Colaborador Reformula Tese da Humanidade Exclusiva de Jesus

 

Se ainda não o fez, convém ler primeiramente o artigo Opinião: O Filho de Deus Morreu para Sempre e Não Apenas Por Algumas Horas e as reações por ele provocadas.

 

As duas naturezas de Cristo estão separadas no tempo. Cristo sendo sempre a mesma pessoa, possuiu, separadas no tempo, duas naturezas diferentes.

Quando afirmo que as duas naturezas de Cristo estão separadas no tempo, não quero que entendam que a natureza que Cristo possuía antes da encarnação tenha ficado em algum lugar no céu, em algum compartimento no céu ou mesmo em poder do Pai e que, após a ressurreição, Nosso Senhor tenha retomado posse da mesma novamente.  

O que pretendo afirmar é que, o Salvador ao se tornar carne, passou por uma transformação em sua natureza espiritual de tal forma radical e completa, que ela simplesmente desapareceu dando lugar a uma nova natureza completamente constituída de carne e osso.  

Também não quero que entendam que esteja afirmando que Nosso Senhor seja exatamente humano como nós, especificamente no aspecto de que possa possuir como nós, a mesma tendência natural para o pecado.  

Cristo era humano como um de nós. Herdou sua humanidade por hereditariedade através de Maria. Herdou a natureza humana já com séculos de degeneração física, porém, sua mente trazia o caráter de Filho de Deus que se fizera homem.  

Portanto, todas as vezes que escrevo sobre a natureza de Cristo, tenho sempre em mente que Cristo precisa e deve ser considerado como tendo duas origens, uma divina e outra humana. Cristo é Filho de Deus que se fez Filho do homem.  

O que transcende no tempo em sua primeira origem, é só sua mente, seu caráter, seu eu psicológico e não sua natureza, substância ou essência divina. Em outras palavras: Seus atributos de Deus.  

 

A encarnação é um milagre para o qual não temos todas as respostas.  

Quando pensamos neste milagre, pensamos com palavras que não expressam com fidelidade aquilo que realmente aconteceu e, por este motivo a encarnação nos parece algo incompreensível.  

A palavra que acompanha nosso raciocínio quando meditamos sobre a encarnação é a palavra "revestir". A palavra " revestir " e mesmo a palavra "encarnação" são palavras que carregam fortes lembranças do espiritismo.  

Estes conceitos espíritas enraizados em nossa mente depois de centenas de anos de pregação católica e até protestante, tornam difícil a compreensão do que exatamente aconteceu quando o Verbo se fez carne.  

A idéia corrente e aceita pela grande maioria da cristandade, é a de que a natureza divina de Cristo não pode desaparecer, e o que houve na encarnação foi um ofuscamento temporário da natureza divina de Cristo, e que esse ofuscamento temporário permitiu que fosse possível a carne humana cobrir sua natureza divina.  

Este raciocínio mantém Cristo plenamente Deus, dono de todos os atributos de Deus e seu corpo humano apenas como um invólucro que mantinha escondida sua divindade. O corpo humano de Cristo não era nada, era apenas o esconderijo onde sua divindade se ocultava!

Assim, o cristianismo criou a idéia de que Cristo é plenamente Deus e plenamente homem. Plenamente Deus porque não perdeu seus atributos de Deus e nem sua natureza de Deus; e plenamente homem apesar de sua natureza divina apenas ter sido revestida pela humanidade. Assim, coexiste em Cristo simultaneamente duas naturezas, a divina e a humana. A sua natureza humana é o seu corpo humano e sua natureza divina é seu corpo divino. Cristo portanto, tem dois corpos, um divino e outro humano.  

Vou tentar oferecer uma nova abordagem para este assunto tão fascinante.

 

...Mas com que direito vou mexer naquilo que todas as igrejas cristãs reputam como mistério insondável?  

Com o direito de usar plenamente a capacidade de raciocínio que Deus deu ao homem, porém, submetento esse direito ao limite daquilo que Deus revelou em sua sagrada Escritura.  

Em primeiro lugar, rejeito a idéia de que Cristo possa ter duas naturezas simultâneas, uma divina e uma humana. Esta idéia não existe na Bíblia. O que existe na Bíblia é que Jesus teve uma existência pré-humana e que nessa existência Ele era igual a Deus.  

"No princípio era o Verbo, (Cristo) e o Verbo estava com Deus, (o Pai) e o Verbo era Deus. (espécie) " S. JOÃO 1:1

Cristo estava no princípio com o Pai. As duas pessoas, o Pai e o Filho, são as únicas pessoas desta espécie.  

Cristo estava no princípio com o Pai, como Filho do Pai.  

O Pai, o originador de tudo gerou um Filho, Jesus.  

"Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?" HEBREUS 1:5  

Este verso parece insinuar que Cristo precisou ouvir de seu Pai qual a sua origem e com isto alguns chegam a pensar que Cristo antes da encarnação não era totalmente onisciênte.  

"Tu és meu Filho, hoje te gerei ", não foi dito para o Filho por causa do Filho. Estas palavras foram ditas ao Filho por causa da futura criação para que ela desse ao Filho a mesma honra que daria ao Pai.  

Ao ser gerado Filho de Deus, o Salvador de maneira nenhuma poderia ser diferente Daquele que o gerou. Como poderia um filho ter essência, natureza e substância diferente daquele de quem ele foi gerado ? Caso haja diferença, simplesmente o gerado não é filho e sim, uma outra criatura diferenciada.  

Poderia o Filho ao ser gerado pelo Pai não possuir todos os atributos do Pai ? Poderia o Filho gerado não ser a expressa imagem da pessoa do Pai ? Poderia o Filho de Deus não ser Deus ?, ou ser um deus limitado, imperfeito e não possuir plenamente os atributos de Deus ?  

Antes da encarnação, nosso Senhor possuía os atributos divinos, tal qual Deus, o Pai.  

Os atributos divinos em Cristo estão intrinsecamente relacionados com sua condição de Filho de Deus.  

 

Jesus é Deus em toda plenitude por ter sido gerado Filho de Deus.  

Jesus como pessoa já existente, não recebe do Pai os atributos que o fazem igual a Deus. Os atributos não vêm de fora. Os atributos lhe são naturais devido sua condição de Filho de Deus. Em linguagem humana, filho de peixe é peixe, Filho de Deus, é Deus.  

As escrituras não nos permite imaginar que os atributos divinos em Cristo tenham sidos dados a Ele após ter sido gerado pelo Pai.  

O que a Bíblia nos ensina é que: "... Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus..." Filipenses 2:6.

A clareza é incontestável. Se Ele não fosse igual ao Pai, aí então seria usurpação querer ser igual ao Pai.  

Satanás sim, tentou usurpar o lugar de Deus. O Filho não. Ao Filho, a posição de igual junto ao Pai lhe era natural.  

Mesmo lhe sendo natural, Ele abre mão da prerrogativa.  

Cristo abriu mão de sua prerrogativa de ser igual ao Pai, porque este um sua onisciência, previra a história do universo antes mesmo dele ter sido criado por seu Filho. A existência do pecado após a criação do mundo, não foi uma surpresa para Deus e nem para seu Filho.  

A morte do Cordeiro antes da criação do mundo, foi por decisão do próprio Cordeiro.  

O limite para Deus é o amor. Para um Deus de amor, outra coisa que não criaturas livres lhe prestando adoração, não teria valor algum e tudo se resumiria numa grande falsidade inaceitável à sua onisciência.  

O pecado é sim um intruso, mas não um intruso que não tivesse sido previsto e para o qual antecipadamente não houvesse sido providenciado remédio.  

Tudo no Universo gira em torno da vontade ativa ou permissiva de Deus.    

O pecado passou a existir porque Deus permitiu e, Deus permitiu a existência do pecado porque Ele trabalha dentro de um limite estabelecido por Ele e para Ele.  

A penalidade para o transgressor que foi instituída por Deus é a morte.  

O pecador deve pagar com a própria vida por sua transgressão à lei de Deus. Mas como punir com uma penalidade tão drástica alguém que passou a existir por uma ato de Deus, e ato de um Deus que sabia da inevitabilidade do pecado?  

Estar sujeito a uma penalidade tão imensa é para o homem e para todas as outras criaturas livres, o preço da liberdade.  

A entrega de seu Filho para morrer em lugar do homem pecador, foi o preço que o Pai teve que pagar para ter criaturas que no uso pleno de sua liberdade, lhe prestem conscientemente amorável louvor e adoração.  

 

A morte do Filho de Deus, reivindica o caráter do Pai.

Cristo hoje está vivo no céu, no entanto, Ele pagou o preço do pecado morrendo em lugar da criatura. Se o preço do pecado era a morte e, como nós sabemos, especificamente a segunda morte, não deveria então Cristo ter morrido eternamente?  

Cristo morreu para nos livrar da segunda morte, morte para a qual não há ressurreição. Se Ele nos substituiu na segunda morte, não deveria estar eternamente morto?  

Pior até do que esta pergunta, seria perguntar como pode um Deus morrer? O catolicismo resolveu facilmente esta questão. Para quem crê na imortalidade da alma, esta questão é resolvida com facilidade. O que morreu na cruz, foi apenas a carne de Jesus, seu corpo carnal, sua natureza humana. Seu corpo espiritual, sua natureza espiritual, sua pessoa, não morreu na cruz.  

Diante desta lógica, caso não tenha havido na cruz algo muito mais significativo do que imagina a nossa vã filosofia, a morte de Cristo no calvário não terá passado de uma grande encenação.  

Em relação ao que houve na cruz, o que vale é o ensino bíblico e não teorias humanas. A Bíblia nos diz que Cristo morreu na cruz em nosso lugar e em nenhum momento as Escrituras dividem o Filho de Deus em duas naturezas simultâneas.  

 

Mas como entender que o Filho de Deus, sendo Deus, pôde morrer na cruz?  

O que a Bíblia nos revele a respeito da encarnação, nos permite compreender como o Filho de Deus pôde morrer na cruz.  

Em primeiro lugar, devemos aceitar que Cristo não foi revestido pela humanidade. A palavra revestir é imprópria para expressar a encarnação. Até a palavra encarnação é hoje incapaz de exprimir o que de fato aconteceu.As palavras encarnar e revestir, tem uma forte conotação espírita.  

Na realidade não houve encarnação e nem revestimento de  uma natureza por outra. O que houve foi uma transformação da natureza primeira de Cristo.  " ...e o Verbo se fez carne e habitou entre nos. " O Verbo não  "revestiu " sua primeira natureza com uma segunda natureza, Ele não  "encarnou " em um corpo humano, Ele se transformou em humano.  

O transformar o corpo espiritual (Deus é espírito) em corpo carnal, é o processo inverso do que vai ocorrer com os que serão salvos. Neste caso, a Bíblia usa a palavra  "revestir " num segundo momento, porém, a palavra que o apóstolo usou antes, foi a palavra " transformar ".  

"Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. " I Coríntios 15:51,52     

Somente após ter falado em transformação, é que o apóstolo usa a palavra "revestir".  

"Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. "  I Coríntios 15:53  

Quando o corpo mortal for transformado, sua natureza será toda modificada. Não haverá por baixo do revestimento de imortalidade e incorruptibilidade, um corpo mortal e corruptível. O poder transformador não irá apenas cobrir a natureza carnal e sim transformá-la.  

A glorificação fará da antiga natureza uma nova natureza, eliminando antigos atributos e trazendo novos atributos.  

Para morrer pelo homem, o Filho de Deus precisou passar por um processo que modificou sua natureza. Um processo que foi realizado por Ele mesmo.  

"Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens." Filipenses 2:7  

 

Cristo se auto-aniquilou, se auto-despojou, se auto-esvaziou. Foi um auto-sacrifício e um sacrifício que se eternizou.  

Em lugar nenhum a Bíblia afirma que Ele tenha entregue provisoriamente seus atributos divinos nas mãos do Pai para reassumi-los posteriormente ou recebê-los de volta por iniciativa do Pai.  

Nunca houve uma "desencarnação" como disse um irmão comentando o artigo anterior. Ao contrário, o que a Bíblia ensina é que a transformação que Cristo provocou em si mesmo, é eterna.  

Na cruz houve uma perda extraordinária para o Filho de Deus; perda de tal magnitude que o universo pode aceitar como substituição para segunda morte da criatura.  

Somente fazendo-se homem, o Filho de Deus poderia ser tentado e também ficar sujeito à morte.  

Que o Filho de Deus se fez homem, se transformou em homem, a Bíblia não deixa dúvidas mas, como harmonizar a idéia de que Ele tenha morrido na cruz com a idéia de que Ele tem vida eterna em si mesmo como o Pai tem?  

Nenhuma denominação religiosa pode com base em um único verso bíblico criar uma doutrina, um dogma. Nos, os adventistas do sétimo dia, não aceitamos a doutrina do arrebatamento secreto, tão cara aos pentecostais, entre outros motivos, por estar baseada em um único versículo da Bíblia. Também não aceitamos, como os testemunhas de Jeová ensinam, que a semana da criação tenha durado 7.000 anos por quererem baseá-la em apenas um verso da Bíblia. No entanto, quando a quebra deste príncipio favorece nossas teses doutrinárias, nós o esquecemos.  

Usar João 5:25 para sustentar apenas a morte da  suposta natureza humana de Cristo, é agir com extrema má-fé.  

Uma análise isenta de todo o capítulo 5 de João, nos revelará que em nenhum momento o Salvador afirmou que não poderia morrer.  

Neste capítulo, o Mestre está falando de ressurreição, está afirmando que o Pai ressuscita os mortos e que deu também ao Filho o poder de ressuscitar os mortos. Está mostrando que além do poder da ressurreição, o Pai também deu a seu Filho a autoridade para julgar e assim como o Pai é adorado, o Filho também tem direito concedido pelo Pai, de receber adoração. O Ungido de Deus esclarece, que a vida eterna é ouvir as suas palavras e crer Naquele que o enviou.  

O que Nosso Senhor quer ensinar neste capítulo é que o Pai é a fonte de vida na qual o Filho está ligado e assim, quem aceita a sua palavra também é ligado à mesma fonte e por isto, " ainda que esteja morto viverá. "  

Cristo não está tratando da impossibilidade de sua morte e sim da possibilidade de todos quantos quiserem, terem a vida eterna.  

Para uma melhor compreensão do versículo, vou transcrever o mesmo na versão Bíblia na Linguagem de Hoje e na Almeida Revista e Corrigida.  

"Assim o Pai mesmo é a fonte da vida, assim também fez que o Filho tenha vida em si mesmo." João 5:25, BLH.

"Porque como o Pai tem a vida em si mesmo, deu também ao ter a vida em si mesmo." João 5:25, Almeida R.C.

 

Imaginar que Cristo não pudesse morrer plenamente é um erro absurdo.

...Porém, pensar que a sua sujeição a morte seja igual a nossa, é outro erro tão grande quanto o primeiro.  

Cristo estava sujeito a morte mas não da mesma maneira que nós estamos. A morte nos atinge tendo como motivo o pecado. A morte atingiu a Cristo sem nenhum motivo interno ou externo. Não foram os nossos pecados que mataram Jesus, não foi a coroa de espinhos, não foi a lança que o perfurou, não foram os pregos que perfuraram seus pés e mãos, também não foi o vinagre que lhe deram para beber e nem o rompimento de seu coração provocado pela separação de seu Pai.

Nenhuma destas coisas poderiam ter matado o Filho de Deus. A morte não tinha poder sobre Jesus. Nenhum ato humano externo poderia tirar a vida do Filho de Deus.  

Por mais paradoxal que pareça, Cristo tinha vida em si mesmo e ninguém poderia lhe tirar a vida. Esta verdade Ele já havia revelado a Pilatos: " Nenhuma autoridade teria sobre mim se do Alto não lhe fosse dado. " Neste trecho das escrituras, Pilatos está insinuava que possuía poder de vida e morte sobre Jesus.  

"Ninguém tira minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade... " João 10:18.  

Cristo morreu na cruz, mas não foram os homens que tiraram sua vida. Cristo possuía vida em si mesmo e só Ele poderia abrir as portas para sua morte. O Pai havia lhe dado o livre arbítrio para escolher morrer ou não pela humanidade. Não havia uma imposição do Pai. O sacrifício de Cristo foi voluntário no mais alto sentido.  

Ter vida em si mesmo não significa ser refém da vida. A vida é propriedade de Deus e não Deus propriedade da vida. A vida é um dom de Deus e não Deus um dom da vida.  

Na cruz, quando todas as profecias a seu respeito estavam cumpridas, o Messias, voluntariamente entrega sua vida nas mãos de seu Pai. Devolve seu fôlego de vida à Fonte original da vida. Entrega seu espírito a Deus.  

"E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito."  Mateus 27:50.

"E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito. E, tendo dito isto, expirou." Lucas 23:46.

A morte do Filho de Deus foi o maior sacrifício que o céu poderia fazer para salvar o homem e foi um sacrifício voluntário no mais profundo sentido da voluntariedade.

 

Um outro erro construído com base no pensamento trinitariano, é de propor a auto-ressureição de Cristo.

Esta proposição, já na sua premissa se demonstra uma falsidade e um atentado a lógica. Como pode alguém que está morto ressuscitar a si próprio ? A idéia absurda é a de que na cruz tenha morrido apenas a carne de Cristo e não a pessoa de Cristo. Se não morreu na cruz a pessoa do Salvador, então não houve sacrifício pelos pecados e não há salvação.  

A idéia da auto-ressurreição também violenta o princípio que impede a construção de uma doutrina baseada em um único versículo das Escrituras. João 10:17,18 diz o seguinte:  

"Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai. "  

Este versículo absolutamente não está falando de auto-ressurreição e sim, de liberdade de escolha e direito. Liberdade para escolher dar sua vida e direito de recebê-la de volta.  

Aqui, Cristo reafirma o caráter voluntário de seu sacrifício. Nenhum ser humano jamais teve autoridade sobre Cristo senão a concedida pelo céu.  

No fim do verso 18, está claro que dar a vida era uma decisão do Filho de Deus e recebê-la de volta, um direito Dele. Cristo conclui dizendo que uma coisa e outra Ele tinha recebido do Pai.  

João 10:17 e 18, lidos na BLH, esclarecem a questão: "O Pai me ama porque dou minha vida para recebê-la outra vez. Ninguém tira minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho o direito de dar e de tornar a recebê-la. Foi isto o que meu Pai me mandou fazer."  

Na cruz, além da vida que Cristo perdeu temporariamente, o maior sacrifício foi perder eternamente os atributos divinos.  

A idéia de que Cristo tenha reassumido após a ressurreição os atributos divinos, é incompatível com toda a lógica do Plano da Salvação.  

Por outro lado, a perda eterna dos atributos divinos, é compatível com o Plano da Salvação.  

Cristo na cruz realizou um grandioso e eterno sacrifício. Não foi um sacrifício parcial e transitório. Foi um sacrifício completo e eterno. Satanás conhece muito bem a extensão do sacrifício do Filho de Deus e tudo fez e tudo fará para diminuir na mente dos homens a grandeza do mesmo.  

Numa outra interpretação equivocada de um versículo, (Colossenses 2:9) querem algumas pessoas imaginar uma redivinização do Filho de Deus.  

"Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade." Colossenses 2:9.

 

Antes de propor a redivinização do Mestre, devemos perguntar, o que é a plenitude da divindade?  

A plenitude da divindade que existe em Cristo, é todo o poder de Deus que foi colocado à sua disposição para ser usado no trabalho de salvação do homem.  

Este poder não lhe fora dado somente após a ressureição e sim, para o acompanhar durante todo seu ministério terrestre e celeste.  

"...Todas as coisas me foram entregues por meu Pai..." Mateus 11:27.

"Tudo por meu Pai me foi entregue..." Lucas 10:22.

Estes dois versos querem dizer a mesma coisa que S. Mateus 28:18: "É me dado todo o poder no céu e na terra."  

Todas as coisas foram entregues nas mãos do Salvador, todo poder no céu e na terra lhe foram entregues. Os versículos são iguais no seu sentido. Não podemos dizer que uma coisa aconteceu antes da ressurreição e outra após a ressurreição.  

A palavra habitar, mostra o que aconteceu de fato. Quem habita, habita em alguma coisa ou em algum lugar. A plenitude que veio habitar em Cristo, não é dEle. Ela veio de fora!

No corpo de Cristo, habita a plenitude dAquele que cumpre tudo em todos.  

"E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele. E Ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude Nele habitasse."  Colossenses 1:17-19.

"Jesus sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus." João 13:3.

 

Nós também podemos receber toda a plenitude de Deus, e quando isto ocorrer, não significará que tenhamos sido feitos igual a Deus.

"Para que Cristo habite pela fé nos nossos corações; afim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus." Efésios 3:17,18,19  

Os atributos divinos em Cristo antes da encarnação eram inerentes à sua condição de Filho de Deus. Eles não vieram de fora. Não foram dados a Cristo posteriormente a sua geração pelo Pai. Sendo assim, uma vez que Cristo voluntariamente tenha abrido mão dos mesmos para tornar-se homem, a morte na cruz sacramentou sua decisão de se fazer homem e, após a ressurreição, Cristo continua sendo homem por toda a eternidade.  

"Vemos porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos." Hebreus 2:9  

"E, visto que os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o Diabo. "  

Quem está no céu coroado de glória e honra, é o mesmo que se fez um pouco menor do que os anjos, um igual a nós, sangue do nosso sangue e carne da nossa carne. Não é um Cristo redivinizado e sim o mesmo Cristo que se humanizou e foi ressuscitado pelo Pai.

Satanás não quer que os homens tenham a compreensão correta do sacrifício do Pai e de seu Filho Jesus. O Inimigo pretende que os homens tenham uma visão limitada do sacrifício na cruz e com isto devotem ao Pai e ao Filho gratidão leviana.  

Concluo este segundo artigo com as mesmas palavras do primeiro: Se alguém tiver uma tese melhor do que esta e que esteja fundamentada nas Escrituras, abro imediatamente mão desta. Por enquanto, fico com esta. Elpídio da Cruz Silva, adventista há mais de 20 anos.

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