Tércio Sarli Virou Padre!?

 

A Revista Adventista está mudando de estilo. Não está defendendo suas teses diretamente, mas com sutileza. Um exemplo é o artigo “Cristo na Vida e na Mensagem” já comentado neste site. Outro é o artigo “Tarde te amei” que na verdade deveria chamar-se “Santo Agostinho , tarde te amei”, escrito por Tércio Sarli, publicado na Revista Adventista, de dezembro de 2002.

Nesse artigo, o padre maior Tércio Sali começa dizendo que Santo Agostinho foi um famoso pensador cristão do século IV. A sutileza começa aqui, na verdade Agostinho foi um famoso pensador católico e ele usa o termo  pensador cristão no sentido ecumênico induzindo o povo adventista a admitir a filosofia de Agostinho sem perceber que ele era um pensador católico.

 

Santa enrolação!

Na verdade, a sutileza começa até antes disso quando o Padre Tércio começa o seu texto dessa forma: “Agostinho, a  quem alguns círculos religiosos chamam Santo Agostinho”, não seria mais fácil dizer Agostinho a quem a Igreja Católica chama de Santo Agostinho? Sarli, por favor, não esconda a sua religião.

Depois ele diz que a igreja cristã, naqueles tempos era uma só, embora em pleno processo de apostasia, de mistura de verdade com o erro, exatamente como a IASD de hoje. Até porque ao referir-se à igreja cristã ele refere-se ao catolicismo, passando a mensagem de que o catolicismo do tempo de Agostinho é a mesma coisa que adventismo.

Em seguida, diz que Deus tinha, como em todos os tempos, seguidores fiéis que se opunham às heresias, às práticas pagãs que invadiam os arraiais dos cristãos, querendo com isso dizer que Agostinho era desse grupo. Mas logo diz não estar incluindo Agostinho nesse grupo. Logo após diz que, no entanto, muito dos escritos de Agostinho serviram como base para a reforma protestante, levada a efeito por Martinho Lutero no século XVI.

Resumindo, o padre Tércio em linguagem eclesiástica, primeiro diz que havia seguidores fiéis que se opunham às heresias, depois diz que não estava afirmando que Agostinho era um deles. Para que essa enrolação toda?  

Essa enrolação toda era para dizer que “muitos dos escritos de Agostinho serviram de base para a reforma protestante, levada a efeito por Martinho Lutero, no século XVI”.

Subliminarmente, o padre Tércio Sarli está dizendo o seguinte: que Agostinho serviu de base para a reforma e que a reforma serviu de base para o surgimento da IASD. Assim, implicitamente o padre está dizendo que Agostinho é uma das bases teológicas da IASD, o que não é verdade, a não ser que seja uma das bases teológicas para a IASD moderna, diferente da IASD dos tempos de Ellen White.

Depois, Tércio Sarli procura  disfarçar os objetivos subliminares de seu artigo e afirma que está popularizando na comunidade adventista o nome de Agostinho apenas para falar da fé da mãe de Agostinho. Cita então um texto de Ellen White onde ela se refere a fé da mãe de Agostinho, dando a entender também subliminarmente que Ellen White apoiava a filosofia de Agostinho.

O fato de Ellen White referir-se a mãe de Agostinho não significa que ela entendia que o pensamento de Agostinho foi uma das bases para a reforma e conseqüentemente para as doutrinas adventistas. Se ela afirmou isso, eu desconheço, mas o texto do padre Sarli induz as pessoas a pensarem que existem relações doutrinárias entre os textos de Ellen White e de Santo Agostinho.

 

Agostinho & Kellogg

Agora vemos uma outra contradição no texto do padre, que confirma que o verdadeiro objetivo é fazer com que a IASD aceite Agostinho não como um teólogo católico, mas como um teólogo adventista! Ele diz que estava citando Agostinho apenas para falar de sua mãe, mas depois deixa registrado o que ele considera um dos mais belos pensamentos de Agostinho referentes a Deus.

O Padre Tércio transcreve parte de um poema de Agostinho com a seguinte frase  referindo-se a Deus:

“Tarde Te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te Amei! E no entanto, estavas dentro de mim, e eu fora, a Te procurar!”

Ora, a afirmação de que Deus está dentro das pessoas é a mesma afirmação do Dr. Kellogg, tão atacada pela irmã White em dezenas de livros.

Há um outro texto de Agostinho, que o padre Tércio Sarli não citou no qual Agostinho assim se refere a Deus:

“E contudo amo uma luz, uma voz, um perfume, um alimento e um abraço, quando amo o meu Deus. Luz, voz, perfume e abraço do homem interior, onde brilha para a minha alma uma luz que nenhum espaço contém, onde ressoa uma voz que o tempo não arrebata, onde se exala um perfume que o vento não esparge, onde se saboreia uma comida que a sofreguidão não diminui, onde se sente um contato que a saciedade não desfaz. Eis o que amo, quando amo o meu Deus”.

Ou seja, Agostinho e Kellogg eram adeptos do panteísmo tão combatido por Ellen White.

Resumidamente, até porque não descobri muitos textos referentes a Agostinho e mesmo porque quem conhece bem as obras de Agostinho são os pensadores católicos como Tércio Sarli, vamos comentar apenas parte da obra de Agostinho.

Uma delas tem por nome “O Tratado  da Santíssima Trindade”, onde Agostinho defende a doutrina da trindade.

Além de escrever livros defendendo as doutrinas católicas, Agostinho também escreveu um obra para formação de ordens religiosas católicas que deu origem a entidades católicas como por exemplo: Agostinianos Assuncionistas, Ordem dos Agostinianos Recoletos, Ordem de Santo Agostinho, Ordem dos Agostinianos Descalços.

Encontrei uma referência a uma citação de Agostinho, na obra do Pastor Splanger, no mesmo texto em que o pastor apresenta a prova cientifica da existência da trindade:

Eis o texto:

“Esta pequena maravilha levou Agostinho a declarar para os hereges que duvidavam da trindade: 'Vá para o Jordão e verás a Trindade'.”

Agostinho também escreveu um obra intitulada “Sobre a imortalidade da alma”, onde é obvio, defende a imortalidade da alma.

Enfim, irmãos, completando o texto do padre Sarli, podemos afirmar que Santo Agostinho é um dos mais importantes pensadores católicos, que suas obras defendem a doutrina da trindade, a imortalidade da alma, que ele e Kellogg tem a mesma filosofia e que o título da hora tranqüila “Tarde te amei’ é o título de um poema panteísta de Agostinho.

Portanto, em primeira mão, noticiamos que Tércio Sarli virou padre da Ordem de Santo Agostinho. -- Leigo.com

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