O Verdadeiro Cristo, e Sua Falsificação

“Eu pensava que só havia um Cristo!”, exclamará mais de uma pessoa. Realmente, só há um verdadeiro Cristo. Mas desde o princípio, a grande ambição de Lúcifer foi: “Serei semelhante ao Altíssimo!” (Isaías 14:12-14). Seu desejo é exaltar-se acima de Cristo.

Após os milhares de anos que têm transcorrido, Satanás tem se tornado mais e mais sagaz e ardiloso. Seu plano consiste em fazer-se passar por Cristo. Sua alma demoníaca cobiça mais que qualquer outra coisa ver a humanidade inclinada perante ele, lhe rendendo essa devoção que de outra forma seria dirigida para seu odiado rival, Jesus Cristo.

É possível que triunfe em falsificar a Cristo? Sabemos muito bem das grandes habilidades que algumas pessoas têm para imitar a outras em sua voz, maneiras e inclusive aparência. A grande indústria cinematográfica se apóia nessa técnica. São os seres humanos mais capazes que Satanás?

Ocasionalmente ficamos sabendo de impostores que durante anos se fizeram passar por médicos, usurpando e falsificando os certificados e diploma que na realidade correspondiam a um qualificado facultativo que habitava a centenas de quilômetros de distância.

Se Satanás é tão sagaz para inspirar a seres humanos –de inteligência muito inferior à sua– em falsificações de tal calibre, quanto maior esforço não aplicará para realizar seu próprio grande esquema de engano?

É possível que você descubra que Satanás tentou já lhe envolver com seu falso plano.

O ensino bíblico sobre o falso Cristo

1. Satanás já está tendo êxito em falsificar a Cristo? I João 2:18

RESPOSTA: “Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora.”

Nota: No idioma original em que foi escrito o Novo Testamento (grego), “anticristo” significa “alguém que está em lugar de Cristo”. Visto que ninguém pode tomar realmente o Seu lugar, trata-se de falsos Cristos.

2. Que acontecimento predisse Jesus, a fim de advertir a Seu povo contra o engano? Mateus 24:5, 23 e 24

RESPOSTA: “Porque muitos virão em Meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. ... Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhes deis crédito; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.”

3. Qual é a “grande" obra de Satanás? Apocalipse 20:8 e 10

RESPOSTA (em uma palavra): “E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. ... E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.”

4. Comprove como o antigo Israel foi enganado por um falso Cristo. A quem adoraram nos dias de Elias? I Reis 16:30 e 32; 18:18 e 19

RESPOSTA: “E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os que foram antes dele. ... E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria.”

“Então disse ele [Elias]: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor, e seguistes a Baalim. Agora, pois, manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo; como também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Asera, que comem da mesa de Jezabel.”

Nota: “Baal” é um termo que significa simplesmente “Senhor”. Com o transcorrer dos anos se tornou difícil para o povo do Israel distinguir entre a verdadeira adoração ao Senhor e a das nações que o rodeavam. A adoração a Baal era uma sutil falsificação da adoração genuína ao Senhor de Israel. Os templos tinham uma aparência semelhante, e também os rituais. De forma progressiva o povo perdeu a capacidade de distinguir entre ambas. Mas Elias teve uma compreensão correta do que estava acontecendo.

5. Em que lugar de Jerusalém florescia a adoração a Baal, nos dias de Jeremias? Jeremias 7:9, 10 e 30

RESPOSTA: “Porventura furtareis, e matareis, e adulterareis, e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes, e então vireis, e vos poreis diante de Mim nesta casa, que se chama pelo Meu nome, e direis: Fomos libertados para fazermos todas estas abominações? ... Porque os filhos de Judá fizeram o que era mau aos Meus olhos, diz o Senhor; puseram as suas abominações na casa que se chama pelo Meu nome, para contaminá-la”

6. É óbvio que o falso Cristo engana às pessoas com ensinos falsos, muito tempo antes de manifestar-se visível e pessoalmente imitando o autêntico Cristo. Em que trágico engano caíram os judeus, sem se dar conta? João 8:42-47

RESPOSTA: “Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente Me amaríeis, pois que Eu saí, e vim de Deus; não vim de Mim mesmo, mas Ele Me enviou. Porque não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a Minha palavra. Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. Mas porque vos digo a verdade, não Me credes. Quem dentre vós me convence de pecado? E se vos digo a verdade, porque não credes? Quem é de Deus escuta as palavras de Deus: por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus.”

Nota: Os judeus tinham estado esperando por séculos a vinda do Messias. Quando finalmente veio, condenaram-No à morte, devido a que foram incapazes de distinguir a verdadeiro Messias do falso! Paulo exortou aos coríntios a ser cuidadosos, visto que para o observador descuidado, haveria muito pouca diferença entre ambos (I Coríntios 10:20, 21).

Como diferenciar entre ambos?

7. O falso Cristo pretende que Jesus morreu na cruz a fim de obter o amor do Pai para nós. Apresenta a Deus como Alguém distante e indiferente ao ser humano, e a Cristo sofrendo em nosso lugar a fim de satisfazer um suposto desejo de vingança do Pai. Em contraste com isto, o que diz a Bíblia com respeito ao verdadeiro Cristo e à expiação? João 3:16 e 17

RESPOSTA: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.”

Nota: Mas este grande sacrifício não foi feito para engendrar no coração do Pai o amor para com o homem, nem para dispô-Lo a salvá-lo. Não, não! “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito.” João 3:16. O Pai nos ama, não em virtude da grande propiciação; mas sim proveu a propiciação por isso que nos ama. Cristo foi o instrumento pelo qual Ele pôde entornar sobre um mundo caído o Seu infinito amor. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo.” II Cor. 5:19. Sofreu juntamente com Seu Filho. Na agonia do Getsêmani, na morte sobre o Calvário, o coração do infinito Amor pagou o preço de nossa redenção. - (Caminho a Cristo, págs. 13 e 14).

8. O falso Cristo não pode ser tentado como nós o somos, ficando assim alheio a nossos mais profundos sentimentos. É representado tomando um tipo de natureza humana diferente da que nós possuímos. Dessa forma, o falso Cristo é incapaz de nos salvar de nossos pecados. Perdoa, mas só no sentido de que nos desculpa enquanto continuamos em nossos pecados. Por contraste, que tipo de natureza humana tomou o verdadeiro Cristo? II João 7; Romanos 8:3 e 4

RESPOSTA: “Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.”

“Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.”

9. Quão plenamente Cristo foi tentado como nós? Hebreus 4:15

RESPOSTA: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, Um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.”

Nota: “No deserto da tentação, Cristo esteve no lugar de Adão para suportar a prova que este não pôde resistir. Aqui Cristo venceu em lugar do pecador, quatro mil anos depois de Adão dar as costas à luz de seu lar. Separada da presença de Deus, a família humana se afastou cada vez mais, em cada geração sucessiva, da pureza, da sabedoria e dos conhecimentos originais que Adão possuía no Éden. Cristo levou os pecados e as debilidades da raça humana tal como existiam quando veio à Terra para ajudar ao homem. Com as debilidades do homem caído sobre ele, em favor da raça humana tinha que suportar as tentações de Satanás em todos os pontos nos quais o homem poderia ser atacado...

Que contraste o do segundo Adão quando foi ao sombrio deserto para fazer frente a Satanás sem nenhuma ajuda! Desde a queda, a raça humana tinha estado a diminuir em tamanho e em força física, e afundando-se mais profundamente na escala da dignidade moral, até o período do advento de Cristo à Terra. E a fim de elevar ao homem caído, Cristo devia alcançá-lo onde estava. Ele tomou a natureza humana e levou as debilidades e a degeneração do homem. Aquele que não conheceu pecado, chegou a ser pecado por nós. Humilhou-Se a Si mesmo até as maiores profundezas  do infortúnio humano a fim de poder estar qualificado para chegar até o homem e elevá-lo da degradação em que o pecado o tinha submerso.” (Review & Herald, 28 de julho de 1874).

10. Uma questão importante: Se houvesse algum pecado ao qual Cristo não tivesse sido tentado, você acha que seria capaz de nos socorrer a fim de que vençamos esta tentação em particular? Leia atentamente Hebreus 2:17 e 18, e responda.

RESPOSTA: “Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.”

Nota: Vimos que o apóstolo Paulo se refere ao “anticristo” como já estando presente. Aqui temos um exemplo de como um “Cristo” que não tomou realmente a nossa carne, obscurece a verdade da salvação através dessa falsa doutrina sobre a pessoa de Jesus. Considere a doutrina da “imaculada concepção”, proclamada como dogma pelo papa Pio IX em 1854. Damos citações da publicação católica The Sign (agosto de 1941):

“A doutrina católica ensina que a bem-aventurada virgem Maria não só foi concebida imaculada, ou seja, sem a menor mancha do pecado original, mas além disso esteve livre de cometer sequer um só pecado em todo o curso de sua vida... Nem um sopro de pecado jamais manchou a pureza de sua alma. Não só não teve pecado, original ou atual, mas em certo sentido era incapaz de pecar, devido a um privilégio especial.

Desta forma, o “Cristo” da crença oficial católica, nasceu herdando essa mesma carne excepcional da virgem Maria, uma natureza humana afastada e diferente da nossa. Fulton Sheen, um famoso pregador de televisão católico, explica porquê o dogma da “imaculada concepção de Maria” é tão imprescindível para o “Cristo” popular católico. Fulton Sheen é incapaz de compreender como é que o Salvador pôde vir tal como Paulo afirma, “em semelhança da carne do pecado”, sem sucumbir vítima da tentação. Sua idéia equivocada é o resultado de não compreender a verdade bíblica da salvação pela fé. Isto é o que afirma Sheen:

“Se a Infinita Pureza tivesse escolhido qualquer outra porta de entrada para a humanidade diferente da pureza humana (a imaculada natureza de Maria), teria ocasionado uma tremenda dificuldade, que é a de como podia [Cristo] estar livre de pecado, nascendo de uma humanidade carregada de pecado. Se o pincel que inundarmos em pintura negra se torna negro, e se os vestidos tomam a cor da tintura que os cobre, acaso Ele [Cristo], aos olhos do mundo, não teria participado também da culpabilidade que toda a humanidade compartilha? Se veio a este mundo no trigal da debilidade moral, teria tido certamente alguma palha aderida às vestimentas de Sua natureza humana.”

Nesta lição vimos como o Cristo verdadeiro nasceu de uma humanidade carregada de pecado e entretanto, nunca pecou; como esse “pincel" foi submerso na “tinta negra” sem poluir-se jamais de nosso pecado; como Suas vestimentas foram cobertas por nossa “tinta” humana sem tomar nunca a cor de nosso pecado; como passou pelo “trigal da debilidade moral” sem que se pegasse impureza alguma às “vestimentas de Sua natureza humana”. Esta verdade da vitória de Cristo, em nossa natureza, é o glorioso ensino do Novo Testamento chamada “retidão, ou justiça pela fé”.

11. A idéia de que para Cristo era impossível pecar não tem base na Bíblia. Se esse fosse o caso, como poderia ser realmente tentado? Quão cruamente sofreu Cristo a tentação? Hebreus 5:7-9; Lucas 22:44

RESPOSTA: “O qual, nos dias da Sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo Ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que Lhe obedecem.”

“E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.”

Nota: A razão pela qual não pecou é porque escolheu não pecar.

12. O que mostra que nosso Salvador conheceu o mesmo conflito constante que nós enfrentamos, sendo constantemente vitorioso sobre o “eu"? João 5:30 (relacione com João 6:38)

RESPOSTA: “Eu não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o Meu juízo é justo, porque não busco a Minha vontade, mas a vontade do Pai que Me enviou.”

“Porque Eu desci do céu, não para fazer a Minha vontade, mas a vontade dAquele que Me enviou.”

13. Que gloriosas boas novas o evangelho nos traz? Hebreus 7:25

RESPOSTA: “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.”

Nota: “A tentação é resistida quando o homem é poderosamente influenciado a cometer a ação incorreta, e sabendo que pode fazê-la, resiste pela fé agarrando-se com firmeza ao poder divino. Esta foi a prova pela qual Cristo passou.” (The Youth’s Instrutor, 20 de julho de 1899).

“Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” I Pedro 5:7

“Orai sem cessar” I Tesalonicenses 5:17

“Não se faça a minha vontade, mas a Tua” Lucas 22:42

“O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade” (Caminho a Cristo, p. 47)

Comitê de Estudo da Mensagem de 1888