Waggoner e Jones: Fora da Igreja, Fora do Céu?
A maioria dos nossos irmãos acredita, infelizmente, que os pastores Waggoner e Jones eram extremistas. Mas a mensagem deles veio do Céu, ou não? Se veio, teria Deus errado ao escolher Seus mensageiros? Há quem diga que eles caíram da fé, mas, particularmente, não acredito, pois ambos morreram defendendo a fé de Jesus e os mandamentos da lei de Deus. No entanto, SE, e reitero, SE eles houvessem caído, isto não significaria que não foram escolhidos pelo Senhor. Ao ler a carta que Jones escreveu pouco antes de sua morte, só alguém sem o menor critério poderia afirmar que esse homem estava longe do aprisco do Senhor, a menos que queiramos afirmar que o aprisco de Deus é apenas para aqueles que têm o nome nos livros de registro da IASD. O livro 1888 Reexaminado, de Wielland e Short, disponível no site www.adventistas.biz, lança luz sobre a mensagem e seus mensageiros. E acredito que todo aquele que ler o livro citado e também os livros dos próprios mensageiros, irá mudar de idéia quanto ao julgamento desses homens. E mais: irá ter uma experiência totalmente nova com Deus.
Ataques pessoais A melhor forma de destruir uma mensagem é atacar seus mensageiros. Por isso, espero que, por favor, nunca analise meu caráter e o de meus melhores amigos e irmãos na fé, pelo que ouvir da liderança sobre nós. De minha parte, sou um pobre pecador, mas, como muitos que amam a vinda de Jesus, proibido de pregar nas igrejas, sendo constantemente taxado de extremista, divisor de igrejas, fanático e sabe mais o quê. Temos sido atacados de todas as formas possíveis e não reclamo por isso. Na verdade, creio que Deus permite esse tipo de ataque exatamente para que O busquemos com mais intensidade e para que possamos ver onde ainda temos que ser provados. Recentemente, fui convidado a pregar em Foz do Iguaçu. Quando o pastor daquela cidade ligou para o pastor de onde moro, buscando informações a meu respeito, ouviu o seguinte: "Jamais deixe este demônio pregar em sua igreja!" Depois, mentiram à igreja, dizendo que eu não poderia pregar nela, dando uma desculpa qualquer, que, felizmente, depois foi desmascarada. Os irmãos, inclusive, estão querendo disciplinar o pastor por isso. Não tenho ilusões a respeito do que dizem a meu respeito nas Associações. E tenho visto a injustiça feita contra amigos, que são verdadeiramente consagrados e têm sido impedidos de disseminar a verdade pela qual nosso Mestre deu a vida.
Lista de vencedores Com tantas citações da mensageira do Senhor sobre Waggoner e Jones, endossando-lhes a mensagem, custa crer que nosso povo consiga ainda aceitar a falácia da argumentação de nossos líderes contra o caráter desses dois homens e de sua mensagem à época da assembléia em Mineápolis. Recentemente, após ouvir uma pregação nossa sobre a mensagem de Mineápolis e evidentemente sobre a mensagem de Waggoner e Jones, alguém me passou um livro do pastor Enoque de Oliveira (A Mão de Deus ao Leme), onde há um capítulo que traz os que naufragaram e os que venceram na fé. Entre os naufragos, estão Waggoner e Jones; e entre os que venceram, estão Butler e Uriah Smith. O interessante é que Ellen White, em praticamente todo o período em que esta mensagem era dada, acompanhou esses dois mensageiros, emprestando seu prestígio aos mesmos, endossando sua mensagem, demonstrando, inclusive por escrito, que o comportamento de ambos durante as apresentações e debates era o de autênticos cavalheiros cristãos. Ao mesmo tempo, repreendia severamente, através de cartas e testemunhos, o comportamento e ações de Butler e Uriah Smith. Com base nesses relatos inspirados da mensageira do Senhor, devo crer no livro A Mão de Deus ao Leme? Se nos fosse permitido sentenciar ou arriscar um palpite, diríamos que, segundo lemos nos escritos da Sra. White, teria sido muito mais fácil que Butler e Uriah houvessem se apostatado, pois ambos teriam ofendido o Espírito de Deus. O problema é que para os líderes e, infelizmente, para a grande maioria dos membros, apostasia só acontece quando você sai da igreja. E os líderes, sabendo disso, excluem aqueles que não andam como eles pensam que se deve andar. Depois, ainda têm a coragem de dizer que “apostataram” e estão freqüentando outra igreja. Boas Novas Deus me deu o privilégio de fazer a tradução do livro The Glad Tiddings (Boas Novas), de Waggoner, e também do livro 10 Passos Para a Perfeição Cristã. E de minha parte e de outros que os têm estudado, não conheço ninguém que tenha recebido tanta inspiração quanto Wagonner e Jones, excetuando-se nossa amada mensageira EGW. Creio que os que mais perto chegaram foram Wielland e Short. O pastor Wielland inclusive foi expulso de um seminário onde o Vandeman apresentava o tema da justificação pela fé, porque, após a apresentação, o Wielland ousou dizer-lhe que aquela justificação pela fé que ele apresentava era católica. Como o Vandemann não quis dar ouvidos, foi até o diretor, que o expulsou imediatamente. Ocorre que o Wielland conhecia a justificação pela fé conforme apresentada no livro Boas Novas, do Waggoner, e cria que essa era a única mensagem de justificação pela fé que a IASD cria e ensinava. Ledo engano. A partir daí, Wielland e o Short iniciaram um extenso estudo sobre Mineápolis que culminou com o relato do livro 1888 Reexaminado, onde detalham toda a problemática em que se encontra a IASD e a solução para esse problema. O episódio de sua expulsão é relatado em um artigo, sob o título "Out of Africa". Atacados, vituperados, agredidos, massacrados por uma igreja que não era digna deles, separaram o trio -- Ellen, Waggoner e Jones--, enviando Ellen para a Austrália, Wagonner para a África e Jones, inflamado pelo Espírito de Deus, amarrado às circunstâncias sem poder atuar na Causa que tanto amava. Vítimas de Satanás, que lhes obscureceu o entendimento, nossos líderes rejeitaram a mensagem atacando os mensageiros, expulsando o anjo que buscava cobrir o arraial de Deus com a Glória do Céu.
Lutero x Waggoner Há também quem contra-argumente dizendo que Ellen White voltou atrás quanto à lei em Gálatas. Mas seus escritos demonstram que ela defendeu a lei em Gálatas como se referindo tanto à lei moral quanto cerimonial, enquanto Waggoner deu mais ênfase à lei moral, que era exatamente a que estava sendo desconsiderada dentro do contexto dessa epístola. A mensageira do Senhor reconheceu na mensagem de Waggoner e Jones o sinete divino e os acompanhou, endossando a mensagem deles. Mais que isso, ela própria foi beneficiada por esta mensagem, afirmando ainda que, pela primeira vez, ouvira de outros lábios a mensagem da justificação como ela é, e como ela e o marido a viam. É verdade que até 1888, a justificação pela fé não recebeu a devida consideração. Isso aconteceu porque se acreditava que nada poderia ser acrescentado à doutrina da justificação conforme apresentada por Lutero. No entanto, note-se que a luz de Lutero sobre esse assunto parou em Romanos: "Concluímos pois que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei." Ao se deparar com a assertiva do também inspirado Tiago, que diz: "Vede pois que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé", Lutero resolveu o problema da forma mais fácil, declarando que a epístola de Tiago era uma "epístola de palha". Creio que lhe seria impossível conciliar os dois textos, uma vez que parece ter sido escalado por Deus apenas para derrubar a crença errônea de que o homem pode ou deve fazer algo para se justificar. No entanto, após a Reforma, Deus chamou um povo (IASD) para apresentar a mensagem com o devido equilíbrio entre FÉ (Paulo) e OBRAS (Tiago). A mensagem trazida por Wagonner e Jones era a mensagem da justificação pela fé, com luz adicional obtida através do entendimento da doutrina do Santuário, que, obviamente, não poderia ser recebida sem que antes se revelasse o próprio entendimento do trabalho de Cristo como nosso Sumo Sacerdote e à luz da expiação.
Luz sobre luz Ao Cristo abrir a porta do Santíssimo no Céu, foi-nos derramada luz sobre: (1) Saúde, (2) Educação e (3) Justificação. Ao receber a mensagem de saúde, o povo adventista estaria em condições de receber a da educação e, finalmente, a da justificação pela fé, como luz acrescentada. Assim, pudemos perceber afinal qual é a real diferença entre a justificação de Lutero e a de Wagonner. A primeira, de Lutero, foi dada por Deus para preparar um povo para MORRER em Cristo. Ou seja, todos os que a aceitassem, morreriam em Cristo, para depois ser ressuscitados por Ele e morar no Céu. Eternamente salvos e tendo a experiência do Filho, que viveu, morreu e ressuscitou. A segunda, de Waggoner, foi dada por Deus para preparar um povo para VIVER em Cristo. Ou seja, todos os que a aceitassem (ou aceitarem) seriam transladados sem ver a morte. Essa mensagem devia (deve!) preparar um povo para encontrar-se em vida com Deus. Sem passar pela sepultura. Terão a experiência do Pai, que não conhece e jamais conhecerá a morte. Por isso, as recomendações da mensagem da saúde, educação e a justificação com base na expiação final, que não só cobrirá com o sangue de Cristo aspergido no Santuário os pecados desta geração, mas literalmente transferirá esses pecados para seu originador, limpando, de fato, o templo de Deus no Céu, refletindo-se essa purificação no templo da alma de cada fiel que houver adentrado com Cristo no tabernáculo celestial.
Mensagem recusada Esta mensagem não foi aceita pela metade, como muitos supõem. Na verdade, a mensageira do Senhor revela que o anjo de Deus procurou entre os que ali estavam, alguém além dos três que a houvesse aceito e defendido e, não encontrando, voltou ao Céu sem poder derramar as bênçãos que houvera trazido e que se transformariam no alto clamor prometido. Mesmo uns poucos que aparentemente a aceitaram, não tiveram coragem de defendê-la e, menos ainda, de permitir que atuasse em sua vida de modo a produzir os devidos frutos. Uriah Smith, ao que parece, nunca aceitou a mensagem da justificação pela fé, de Waggoner. Ele se indispôs contra os três, começando com Jones, pela falta de entendimento sobre a questão de Daniel 8, mais especificamente sobre a questão dos “hunos”. Urias defendia uma posição, Jones outra. E o tempo provou que Jones estava certo. À medida que, em alguns locais, membros da Igreja ouviam a mensagem, regozijavam-se nela, demonstrando que o Espírito de Deus a acompanhava. Mas Uriah e Butler endureceram ainda mais o coração contra ela, pois a mesma testificava com poder e autoridade que os dois líderes estavam equivocados. Sem querer reconhecer seu erro, firmaram-se cada vez mais na oposição e se houve em algum momento o arrependimento de ambos, não o sabemos.
Imputada e comunicada Nem Waggoner nem Jones fundem a Justificação pela Fé com a Santificação, conforme muitos os acusam. A Bíblia e o espírito de profecia, porém, fazem-no. A mensageira do Senhor inclusive adverte quanto a não tentar esmiuçar as diferenças entre Justificação e Santificação. Justificação, mais que o perdão pelos pecados, mais que a reconciliação com Deus, é a justiça de Cristo que nos é dada. Mas ela nos é dada de duas maneiras: (1) Justiça imputada, esta é aquilo que Cristo fez por mim; é passiva; recebo-a apenas uma vez; tem base no sangue de Cristo, que foi derramado por mim uma única vez; é a conversão única; e depende apenas da anuidade do meu intelecto. Pelo livre arbítrio, digo sim. É o querer de Deus que me impulsiona a aceitar o convite. Aqui entrariam o ladrão na cruz (morto em Cristo) e também os da hora undécima com o mesmo salário (salvação). (2) Justiça comunicada, esta é a santificação; diariamente eu a recebo pelo contemplar não da morte, mas da vida de Cristo; tem como base não o sangue, mas a vida de Cristo; é o que Ele faz no santuário e em mim, através do Seu Espírito; são as obras sendo contadas para efeito de galardão, recompensa; aqui temos como exemplo Elias, Enoque, ou a parábola dos talentos. "Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei." É a santificação, o preparo para morar no santo e no santíssimo; o preparo para ser sacerdote no Céu.
Perfeição e perfeccionismo Ninguém vai ao céu com base em nota. Todos que irão ao céu, irão pela nota que Cristo tirou, mas, onde morar, quantas estrelas na coroa, o que fará no céu, tudo isto será decidido pelo uso dos talentos outorgados. O galardão é medido com base nas obras que Cristo fez EM MIM, enquanto a salvação tem como base única o que ele fez POR MIM. Sobre a geração perfeita ou perfeccionismo, se quer saber o que penso, por favor, leia “Sim, Eu Creio na Perfeição”. É um pequeno artigo que mandamos ao adventistas.com e está disponível no site. Sobre Panteísmo, acusam tanto Jones quanto a Wagonner. No entanto, o fazem por interpretar com maldade os escritos deles quanto à afirmativa de Paulo de que: "Vivo, não mais eu mas Cristo vive em mim." Basta ler o que dizem a respeito e verá com que profundidade eles escrevem sobre isto. Na verdade, não nos é surpresa os líderes não possam entender o que escreveram Jones e Waggoner sobre o assunto da justificação, uma vez que não aceitaram a mensagem de saúde, que prepararia o povo a entender esta outra mensagem. A mensageira do Senhor adverte que os pastores que comem carne estão impossibilitados de ser ministros. Isso acontece porque não podem compreender sequer o ABC do evangelho, que é a justificação pela fé. Nem mesmo textos claríssimos da mensageira do Senhor e ainda de Waggoner e Jones e, mais que todos eles, da própria Bíblia, demonstrando a natureza de Cristo assumida após o pecado de Adão e Eva, são aceitos. E se isso ocorre com muitos dos teólogos nossos, que se pode esperar quanto ao resto? Os perfeccionistas (verdadeiros) são aqueles que aceitam o que diz o espírito de Deus nas palavras do apóstolo: "Sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está no céu." Quando o povo de Deus puder compreender que todos os mandamentos de Deus são na verdade promessas, deixará de ser incrédulo para dizer: "Senhor, não vejo a menor possibilidade de ser perfeito. Na verdade, quanto mais tento melhorar, pior fico. No entanto, o Senhor disse: "Haja luz" e houve luz. O Senhor diz e acontece! Então, como sei que o Senhor não promete para não fazer, aceito seu propósito para a minha vida. Acredito que posso ser perfeito não porque vejo ou sinto, mas sim porque o Senhor prometeu." Deus nos perdoe por nossa incredulidade e por estarmos apedrejando -- se não com palavras, como diz a inspiração, mas com palavras de escárnio, vitupério e ataques -- Seus profetas, que o Senhor, com tanto amor, nos tem enviado. Vosso irmão em Cristo, RB. Leia também: |
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