Histórias que Ninguém Contou nos Encontros J.A.
Mártires do Século XX - 6

Heróis nos Estados Unidos

Nesse país, os não-combatentes objetores de consciência receberam em geral, mas nem sempre, direitos de isenção por parte das autoridades militares. Quando os Estados Unidos entraram na Primeira Guerra Mundial, vários soldados adventistas foram submetidos a severas provas por causa de sua atitude como não-combatentes e observadores do sábado. Citamos:

"Houve várias ocasiões em que a própria existência de nossa obra foi ameaçada por aqueles que tinham autoridade militar, devido a interpretações errôneas e falsos rumores enviados à sede do governo. O departamento federal da justiça recebeu, nos seis primeiros meses da guerra, mais de dez mil queixas contra nós, contra nossa literatura e contra nossa obra.

"Muitos de nossos rapazes tiveram que sofrer terríveis maus tratos nas mãos de oficiais militares e soldados rasos por sua lealdade aos princípios religiosos. ... O Sábado foi a maior prova de todos os nossos jovens no exército. Mais de uma centena deles foram levados perante cortes marciais por recusar-se a prestar serviço militar no dia de Sábado. Mais de trinta foram condenados a cumprir pena de dez a quinze anos como prisioneiros militares em regime de trabalho forçado no Forte Leavenworth.

"Quando chegaram à Leavenworth, suas dificuldades tinham apenas começado. Os carcereiros se empenharam em obrigar nossos jovens a trabalhar no Sábado na tarefa ordinária de quebrar pedras. Naturalmente, eles não podiam fazer essa espécie de trabalho na prisão mais do que fora dela nos campos militares.

"Os carcereiros tentaram coagi-los pela imposição de terríveis castigos. Por recusarem-se a trabalhar no Sábado, esses jovens foram privados de sua ração diária, que foi substituída por água e algumas magras fatias de pão; aumentou-se a quantidade de pedra que deviam quebrar durante o dia, e à noite eram confinados em prisões subterrâneas, onde dormiam em camas que não passavam de tábuas de madeira rústica e grosseira, expostos à umidade e ao frio. Receberam esse castigo por duas semanas. Caso se recusassem segunda vez a trabalhar no Sábado, receberiam rações ainda menores e teriam as mãos algemadas pelas costas nas grades de sua cela num nível quase à altura dos ombros, sendo obrigados a permanecer nessa posição desconfortável nove horas por dia. Outros foram confinados durante meses em celas escuras e imundas, onde não podiam ficar de pé ou se deitar sem ser comprimidos pelo espaço exíguo do cubículo." — F. C. Gilbert, Divine Predictions (Predições Divinas), págs. 397-399.

Fizeram-se apelos ao senador W. G. Harding, que, posteriormente, se tornou o vigésimo nono presidente dos Estados Unidos e, por seu intermédio, aqueles prisioneiros militares adventistas foram liberados daqueles suplícios desumanos e isentados do trabalho no Sábado enquanto na prisão. Finalmente foram postos em liberdade condicional.

É gratificante saber que alguns fiéis cristãos, seguindo suas convicções pessoais, resolveram antes obedecer a Deus que a homens, e que estavam preparados para sofrer mesmo o martírio por amor a Cristo, se necessário. Não pomos objeção a esses crentes conscienciosos, embora não possamos concordar com eles em todos os pontos. Por outro lado, de acordo com as evidências inclusas neste texto, o leitor perceberá que a posição oficial adotada pela Igreja Adventista como coletividade difere completamente da posição independente adotada por aqueles adventistas sinceros como indivíduos. "1914-1918, A Grande Crise", capítulo 5 do livro O Adventismo e a Reforma Profetizada, de Alfons Balbach

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Conheça a História dos Heróis Adventistas Modernos

Fonte: http://www.asd-mr.org.br/biblioteca/reforma/cap05.htm

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