3. A Morte de Cristo
Vimos na seção anterior que Cristo, quando esteve na Terra era um ser humano como nós. Os seres humanos criados têm sua vida composta de “sopro de vida” + “pó da terra”. O livro de Gênesis nos retrata isto:
Se subsistia como homem na Terra, Cristo era também “pó da terra” + “sopro de vida”, ou “espírito”. A palavra grega utilizada para denominar “espírito” ou “sopro de vida” é a mesma – “pneuma”. Assim, é correto igualarmos o sentido das palavras “espírito” e “sopro de vida” ao buscarmos compreender o novo testamento, uma vez que este foi escrito quase em sua totalidade no idioma grego. Entendendo isto, temos que, sendo Cristo um ser humano quando esteve na Terra, no momento de sua morte temos que seu “espírito”, ou “sopro de vida” deveria voltar para Deus, que o deu, como ocorre com todos os homens, e seu corpo ficar inanimado, sem vida, condenado a voltar ao pó da Terra com o passar do tempo. A Bíblia declara que foi exatamente isto que aconteceu quando Cristo morreu, provando que Ele era tão humano quanto nós:
O texto acima nos coloca de forma clara que a morte de Cristo se deu como se dá a morte de um ser humano. O “espírito”, o “sopro de vida” foi entregue ao Pai e o corpo pendeu imediatamente sobre o madeiro, sem vida. O ser humano Cristo Jesus estava morto. Qual foi a morte que Jesus morreu, a primeira morte ou a segunda morte? Um estudo do santuário nos auxilia a esclarecer este tema. No cerimonial típico, o sacrifício que mais detalhadamente reproduzia a morte do Salvador era o sacrifício da novilha vermelha, descrito em Números capítulo 19. Neste sacrifício, uma novilha vermelha, simbolizando a Cristo, que receberia os pecados do mundo, era tomada para o sacrifício. Esta novilha deveria ser sem defeito, simbolizando a Cristo, que não pecaria (verso 2). A novilha era então levada para fora do arraial e lá sacrificada, simbolizando que Jesus Cristo seria crucificado no gólgota, fora dos portões da cidade de Jerusalém. Após o sacrifício, a novilha sem vida era totalmente queimada. Isto simbolizava que tipo de morte Jesus Cristo iria sofrer. A Bíblia atesta que o lago de fogo representa a segunda morte, a morte eterna:
Como o lago de fogo é a segunda morte, o fato de a novilha ser queimada representava que Cristo sofreria a segunda morte, a separação total de Deus o Pai, a fonte mesmo de Sua vida quando subsistindo como ser humano na Terra. Assim, Ele estaria sofrendo aquilo que os seres humanos pecadores deveriam sofrer para que estes, por Seu sacrifício, pudessem viver e escapar desta horrível condenação. A segunda morte representa também completa ausência de existência. Ao compreendermos que Jesus sofreu a segunda morte, temos como ainda mais claro o fato de que sua divindade, representada pela “água do copo” no exemplo que apresentamos na seção anterior, só poderia estar no Pai, pois caso contrário Ele não poderia sofrer a segunda morte, uma vez que é impossível que um Deus, que é vida por Sua própria natureza, morra. Um ser que possuísse uma divindade intrínseca, própria, não poderia morrer a segunda morte, como Cristo sofreu. Do que estudamos nesta seção, concluímos o seguinte sobre a morte de Cristo:
Jairo Carvalho Índice: A Natureza de Cristo Ontem, Hoje e Eternamente |
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