, achassem salvação "entre os sobreviventes" - ou "remanescentes" (Joel 2:32), mais do que nos programas do mundo. Nós, adventistas do sétimo dia, fomos chamados para sermos os "primeiros" a exaltar o autêntico Salvador que foi tentado em todas as coisas, como é tentado todo viciado sobre a Terra, mas sem pecado. É assim que pode salvar até o pior dos que por Ele se chegam a Deus.
(5) A segurança da salvação é algo que deriva da verdade da justificação pela fé apresentada em 1888. O calvinismo afirma que Cristo morreu somente pelos eleitos. O arminianismo protesta, e assinala que morreu por "todos os homens", mas por sua vez especifica que fez somente algo "provisional", e assim, é possível que "todos os homens" sejam justificados se tomarem a iniciativa de fazerem alguma coisa correta. Se o pecador não aproveitar a oferta, então a morte de Cristo não significou nem significará nenhum bem para ele. Tal é a idéia geral que o nosso povo vêm sustentando. Os mensageiros de 1888 viram que a cruz significou muito mais que uma mera provisão, na espera da iniciativa do pecador. Cristo fez algo por cada ser humano! "Todos os homens" devem sua vida atual ao sacrifício de Cristo. A salvação do homem depende da iniciativa de Deus, e a condenação depende da iniciativa do homem. Quando o pecador ouve as boas novas e as crê, responde à iniciativa de Deus, e experimenta assim a justificação pela fé. Aqui é onde o conceito de 1888 da justificação pela fé põe em evidência um tipo sutil de legalismo não reconhecido anteriormente. Na pura justificação pela fé que o Novo Testamento apresenta, "a jactância… é excluída" (Rom. 3:27), mas segundo o ponto de vista popular, o fator chave é a iniciativa do pecador. Pode dizer: [eu] aproveitei a oferta, [eu] aceitei a provisão, [eu] fiz a decisão que me levará a céu. O sacrifício de Cristo não me fez nenhum bem, até que [eu] tomei alguma determinação a respeito. Assim, subjaz um pensamento egocêntrico, e um resíduo de legalismo subliminar. Essa idéia suporta uma trágica carência. Cristo sofreu realmente da segunda morte "por todos", e fez propiciação pelos pecados "de todo o mundo" (Heb. 2:9; I João 2:2). Os pecados de "todos os homens" Lhe foram legalmente imputados em Sua morte, de forma que ninguém até agora teve que suportar a plena carga de sua culpabilidade (Rom. 5:16-18; II Cor. 5:19). O resultado é que "todos os homens" vivem porque Ele morreu por eles, creia nisto ou não (II Cor. 5:14,15). A cruz do Calvário acha-se "estampada" em cada pão. Isso significa que tanto santos quanto pecadores comem seu alimento diário sendo nutridos pelo sacrifício de Cristo (O Desejado, p. 660). Ele "trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho" (II Tim. 1:10). A vida a "todos os homens". A imortalidade, além disso, aos que crêem. Sendo que todos os homens vivem devido a que suas transgressões foram imputadas Àquele que morreu em seu lugar, é correto dizer que teve lugar uma justificação de tipo legal, em favor de todos os homens (alguns preferem chamar de "justificação corporativa", ou "justificação temporária universal"; são termos que se referem à mesma verdade). Sendo que "todos os homens" estão sob "condenação" legal "em Adão", por nascimento, Cristo deve ser feito o "último Adão", em quem toda a raça humana é legalmente absolvida (I Cor. 15:22; Rom. 5:16-18). Tal é o conceito neotestamentário que encerra a repetida expressão "em Cristo". Isso não significa que todos os homens serão salvos contra a sua vontade. É possível desprezar e rejeitar o dom que Cristo deu a "todos os homens". Ele não vai forçar a ninguém. Mas os mensageiros de 1888 explicaram que quando o pecador ouve e crê nessas boas novas, sua experiência da justificação pela fé lhe faz então "obediente a todos os mandamentos de Deus", incluindo o sábado do quarto mandamento. Tal é o único resultado possível, quando um pecador se aferra na justiça de Cristo mediante uma fé inteligente, esclarecida. Não é maravilha que Ellen White se alegrasse tanto ao ouvir a mensagem pela primeira vez. Assim, a mensagem de 1888 reconhece a parcela da verdade que há no calvinismo e no arminianismo, mas vai mais além de qualquer um deles. Como bem discerne o calvinismo, a salvação do pecador se deve inteiramente à iniciativa de Deus. De acordo com o arminianismo, todos os homens têm igual possibilidade de salvação. Mas o que nenhum dos dois discerne é que Cristo levou os pecados de "todos os homens", e morreu a segunda morte por "todos os homens". Tomou a iniciativa de salvar a todos os homens. A única razão pela qual um pecador pode se perder é porque toma a iniciativa de desprezar e rejeitar a justificação que já lhe foi dada, e que se tem posto em suas mãos (ver João 3:16-19; 12:48). Portanto, a mensagem de 1888 vê o pecado em uma luz muito mais séria do que é comum entre muitos adventistas. Não é um passivo "não fazer nada". O pecado é tão terrível que significa a resistência e rejeição contínua da graça salvífica de Deus. [Nota: "Deus fará a cada um a pergunta: O que fizeste com Meu Filho Unigênito?… Serão obrigados a dizer: Aborrecemos a Jesus e O lançamos fora. Clamamos: Crucifica-O! Crucifica-O! Em Seu lugar, escolhemos a Barrabás" (Ellen White, Comentário Bíblico Adventista, vol. V, págs. 1081 e 1082)] O pecador não se dá conta do que está fazendo, e necessita que lhe façam tomar consciência disso. É nessa luz que pode apreciar o arrependimento em suas verdadeiras dimensões.
(6) O Espírito Santo é muito mais poderoso do que havíamos imaginado. Quando uma pessoa compreende e crê quão boas são as boas novas, se dá conta de que é fácil ser salvo, e difícil se perder. A salvação não depende de que procuremos e encontremos a Deus (que é o elemento comum a toda religião pagã no mundo), mas sim de que creiamos que Ele está nos procurando e nos encontrou. O Espírito Santo é mais forte que a carne (Gál. 5:16,17), e a graça superabundou muito mais do que possa abundar o pecado (Rom. 5:20).
(7) Em outras palavras, a mensagem de 1888 eleva o amor de Deus como Salvador, muito acima da categoria de algo meramente provisional. Não o apresenta perante o pecador como uma oferta casual de "é pegar ou largar", "se não aproveitas a oportunidade, pior para ti". Não. Cristo Se apresenta como o Bom Pastor que está procurando ativamente a cada ovelha perdida "até que venha a achá-la" (Luc. 15:4). É preciso fazer o pecador ouvir boas novas tão boas como essas. O amor de Deus fica imensamente clarificado nos conceitos bíblicos da mensagem de 1888. O único resultado possível é a substituição das obras mortas por um fervoroso serviço de fé, uma devoção que não conhece limites. A mornidão se torna impossível para aquele que compreende e crê no evangelho em sua pureza. - Robert J. Wieland, Iluminados por Sua glória, págs. 6 a 9.
O Deus da esperança Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia. "Pelas Suas pisaduras fomos sarados." Isa. 53:5. Pela Sua vida e morte, Cristo operou ainda mais do que a restauração da ruína produzida pelo pecado. Era o intuito de Satanás causar entre o homem e Deus uma eterna separação; em Cristo, porém, chegamos a ficar em mais íntima união com Ele do que se nunca houvéssemos pecado. Ao tomar a nossa natureza, o Salvador ligou-Se à humanidade por um laço que jamais se partirá. Ele nos estará ligado por toda a eternidade. "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito." João 3:16. Não O deu somente para levar os nossos pecados e morrer em sacrifício por nós; deu-O à raça caída. Para nos assegurar Seu imutável conselho de paz, Deus deu Seu Filho unigênito a fim de que Se tornasse membro da família humana, retendo para sempre Sua natureza humana. Esse é o penhor de que Deus cumprirá Sua palavra. "Um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; e o principado está sobre os Seus ombros." Isa. 9:6. Deus adotou a natureza humana na pessoa de Seu Filho, levando a mesma ao mais alto Céu. É o "Filho do homem", que partilha do trono do Universo. É o "Filho do homem", cujo nome será "Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz". Isa. 9:6. O EU SOU é o Árbitro entre Deus e a humanidade, pondo a mão sobre ambos. Aquele que é "santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores" Heb. 7:26, "não Se envergonha de nos chamar irmãos". Heb 2:11. Em Cristo se acham ligadas a família da Terra e a do Céu. Cristo glorificado é nosso irmão. O Céu Se acha abrigado na humanidade, e esta envolvida no seio do Infinito Amor. - O Desejado de Todas as Nações, págs. 25 e 26.
Um futuro além da morte A ressurreição de Cristo garante a nossa ressurreição. É importante que fique muito claro que tudo que tenhamos que experimentar como cristãos neste mundo e no vindouro está apoiado na obra perfeita e concluída de Jesus Cristo. Quer dizer, não existe nada que você ou eu possamos experimentar como cristãos, seja em termos do novo nascimento, ou de nossa situação perante Deus como justificados –que nos traz paz e alegria, esperança e segurança–, que não tenha sido ganho por Cristo em nosso favor. O mesmo acontece se pensarmos em termos de vida santa, da esperança da ressurreição e ascensão aos céus, junto a Cristo; recebemos tudo em virtude de já ter sido ganho na história sagrada de nosso Senhor Jesus Cristo. Ou em outras palavras: em Jesus Cristo, Deus redimiu toda a raça humana. Estivemos nEle em Sua encarnação. Em I Coríntios 1:30, Paulo afirma que foi pela vontade de Deus que fomos postos em Cristo, e Ele foi feito sabedoria, justiça, redenção, santificação, e todas as coisas. Portanto, visto que Cristo é a origem de nossa experiência cristã, Sua ressurreição garante a nossa. Em outras palavras: ressuscitaremos devido a que em Cristo, já fomos ressuscitados de entre os mortos. De fato, em Efésios 2:6 Paulo declara que "nos ressuscitou juntamente com Ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus". Voltemos agora para I Coríntios 15:12, e notemos o argumento de Paulo nesta passagem. O contexto é um problema doutrinário que afetava a membros da igreja em Corinto. Alguns deles punham em dúvida a ressurreição dos crentes. Assim protestou Paulo: "Se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?" Pode alguém imaginar crentes sem esperança da ressurreição? É muito significativo que Paulo não defende a ressurreição do crente recorrendo ao método do texto probatório. Sua prova de que o cristão tem a esperança da ressurreição, é a própria ressurreição de Cristo. Lemos a partir do versículo 13: "Se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, nossa pregação é vã, e sua fé também é vã". Quer dizer, se a origem da ressurreição, que é Cristo, não ressuscitou dos mortos, então não há esperança alguma para nós. Mas se Cristo ressuscitou, então temos esperança. Paulo dá então um passo a mais, chegando a dizer: ‘Se Cristo não ressuscitou, nossa pregação é uma mentira, mas se Cristo ressuscitou dos mortos, então nossa pregação é verdadeira, e o cristão tem esperança’. De fato, no versículo 19, Paulo declarou que se nossa esperança em Cristo se refere só a esta vida, "somos os mais miseráveis de todos os homens". Por quê? Porque a esperança do cristão não está neste mundo, mas no vindouro. E o começo do mundo vindouro coincide com a ressurreição dos crentes. "Mas de fato", continua dizendo Paulo no versículo seguinte, "Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias [o primeiro] dos que dormem". E nos versículos 21 e 22 faz essa magistral afirmação em relação aos conceitos de em Adão, e em Cristo. "Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um Homem". Você percebe que "homem" aparece ambas as vezes no singular. Quais são estes dois homens, um dos quais lhe traz a morte, e o outro a vida? "Porque assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados [ressuscitados] em Cristo" (22). Recorda bem o contexto. Paulo não está aqui considerando simplesmente toda a raça humana em Cristo. Quer dizer, não está tratando aqui só da verdade do evangelho em seu aspecto objetivo, mas vai até a experiência subjetiva do crente. Têm esperança de ressurreição aqueles cristãos que aceitaram a verdade tal como ela é em Cristo? A resposta é: ‘Sim’. Por quê? Qual é a garantia de nossa ressurreição? A ressurreição de Cristo. "Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na Sua vinda" (23). A ressurreição de Cristo é a garantia da ressurreição de todo crente. Paulo dirigiu estas palavras aos crentes na Tessalônica: "Cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele" (I Tess. 4:14). No versículo 15 e sucessivos, explica como o Senhor mesmo descenderá do céu com clamor, com voz de Arcanjo, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que vivermos, os que ficarmos, seremos arrebatados junto com eles nas nuvens, depois de ter sido transformados "em um abrir e fechar de olhos" (I Cor. 15: 52) da corrupção para a incorrupção, para receber ao Senhor nos ares. - Jack Sequeira, A cruz de Cristo, págs. 49 a 51. (Seleção, F.C. / Tradução: Matheus) Fonte: Www.libros1888.com. Textos anteriores: |
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