Clipping Profético: Ameaça de Guerra Nuclear e "Big Brother"
24/01/2004 - 16h28m
'Uma guerra atômica se
aproxima', diz chefe da agência nuclear da ONU
Agências Internacionais
BERLIM - O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed El
Baradei, disse estar seguro de que "uma guerra atômica se aproxima" caso os países com
potencial nuclear não cheguem a um acordo sobre um novo sistema internacional de controle.
A afirmação estará em um entrevista que será publicada na próxima segunda-feira pelo
jornal alemão "Der Spiegel".
De acordo com El Baradei, o perigo de deflagração de uma guerra nuclear nunca foi tão
grande como atualmente. O chefe da AIEA, ligada às Nações Unidas, expressou sua
preocupação com o aumento do tráfico ilegal de tecnologia nuclear, já que, segundo ele,
"surgiu um mercado negro de uma inteligência fantástica".
"Em um país se forjam os planos. Em outro são produzidos centrífugas que são transportadas
de barco a um terceiro, ao qual chega a um receptor anônimo", explicou a autoridade.
Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/mundo/133569984.asp
19/01/2004

Geração pós-guerra
fria recebe Big Brother de braços abertos
Emily Eakin
Ao longo de 50 anos, Big Brother - o "Grande Irmão" - foi um símbolo inequívoco do poder
maligno do Estado todo-poderoso, representando o olho onividente do totalitarismo. Então,
um belo dia, Big Brother tornou-se um "reality show" (espetáculo-realidade) na televisão,
no qual dez pessoas que não se conhecem passam a morar juntas numa casa onde são
submetidas ao monitoramento de câmeras 24 horas por dia, em troca da chance de competir
por um prêmio de US$ 500 mil (R$ 1,4 milhão, no programa americano).
Essa transformação é muito significativa, explica Mark Andrejevic, um professor de estudos
da comunicação, da universidade de Iowa, em Iowa City. Hoje, segundo ele, duplicou a
quantidade de jovens que se referem ao programa "The Real World" (O Mundo Real), da MTV,
com a mesma seriedade com a qual eles evocariam a universidade de Harvard. "Não há dúvida
de que, para toda uma geração pós-guerra fria de americanos, a perspectiva de viver sob
vigilância não só deixou de ser assustadora como também é vista como algo indiferente",
explica.
Na mídia, os críticos têm descrito com freqüência a mania dos "reality shows" em termos
pouco lisonjeiros, acusando-os de despertar um sintoma de voyeurismo primário (por parte
dos telespectadores) e uma obsessão inconveniente pela fama (por parte dos participantes).
No entanto, a análise de Andrejevic, influenciada pelas teorias dos filósofos Theodor
Adorno (alemão, 1903-1969) e Michel Foucault (francês, 1926-1984), revela-se ao mesmo
tempo mais sombria e mais sutil.
Os "reality shows" apresentam a vigilância sob aspectos sedutores, escreve este
especialista em comunicação que os considera como "uma das características mais avançadas
do mundo contemporâneo", "um passaporte para o mundo da riqueza e da celebridade" e até
mesmo um benefício moral.
O seu novo livro, "Reality TV: The Work of Being Watched" ("TV Realidade: O Trabalho de
Ser Observado" - editora Rowman & Littlefield) vem apimentado por citações de frases de
veteranos de programas do gênero (nos Estados Unidos), tais como "The Real World", "Road
Rules" (Regras do Trânsito) e "Temptation Island" (Ilha da Tentação). Todos eles falam com
um entusiasmo extravagante sobre o crescimento pessoal que resulta do fato de aparecer
continuadamente ao vivo na televisão por um longo período, e ainda sobre o valor
terapêutico de estar sendo observado constantemente. Conforme explica Josh, um
participante de "Big Brother", "todo mundo - cada um - deveria ter uma platéia".
Paralelamente, Mark Andrejevic (pronunciar an-drei-u-vitch) argumenta que o gênero do "reality
show" parece realizar a promessa democrática da economia interativa emergente,
transformando passivos consumidores de cultura em seres atuantes que podem estrelar
programas ou influir nos seus resultados por meio do voto. (O autor constata que a série
"Extreme Makeover" - título que pode ser traduzido como "Transformação Extrema" - leva
essa promessa ao pé da letra, "oferecendo reconstruir pessoas 'reais' por meio da cirurgia
plástica, de maneira que elas possam fisicamente acabar com a distância que existe entre
elas e a estética produzida das celebridades que eles aprenderam a venerar").
No entanto, por mais sedutor que tudo isso possa parecer, na opinião de Andrejevic a
televisão-realidade é essencialmente uma enganação: para ele, ela não passa de uma
propaganda em favor de um novo modelo de marketing de produtos que apenas finge dar aos
consumidores um maior controle, enquanto, de fato, ele os submete a formas cada vez mais
sofisticadas de monitoração e manipulação.
Conforme ele explicou numa entrevista por telefone, "a promessa que existe por trás deste
conceito é a de que todo mundo pode ter o seu próprio programa de televisão. Mas, é claro,
isso sempre acaba se transformando numa espécie de 'esquema Ponzi' [Charles K. Ponzi, um
escroque americano que se tornou famoso nos anos 20 por ter enganado milhares de pessoas
com um "esquema" financeiro criminoso, porém "bem bolado"]. É obviamente impossível fazer
com que todo mundo assista à performance de todo mundo nos seus respectivos 'reality
shows'. E, uma vez que isso não é possível, em termos econômicos, esse esquema acabará
sempre funcionando de acordo com o modelo seguinte: algumas poucas pessoas monitorando o
que as outras fazem".
"Considere os equipamentos para recepção de canais de televisão interativos como o TiVo ou
o Replay", prossegue Andrejevic. "Estes gravadores digitais permitem às pessoas assistirem
aos programas de televisão que elas querem, quando elas querem. Mas, em contrapartida",
constata o autor, "os fabricantes desses gravadores obtêm uma quantidade considerável de
informações valiosas sobre as preferências do telespectador". Ele argumenta que o mesmo
princípio se esconde por trás de certas estratégias seguidas por lojas online, que
oferecem CDs personalizados em troca de dados sobre os seus gostos musicais pessoais, ou
ainda por websites que utilizam "cookies" para monitorar as movimentações dos seus
usuários na Internet.
"As empresas comerciais não estão interessadas em comportamentos excepcionais",
acrescenta. "Elas querem sobretudo conhecer aspectos ordinários da vida cotidiana e
trabalham com o mesmo material que programas tais como 'The Real World' e 'Big Brother' -
nos quais a banalidade é vista como autenticidade - se esforçam em capturar em imagens".
"Portanto", prossegue Andrejevic, "os verdadeiros beneficiários da televisão-realidade não
são os membros dos elencos dos programas (que podem acabar ganhando pouco mais do que o
salário mínimo pelas horas - ou os meses - que eles passam na frente das câmeras) nem os
telespectadores ordinários (os quais não escolhem realmente o que acontece na tela de sua
televisão), e sim os marqueteiros, os publicitários e os executivos de empresas, sendo que
essas três categorias têm todo interesse em ver a noção de vigilância sendo mostrada como
benigna".
É claro, reconhece o autor, os seus alunos não vêem as coisas necessariamente dessa forma.
Uma vez que eles foram criados em meio ao universo da Internet, das consultas ao Google,
dos celulares e das mensagens instantâneas, eles "divulgam muito mais informações sobre
eles mesmos no dia-a-dia do que as gerações que os precederam", explica, "e não associam a
idéia de vigilância a um 'Big Brother' totalitário".
"A preocupação que eu tenho é de que a expressão de si mesmo se torne confusa quando uma
pessoa é induzida a recorrer ao marketing para se promover", afirma Andrejevic. "Mas os
meus alunos dizem que eles nada têm a esconder, e, enquanto não surgirem conseqüências que
sejam percebidas por eles como prejudiciais, eles continuarão a achar que isso não lhes
diz respeito".
Ao menos, sob um ponto de vista, acrescenta, a televisão-realidade é realmente conforme a
vida real. "Ela retrata a realidade da esperteza, das mais novas maneiras de manipular os
consumidores", analisa. "Eu assisto a tudo isso com o fascínio de alguém que está
presenciando um acidente de trânsito".
Fonte:
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/ult574u3660.jhtm
João Paulo II: Sinais de
esperança no caminho ecumênico
Intervenção na audiência geral da Semana pela unidade dos
cristãos
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 21 de janeiro de 2004 (ZENIT.org).-
Publicamos a intervenção pronunciada por João Paulo II na audiência geral desta
quarta-feira, realizada na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
* * *
1. «Minha paz vos dou» (Cf. João 14, 27). A semana de
oração e reflexão pela unidade dos cristãos deste ano está centrada nas palavras
pronunciadas por Jesus na Última Ceia. Trata-se, em um certo sentido, de seu testemunho
espiritual. A promessa feita aos discípulos encontrará sua realização plena na
ressurreição de Cristo. Ao aparecer no Cenáculo aos onze, lhes dirigirá em três ocasiões a
saudação: «Minha paz eu vos dou» (João 20, 19).
O dom oferecido aos apóstolos não é, portanto, uma «paz» qualquer, mas a própria paz de
Cristo: «minha paz», como Ele diz. E para dar-se a entender explica de maneira mais
simples: «vos deixo a paz», «não é à maneira do mundo que a dou» (João 14, 27).
O mundo anseia a paz, tem necessidade de paz --hoje como ontem--, mas com freqüência a
busca com meios inadequados, em certas ocasiões com o recurso à força ou com o equilíbrio
de potências contrapostas. Nestas situações, o homem vive com o coração perturbado pelo
medo e a incerteza. A paz de Cristo, contudo, reconcilia os espíritos, purifica os
corações, converte as mentes.
2. O tema da «Semana de oração pela unidade dos cristãos» foi proposto este ano por um
grupo ecumênico da cidade de Alepo, na Síria. Isto me leva a recordar a peregrinação que
tive a alegria de realizar a Damasco. Em particular, recordo com gratidão a calorosa
acolhida que me ofereceram os dois patriarcas ortodoxos e o greco-católico. Aquele
encontro continua sendo um sinal de esperança no caminho ecumênico. O ecumenismo, contudo,
como recorda o Concílio Vaticano II, não é autêntico se não se dá uma «conversão interior.
Com efeito, os desejos da unidade surgem e amadurecem da renovação da alma, da abnegação
de si mesmo e da efusão generosa da caridade» (decreto sobre o ecumenismo «Unitatis
redintegratio», 7).
Experimenta-se cada vez mais a exigência de uma profunda espiritualidade de paz e de
pacificação, não só em quantos estão comprometidos diretamente no trabalho ecumênico, mas
em todos os cristãos. A causa da unidade, de fato, afeta todo crente, chamado a formar
parte do único povo dos redimidos pelo sangue de Cristo na Cruz.
3. É alentador constatar que a busca da unidade entre os cristãos está se estendendo cada
vez mais graças a oportunas iniciativas que tocam os diferentes âmbitos do compromisso
ecumênico. Entre estes sinais de esperança menciono com gosto o crescimento da caridade
fraterna e o progresso registrado nos diálogos
teológicos com as diferentes igrejas e comunidades eclesiais. Neles, foi possível
alcançar, com diferentes graus e características,
importantes convergências sobre temas que no passado foram motivo de fortes controvérsias.
Tendo em conta estes sinais positivos, é necessário não
desalentar ante as antigas e novas dificuldades que se encontram, mas enfrentá-las com
paciência e compreensão, contando sempre com a ajuda de Deus.
4. «Onde há caridade e amor, ali está Deus»: assim reza e canta a liturgia nesta semana,
revivendo o clima da Última Ceia. Da caridade e do amor mútuos emanam uma contribuição
decisiva para que a humanidade supere as razões das divisões e dos conflitos.
Junto à oração, queridos irmãos e irmãs, sintamo-nos também intensamente estimulados a
esforçar-nos por ser autênticos «agentes de paz» (Cf. Mateus 5, 9) nos ambientes nos quais
vivemos.
Que neste caminho de reconciliação e de paz nos ajude e acompanhe a Virgem Maria, que no
Calvário foi testemunha do sacrifício redentor de Cristo. -- Código: ZP04012104. Data
de publicação: 2004-01-21. (Tradução realizada por Zenit)
Fonte:
http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=47717
Ameaça do terrorismo sugere a
adesão do Vaticano ao Tratado de Schengen
Indica o Promotor de Justiça do Tribunal da Cidade do Vaticano,
Nicola Piccardi
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 20 de janeiro de 2004 (ZENIT.org).-
Adesão ao Tratado de Schengen e atualização do sistema judiciário vaticano: são as duas
propostas lançadas na sexta-feira pelo Promotor de Justiça do Tribunal da Cidade do
Vaticano, o professor Nicola Piccardi, na abertura do 75o Ano judiciário.
«A ameaça do terrorismo internacional convida a Santa Sé a aderir ao Tratado de Schengen,
que não se refere somentre aos controles das fronteiras, mas que intensifica a troca de
informação para a proteção e a segurança das pessoas», recordou em sua intervenção.
«Atualmente --advertiu-- não é possível enfrentar com realidade as problemáticas da
jurisdição sem levar conta os vínculos de interdependência entre os sistemas judiciários
dos diferentes Estados».
Em sua opinião, o fenômeno do terrorismo internacional requer «a conciliação da liberdade
de circulação das pessoas com o aperfeiçoamento de medidas para proteger a segurança». É o
contexto no qual deverá ser examinada atentamente «a adesão do Estado da Cidade do
Vaticano» ao Tratado de Schengen.
As normas do Acordo de Shengen --formam parte da legislação da União Européia--
regulamentam a livre circulação de pessoas no interior do espaço europeu. Busca suprir os
controles nas fronteiras interiores entre os Estados enquanto reforça os controles nas
fronteiras exteriores.
Com o objetivo de conciliar liberdade e segurança, esta livre circulação vem acompanhada
de medidas «compensatórias» pelas quais se trata de melhorar a coordenação entre os
serviços de polícia, aduanas e justiça e de adotar as medidas necessárias para combater,
em particular, o terrorismo e a criminalidade organizada.
O professor Nicola Piccardi indicou desta forma a necessidade de «ajustes» do sistema
judiciário vaticano, cujas normas de processo em vigor se remontam há 60 anos e pedem ser
adaptadas às mudanças das «situações político-sociais internacionais».
Também solicitou uma ampliação das competências do «juíz único» para aliviar o Tribunal
vaticano da carga de trabalho que, durante 2003, registrou um aumento de 18% a 98% em
relação à média dos últimos 5 anos. De fato, ante os juízes vaticanos há pendentes 567
causas civis e 576 causas penais.
Contudo, Piccardi declarou que estes dados não se referem a um crescimento dos litígios no
interior do Estado vaticano --com 527 cidadãos e 492 residentes--: A grande maioria das
causas civis e penais estão relacionadas com os peregrinos e turistas que no ano passado
visitaram a Basílica de São Pedro e os Museus Vaticanos, cujo número gira em torno dos 18
milhões de pessoas. -- Código: ZP04012003. Data de publicação:
2004-01-20.
Fonte:
http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=47650
Leia mais:
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