Estudo Nº 02

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18/04/04


Aprendendo Sobre o “Ágape”

 

No estudo anterior compreendemos nossa profunda necessidade de amor:

(1) Ninguém é capaz por si mesmo de amar a outro com este tipo de amor que a Bíblia apresenta como o artigo genuíno.

(2) O que possuímos em comum com as outras pessoas, inclusive com os pagãos, é a dotação natural do eros: o tipo de amor que ama aos demais porque são amáveis conosco.

(3) A Bíblia diz que “Deus é amor [ágape]”, o tipo de amor que ama a quem não é amável, inclusive a seus inimigos.

(4) A Bíblia diz que, a menos que possuamos o ágape, mesmo que sejamos capazes de falar a língua dos anjos, não somos mais que o sino que tine. Se “conhecesse todos os mistérios”, ou se tivesse toda a fé, de tal maneira que transportasse os montes, e não tenho amor (ágape), nada sou. Se repartisse todos os meus bens para dar de comer aos pobres, e se entregasse meu corpo para ser queimado, de nada me serviria sem este maravilhoso dom do amor ágape.

(5) O denominador comum a todo ser humano é o medo, mas o ágape o faz desaparecer em sua totalidade. Isto nos leva a reconhecer que não possuímos naturalmente o ágape!

(6) Nosso amor comum, a que os gregos chamavam eros, depende do valor ou beleza do que amamos. Mas o ágape é livre, é independente e capaz de amar a quem é não é digno deste amor, inclusive de amar a seus inimigos.

(7) O eros se fundamenta na noção de necessidade. O ágape, em contraste, não se fundamenta nela, nem se alimenta por desejo de recompensa.

 

Existe felicidade sem o amor ágape? 

1.Apesar de não ser algo natural a nós, quão importante é o ágape? João 13:34

RESPOSTA: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.”

2. Quando reconhecerá finalmente o verdadeiro povo de Deus? João 13:35

RESPOSTA: “Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”

3. Enumere sete características do ágape que lhe pareçam especialmente essenciais (da lista que aparece em I Coríntios 13:4-8)

RESPOSTA: “O ágape é sofredor, é benigno; o ágape não é invejoso; o ágape não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O ágape nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá”.

4. Se alguém segue a Cristo pelo desejo egoísta de recompensa ou de temor ao castigo, e não motivado pelo apreço que tem por Seu amor [ágape], você crê que ele será salvo? Relacione I Coríntios 13:8 com João 10:27-29

RESPOSTA: “O ágape nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá”. “As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz, e Eu conheço-as, e elas Me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da Minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de Meu Pai. ”

Nota: “Não é o temor do castigo, ou a esperança da recompensa eterna, que leva os discípulos de Cristo a segui-Lo. Contemplam o incomparável amor do Salvador revelado em Sua peregrinação na Terra, da manjedoura de Belém à cruz do Calvário, e essa visão dEle atrai, abranda e subjuga o coração. O amor desperta na alma dos que O contemplam. Ouvem-Lhe a voz e seguem-nO.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 446).

 

Mais contrastes entre o ágape e o eros

O eros é um tipo de amor que busca a Deus. Este é o fundamento da maioria das religiões. É a razão para a existência de templos e santuários. Aparentemente é uma busca nobre. Mas o ágape é diferente: não é o homem que busca a Deus, mas é Deus que busca o homem.

5. Leia Lucas 19:10 e observe a diferença:

RESPOSTA: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.”

Nota: A mentalidade do eros nos faz imaginar a Deus como se estivesse Se escondendo de nós, tornando difícil que O encontremos. Ir em Sua busca se converte em uma árdua tarefa, e nunca temos a certeza de havê-Lo encontrado.

6. Em contraste com o anterior, quão próximo de cada um de nós está Deus? Atos 17:27; João 1:9

RESPOSTA: “Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós”. “Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo homem que vem ao mundo.”

Nota: Quão próximo está Deus de você? Com quanto fervor está lhe procurando? Está tão próximo como esta “palavra da fé” a qual se refere Romanos 10:8 e 9, e que a sua boca e o seu coração podem pronunciar. Através desta palavra Deus já lhe encontrou. Está batendo à sua porta neste momento (Apocalipse 3:20).

7. Longe de esconder-Se, quão próximo está de você, desde o seu nascimento, ainda que você não se desse conta? Salmo 139:1-5, 7-13

RESPOSTA: “Senhor, Tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces. Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a Tua mão. ... Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que Tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua mão me guiará e a Tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de Ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para Ti a mesma coisa; pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe.

Outro contraste: O eros é um amor que está subordinado ao valor atribuído ao que se ama. De forma natural, tratamos melhor ao médico que o lixeiro (no entanto, nossa situação se tornaria insuportável sem o segundo). Nossa sociedade “ama” às pessoas que “valem”, e valor só é sinônimo de educação acadêmica, inteligência ou riqueza. Mas o ágape é diferente: não está subordinado ao valor do que se ama. É soberano e independente. Não depende do valor da pessoa amada, mas ao contrário, concede valor ao amá-la.

8. Leia Isaías 13:12 e observe o fruto do ágape.

RESPOSTA: “Farei que o homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir.”

Nota: Imagine uma pedra qualquer encontrada no chão. Não possui valor algum. Mas suponha que tomando esta pedra em suas mãos, e amando-a como faz uma mão com seu bebê, você fosse capaz de convertê-la em ouro puro. Que valor teria agora? Isto é o que o Senhor faz por você e por mim com Seu amor-“ágape”. Este é o amor que podemos receber dEle, e aprender a exercitá-lo em favor de nosso próximo.

O eros procura alcançar posições, subir cada vez mais. Deseja ser promovido. É facilmente visível na escola, na empresa, na política... e até na igreja!

9. Em quem teve origem este amor eros que busca “os seus próprios interesses”? Isaías 14:12-14

RESPOSTA: “Como caíste desde o céu, é estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.”

10. Em contraste, até onde está disposto a descer o ágape? Filipenses 2:5-8

RESPOSTA: Você encontra no texto sete passos na humilhação de Jesus, em contraste com o desejo de exaltação de Lúcifer:

(1) “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus”. O Filho de Deus depôs Sua coroa voluntariamente, motivado pelo ágape, Seu próprio caráter.

(2) “Mas esvaziou-Se a Si mesmo”. Quando Cristo Se despojou a Si mesmo, estava submetendo eterna e voluntariamente tudo o que Lhe era precioso, o que só pode ser realizado através do ágape.

(3) “Tomando a forma de servo” (ou escravo). Os anjos são chamados servos ou “espíritos ministradores” enviados para nos proteger (Hebreus 1:14). Se Cristo Se houvesse tornado como um deles, isto teria sido uma grande condescendência para Ele, pois era seu Criador e Comandante. Mas desceu ainda mais. 

(4) “Fazendo-Se semelhante aos homens”. Nenhum ser humano jamais caiu tão profundamente que fosse impossível que o Filho de Deus o alcançasse. E uma vez que permitimos que este amor entre em nosso coração, todo traço do orgulhoso sentimento de sentir-se mais santo que outros desaparece, e isto nos permite alcançar também o coração dos demais.

(5) Mais ainda: “E, achado na forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo”. Sua mão Lhe deu à luz em um humilde presépio, se viu obrigada a abrigá-Lo com pobres e improvisados farrapos, e a transportá-Lo da forma mais precária e simples. A Sua vida foi de um trabalhador de dores. Mas isto não é tudo:

(6) Foi “obediente até à morte”. O tipo de morte a que foi obediente não consistiu em uma fuga das responsabilidades. Consistiu em ir ao obscuro poço sem fundo, até a condenação consciente e vital de cada célula de Seu ser, debaixo do sentimento de desagrado de Deus. Seu sétimo e último passo esclarece isto ainda melhor.

(7) “E morte de cruz”. Nos dias de Jesus, a morte de cruz era a mais humilhante e desesperadora das mortes. Não só era a mais cruel das que se tinham inventado, não só a mais vergonhosa -ser amarrado nu perante a multidão gritando que contemplava a sua agonia com satisfação. A morte de cruz levava em si mesma um horror ainda mais profundo que tudo isto: Significava a maldição do Céu. O tipo de morte que Cristo morreu foi a dos perdidos, que perecerão finalmente sem nenhuma esperança, naquilo que o Apocalipse denomina a “segunda morte”. Esta foi a morte a que Jesus Se fez “obediente”. Clamou angustiado: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” (Mateus 27:46). Medite nsito com atenção e reverência. Você e eu deveríamos ter atravessado esta experiência, se Ele não houvesse tomado nosso lugar e morrido nossa segunda morte.

 

A medida real da agonia de Jesus na cruz

Os sofrimentos de Jesus foram incomparavelmente maiores que o simples padecimento da dor física, ou que a tortura de qualquer um dos mártires. Não houve fingimento ou trama alguma na carga que Lhe foi imposta. Diz a Escritura: “O Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos” (Isaías 53:6).

O que o pecado produz? “As vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós” (Isaías 59:2). A iniqüidade separa de Deus, deixa a alma na mais desesperadora privação e solidão, destrói todo sentimento de segurança. O Senhor pôs realmente sobre Cristo a iniqüidade de todos nós. Isto significa que pôs os mesmos sentimentos de culpa, solidão, insegurança e desespero que tão bem conhecemos. Foi isto o que separou a Cristo de Seu Pai. Antes de compreender esta verdade, é difícil conceber que Cristo houvesse Se sentido abandonado. A Bíblia afirma que clamou: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Foi a exclamação de um ator de drama que não sentia o que dizia, ou foi o sincero clamor de um coração quebrantado pela amargura e desolação? Cristo não levou esta carga como podemos levar um fardo sobre nossos ombros. A levou dentro de Si, em Seu próprio ser.

Pedro especifica que: “Levando Ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (I Pedro 2:24). Foi em Seu próprio sistema nervoso, em Sua mente e em Seu ser que levou esta mortífera carga. Paulo foi ainda mais explícito: [O Pai] “O fez pecado por nós” (II Coríntios 5:21).

Cristo não foi um pecador, jamais pecou. Mas Se fez “maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gálatas 3:13). O pecador e a maldição são assim equivalentes. A afirmação de Paulo implica que a identificação de Cristo com o pecado, na cruz, foi algo terrivelmente real. “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Se Cristo foi feito pecado, feito maldição por nós, está claro que deveria igualmente sofrer o salário do pecado, a morte. Cristo está muito próximo de nós  “porque, assim O que santifica [Cristo], como os que são santificados [os pecadores], são todos de Um; por cuja causa não Se envergonha de lhes chamar irmãos” (Hebreus 2:11).

O que é a morte? O que é o salário do pecado que Cristo sofreu? A Escritura apresenta duas classes de morte: uma camada “sonho” (João 11:11 e 13), que é a morte à que normalmente nos referimos. A outra é a autêntica, a segunda morte (Apocalipse 2:11; 20:6; 21:8). Significa a eterna separação de Deus, adeus à esperança e à vida para sempre.

Foi esta segunda morte que Jesus sofreu. “Para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hebreus 2:9). Visto que Ele a experimentou por cada ser humano, este “sonho” a que ordinariamente chamamos morte não pode constituir aquilo que Ele experimentou, porque todo ser humano a sofre por si mesmo até hoje. Sabemos que o que Cristo sofreu, o fez para que nós não tivéssemos que sofrer.

Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” I Pedro 5:7

Orai sem cessar” I Tesalonicenses 5:17

“Não se faça a Minha vontade, mas a Tua” Lucas 22:42

“O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade” (Caminho a Cristo, p. 47)

 

Comitê de Estudo da Mensagem de 1888  


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