Lula ou Serra: Quem é o Homem que Salvará o Brasil?
EM janeiro de 1932 abriu-se ao trânsito a primeira ponte pênsil entre a ilha de Manhattan, na qual se acha construída Nova lorque, e o importante subúrbio de Nova Jersey. Tem mais de um quilômetro de comprimento, e em conjunto representa uma inversão de Cr$ 12.000.000,00. Quando ainda se achava em construção essa obra, trazia em letras garrafais a inscrição "Cabos Roebling", palavras que recordam uma história sumamente interessante, pois os Roebling foram os que inventaram o uso dos cabos de fios de aço na construção das pontes pênseis. Custou a João Augusto Roebling vinte anos de trabalho o conseguir a aprovação oficial de seu plano de construir uma ponte pênsil que unisse a ilha de Manhattan, ou seja, a cidade de Nova lorque, a seu importante subúrbio Brooklyn, e obter o contrato para a execução do projeto. Fizera os planos com toda a esperança de os ver levados a efeito. Logo, porém, em 1869, quando procedia aos estudos preliminares de agrimensura, 50freu um acidente, e dezoito dias depois veio a falecer. Não morreu, porém, o seu projeto, pois deixou um filho que o ajudara a formulá-lo, e que empenhou todas as energias em realizar o sonho do pai. Enquanto se preparavam os alicerces dos pilares da ponte, o filho despendeu largas horas fazendo experiências com seus "lingotes de areia". Em resultado, contraiu uma enfermidade que lhe causou uma paralisia parcial dos braços e pernas, e a perda da voz, enquanto seu corpo era presa de constantes e intensas dores. Entretanto, com um valor que as doenças não conseguem vencer, pôs-se a dirigir a obra, mesmo de sua residência numa colina de Brooklyn, que dominava o sítio da ponte, e no ano 1933, possuído de emoção, viu felizmente consumada a obre de sua vIda. O método de construir esses cabos Roebllng é assaz curioso. De ambos os lados do rio, no local escolhido, eleva-se uma alta torre sobre fundamentos muito sólidos. Atrás de cada torre acha-se um pilar de amarração, também muito sólido. Desse pilar a que se vão prender os cabos, parte uma roda que deixa atrás de si um reluzente fio de aço galvanizado. Esse arame é mais fino que um lápis comum, mas é capaz de resistir a uma tensão de dez cavalos de força. Sobe a roda primeiro até a ponta da alta torre e, sustida por suportes provisórios, passa através do rio á ponta da torre na outra margem, deixando atrás de si sempre aquele delgado arame de aço. Da ponta da torre baixa a roda ao pilar de amarração daquele lado do rio, e logo empreende a viagem de volta. Toda a vez que a roda faz 217 viagens completas de Ida e volta, os 434 arames estendidos se unem em um cabo, e 61 destes formam um cabo maior, com um metro de diâmetro. Quatro deles, no caso da ponte em apreço, sustêm um peso morto de 90.000 toneladas.
Uma Ponte que Todos Necessitamos O objeto primordial de uma ponte é estabelecer um meio de comunicação fácil entre dois pontos separados por um volume de água ou por um abismo. Ensina-nos a vida que há abismos de mais graves conseqüências do que as depressões físicas que se cruzam com pontes de aço, pedras, cimento ou madeira. Encontramos a humanidade dividida hoje em dia por diferenças de idioma, raça ou até por tradições que são muito mais difíceis de transpor do que os rios ou vales. E mais difícil ainda de transpor é o tremendo abismo que se intorpõe entre o homem e Deus. Quantas pessoas que, em meio às múltiplas atividades da vida, não se dão conta desse abismo, mandam apressadamente buscar alguma pessoa que, segundo crêem, servirá de meio de comunicação entre eles e a Divindade! Assim tem sido em todos os tempos e entre todos os povos. E a essa necessidade da alma humana tem correspondido uma classe de religiosos profissionais que se oferecem para prestar o auxilio necessário, intervindo entre a alma e Deus. Diante de certas crises na vida humana, temos de escolher entre valer-nos da ajuda de algum intermediário entre nós e Deus ou mergulhar no desespero, pois com nossos próprios recursos não podemos fazer frente às esmagadoras forças adversas.
O Sacerdote é um Homem-Ponte, ou Mediador Devemos, então, receber de braços abertos todo aquele que pretenda ser mediador entre nós e Deus? É claro que não. Os pretendentes são tantos e de caráter tão diverso, que é impossível crer que todos mereçam nossa confiança. Como distinguir entro o sacerdote ou mediador verdadeiro e o falso? Diz porventura aquela grande fonte de conhecimentos, a Escritura Sagrada, algo a respeito do que concerne a nossa relação com Deus? Felizmente encontramos ali abundante informação a esse respeito, e daremos a seguir o resumo:
Os Sacerdotes dos Tempos Primitivos 1. Originalmente as funções sacerdotais eram exercidas, não pelos religiosos profissionais, mas pelos chefes das famílias crentes em Deus, que construíam altares nos quais se faziam ofertas e sacrifícios a Jeová; e o apóstolo S. Paulo nos ensina que o "oferecer dons e sacrifícios" é função característica de um sacerdote. (Ver Gên. cap. 8, vs. 20-22; cap. 12, v. 7; cap. 22, vs. 1-14; cap. 26, v. 25; cap. 33, v. 20; cap. 35, vs. 1, 2, 7 etc.) 2. Mais tarde, sob a direção de Moisés, efetuou-se uma grande reforma religiosa entre os israelitas, e em vez de confiar aos chefes de família a direção da vida religiosa do povo, como nos dias dos patriarcas, foi implantada por ordem de Deus uma organização que propenderia à unidade nacional.
A Casta Sacerdotal Levítica Das doze tribos que compunham o povo israelita, foi eleita a de Levi, para que os homens aptos dentre ela se dedicassem a atender às necessidades religiosas da nação. Desta tribo, Deus mesmo escolheu a Arão, irmão do grande libertador Moisés, para que fosse o sumo sacerdote do povo. A lei do sacerdócio imposta então exigia que os sacerdotes fossem descendentes de Arão, mas o sacerdócio sempre encontrava sua mais perfeita expressão nas funções do sumo sacerdote. 3. Desde então não houve mudança nas ordenanças com respeito ao sacerdócio até o aparecimento do Messias, uns quinze séculos depois.
Não Havia Sacerdotes na Igreja Cristã Primitiva É notável, todavia, que na organização da igreja cristã primitiva, segundo se acha descrita nos escritos dos mesmos apóstolos, não se mencionam sacerdotes. Fala-se-nos a miúdo dos apóstolos, dirigentes, abaixo de Jesus Cristo, da igreja (Atos, cap. 1, vs. 2, 15-26; cap. 2, vs. 42 e 43, etc.); de diáconos (Atos, cap. 6, vs. 1-6; I Timóteo, cap. 3, vs. 8-13); de profetas, evangelistas, pastores, doutores, obradores de milagres, possuidores do dom de curar, pessoas dotadas da faculdade de falar línguas e traduzi-las (1 Coríntios, cap. 12, v. 28; Efésios, cap. 4, v. 11); mas não se mencionam sacerdotes. Este fenômeno fica explicado na Epístola aos Hebreus, onde o apóstolo S. Paulo expõe detalhadamente todo o assunto do sacerdócio.
Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote da Era Cristã No primeiro capitulo, estabelece a perfeita divindade de Jesus Cristo, a íntima relação existente entre o Soberano do Universo e Seu filho unigênito. No segundo, põe de manifesto a perfeita humanidade do Filho de Deus e Sua participação em todas as nossas debilidades, tentações e lutas. Desde o versículo 14 do capitulo 4, usa esses dois fatos para demonstrar que Jesus Cristo é o grande Pontífice ou Sumo Sacerdote da igreja Cristã. Procede a demonstrar no capítulo 5 que Ele é o eterno sacerdote "segundo a ordem de Melquisedeque", prometido pelo salmista inspirado. (Salmo, cap. 110, v. 4.)
O Grande Pontífice Segundo a Ordem de Melquisedeque No capítulo 7, mostra-nos quão maravilhosamente o breve relato deixado por Moisés em Gênesis, cap. 14, vs. 18-20 se presta para que o sacerdócio de Melquisedeque, o rei de Salém dos dias de Abraão, sirva de figura do sacerdócio de Cristo, o Homem-Deus. Abraão era sacerdote de Deus, todavia reconheceu em Melquisedeque um sacerdote superior em cuja presença ele não era mais que suplicante, e lhe deu dízimo de todos os bens que acabava de adquirir. Do mesmo modo, os sacerdotes araônicos, quando se achassem em presença do "Sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque", veriam caducar seu sacerdócio para ser substituído pelo de Cristo, que duraria para sempre. Mais adiante, nos capítulos 8 e 9, o apóstolo 5. Paulo explica que o sacerdócio araônico era somente uma representação simbólica do sacerdócio verdadeiro, o do Filho de Deus. Do mesmo modo o templo terrestre só era uma figura do grande templo celestial, onde Cristo nosso grande Sumo Sacerdote, advoga a favor de Seu povo. Todo o cerimonial do templo terrestre era igualmente figura daquele ministério eficaz de Jesus Cristo, que há de lograr a salvação da humanidade do domínio do pecado. E todas as diferentes classes de sacrifícios de animais, etc., tinham sua grande contraparte no sacrifício no Calvário, dAquele que fora anunciado como "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". "Este", acrescenta o apóstolo no capítulo seguinte, "havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus, (...) porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados". (Hebreus, cap. 10, vs. 12-14.)
"Pontífice" é Aquele que "Serve de Ponte" A palavra empregada nas Sagradas Escrituras na maioria das versões para representar a Cristo como nosso Sumo Sacerdote é "Pontífice", termo aplicado pelos romanos a seus principais sacerdotes. Esta palavra vem de dois vocábulos latinos: pons (ponte) e facio (faço). No grego e no hebraico, a palavra "sacerdote" significa "o que oferece sacrifícios". Mas esse nome romano que a Bíblia aplica a nosso Senhor, significa "o que faz (serve de) ponte" entre o homem e Deus. Que formosa palavra para representar a nosso Senhor na qualidade de sacerdote! É Ele a grande ponte que une a humanidade à Divindade, através do abismo do pecado. Como a grande ponte construída pelos Roebling depende de dois sólidos pilares erigidos em uma e outra margem do vale ou torrente que atravessa, assim a eficácia do ministério de nosso Pontifico depende de dois fatos importantes e inamovíveis: 1) a divindade de nosso Senhor e 2) Sua humanidade. E os cabos que sustêm essa ponte espiritual estão firmemente seguros nessas duas características de Cristo. Não hão de ceder nunca as amarras, nem de um lado nem de outro.
Nosso único Mediador Jesus Cristo é, pois, o elemento de ligação entre Deus e o homem. Defende a este no juízo, por ele intercedendo, em virtude de Se haver entregue em sacrifício pelos homens. Tornou-se assim o Advogado supremo de todos os pecadores que Lhe confiarem o seu caso. E todos os que sinceramente o fizerem, poderão um dia atestar que Ele jamais perdeu uma causa. "Meus filhinhos", diz o apóstolo S. João, "estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E Ele é a propiciação pelos nossos pecados". (Cap. 2, vs. 1 e 2.) Se reflexionarmos um pouco, veremos que unicamente um Ser divino poderia ser capaz de representar cabalmente a Deus ante os homens. E por outro lado, os homens não poderiam apreciar nem compreender a um representante de Deus que não se lhes apresentasse em forma humana. Aqui temos uma razão suficiente para que, a fim de operar a redenção humana, Deus mandasse a este mundo Seu unigênito Filho, que Se declara ser "o resplendor da Sua glória, e a expressa imagem da Sua Pessoa". (Hebreus, cap. 1, v. 3.) Por isso se Lhe deu o nome de Emanuel, "Deus conosco". (S. Mateus, cap. 1, vs. 22 e 23.) E por isso o Filho de Deus "Se fez carne, e habitou entre nós". (S. João, cap. 1, v. 14.) Havendo-Se o Filho de Deus revestido de carne humana mediante Seu nascimento da Virgem Maria, une em Si mesmo todo o ilimitado poder e a infinita sabedoria e santidade de Deus, com a fragilidade, o limitado saber e a natureza pecaminosa dos homens. "Ele deveu em tudo ser semelhante a Seus irmãos, a fim de ser diante de Deus um Pontífice misericordioso e fiel, para expiar os pecados do povo. Pois que, porque Ele mesmo sofreu e foi tentado, é que pode socorrer aqueles que são tentados". (Hebreus, cap. 2, vs. 11 e 18.) É, portanto, o único homem que, tentado em tudo à nossa semelhança", pôde manter-Se até o fim "sem pecado" (Hebreus, cap. 4, v. 15), podendo, portanto, estar na presença do santíssimo Deus como digno representante da humanidade. Por isso disse aos Seus, no cenáculo: "Eu sou o caminho, (...) ninguém vem ao Pai, senão por Mim". (5. João,' cap. 14, v. 6.) É o único que serve de ponte entre a Terra e o Céu, o único Pontífice, Sacerdote, Mediador, Advogado. Isto o confirma também o apóstolo S. Paulo em 1 Timóteo, cap. 2, v. 5: "Há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem". E o apóstolo 5. Pedro faz ressaltar mais a mesma verdade, afirmando a respeito de Jesus Cristo de Nazaré: "Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do Céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos". (Atos, cap. 4, v. 10-12.) Aqui temos, pois, a explicação da total ausência de sacerdotes na organização da igreja cristã primitiva. Aquela igreja reconhecia que tinha um só grande Sumo Sacerdote, que oficiava perante Seu Pai no templo celestial: Jesus Cristo, Filho de Deus e Filho do homem. Aqueles crentes, saídos mormente do paganismo ou do judaísmo, com seus milhares de sacerdotes, não confiavam sua salvação a nenhum sacerdote nem santo da Terra que não fosse seu amado Senhor Jesus Cristo, que "tem um sacerdócio perpétuo". (Hebreus, cap. 7, v. 24.) Ensinou Jesus que nossas petições ao Céu devem dirigir-se diretamente a nosso Pai celestial, invocando exclusivamente o nome do Filho de Deus, e que tais súplicas seriam atendidas. E é evidente que seriam atendidas sem a intervenção dos santos, nem mesmo da bem-aventurada Virgem Maria. (S. Mateus, cap. 5, vs. 9-13; S. João, cap. 14, vs. 13, 14 e 26; cap. 15, v. 16; cap. 16, v. 23.) Aproveitemos, pois, este único caminho de acesso a nosso Pai celestial. Apresentemos-Lhe nossas súplicas em nome de nosso Pontífice e Salvador Jesus Cristo. Pois é-nos dada a preciosa segurança de que nosso Pontífice "pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles". (Hebreus, cap. 7, v. 25.) E Ele mesmo nos promete: "O que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora". (S. João, cap. 6, v. 37.) -- (Folheto nº 12 da série "Verdades Bíblicas", já esgotada e não mais impressa nem comercializada pela Casa Publicadora Brasileira.) Leia também: |
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