Artigo Esclarece Sobre o Primeiro Dia da Criação e os Limites do Sábado
Não faz muito tempo recebi um e-mail de uma pessoa que apresentou argumentos semelhantes aos publicados recentemente aqui no Adventistas.Com, no que diz respeito aos dias de criação. Ela defendia a idéia de dia = luz. Sendo então um período de apenas 12 horas. Mas neste texto tratarei do assunto que envolve os dois artigos publicados neste site. Em seqüência, apresentarei, dois assuntos. O primeiro é o fundamento do outro. O primeiro dia da criação e os limites do shābat.
O PRIMEIRO DIA DA CRIAÇÃO Basicamente são duas as maneiras que podemos entender o ato do Criador no que diz respeito ao primeiro dia da criação. A primeira, defendida por alguns é que Gên. 1:1 aponta para um momento em que o Criador criou o nosso Planeta, mas sem forma e vazio. Por isso havia trevas sobre a face do abismo. Na segunda, entende-se que Ele criou a Terra sem forma e vazia. Criando também densas trevas que envolviam o Planeta. Continuando a Sua criação, por meio de Sua Palavra, no que diz respeito aos sete dias da criação. Assim sendo, percebemos, portanto, que o Seu primeiro ato na criação (Jô 26:10; Isaías 45:7), está direcionado às 12 horas de trevas e não ao: “Haja luz”. Quem criou as trevas? Quem envolveu o nosso Planeta com as densas trevas? Como poderiam as trevas permanecer na presença do Criador, se Ele não as tivesse criado em nosso Planeta, para um fim específico? O salmista declarou: “Nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa”. (Salmos 139:12). Por esse verso entendemos que a simples presença do Criador dissipa as trevas. Ele não precisaria dizer: “Haja luz” pra que ela surgisse. Ele é a própria fonte de luz. Como diz o apóstolo João: “E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas”. (João 1:1). Em outro lugar ele disse: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela”. (João 1:5). É em função da resposta afirmativa do Messias: “Não são doze as horas do dia?” (João 11:9), é que devemos nos posicionar, no que diz respeito às trevas do primeiro dia da criação. Então, sendo doze as horas do dia, logicamente que também são doze as horas da noite. A pergunta é: em que momento o Criador disse: “Haja luz”? Sem dúvida alguma, podemos dizer que foi no limite das doze horas de trevas que já circundavam a Terra sem forma e vazia. Por isso, entende-se que após doze horas de trevas (noite) seguem-se doze horas de luz (dia).
LIMITES DO SÁBADO Por isso, no que diz respeito à semana da criação, devemos levar em conta o seguinte: antes de ser dito: “Haja luz (v. 3)”. Está escrito que: “havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas”. (Gen. 1:2). Mas no verso 1 diz que o Criador criou os “Céus e a Terra”. Então, logicamente, neste caso foi Ele que também criou as trevas que cobriam o nosso Planeta Terra (Isaías 45:7). Sendo assim, ela é a primeira parte do período de 24 horas do yôm. A duração da noite (lailâ; chōshek - trevas) é de 12 horas. Como já foi dito, o Messias afirmou que o dia tem 12 horas (João 11:9). No contexto Ele está opondo o dia à noite (João 11:10 e 9:4). Por isso, em função de Gen. 1:1-2, é que temos a ordem de Levítico 23:27 e 32. “Ora, o décimo dia desse sétimo mês será o dia da expiação.” No verso 32: “Desde a tardinha do dia nono do mês até a outra tarde, guardareis o vosso sábado”. Esse princípio de observação do sábado – dia da expiação, segue o mesmo princípio da observação do sábado, sétimo dia da criação, em função do tempo que inicialmente existiu em nosso Planeta – período de doze horas de trevas (noite) seguido por um período de doze horas de luz (dia). Portanto, tanto a noite (lailâ) quanto a manhã (bōqer) estão situadas entre a tarde (‘ereb) do nono dia (yôm) e a tarde (‘ereb) do décimo dia (yôm). O que foi dito em Neemias 13, cujo contexto começa no verso 15, é importantíssimo. Ele descreve nos versos 15-16 o que estava acontecendo em Jerusalém no dia (yôm - nas 24 horas) de sábado, o sétimo dia. No verso 17 ele diz que o que estava sendo feito (comercialização) era um grande mal (Transgressão direta do quarto mandamento: “Nem tu, ... nem o teu servo, ... nem teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas”). Isso era uma profanação do sábado (v. 18). Já no verso 19 ele ratificou, de acordo com Gên. 1:2 e Lev. 23:27 e 32, os limites do sábado para cidade de Jerusalém. Disse ele: “ao começar a fazer-se escuro nas portas de Jerusalém, antes do sábado, eu ordenei que elas fossem fechadas, e mandei que não as abrissem até passar o sábado... para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado”. Se as horas sagradas do sábado fossem apenas a parte clara do dia, qual o problema de entrar mercadorias durante a noite? Ainda mais, que ele, no mesmo verso deixou claro em duas expressões: “antes do sábado” (antes do pôr-do-sol da noite de sábado), e “até passar o sábado” (após o pôr-do-sol do dia de sábado). Por que os vendedores não poderiam entrar durante a noite do sétimo dia da semana, mas poderiam entrar durante a noite do primeiro dia da semana? Por essa parte, após passar o sábado, está explicito que o sábado começa e termina com um pôr-do-sol. Nos versos 20-21, Neemias diz: “Então os negociantes e os vendedores de toda sorte de mercadorias passaram a noite fora de Jerusalém, uma ou duas vezes. Protestei, pois, contra eles, dizendo-lhes: Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão em vós. Daquele tempo em diante não vieram no sábado”. De acordo com esta última parte do verso 21, Neemias também deixou claro o momento em que começava e começa o shābat: “Daquele tempo em diante não vieram no sábado”. Neemias declarou que os mercadores (comerciantes) estavam passando à noite defronte do muro de Jerusalém. Por isso ele disse: “Daquele tempo em diante não vieram no sábado”. Portanto, para Neemias, segundo a expressão: “Daquele tempo em diante não vieram no sábado”, claramente esta dizendo qual o período (limite) inicial do sábado. Ou seja, corresponde às horas que sucedem ao pôr-do-sol do dia da preparação. Por isso devemos observar a ‘ereb (tarde) para não transgredirmos as horas sagradas do shābat. O que está de acordo com Lev. 23:32: “Desde a tardinha do dia nono do mês até a outra tarde, guardareis o vosso sábado”. O que podemos parafrasear: “Desde a tardinha do sexto dia da semana, até a outra tarde do sétimo da semana, guardareis o vosso sábado”. Esse princípio também era observado nos dias do Messias, tanto por parte dos discípulos quanto por parte dos judeus em geral. Isso é claramente observado no que diz respeito à morte do Messias: “Era o dia da preparação, e ia começar o sábado. ... Então voltaram e prepararam especiarias e ungüentos. E no sábado repousaram, conforme o mandamento”. (Luc. 23:54 e 56). O que significa esta afirmação: “Era o dia da preparação, e ia começar o sábado”? Qual o objetivo de tal preparação? A resposta para tal pergunta apenas pode ser encontrada em Êxodo 16:5: “Mas ao sexto dia prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia”. No verso 22 foi dito: “Mas ao sexto dia colheram pão em dobro”. E o verso 23 é conclusivo: “Amanhã é repouso, sábado santo ao Senhor”. A palavra preparação é encontrada nos quatro livros que compõem o Evangelho. Em Mat. 27:62; Mar. “Ao cair da tarde, como era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado”. Em João 19:31: “Ora, os judeus, como era a preparação, e para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, pois era grande aquele dia de sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados dali”. Portanto, todos esses versos são enfáticos ao afirmando a mesma coisa. Os líderes judeus procuravam condenar o Messias como transgressor do shābat, por isso o povo não levava os seus enfermos para serem curados durante as horas do mesmo. Mas ao cair da tarde, já nas primeiras horas do primeiro dia da semana eles procuravam o Messias com os seus enfermos, a fim de que Ele os curasse Marc. 1:32: “Sendo já tarde, tendo-se posto o sol, traziam-lhe todos os enfermos, e os endemoninhados”. (Leia os versos 21-34 e Lucas 4:31-41). Sejamos cuidadosos ao analisar a semana da criação, ela trás muitos ensinamentos. Veja Gên. 1:14: “E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos”. Nesse verso está dito que serviriam não apenas para separar o dia e a noite. A expressão: “dias e anos” certamente não está referindo-se apenas a parte clara do dia, mas também, principalmente, ao yôm (dia) de 24horas. Portanto, o princípio que determina o princípio do sábado é o mesmo que fundamenta o primeiro dia e as primeiras horas da criação. Doze horas de trevas (noite) seguidas de doze horas de luz (dia). Quanto à expressão: “E houve tarde (‘ereb) e houve manhã (bōqer) o dia um”, podemos ver em uma outra oportunidade. Espero escrever
outros artigos em relação a expressão: "E houve tarde e houve manhã o dia
hum", comparando-a com a expressão relacionada aos holocaustos Tamid
(holocaustos contínuos), da manhã e da tarde, bem como sobre o "Haja luz"
versus o "Seja Luz". Leia também: |
|