O Espírito da Glória em Forma de Pomba NÃO é um Deus

 

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Agora, veremos os relatos dessa manifestação visível da glória sobre o Messias, a partir do batismo. A primeira manifestação dessa glória ocorreu após o batismo e a segunda, ocorreu no Getsêmani.

Batizado Jesus, saiu logo da água ...”. (Mat. 3:16 - ARA).

E aconteceu naqueles dias que veio Jesus de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão. E logo, quando saía da água ...”. (Mar. 1:9-10 - AVR).

Quando todo o povo fora batizado, tendo sido Jesus também batizado, e estando ele a orar, o céu se abriu; e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se do céu esta voz: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo”. (Luc. 3:21-22 - AVR).

Eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, é que vim batizando em água. E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. Eu não o conhecia; mas o que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que batiza no Espírito Santo”. (João 1:31-33 - AVR).

Dessas quatro citações, somente Lucas relata, literalmente: “E desceu o Espírito, o Santo”. Nesses versos, este, símbolo, “em forma corpórea, como uma pomba”, é uma representação da glória Divina que o Filho possuía junto ao Pai. Ela representa também as vestes sagradas que o Sumo Sacerdote deveria usar, depois que tomasse banho, para oficiar no lugar Santíssimo. Por isso, o “Espírito Santo” “em forma corpórea, como uma pomba”, que veio sobre o Messias, após o batismo, era às “vestes de glória”.

Isso está em conformidade com o que Moisés escreveu:

“Falou o Senhor a Moisés, depois da morte dos dois filhos de Arão, que morreram quando se chegaram diante do Senhor. Disse, pois, o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre em todo tempo no lugar santo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório. Com isto entrará Arão no lugar santo: com um novilho, para oferta pelo pecado, e um carneiro para holocausto. Vestirá ele a túnica sagrada de linho, e terá as calças de linho sobre a sua carne, e cingir-se-á com o cinto de linho, e porá na cabeça a mitra de linho; essas são as vestes sagradas; por isso banhará o seu corpo em água, e as vestirá”. (Lev. 16:1-4 - AVR).

Essa é a justiça, que o Messias fez referência a João Batista:

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Jesus, porém, lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele consentiu”. (Mat. 3:13-15 - AVR).

Depois do batismo, desce as vestes sagradas sobre o Messias para que Ele pudesse iniciar o Seu ministério. Ele é o Segundo Adão. Ele é um profeta semelhante a Moisés, por isso, e muito mais, Ele tem os mesmos privilégios para ter comunhão com o Pai face a face.

“... Abrem-se os céus, e sobre a cabeça do Salvador desce a forma de uma pomba da mais pura luz - fiel emblema dEle, o Manso e Humilde. ...” 9

“Então disse: Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, a ele me farei conhecer em visão, em sonhos falarei com ele. Mas não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa; boca a boca falo com ele, claramente e não em enigmas; pois ele contempla a forma do Senhor. Por que, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?” (Núm. 12:6-8 - AVR).

As vestes de linho de Arão eram um símbolo da “glória” que foi enviada pelo Pai ao Filho, no batismo. “Farás vestes sagradas para Arão, teu irmão, para glória e ornamento”. (Êx. 28:2 – AVR). Esta é uma “veste de glória”, “o Espírito em forma de pomba” que foi enviada ao Filho, pelo Pai, no batismo. É a revelação da glória que o Filho havia deixado com o Pai. (Depois, veremos outras citações a respeito da glória).

Quando a Escritura Sagrada faz referência à glória, em alguns lugares também relata sobre os querubins. E sobre os querubins está escrito: “E sobre a arca os querubins da glória, que cobriam o propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente”. (Heb. 9:5 – AVR – cf. Êxodo 25:18-22 [Zac.4:1-14]; 1Sam. 4:4; 2Sam. 6:2; 2Reis 19:15; 1Crôn. 13:6; Salmo 80:1; 99:1; Isaías 37:16; Eze. 1:22-28; 10:1 e 15, 18-20; 11:22).

E um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor os cercou de resplendor; pelo que se encheram de grande temor”. (Luc. 2:9 – AVR). “E eis que um anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor...” (ARC). “O Anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor envolveu-os de luz...” (BJ). “E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles...” (ARA).

Percebe-se então, que a manifestação da Glória, também vem por meio do Ministério dos Anjos. Por isso, pode-se entender que “o Espírito em forma de pomba”, é a glória que os santos anjos, que assistem no trono do Pai – Serafins e Querubins trouxeram quando foram enviados em resposta à oração do Messias, trazendo-Lhe à Glória do Pai. Semelhante ao que ocorreu quando o anjo Gabriel esteve com o Messias no Getsêmani. (O anjo Gabriel, pode ter trazido, no batismo, a Glória ao Filho, após a oração.).

No Getsêmani ocorreu o seguinte, quando foram prender o Messias:

Sabendo, pois, Jesus tudo o que lhe havia de suceder, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus, o nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, também estava com eles. Quando Jesus lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra”. (João 18:4-6 – AVR).

“... Jesus disse: ‘Sou Eu.’ Ao serem proferidas essas palavras, o anjo que há pouco estivera confortando a Jesus interpôs-se entre Ele e a multidão. Uma luz divina iluminou o rosto do Salvador, e uma como que pomba pairou sobre Ele. Em presença dessa divina glória, a turba assassina não pôde permanecer um momento. ...”

O anjo retirou-se, e dissipou-se a luz. Jesus tivera oportunidade de escapar, mas permaneceu, calmo e senhor de Si. Como pessoa glorificada ...” 10

Este símbolo: “pomba”, foi um sinal dado, principalmente, ao Messias, tanto no batismo quanto no Getsêmani para demonstrar qual o procedimento que Ele deveria seguir e o que iria ocorrer com Ele. No batismo, João Batista identificou nesse símbolo. Uma “oferta pelo pecado” quando disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29 - AVR). Embora João Batista não tenha entendido bem o que falou, o Messias entendeu perfeitamente o significado dessas palavras do profeta. Já no Getsêmani, apenas o messias entendeu o significado da “pomba” que “pairou sobre Ele”.

Diante disso, temos que entender o simbolismo das ofertas que eram levadas ao Santuário, “duas pombas ou duas rolas”, eram apresentadas como “oferta do pobre”. Uma seria como “oferta pelo pecado” e a outra era “oferta para o holocausto”.

Ninguém dentre os ouvintes, nem mesmo o que as proferira, discerniu a importância dessas palavras: ‘O Cordeiro de Deus’. Sobre o monte Moriá, ouvira Abraão a pergunta: ‘Meu pai! onde está o cordeiro para o holocausto?’ O pai respondera: ‘Deus proverá para Si o cordeiro para o holocausto, meu filho’.” 11

Portanto, se a pessoa que fosse oferecer uma oferta pelo pecado e outra para holocausto, não tivesse condições, ele levaria a oferta dos pobres:

Mas, se as suas posses não bastarem para gado miúdo, então trará ao Senhor, como sua oferta pela culpa por aquilo em que houver pecado, duas rolas, ou dois pombinhos; um como oferta pelo pecado, e o outro como holocausto”. (Lev. 5:7 - AVR).

No batismo o Messias entendeu que Ele estava sendo apresentado como oferta pelo pecado do pobre pecador que nada pode oferecer por sua vida. No Getsêmani, Ele, também, entendeu que daquele momento em diante, Ele estaria sendo conduzido para o holocausto.

Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida?” (Mat. 16:26 - AVR).

Ouvi isto, vós todos os povos; inclinai os ouvidos, todos os habitantes do mundo, quer humildes quer grandes, tanto ricos como pobres. A minha boca falará a sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento. Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; decifrarei o meu enigma ao som da harpa. Por que temeria eu nos dias da adversidade, ao cercar-me a iniqüidade dos meus perseguidores, dos que confiam nos seus bens e se gloriam na multidão das suas riquezas? Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, nem por ele dar um resgate a Deus, (pois a redenção da sua vida é caríssima, de sorte que os seus recursos não dariam;) para que continuasse a viver para sempre, e não visse a cova”. (Salmos 49:1-9 - AVR).

Alguns são tentados a dizer que a “semelhança de pomba” é um símbolo do que eles chamam: “Deus Espírito Santo”. No entanto, a Escritura Sagrada declara:

Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis”. (Rom. 1:22-23 - AVR).

Ellen G. White escreveu o seguinte:

Fui instruída a dizer: Os sentimentos dos que andam em busca de avançadas idéias científicas, não são para confiar. Fazem-se definições como essas: ‘O Pai é como a luz invisível; o Filho é como a luz corporificada; o Espírito é a luz derramada.’ ‘O Pai é como o orvalho, vapor invisível; o Filho é como o orvalho condensado em uma bela forma; o Espírito é como o orvalho caído sobre a sede da vida.’ Outra apresentação: ‘O Pai é como o vapor invisível; o Filho como a nuvem plúmbea; o Espírito é chuva caída e operando em poder refrigerante.’

Todas essas definições espiritualistas são simplesmente nada. São imperfeitas, inverídicas. Enfraquecem e diminuem a Majestade a que não pode ser comparada nenhuma semelhança terrena. Deus não pode ser comparado a coisas feitas por Suas mãos. Estas são meras coisas terrenas, sofrendo sob a maldição de Deus por causa dos pecados do homem. O Pai não pode ser definido por coisas da Terra. O Pai é toda a plenitude da Divindade corporalmente, e invisível aos olhos mortais.

O Filho é toda a plenitude da Divindade manifestada. A Palavra de Deus declara que Ele é ‘a expressa imagem da Sua pessoa’. ‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha vida eterna.’ Aí se manifesta a personalidade do Pai.” 12

Portanto, podemos dizer que o “Espírito Santo” que veio “em forma corpórea, como uma pomba”, sobre o Messias, após o batismo, não se trata de um Deus (como dizem: Deus Espírito Santo). Foi sim a manifestação da Glória do Pai sobre o Seu Amado Filho. Glória esta, enviada diretamente pelo Pai, por meio do Anjo Gabriel ou enviada por Ele mesmo sobre o Messias. josielteli@hotmail.com

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

9 Idem. O Desejado de Todas as Nações. 20ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1997. p. 112.

10Ibidem. p. 694.

11Ibidem. p. 112.

12Idem. Evangelismo. 2ª ed. Santo André – SP, CPB, 1978. p. 614.


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